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A definição dos itens que comporiam a estrutura de análise foi subsidiada tanto por questões relacionadas ao objetivo deste trabalho, como pelo conhecimento de possíveis variáveis relacionadas, oriundas do estudo prévio da literatura. Buscou-se assegurar, além das informações provenientes do conteúdo de cada um dos estudos, a adoção de itens que possibilitassem caracterizar esta produção a partir dos dados disponíveis nas referências e notas de rodapé.

A estrutura inicial foi submetida à avaliação a partir de aplicação em cinco artigos de periódicos escolhidos aleatoriamente, através dos quais buscou-se verificar se os itens eram suficientemente abrangentes, se estavam adequadamente definidos pelas categorias adotadas e se favoreciam o acesso a elementos que pudessem garantir respostas ao objetivo. A partir deste procedimento, quatro grandes itens foram assumidos para compor a estrutura final de análise: características gerais da produção; características dos sujeitos/participantes; características do conteúdo da produção e relação entre as experiências de formação universitária e as mudanças do estudante frente à aids.

3.1 Características gerais da produção

No que se refere às características gerais da produção, estas foram evidenciadas a partir do acesso aos dados disponíveis na referência de cada um dos estudos e respectivas notas de rodapé.

- Formato da publicação: tipo de suporte de informação privilegiado no trabalho, ou seja, artigo de periódico, dissertação de mestrado, tese de doutorado e livro; - Distribuição temporal: mostra a distribuição anual da produção entre os anos de

1980 a 2003, segundo a data de publicação dos dados;

22 Temporini, E. R. Prevencão da aids: percepcäo e conduta sexual de estudantes universitários no estado de Säo

- Origem geográfica: diz respeito à região ou divisão política (Norte, Nordeste, Sudeste, Sul, Centro-Oeste) e estado em que os estudos foram publicados;

- Natureza das instituições às quais se vinculam os autores: as instituições foram

classificadas em instituições com objetivos de ensino e instituições não relacionadas ao ensino. As instituições com objetivos de ensino ou, mais especificamente, as IES, foram classificadas ainda quanto à sua categoria administrativa, o que as determina públicas ou privadas. Nas IES públicas, incluem-se as instituições federais, estaduais e municipais; nas IES privadas, as instituições particulares e comunitárias/confessionais/filantrópicas (BRASIL, 2003d).

3.2 Características dos sujeitos/participantes

Para esta análise, foram priorizadas algumas informações que dizem respeito aos estudantes focalizados pelos autores na produção.

- Gênero/sexo: a abordagem aos sujeitos/participantes poderia ser exclusiva ao sexo masculino, ao sexo feminino, ou simultânea a ambos;

- Idade: refere-se à idade em que os estudantes foram pesquisados nos estudos; - Curso realizado: volta-se aos cursos de graduação aos quais os estudantes

encontram-se vinculados;

- Categoria administrativa das IES às quais se vinculam os sujeitos/participantes: classificam-se públicas ou privadas.

3.3 Características do conteúdo da produção

Neste item, foram focalizadas as duas variáveis principais em estudo no presente trabalho: experiências de formação universitária e mudanças do estudante frente à aids.

3.3.1 Experiências de formação universitária

Através do presente item, são destacadas as informações relacionadas às características das experiências de formação universitária identificadas na produção.

- Natureza: diz respeito às experiências às quais os estudantes podem ser expostos durante a formação universitária, como estágios, palestras, programas, disciplinas e até mesmo o próprio curso de graduação. Para este item, optou-se por uma categorização a partir da análise do conteúdo de toda a produção;

- Específicas/globais: ao tratar a temática da aids, as experiências de formação passaram a ser classificadas como específicas e, em caso contrário, globais; - Caráter obrigatório/não obrigatório: adota-se neste trabalho a classificação de Fior

(2003), segundo a qual experiências de caráter obrigatório são comuns aos estudantes do mesmo curso e imprescindíveis para a integralização da graduação (aulas, avaliações etc.). Para a autora, é inversa a definição para as experiências de caráter não obrigatório, pois não são comuns aos estudantes do mesmo curso nem imprescindíveis para a integralização da graduação (programas de iniciação científica, monitorias etc.);

- Extensão temporal: focalizou-se o espaço de tempo em que os sujeitos/participantes foram expostos às experiências de formação, sendo estas classificadas como tendo curta duração (palestras; oficinas; conferências; campanhas; semanas de estudo e eventos similares, que podem durar algumas horas ou dias); média duração (disciplinas ou atividades, que podem durar um semestre ou ano letivo), e longa duração (serviços ou programas, que apresentam uma extensão maior, podendo até mesmo abranger a extensão total da formação universitária, como o próprio curso de graduação);

- Mediadores: as experiências de formação podem ser isolada ou conjuntamente orientadas e/ou executadas por profissionais, professores ou estudantes;

- Finalidade: experiências de formação universitária podem visar a formação pessoal dos sujeitos/participantes; a formação profissional; simultaneamente pessoal e profissional, podendo ainda, visar a sua formação para a execução de atividades não diretamente relacionadas à futura profissão. Neste último caso, um exemplo é a capacitação do estudante para atuar como multiplicador de informação sobre DST/Aids junto aos seus pares e/ou comunidade em geral; - Momento do curso: a exposição dos estudantes às experiências de formação pode

ocorrer nos anos iniciais do curso; nos anos finais; nos anos iniciais e finais comparativamente; nos anos intermediários e durante toda a sua extensão;

3.3.2 Mudanças do estudante frente à aids

Neste item, é apresentada a única característica de mudança do estudante frente à aids, que foi identificada nos estudos.

- Natureza: refere-se às mudanças dos sujeitos/participantes frente à aids, associadas pelos autores nos estudos, à exposição às experiências de formação. As categorias foram definidas após análise do conteúdo de toda a produção.