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ESTRUTURAL PARA A TECNOLOGIA “GESTÃO EFICIENTE DO SISTEMA ELÉCTRICO” 2.3.1– Descrição Geral da tecnologia “Gestão Eficiente do Sistema Eléctrico”

2.2.3.2 Medidas não financeiras

ESTRUTURAL PARA A TECNOLOGIA “GESTÃO EFICIENTE DO SISTEMA ELÉCTRICO” 2.3.1– Descrição Geral da tecnologia “Gestão Eficiente do Sistema Eléctrico”

Os custos dos serviços de produção de energia em S. Tomé e Príncipe são um dos mais elevados da África Subsahariana, em termos de custos associados, pelo facto desta produção ser maioritáriamente feita através da queima de combustíveis fósseis em cerca de 92% (MOPIRNA, TCN, 2019). Esses produtos são importados, o que torna o País muito dependente do exterior e das flutuações do preço do gasóleo no mercado internacional.

Na Região Autónoma do Príncipe (RAP) a produção eléctrica é obtida essencialmente de uma central térmoeléctrica. Os custos associados a compra de combustíveis e a manutenção dos geradores situam-se em cifras milionárias de dólares americanos, na ordem de dois dígitos.

Os restantes 8% da produção de electricidade, provêm essencialmente de uma central hidroeléctrica instalada desde 1967, que permaneceu em funcionamento desde então e passa actualmente passa por uma fase de reabilitação na tentativa de aumentar a sua capacidade de produção.

As receitas provenientes das tarifas de electricidade não garantem o retorno do capital investido, tornando o serviço de fornecimento muito vulnerável.

O sistema de transmissão e distribuição de electricidade em S. Tomé e Príncipe é antigo e revela falta de manutenção regular.

Em resumo fruto da situação atrás descrita, o serviço de electricidade é de baixa qualidade com cortes frequentes de fornecimento, elevada perda de energia nas redes de transmissão e distribuição, o que leva os potenciais clientes da Empresa de Água e Electricidade (EMAE), que por sua vez são prestadores de outros serviços essenciais à população, a recorrerem a geradores a díesel para garantirem o funcionamento das suas instalações.

O sucesso da nova estratégia prevista para o sistema energético nacional está comprometida com a eficiencia energética (Neto F. , 2013) que se traduz na materialização da tecnologia “Gestão eficiente do sistema eléctrico”.

De acordo com o referido autor a eficiência energética é a componente vital dessa estratégia para desacelerar o actual crescimento da demanda e pico de atendimento de electricidade e o consequente consumo de diesel.

A melhoria da iluminação pública, do próprio sistema de geração e de fornecimento será uma realidade se houver um forte investimento no sector.

Um dos grandes desafios da tecnologia proposta ”gestão eficiente do sistema eléctrico” terá de passar por resolver o dilema da dificuldade actual do sistema em suportar a demanda noturna de energia devido a entrada do sector doméstico a partir das 18 h, período de maior demanda.

No que toca a parte da governança, o sector electrico tem vivido muito tempo sob política de planificação não adequada. Anteriormente as acções planificadas tinham carácter urgente e respondia as necessidades de muito curto prazo.

Actualmente este sector vem vivendo o processo de transformação com vista a garantir uma planificação e execução, a curto, médio e longo prazo. O sector já conta com o Plano de Desenvolvimento do Sector a Baixo Custo que apresenta entre outros os investimentos tanto na produção, bem como na melhoria do sistema de transporte e distribuição da energia eléctrica com o horizonte de 2035.

Os apectos ambientais têm sido uma preocupação deste sector. Neste sentido o Governo em colaboração com os diferentes parcerios bilaterais e multilaterais vem desenvolvendo um conjunto de ferramentas políticas, técnicas e jurídicas com vista à suportar o processo de transição energética em curso.

Perspectivas de redução das emissões de GEE, provenientes do subsector da geração de electricidade com a implantação da tecnologia

Esta tecnologia insere-se na categoria orgware, visto incidir maioritáriamente no sistema organizacional para melhorar o fornecimento de energia eléctrica em S. Tomé e Príncipe. A implantação de um sistema de gestão eficiente de energia eléctrica, inclui uma mudança de comportamento ao nível dos técnicos e decisores, uma vez que em primeiro lugar alinhar-se-á as NDC actualizadas (PNUD, 2020), onde pretende-se para 2030 atingir uma redução das

emissões da ordem dos 50% em relação aos níveis de emissão apurados em 2015 (MOPIRNA, NDC, 2015).

Em segundo lugar a inserção desta tecnologia, irá melhorar aspectos tais como um maior equilíbrio de género nas novas contratações de quadros técnicos e administrativos para a gestão que se requer mais eficiente do sistema a implantar.

Outra questão deveras importante na mudança de comportamento, atrás referida é o entendimento acerca da reviravolta que se almeja no sistema eléctrico nacional, com a introdução de energias renováveis de facto.

Os compromissos de S. Tomé e Príncipe com as NDC, enquanto parte da Convenção Quadro das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas (CQNUMC), exige que o País se obrigue, isto é passar das constatações a acção, com o aumento do nivel de inserção das eneegias renováveis no País.

Urge que se aumente os níveis de implantação da energia sustentável, quer seja a fornecida Publicamente pelo Estado, como por apropriação do sector privado com integração nas suas instalações de negócio e domésticas, seja através de centrais fotovoltaicas ou das mini-hídricas cujas localizações estão previstas em diversos rios identificados em estudos realizados sobre o sector energético do País que incluem o diagnóstico sobre o potencial hídrico. A título de exemplo desde 2009 num estudo relalizado por uma empresa de Taiwan (“CECI CONSULTANTS, 2009) citado na Segunda Comunicação Nacional sobre Mudanças Climáticas (MOPRN, 2011) reportam a existência de caudais de rios susceptíveis de aproveitamento hidroeléctrico, um volume total de água estimado em 410,55 milhões de m3 sem qualquer

aproveitamento até ao presente, embora se saiba que com as mudanças climáticas esses caudais diminuíram significativamente.

De acordo com º o Relatório Nacional do Ponto de Situação de Energias Renováveis e Eficiência Energética em STP, 2020 , a rede de transmissão e distribuição de energia conhece perdas frequentes na ordem de 34,5%. Por essa razão afirma que o sector eléctrico necessita de urgente atenção para melhorar a eficiência técnica do sistema. A empresa de água e electricidade (EMAE) apresenta uma média de produção de 3,34kWh/l de diesel, abaixo dos outros sistemas que chegam a produzir até 4,37 kWh/l de diesel.

A tecnologia certamente encontrará grandes dificuldades para a sua implantação em S. Tomé e Príncipe, devido ao facto de existir uma acomodação generalizada das partes envolvidas na gestão do sistema eléctrico nacional.

Exigirá uma mudança de comportamento a todos os níveis, uma vez que alterará os interesses das diversas camadas sociais, o que contribuirá positivamente para a mudança de comportamento que se pretende.

Os níveis de formação exigidos para que se tenha o sistema de gestão eficiente do sistema