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Uma Unidade de Conservação deve ser vista como um centro de aprendizagem sobre a “teia da vida” que ela conserva e como um processo permanente de aprendizagem. Deve ainda fortalecer as populações locais para que estas sejam capazes de planejar, gerenciar e implantar alternativas de acordo com suas realidades e necessidades, estimulando atitudes em favor da conservação do meio ambiente e visando harmonizar as relações entre a Unidade de Conservação e as comunidades do entorno.

Com o objetivo de estimular atitudes em favor da conservação da natureza, minimizar os impactos ambientais e contribuir para o manejo e a proteção dessa Unidade de Conservação, o Parque Nacional do Iguaçu possui forte atuação com a comunidade do seu entorno. Esta se compõe de 14 mu- nicípios: Céu Azul, Matelândia, Vera Cruz do Oeste, Ramilândia, Santa Tere- za do Oeste, Lindoeste, Capitão Leônidas Marques, Santa Lúcia, Capanema, Serranópolis do Iguaçu, Foz do Iguaçu, São Miguel do Iguaçu, Medianeira e Santa Terezinha de Itaipu. A interação se dá por meio da Escola de Educação Ambiental do Parque Nacional do Iguaçu, chamada Escola Parque.

Esta escola iniciou suas atividades em 1963 para atender aos filhos de funcionários e de fazendeiros lindeiros ao Parque. Manteve-se em funcio- namento até 1998, quando – já municipalizada – foi considerada economi- camente inviável pela Secretaria Municipal de Educação de Foz do Iguaçu, devido ao número reduzido de alunos. As atividades foram encerradas e o imóvel entregue ao IBAMA.

O espaço permaneceu sem destinação até 1999, quando o Parque Nacional iniciou a implementação do Plano de Manejo da Unidade, do qual constava o Projeto de Educação Ambiental. A escola tornou-se o espaço físico privilegiado e disponível para atender às necessidades desse projeto. Em 26

Município de Foz do Iguaçu, a Escola Parque foi inaugurada. Seu objetivo é estimular atitudes em favor da conservação do meio ambiente, com diferen- tes atores sociais, por meio da integração, do envolvimento e do comprome- timento da população do entorno na proteção do Parque.

Inicialmente suas atividades focalizavam a educação formal, por meio de cursos e palestras para professores municipais do entorno, visitas de alu- nos à Unidade de Conservação e oficinas de arte e reciclagem. Em 2001, por meio de articulações com representantes dos municípios do entorno, a Escola Parque desenvolveu um programa de formação continuada para docentes da rede pública de ensino, intitulado Educação Ambiental no Processo Educati- vo. O curso totalizou 80 horas de formação e envolveu 120 docentes, que, além do trabalho de formação, desenvolveramações de Educação Ambiental em seus municípios. Em relação à educação não-formal, destaca-se o traba- lho com guias de turismo e com os moradores do entorno.

Em 2003, a Escola Parque passou por um processo de replanejamen- to significativo. Por exigência da nova administração do Parque Nacional do Iguaçu, realizou-se uma avaliação e um diagnóstico com representantes das secretarias de Educação dos municípios de entorno e do Núcleo Regional de Educação de Foz do Iguaçu. Desse processo surgiram propostas de um pro- grama de Educação Ambiental continuado, ampliado para além dos muros das escolas e em sintonia com a Política Nacional de Educação Ambiental.

Como resposta a esse diagnóstico, em 2003, foi criado o Setor de Educação Ambiental, ligado à área de Conservação e Manejo do Parque Na- cional do Iguaçu. Esse setor ampliou a abrangência da Educação Ambiental realizada na Escola Parque, estabelecendo metas, objetivos e ações para o período entre 2004 e 2007, e recebendo aporte financeiro do Instituto Vivo. As ações do Programa de Educação Ambiental são atualmente de- senvolvidas em parceria com as 14 Secretarias de Educação dos municípios do entorno e os Núcleos Regionais de Educação de abrangência (Foz do Iguaçu, Cascavel e Francisco Beltrão). Tais ações voltam-se aos diversos ato- res sociais da região, como estudantes dos ensinos Fundamental e Médio, universitários(as), professores(as), agricultores(as), lideranças comunitárias e representantes de ONGs.

volve anualmente cerca de 200 professores/as da rede pública (municipal e estadual) de ensino dos municípios do entorno e de dois municípios argen- tinos (Andresito e Puerto Iguazú). O curso é realizado no período de março a novembro de cada ano, perfazendo uma carga horária de 120 horas/aula, distribuídas em 12 encontros presenciais. A primeira turma teve início em 2004 e durante o processo formativo, os/as educadores/as elaboraram um projeto socioambiental, que começou a ser desenvolvido no segundo semes- tre de 2004 nos municípios com diversos atores sociais. Em dezembro de 2007, fecha-se o primeiro ciclo de formação, totalizando aproximadamente 800 professores/as, formando uma rede em prol da conservação do Parque Nacional do Iguaçu.

A Escola Parque realiza outras ações educativas, como seminários temáticos, com o objetivo de apresentar e dialogar com a comunidade as ações propostas para os municípios por meio dos professores/as do Curso /Laboratório; mostras de Educação Ambiental, que visam apresentar, avaliar e projetar tudo o que foi feito durante o ano nos 14 municípios; oficinas ecoló- gicas, ciclos de palestras e visitas orientadas de caráter educativo e recreativo, que ocorrem diariamente no interior do Parque Nacional. Os visitantes são, em geral, alunos dos ensinos Fundamental e Médio, professores, universitá- rios, grupos da Terceira Idade, crianças portadoras de necessidades especiais, integrantes de associações de bairro, entre outros.

O sucesso da iniciativa fez com que a Escola Parque fundasse, a par- tir de 2004, outras três estruturas educadoras nos municípios de Céu Azul, Matelândia e Capanema, em parceria com as respectivas Secretarias de Edu- cação. Em Céu Azul, o espaço educador é uma trilha dentro do Parque, utili- zada para visitas guiadas por monitores, pessoas da própria comunidade. Nas bases de Matelândia e Capanema também são executadas ações do curso/la- boratório no processo educativo com os municípios vizinhos.

A adesão do Parque Nacional do Iguaçu ao Programa FEA, atuando juntamente com a Itaipu como instituição âncora na região, vem descorti- nando um novo paradigma na Educação Ambiental com foco em Unidade de Conservação. A experiência e os resultados do processo participativo, demo- crático e biorregionalizado realizado pela Escola Parque demonstram que a Educação Ambiental, utilizada como ferramenta de sensibilização e conscien- tização, promove mudanças de valores e atitudes de diferentes segmentos

Este é o Parque Nacional mais visitado do Brasil

A Escola Parque utiliza diferentes linguagens para educar Vista parcial do Centro de Visitantes

As atividades da Escola Parque envolvem adultos...

C ÍR C U LO S DE APR ENDI ZAGE M PARA A SUSTENTAB ILIDA D E

Capítulo

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Atores Sociais que