A ESTRUTURA FÍSICA

A Colônia Penal Feminina do Recife, localiza-se no Bairro do Engenho do Meio, na zona oeste do Recife possui capacidade para 230 detentas, todavia abrigava 638 mulheres encarceradas distribuídas em 45 celas, cuja média e de 13 reeducandas por cela, tendo em média cada cela tem cerca de 12 metros quadrados, existindo celas menores de 06 metros quadrados e de 18 metros quadrados. Existem também duas selas coletivas, com cerca de 50 metros quadrados cada uma, com capacidade para 22 triliches. No estabelecimento também existem 04 celas berçário onde as mães que pariram ficam com seus filhos e 01 cela para gestantes.

A Colônia tem um pátio interno central para uso comum onde as detentas ficam nos momentos em que aguardam a refeição e onde recebem as visitas no final de semana. Na unidade também tem 04 espaços para atividade laboral e três salas de aula, 03 salas de aula com capacidade para 30 alunas cada, 4 salas para atividades criativas, terapêuticas e religiosas, 01 biblioteca pequena quem contem uma boa quantidade de livros, com duas mesas com quatro cadeiras cada, uma cozinha para produção de alimentos das reeducandas, uma padaria, um salão de beleza, tudo para uso das detentas. Identificamos seis áreas onde são desenvolvidas atividades laborais, onde funcionam uma fábrica de montagem de caixas de descarga para bacias sanitárias, uma confecção de produtos de cama, mesa e banho e outra que fabrica travesseiros, almofadas e cortinas, estas três relacionadas atividades de empresas privadas, todavia temos também a padaria, a cozinha e o salão de beleza, existindo reeducandas também empenhadas em áreas de serviços gerais .

Na parte interna, encontramos um parlatório para contato dos advogados com suas clientes, com três espaços individuais, acompanhado de uma sala com computador e impressora para uso dos defensores. (Supervisão Psicossocial). Tanto na parte interna, quanto na parte externa, identificamos nas visitas realizadas ao espaço da Colônia Penal, que o prédio necessita de uma melhor manutenção, principalmente no que tange a restauração e pinturas dos espaços e restaurações estruturais. Identificamos que se faz necessários a pintura das celas e da parte interna

da colônia com cores alegres e leves, a troca dos colchões e manutenção do sistema de esgoto, pois ocorrem entupimento nos banheiros e manutenção da fossa, que chega a entupir, provocando grande mão de obra para resolver o problema.

As celas são apertadas e quentes para o número de pessoas que as ocupam, todavia o uso de eletrodomésticos ou as chamadas pererecas (aparelho improvisado pelas presas para aquecer água) nas celas tem que ser limitado, pois o sistema elétrico da Colônia Penal, o setor onde se instalam as reeducandas não suporta a sobrecarga de energia, o que provoca constantes quedas automáticas de energia, de modo a evitar uma sobrecarga no sistema elétrico, pois as instalações elétricas são precárias, não contemplando uma tensão para qual está sendo exigida atualmente, pois as detentas usam gambiarras para utilizar aparelhos domésticos como ventiladores ou rádios o que faz com que o sistema de disjuntores detectem sobrecargas e desligue o fornecimento de energia várias vezes por dia, tendo que ser religado e votando a cair.

O sistema de ventilação das celas, de modo geral é deficiente, contribuindo para ampliar o calor da temperatura ambiente, influenciando para maior desconforto, principalmente durante os meses de maior temperatura.

Os portões de segurança são de ferro, bem resistentes, com travas automáticas, mas necessitam de atualização na pintura. A entrada principal da Colônia tem um sistema novo com uma esteira e um visor de raio x para exame de bagagens e bolsas, mas ainda não foi devidamente instalado para o funcionamento.

A Colônia Penal Feminina do Bom Pastor conta com uma cozinha equipada com todo material necessário para produzir ali mesmo a alimentação das detentas, contado com fogão, frízeres e utensílios domésticos. Neste local trabalham 17 reeducandas que em 03 turnos de 06 horas, para a produção do alimento. À frente da cozinha tem um pequeno refeitório que conta com mesas e bancos de cimentos fixos para que as detentas realizem as refeições, mesmo que estas prefiram comer no pátio ou nos corredores, pois não há lugar para todas no refeitório ao mesmo tempo. Para que estas possam se alimentar, lhes são fornecidos talheres descartáveis, já que não há possibilidade, em decorrência da segurança, de serem utilizados talheres de metal.

Não há prato, assim as reeducandas trazem vasilhas e canecas plásticas, onde lhes são colocados os alimentos.

A alimentação seque um cardápio variado, orientado por uma nutricionista, tentando suprir todas as necessidades nutricionais básicas das reeducandas e para as que necessitam de dieta especial por motivo de doença tais como diabetes ou hipertensão, ou para as que estão no berçário, recebem uma refeição feita em separado, com as especificações devidas. Uma curiosidade é que o fornecimento de frutas tem certas restrições, pois algumas frutas tais como laranja, abacaxi, uva ou limão, pois os sucos destas frutas podem produzir a fermentação e com isso se evita o risco da produção de bebidas alcoólicas. As reeducandas realizam três refeições por dia, o café da manhã, às 6h30, o almoço, a partir das 11h30 e o jantar entre as 16h00 da tarde, sendo também fornecido lanches, como frutas, iogurte e leite. Algumas poucas detentas que possui melhores condições financeiras, recebem refeição fornecida por sua família, basicamente por conta da necessidade de dietas especiais.

Na padaria três reeducandas exercem a função de panificação, sendo este outro setor que tem que ser acompanhado de perto e o de panificação, onde ocorre um controle muito grande com o fermento para a panificação, pois com este produto também se pode fabricar bebida alcoólica.

Existe outro espaço com cerca de 5 salas que são usadas para ações de terapia ocupacionais e religiosas, onde podem fazer cursos ou atividades artísticas. Esses espaços são freqüentados por detentas que se inscrevem para participar, tendo para tal que manter um comportamento regular, sem promover alterações disciplinares.

O espaço destinado à saúde é amplo, com clínicas psiquiátricas, ginecologia, clinica médica e dentista, onde tem médicos várias vezes por semana, permitindo uma boa assistência à saúde das detentas. Nesta parte, em conversa informal com o médico clínico, este informou que há muito rigor na prescrição de medicamentos, principalmente quando se trata de pomadas para que não sejam estes recipientes utilizados para armazenar entorpecentes, sendo preferencialmente prescritos comprimidos e quanto à prescrição de medicação controlada, pois estes últimos

podem servir de moeda de troca entre as reeducandas, principalmente para as que sofrem de dependência química, pois não se conseguiria alcançar o objetivo de medicar devidamente as que necessitassem de tratamento psiquiátrico, pois não tomariam os medicamentos como prescrito e as que não necessitariam destes medicamentos é quem faria uso deles, podendo lhes ser prejudicial à saúde e ao comportamento.

O atendimento médico que não pode ocorrer dentro das clínicas instaladas na Colônia Penal Feminina é encaminhado aos hospitais públicos da região metropolitana, onde há a parceria com o pessoal do serviço social da colônia para que o atendimento possa ocorrer o mais breve possível.

As áreas administrativas estão colocadas em salas pequenas, com pouco espaço para armazenar documentos e até para um adequado desempenho dos profissionais. Existem áreas de psicologia que é dividido com a assistente social, com apenas dois birôs, sendo inconveniente para que haja um atendimento, e muitas vezes uma das profissionais tem que se ausentar para que a reeducanda seja atendida pela outra profissional. Pouco espaço também ocupa os profissionais da área de atividades laborais e os da administração prisional.

Á sala das defensoras públicas apesar de ter um espaço maior, também carece de privacidade para a detenta tratar particularmente com a defensora, bem como de ser um ambiente mais iluminado.