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Em 1950, Foz do Iguaçu era o único município do oeste paraense. No fim dessa década, surgiram outros quatro: Cascavel, Toledo, Guaíra e Guara- niaçu. Na década de 1970 já eram 21 municípios, até chegar a 51 em 2007.

Nessa região, que tem como forte característica a abundância de cur- sos d’água, situa-se a Bacia Hidrográfica do Paraná III. A bacia abrange a totalidade da área de drenagem dos afluentes pertencentes ao território pa- ranaense que lançam suas águas diretamente no rio Paraná e localiza-se entre os afluentes dos rios Piquiri e Iguaçu, perfazendo uma área de 8.389 km2.

Essa área envolve total ou parcialmente 28 municípios paranaenses: Altônia, Cascavel, Céu Azul, Diamante D’Oeste, Entre Rios do Oeste, Foz do Iguaçu, Guaíra, Itaipulândia, Marechal Cândido Rondon, Maripá, Matelândia, Medianeira, Mercedes, Missal, Nova Santa Rosa, Ouro Verde do Oeste, Pato Bragado, Quatro Pontes, Ramilândia, Santa Helena, Santa Teresa do Oeste, Santa Terezinha de Itaipu, São José das Palmeiras, São Miguel do Iguaçu, São Pedro do Iguaçu, Terra Roxa, Toledo e Vera Cruz do Oeste.

Dentre os rios que formam a Bacia do Paraná III merecem destaque o São Francisco Verdadeiro, que nasce no município de Cascavel; o Guaçu, em Toledo; o São Francisco Falso, em Céu Azul; e o Ocoí, em Matelândia.

Bacia do rio Paraná

BACIA DO PARANÁ III

MAPA HIDROLÓGICO E PRINCIPAIS SUB-BACIAS

Reservatório Áreas protegidas Bacia Paraná III Sub-bacias Rios Rio Taturi

Rio Chororó

Rio Guaçu

Rio São Francisco Verdadeiro Rio São Francisco Falso Braço Norte Rio São Francisco Falso Braço Sul Rio São Vicente

Rio Ocoí Rio Pinto Rio Passo-Cuê Rio Gabiroba Córrego Matias Almada

Córrego Dois Irmãos

A Bacia do Paraná III caracteriza-se pela abundância de cursos d´água, abrange 28 municípios e tem como maior depositário o reservatório de Itaipu

O reservatório de Itaipu é o grande depositário da Bacia e as condições de suas águas refletem o grau de qualidade de cada curso d’água que o com- põe. As formas de impactos ambientais identificados no monitoramento da qualidade dessas águas, realizado pela Itaipu Binacional, apresentam os princi- pais desafios:

Assoreamento – O monitoramento de toda a bacia demonstra que o processo de aporte de sedimentos na entrada principal do reservatório atinge a média anual de 6 a 7 milhões de toneladas, com grande variação de ano para ano, dependendo da maior ou menor incidência de enxurradas. A esse volume soma-se o depósito de milhares de toneladas nos rios da BP III que desembo- cam no reservatório. É a erosão do solo; é o rico solo do oeste do Paraná se perdendo, indo embora para nunca mais retornar.

Eutrofização – causada pelo excesso de nutrientes minerais e orgâ- nicos provenientes principalmente da exploração agropecuária, suinocultura e avicultura da região, impactando, entre outras conseqüências negativas para a água, os compartimentos laterais do reservatório. Juntamente com o solo são carregados fertilizantes e matéria orgânica que provocam a proliferação de plantas aquáticas e algas, inclusive algumas potencialmente tóxicas, caracteri- zando um ambiente degradado (eutrofizado), que limita os usos múltiplos do reservatório e futuramente pode afetar a geração de energia.

Mexilhão Dourado – Espécie exótica de molusco, o mexilhão dou- rado é originário da Ásia, de onde veio grudado em cascos de navios, e sua presença em solo sul americano foi observada pela primeira vez no rio da Pra- ta, Argentina, em 1991. Alguns anos depois foi encontrado no reservatório da Usina de Itaipu. De rápida proliferação, o molusco não tem um predador natural, por isso seu controle é difícil. Desde que foi constatada sua presença, passou a ser encontrado em todas as tubulações, filtros e sistemas de resfria- mento dos geradores.

Agrotóxicos – O uso intensivo, abusivo e irresponsável desses pro- dutos na agricultura e pecuária é outro importante fator de deterioração da água e do solo na região da BP III, que afetam a usina de Itaipu e comprome- tem a sustentabilidade do desenvolvimento econômico e a qualidade de vida da população da região.

A cor das águas denuncia o assoreamento e a perda de solos

Mexilhão dourado, originário da Ásia e sem predadores naturais

Usos múltiplos do reservatório - A busca da melhoria da quali- dade do reservatório e das bacias hidrográficas que o abastecem, envolve seguintes questões como: (1) sustentabilidade dos pontos de captação de água para consumo humano; (2) balneabilidade das áreas públicas de lazer (praias), que atraem milhares de turistas regionais, nacionais e internacionais nas temporadas de verão; (3) bases náuticas, que integram o complexo tu- rístico dos municípios lindeiros; (4) corredores de dessedentação usados pelo gado criado pelos proprietários rurais lindeiros; (5) pontos de captação de água para irrigação de culturas agrícolas; e (6) áreas de apoio às atividades de pesca profissional (Pontos de Pesca), de forma a atender cerca de 800 pesca- dores artesanais, com a perspectiva de cumprir as determinações do Governo Federal e gerar proteína animal para integrar aos programas de erradicação da fome no País a partir da piscicultura em tanques-rede.

Esse panorama revela a necessidade de uma forte atuação voltada a recuperar e conservar o ambiente da região. No contexto desta publicação vale lembrar que a Bacia do Paraná III se interliga com outro território de gran- de relevância regional, que é o Parque Nacional do Iguaçu.