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Ação 13 DW - Novo Centro de Processamento Final (NCPFI)

3. ESTRUTURAS DE GOVERNANÇA E DE AUTOCONTROLE DA GESTÃO

Segundo as disposições da IN TCU nº 63/2010, da DN TCU nº 127/2013 e da Portaria TCU nº 175/2013, para a Fiocruz, a exigência de prestação de contas de parte dos conteúdos deste item é inaplicável: a saber:

Itemização Original Título

3.3 Remuneração para a Administradores

3.1 Estrutura de Governança

Fundação Oswaldo Cruz é uma fundação pública, vinculada ao Ministério da Saúde. Em essência, a Fiocruz é uma instituição de Ciência e Tecnologia, suas atividades principais se situam no campo do ensino, da pesquisa e desenvolvimento tecnológico, e da produção industrial de bens com alto valor tecnológico agregado. Como instituição de ensino e pesquisa, a Fiocruz compartilha um conjunto de características comuns a organizações do gênero. Um aspecto importante são os chamados ativos intangíveis para os processos de geração de valor na organização, notadamente o conhecimento incorporado no seu quadro de profissionais.

Outra característica essencial da Fiocruz resulta do fato desta ser uma organização divisionalizada e, adicionalmente, pelo fato de suas “divisões”, isto é, as diversas unidades técnico-científicas e outras que integram a Fundação, desenvolverem uma grande variedade de atividades, mesmo dentro do campo comum do ensino, pesquisa e desenvolvimento em saúde.

A origem da Fiocruz remonta à criação do Instituto Soroterápico Federal, sob a direção de Oswaldo Cruz, em 1900, na fazenda de Manguinhos, no Rio de Janeiro. Entretanto, sua forma institucional atual data do ano de 1970, sob a denominação Fundação Instituto Oswaldo Cruz com a integração do Instituto Oswaldo Cruz, da Escola Nacional de Saúde Pública e a incorporação do Instituto Fernandes Figueira e dos centros de pesquisa na Bahia, Minas Gerais e Pernambuco, dentre outros. A organização recebeu o nome atual, Fundação Oswaldo Cruz, em 1974. Atualmente, a Fiocruz é composta por quinze unidades técnico-científicas, sendo dez delas no Rio de Janeiro e outras cinco em diferentes estados da federação; possui escritórios oficiais em quatro estados da Federação, com perspectiva de se tornarem unidades técnico-científicas e, recentemente, estabeleceu um escritório oficial internacional em Maputo, Moçambique (Fiocruz África).

As duas características mencionadas, o fato de ser uma instituição de ciência e tecnologia e igualmente uma organização divisionalizada e diversa, têm grande importância para a estrutura de governança da Fiocruz. Como instituição de ciência e tecnologia, as atividades da Fiocruz têm como principal substrato o capital de conhecimentos acumulados dos seus profissionais, pesquisadores e outros – em geral, conhecimentos técnico-científicos altamente especializados – em um grande espectro de áreas, nos campos das ciências naturais, das ciências biomédicas e das ciências sociais e humanas. Em organizações com estas características necessariamente os profissionais-especialistas detêm um elevado grau de autonomia e grande poder de determinação sobre suas próprias atividades.

Por outro lado, na qualidade de autarquia federal e considerando-se a diretriz adotada pela Fiocruz em seu VI Congresso Interno, de sua consolidação como “instituição pública estratégica de Estado para a Saúde”, a Fiocruz é incumbida de uma série de responsabilidades e obrigações para com o Ministério da Saúde e para com a sociedade brasileira que, a partir de receitas fiscais obtidas pelo

173 Governo Federal, dota a Fiocruz com recursos públicos, orçamentários e outros, para a prestação de serviços e produção de bens de natureza pública, em benefício da coletividade. É uma instituição de ciência e tecnologia que, além das características que advêm desta mesma condição, é composta por um conjunto de unidades que realizam atividades distintas, elas mesmas possuidoras de relativa autonomia administrativa.

Dadas as premissas acima, para que a Fiocruz possa cumprir adequadamente sua missão e obrigações para com o Governo, a Sociedade e, em particular, com o Sistema Único de Saúde, sua estrutura de governança deve estabelecer mecanismos de controle e incentivos, assim como dispositivos institucionais adequados de coordenação entre os agentes envolvidos: a presidência da Fiocruz, a direção das unidades que integram a Fundação, departamentos, laboratórios e outros órgãos que fazem parte das unidades, e, não menos importante, os profissionais da organização. A Fiocruz recebe um ‘mandato’ da sociedade, para desempenhar determinadas funções em benefício da coletividade. Por isto, as atribuições da Fiocruz são estabelecidas pelo Decreto nº 4.725 de 09 de julho de 2003, que aprova o Estatuto da organização, e reafirmadas em seu Regimento Interno, aprovado pela Portaria nº 2.376, de 15 de dezembro de 2003, do Gabinete do Ministério da Saúde. A responsabilidade por este mandato é, primariamente, do Governo Federal, através do Ministério da Saúde, ao qual a Fiocruz é vinculada e, secundariamente, da presidência da Fiocruz, cuja nomeação é de responsabilidade do Presidente da República, mediante indicação do Ministro da Saúde. Entretanto, as atividades finalísticas da Fiocruz, que dão concretude às atribuições e responsabilidades assumidas pela Fundação, previstas em seu Estatuto, são desempenhadas especificamente pelas unidades técnico-científicas que compõem a Fiocruz. Estas, por sua vez, são compostas por subunidades – laboratórios, centros, coordenações, departamentos, serviços – que desempenham funções diversas visando o cumprimento das finalidades da organização.

Neste ponto deve-se destacar uma terceira característica importante da Fiocruz: seu modelo de governo democrático e participativo, consagrado em seu Estatuto e no Regimento Interno. Este caráter democrático e participativo é dado, de um lado, como já foi apontado, pelos mecanismos de consulta à comunidade de trabalhadores da organização para a escolha dos dirigentes – o presidente da Fiocruz, os diretores das unidades técnico-científicas e de apoio e, em alguns casos, os dirigentes de subunidades – e, de outro lado, pelos dispositivos de gestão colegiada, em que participam representantes das unidades e dos trabalhadores. O presidente da Fiocruz é nomeado pela Presidência da República, a partir de lista tríplice indicada pela comunidade de servidores da organização, na forma prevista pelo Regimento. Os diretores das unidades técnico-científicas, por sua vez, são indicados pela presidência da Fiocruz, também a partir de uma lista tríplice, escolhida pela comunidade de cada unidade através do voto direto. Compete aos diretores indicar os responsáveis pelos órgãos e subunidades componentes das unidades, sendo facultado às unidades estabelecer processo de consulta ou eleição para o provimento destes cargos, o que efetivamente ocorre em alguns casos. O mandato dos dirigentes é de quatro anos, igualmente conforme definição do Regimento Interno, admitida a recondução por um período consecutivo.

A estrutura de governança da Fiocruz busca conciliar, de um lado, o imperativo do cumprimento de sua missão institucional, bem como suas responsabilidades frente ao Governo e à Sociedade, e, de outro lado, as aspirações da comunidade de servidores, observando-se a importância, já mencionada acima, dos ativos de conhecimento incorporados no quadro de profissionais para a geração de valor na organização. O cumprimento, pela Fiocruz, de sua missão e atribuições se dá através de uma série de dispositivos de delegação, em sentido descendente, que tem por finalidade vincular a liderança da organização, isto é, seus dirigentes, com seus objetivos e finalidades institucionais. Estes dispositivos de delegação são reforçados por dispositivos de gestão orçamentária: cabe à Presidência da Fiocruz, por meio da Diretoria de Planejamento Estratégico e da Diretoria de Administração, coordenar a elaboração da programação física e orçamentária anual das atividades da organização, incluindo a distribuição dos recursos orçamentários entre as diversas unidades, que deverá ser aprovada, entretanto, pelo Conselho Deliberativo, isto é, pelo órgão colegiado da Fiocruz em que participam os dirigentes das próprias unidades. A consulta democrática para a escolha dos

174 dirigentes, assim como os órgãos de gestão colegiada, são instrumentos institucionais que permitem contrabalançar, em razão de seu caráter ascendente e participativo, a cadeia de responsabilidades descendente, da sociedade e do governo, seu representante, à hierarquia interna de órgãos, unidades e subunidades, com vistas à realização das finalidades expressas através dos instrumentos legais que disciplinam a missão institucional da Fiocruz.

Os dispositivos institucionais de gestão colegiada desempenham um papel fundamental na estrutura de governança da Fiocruz. A Fiocruz conta com dois órgãos colegiados deliberativos, o Conselho Deliberativo e o Congresso Interno, e um órgão consultivo, o Conselho Superior, descritos a seguir. O Conselho Deliberativo é composto, conforme o art. 10 do Regimento Interno da Fiocruz, pelo Presidente e Vice-Presidentes da Fiocruz, pelo Chefe de Gabinete da Presidência, por um representante do sindicato dos trabalhadores, e pelos diretores das unidades técnico-científicas, técnicas de apoio e técnico-administrativas referidas no Estatuto da Fiocruz. O Conselho Deliberativo é presidido pelo Presidente da Fiocruz, sendo suas deliberações adotadas pela maioria simples dos votos dos seus membros, exceto os diretores das unidades técnico-administrativas. Segundo o Estatuto da Fiocruz, em seu art. 7º, Ao Conselho Deliberativo compete:

I - deliberar sobre:

a) a política de desenvolvimento institucional da Fiocruz;

b) a programação de atividades e a proposta orçamentária anual definidas no Plano de Objetivos e Metas da Instituição;

c) a política de pessoal; e

d) a destituição de Diretor de Unidade por descumprimento das diretrizes políticas e operacionais emanadas do Conselho Superior e do próprio Conselho Deliberativo, por insuficiência de desempenho, por falta grave devidamente apurada e comprovada ao projeto institucional, ao regimento interno e ao Estatuto da Fiocruz ou ao Código de Ética do Servidor, garantindo-se amplo direito de defesa;

II - aprovar as normas de funcionamento e organização que constam do regimento das unidades da Fiocruz;

III - acompanhar e avaliar o desempenho das Unidades Científicas, Técnico-Administrativas e Técnicas de Apoio e os programas desenvolvidos pela Fiocruz;

IV - recomendar a adoção das providências que julgar convenientes, com vistas a estruturação e ao funcionamento da Fiocruz;

V - pronunciar-se sobre a celebração de convênios, contratos, acordos e ajustes com entidades públicas, privadas, filantrópicas, nacionais, internacionais e estrangeiras; e

VI - convocar novo processo para indicação do Presidente, no prazo de noventa dias, em caso de impedimento definitivo.

O Congresso Interno é o órgão máximo de representação da comunidade da Fiocruz. A ele compete deliberar sobre assuntos estratégicos relacionados ao macroprojeto institucional, sobre o regimento interno e propostas de alteração do estatuto, bem como sobre matérias que possam interferir nos rumos da instituição. O evento, que acontece a cada quatro anos, é presidido pelo presidente da Fiocruz e composto por delegados eleitos pelas unidades, em número proporcional aos de seus servidores. Conforme definido no Regimento Interno da Fiocruz, o Congresso Interno é convocado, ordinariamente, pelo presidente da Fiocruz no seu primeiro ano de mandato ou, extraordinariamente, por iniciativa do presidente; por iniciativa de dois terços dos membros do Conselho Deliberativo da Fiocruz; por cinquenta por cento mais um dos delegados; ou por um terço dos servidores estatutários da Fiocruz. Os critérios para a composição do Congresso Interno, incluindo a representação proporcional por unidade ou grupo funcional são definidos pelo Conselho Deliberativo da Fiocruz. Suas competências e atribuições são definidas pelo art. 6º do Estatuto:

I - deliberar sobre assuntos estratégicos referentes ao macroprojeto institucional da Fiocruz;

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II - deliberar sobre o regimento interno e propostas de alteração do Estatuto da Fiocruz, exceto no referente ao disposto no artigo 450 deste regimento; e

III - apreciar matérias que sejam de importância estratégica para os rumos da Fiocruz.

A primeira edição do Congresso Interno ocorreu em 1988, durante a gestão de Sérgio Arouca. A Fiocruz realizou seis edições do Congresso desde então e, em 2013, deverá ser convocada a sétima edição.

O Conselho Superior da Fiocruz tem por missão exercer o controle social em nome da sociedade civil. Os critérios para composição do Conselho Superior são definidos no art. 8º do Regimento da Fiocruz: é integrado necessariamente por membros que não pertençam ao quadro de servidores da Instituição, com exceção do presidente da Fiocruz, que o preside, indicados pelo Conselho Nacional de Saúde e nomeados pelo Ministro da Saúde, entre representantes do poder público, personalidades de reconhecida competência técnico-científica, representantes do Sistema Único de Saúde, representantes da área de Ciência e Tecnologia e representantes de outros setores, tais como Educação, Ambiente, Previdência, Agricultura e Trabalho. As competências do Conselho Superior estão expressas no art. 5º do Estatuto da Fiocruz. São elas:

I - apreciar o Plano de Desenvolvimento Estratégico e de Objetivos e Metas, proposto pelo Conselho Deliberativo, sugerir modificações àquele Conselho e emitir parecer final ao Ministério da Saúde;

II - recomendar a adoção das providências que julgar convenientes, com vistas a adequação das atividades técnicas e científicas da FIOCRUZ para consecução dos seus objetivos;

III - acompanhar a execução dos Planos de Objetivos e Metas e avaliar os resultados, emitindo parecer ao Ministério da Saúde, contemplando eventuais sanções aos dirigentes da FIOCRUZ no caso de descumprimento não justificado das diretrizes políticas e dos objetivos e metas propostas; e

IV - propor o afastamento do Presidente da FIOCRUZ pelo não cumprimento das diretrizes político-institucionais emanadas do Congresso Interno e do Conselho Deliberativo, por insuficiência de desempenho ou falta grave ao Estatuto da FIOCRUZ ou ao Código de Ética do servidor.

O Conselho Superior da Fiocruz foi instalado pelo Presidente da Fundação em 25 de novembro de 2011, na sede de Manguinhos, no Rio de Janeiro, em cerimônia que contou com a participação do Ministro da Saúde Alexandre Padilha. Conta com vinte membros, dentre indivíduos de notório saber nas áreas de saúde coletiva e de ciência e Tecnologia, além de representantes de diversas entidades da sociedade civil, como: Associação Brasileira de Saúde Coletiva, Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde, Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde, Academia Brasileira de Ciências, Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, Fundação Zerbini-Incor, Federação Democrática Internacional das Mulheres, Viva Rio.

O Conselho Superior é uma instância de controle externo, composta por representantes da sociedade civil e pela comunidade de ciência e tecnologia. A unidade de auditoria e controle interno, componente do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal na Fiocruz é a Auditoria Interna.

A Fiocruz possui uma unidade de Auditoria Interna em cumprimento ao que dispõe o Decreto 3.591/2000 onde é exigido que as entidades da Administração Indireta criem uma unidade de auditoria interna com suporte necessário de recursos humanos e materiais. De acordo com o Estatuto da Fiocruz, aprovado pelo Decreto 4.725 de 09/06/2003, a Auditoria Interna - Audin é um órgão seccional pertencente à estrutura organizacional da Instituição e está subordinada diretamente à Presidência da Fiocruz.

A Audin tem como principais atribuições: Acompanhar o cumprimento das metas do Plano Plurianual no âmbito da Fiocruz, visando comprovar a conformidade de sua execução; Verificar o desempenho da gestão, visando comprovar a legalidade e a legitimidade dos atos e examinar os

176 resultados quanto à economicidade, eficácia e eficiência da gestão orçamentária, financeira, patrimonial, de pessoal e demais sistemas administrativos operacionais da Fiocruz; Atuar de forma preventiva, de modo a minimizar ou erradicar o cometimento de falhas e impropriedades que possam vir a comprometer a gestão da Fiocruz; Assessorar os órgãos da Presidência e demais unidades da Fiocruz nas matérias inerentes à área de controle interno; Examinar e emitir parecer prévio sobre a prestação de contas anual da Fiocruz e tomadas de contas especiais; Representar a Fiocruz junto aos órgãos do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal e Tribunal de Contas da União, bem como cooperar com estes órgãos no exercício de sua missão institucional; Acompanhar a implementação de suas recomendações bem como aquelas emitidas pelos órgãos de controle interno e externo.

Além do Decreto 3.591/2000, a Auditoria Interna tem suas atividades normatizadas pela seguinte legislação: IN SFC 01/2001; IN CGU 07/2006; IN CGU 01/2007; Estatuto da Fiocruz (Decreto 4.725/2003); Regimento Interno da Fiocruz (Portaria 2376/2003-Ministério da Saúde); Portaria 09/2008-Presidência da Fiocruz.

Externamente a Fiocruz é auditada pela Controladoria Geral da União - CGU, Tribunal de Contas da União - TCU e, excepcionalmente, pelo Departamento Nacional de Auditoria do SUS - DENASUS entre outros. A CGU realiza pelo menos dois tipos de auditoria, além de outros trabalhos especiais ou específicos: auditoria de acompanhamento permanente de gastos e auditoria anual de contas. O TCU analisa a prestação de contas da Instituição e realiza outros trabalhos de auditoria e fiscalização. O DENASUS também realiza auditorias específicas voltadas para avaliação da gestão pública relacionada com programas e ações do SUS.

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3.2 Avaliação do Funcionamento dos Controles Internos