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1. PROCESSO DE DEMARCAÇÃO DO FENÔMENO

2.7 ESTILOS DE APRENDIZAGEM

2.7.3 Algumas aplicações dos modelos de estilos de aprendizagem

2.7.3.2 Modelo CAIUS

2.7.3.2.1 Estrutura para o modelo CAIUS

O CAIUS pode ser considerado como uma estrutura suporte no nível micro, que aplica estilos de preferência através da estrutura, controle e exemplos. Em nível macro (ex. aula global) todas as ferramentas pedagógicas podem ainda ser utilizadas.

Seguindo as especificações do CAIUS e a descrição do modelo, Durling (1996) sugere uma estrutura que corresponde às especificações de materiais educacionais para um total de dezesseis estilos de aprendizagem, descrevendo assim, uma aplicação da matriz CAIUS em um modelo de ensino e aprendizagem. É uma estrutura simplificada que demonstra a maioria dos elementos básicos, que pode ser vista para operar no nível de nós e links e introduzir um número de construções de blocos que constituiriam uma lição. A seguir são mostradas algumas definições usadas por Durling.

Níveis de estrutura

Um “nó” é definido como um ponto de informação educacional. Nesta estrutura, este pode ser conceitualizado como uma tela de material de ensino ou a menor unidade de ensino no modelo CAIUS. Portanto, um “nó” contendo um tópico teria “links” com diferentes elementos estruturais adequados, junto com qualquer controle necessário, o qual permite voltar e revisar “nós” anteriores. Deve também conter “links” para recursos de informação e ensino relacionados especificamente com o conteúdo. Isto é mostrado na Figura 5.

links controle para rever nós prévios

a partir de um nó prévio

para outros recursos (browsers,metas,

mileposts)

para o próximo nó

Figura 5: “Nó” e “Links” para outros recursos. Fonte:Durling (1996).

As iniciativas podem ser tomadas pelo sistema computacional ou pelo usuário, dependendo da posição ocupada na matriz de estilos. A partir do “nó”, browsers de informações podem ser acessados e dependendo do estilo de ensino, metas e mileposts podem ser também mostradas.

O browser pode ser conceitualizado como um banco de dados usado como uma fonte de recursos para buscar e encontrar informações. Podendo ser de dois tipos, árvore (indexar hierarquicamente) e hipertexto (busca hipertexto).

As metas são exigências das escalas pensar (T) e julgar (J). Podem corresponder aos resultados esperados da aprendizagem de cada lição, por exemplo:

• fornecer o contexto, rever a seção ou seções anteriores;

• esboçar a extensão do material nesta seção, referência de prazo de entrega ou tarefas;

• especificar o que o aprendiz deveria conhecer no final desta seção.

Os Mileposts são exigências da escala Julgar (J). São pontos em que o progresso é recapitulado explicitamente e é celebrado. Estes pontos podem ser chamados de marcos e declaram o que tem sido realizado até o momento, por exemplo:

• rever o que foi aprendido nesta lição;

• colocar esta aprendizagem no contexto de toda a lição; • congratular o aprendiz.

Os “nós”, juntamente com seu browser e elementos estruturais, podem ser agrupados em uma seqüência educacionalmente significativa, para formar parte de uma lição completa, com objetivos específicos de aprendizagem. Este agrupamento de “nós”,

como uma parte definida de uma lição, é denominado de episódio de ensino. Como pode ser visto, esquematicamente, na Figura 6.

lição da lição anterior para a próxima lição do episódio de ensino anterior para o próximo episódio de ensino

do nó anterior para o próximo nó

para outros recursos episódio de ensino nó lições episódios de ensino nós

Figura 6: Níveis: lição, episódios de ensino e “nós”. Fonte: Durling (1996).

Portanto:

• os “nós” são o menor dispositivo de ensino;

• os “nós” são agrupados como um episódio de ensino; e • os episódios de ensino são agrupados como uma lição. Estruturas-exemplos

Cada “nó” contém um número de estruturas mostrando exemplos, que apóiam um tópico particular. Os exemplos são exigências dos processos das escalas Sentido/Intuição (S/N) e Pensar/Sentir (T/F). As estruturas para um dado tópico são criadas em quatro estilos relacionando, respectivamente, a fatos/presente (S), idéias/futuro (N), análise/coisas (T) e valores/pessoas (F). Estas podem ser estruturas simples ou expandidas pelo uso de

hotposts ou dispositivo similar a um link para uma nova informação sobre o tópico, criado no

mesmo estilo. O ícone para uma estrutura (por exemplo, projetado no estilo Sentido) é apresentado na Figura 7.

S

Figura 7: Estrutura-exemplo (Sentido). Fonte: Durling (1996)

Seqüência de estruturas

As estruturas devem ser apresentadas para o aprendiz em uma seqüência particular, conforme Figura 8. O seqüenciamento é determinado pela dominância (cada tipo apresenta os quatro processos dispostos na ordem de preferência). As estruturas são apresentadas de duas maneiras alternativas:

• uma seqüência fixa - onde elas devem ser vistas na ordem mostrada. Isto é típico de uma estrutura linear, como em técnicas de aprendizagem programadas;

• uma seqüência sugerida - onde o aprendiz tem escolha da ordem de ver o material. Isto é típico de sistemas instrucional mais exploratório.

S

T

F

N

S

T

F

N

Figura 8: Seqüência fixa de estruturas e seqüência sugerida de estruturas. Fonte: Durling (1996).

Dominância

Esta define para cada um dos dezesseis tipos, as funções de: dominante, auxiliar, terciário, e inferior. Segundo Hirsh e Kummerow (1990): dominante é a função mais preferida e é usada no mundo favorito do indivíduo (se este é energizado pela extroversão o mundo favorito é o exterior, se for energizado pela introversão o mundo favorito é o mundo interior); auxiliar é a função que ajuda ou suporta a função dominante, ela fornece o equilíbrio da personalidade, pois as funções dominante e auxiliar são usadas em mundos opostos; a função terciária é oposta a função auxiliar na escala de preferência, e a função inferior aparece quando as pessoas estão sob estresse e/ou debilitadas. De acordo com a dominância, o Quadro 21 apresenta a ordem das estruturas-exemplos para todos os tipos.

Quadro 21: Ordem de estrutura–exemplos. se ESTP então seqüência = S, T, F, N

se ESFP então seqüência = S, F, T, N se ENFP então seqüência = N, F, T, S se ENTP então seqüência = N, T, F, S se ESTJ então seqüência = T, S, N, F se ESFJ então seqüência = F, S, N, T se ENFJ então seqüência = F, N, S, T se ENTJ então seqüência = T, N, S, F

se ISTJ então seqüência = S, T, F, N se ISFJ então seqüência = S, F, T, N se INFJ então seqüência = N, F, T, S se INTJ então seqüência = N, T, F, S se ISTP então seqüência = T, S, N, F se ISFP então seqüência = F, S, N, T se INFP então seqüência = F, N, S, T se INTP então seqüência = T, N, S, F Fonte: Durling (1996) adaptado pela autora.

Autoria de estruturas-exemplos

Refere-se a uma indicação do tipo de material que cada aprendiz prefere ver na estrutura de exemplos. Os Quadros 22 e 23 apresentam essas preferências para as escalas Sentido/Intuição e Pensar/Sentir, respectivamente.

Quadro 22: Estrutura–exemplo para a escala Sentido – Intuição.

SENTIDO (S) INTUIÇÃO (N)

• o foco do sentido é uma confiança em dados reais: dados quantitativos verificáveis; medidas; aspectos práticos de testar resultados; e referências bibliográficas para novas informações. Juntamente com aspectos históricos do assunto

• o texto trata do assunto por explanação cuidadosa

• a apresentação pode ter fontes múltiplas de dados: como banco de dados, tabelas, e planilhas

• o foco da intuição é possibilidade futura: novas idéias e teorias são exploradas

• pontos de vistas alternativos (e talvez conflitantes) podem ser oferecidos

• estes exemplos podem ser explicados com muita imagem, desenhos e impressões e todas imaginações são permitidas

Fonte: Durling (1996).

Quadro 23: Estrutura–exemplo para a escala Pensar – Sentir.

PENSAR (T) SENTIR (F)

• o foco para Pensar é análise lógica: princípios e padrões são explicados • os textos são totalmente referenciados e

existe avaliação crítica de trabalhos correntes no campo de estudo

• atenção é dada para detalhes. O estilo é acadêmico e científico

• o foco do Sentir reside em valores de julgamento • subjetividade com relação ao assunto pode ser

bem recebida

Fonte: Durling (1996).

Processos

Mostra o tratamento para cada processo mental Sentido/Intuição (S/N) e Pensar/Sentir (T/F). Da escala T/F, denota-se principalmente o tratamento de exemplos, enquanto a escala S/N define a direção de aprendizagem e linearidade Durling (1996).

Se S então:

• exemplos = fatos (práticos, presente, realístico, detalhes); • instrução = linear (seqüência de apresentação está fixada); • direção = concreto para abstrato.

Se N então:

• exemplos = possibilidades (alternativas, futuro, idéias, todo); • instrução = exploratória (seqüência de apresentação é sugerida); • direção = abstrato para concreto.

Se T então:

• exemplos = análises, coisas (objetivo, avaliação crítica, impessoalidade); • mostrar metas.

Se F então:

• exemplos = valores; pessoas (subjetividade, julgamento de valor, opiniões, personalístico, exemplos centrados em pessoas).

Atitudes

São variáveis baseadas em duas formas de atitudes. Representa fatores extras preferidos por certos tipos, junto com a ordem em que browsers de informação são apresentados. Se J então: • mostrar metas; • mostrar milepost; • mostrar: o indexador árvore; o indexador hipertexto. Se P então: • mostrar: o indexador hipertexto; o indexador árvore.

Segundo Durling (1996), existem muitos modelos de instrução que visam estruturar o conteúdo e entregar materiais educacionais baseados sobre diferentes teorias pedagógicas. Autores de materiais de aprendizagem a distância têm projetado modos particulares para encorajar motivação, sem direta interação com o professor. O modelo CAIUS não tem a

intenção de diminuir ou substituir estas práticas. Este modelo tem como propósito servir como uma ferramenta para tornar os materiais educacionais sob uma forma implementável em um computador, e para entregar estes em uma variedade de estilos de acordo com as preferências dos estudantes.