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Dadas as limitações decorrentes do inquérito aplicado avançamos com outro plano metodológico, um Estudo de Caso, com o intuito de analisar mais profundamente um destes hospitais, que se disponibilizou a fornecer dados que permitem uma abordagem mais minuciosa, nomeadamente, a valorização financeira dos benefícios obtidos e serviços comunitários prestados.

4.1. Objectivos

Acessoriamente e, conforme descrito anteriormente, para complementar o objectivo do inquérito, e cientes da impossibilidade de replicar este objectivo para todos os sujeitos da amostra, dadas as restrições de acesso à informação, foi contacto o Hospital de Santa Maria – Porto, IPSS, que se disponibilizou a fornecer os dados financeiros necessários à aferição dos serviços que prestou à sociedade e contabilização dos benefícios que auferiu. Desta forma, e numa vertente de estudo de caso, tivemos como objectivo determinar se os serviços de beneficência prestados pela instituição hospitalar sem fins lucrativos em análise foram superiores aos benefícios que auferiu no ano de 2009.

4.2. Hipótese

Neste âmbito definimos como hipótese para esta abordagem metodológica:

H2 – O hospital em análise cumpre os requisitos do Padrão de Texas relativamente aos serviços prestados à comunidade.

Nós utilizamos como referência o “Padrão de Texas” porque concordamos com a sua aplicabilidade a este tipo de instituições, para motivar e responsabilizar as mesmas pela prossecução dos seus fins estatutários.

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4.3. Metodologia

Para testar a segunda hipótese formulada e para demonstrar a exequibilidade de um estudo credível deste género, desde que assegurados os dados identificados como necessários, seguiu-se, cumulativamente, uma abordagem metodológica de investigação de natureza Mista ou Plurimetodológica. Ou seja, foi realizado um Estudo de Caso a um prestador de cuidados de saúde do sector social.

Esta é uma abordagem que vulgarmente é incluída em planos de investigação qualitativos, mas, como Coutinho & Chaves (2002) referem “se é verdade que na investigação educativa em geral abundam sobretudo os estudos de caso de natureza interpretativa/qualitativa, não menos verdade é admitir que, estudos de caso existem em que se combinam com toda a legitimidade métodos quantitativos e qualitativos”.

Na medida em que foi analisado um prestador de cuidados de saúde, foi possível efectuar uma abordagem mais minuciosa das fontes de informação. No entanto, o objectivo de aferir os custos e proveitos associados à saúde de caridade esteve sempre subjacente, fazendo a ligação à natureza quantitativa do estudo.

Esta hipótese será verdadeira se a valorização financeira dos benefícios auferidos no ano de 2009 for menor que os custos incorridos com serviços de beneficência prestados à comunidade, ou seja, se for verificado o “Padrão de Texas”. Este padrão, como enunciado no segundo capítulo, estabelece que o retorno que estas instituições devem de prestar à sociedade deve ser financeiramente superior ao benefício que a entidade logrou por ser sem fins lucrativos.

4.4. Procedimentos

Como técnica de recolha de dados manteve-se o inquérito enviado a todas as instituições sem fins lucrativos, mas foram acrescentados dados de natureza financeira – Capítulo VII Dados Financeiros - com o intuito de determinar os benefícios da instituição e os custos incorridos na prestação de benefícios à sociedade – Anexo n.º6. Para um esclarecimento mais detalhado dos dados foram utilizadas outras técnicas como a análise documental e entrevistas, estando implícita a natureza qualitativa da metodologia aplicada.

49 Esta metodologia de investigação do Estudo de Caso implicou um contacto directo com a realidade e permitiu recolher muito material descritivo.

Sempre que as respostas suscitavam dúvidas de interpretação foi possível esclarecê-las com a instituição. Foram contactados os Serviços Financeiros, em matéria de proveitos e resultados, o Serviço de Contabilidade para as restituições de IVA e o Serviço de Pessoal para aferição do valor de remunerações pagas em 2009 e sempre que necessário o contacto com a Direcção Geral para aferição da correcta interpretação e valorização dos dados financeiros dos benefícios auferidos pela instituição e custos suportados com a actividade de cariz social.

A proximidade e maior detalhe teve como principal vantagem a exaustão, pormenor e detalhe que se obteve do caso analisado, visto que, indubitavelmente, a informação recolhida foi mais abrangente que a passível de ser obtida através da aplicação de um questionário. Por outro lado, a principal desvantagem foi a impossibilidade de generalização dos resultados estatísticos obtidos para o resto do sector social da saúde.

Após a recepção da resposta do inquérito e esclarecidas todas as dúvidas, os dados foram tratados informaticamente, de forma a quantificar:

• proveitos associados aos benefícios reconhecidos às instituições do sector social, no ano de 2009;

• custos associados à prestação serviços comunitários;

No final, compararam-se os dados anteriormente quantificados com o objectivo de balancear se os custos incorridos eram superiores ou inferiores aos proveitos auferidos inerentes à actividade social prestada na área da saúde.

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4.5. Apresentação e Discussão de Resultados

Iniciamos a nossa apresentação de resultados com a aferição dos Benefícios em que a instituição incorreu por ser IPSS.

IRC

Em matéria de IRC a instituição não auferiu do benefício de estar isenta de pagamento deste imposto, uma vez que apresentou, em 2009, um resultado negativo de €195.944, pelo que não pagaria imposto de qualquer forma, fosse ou não IPSS. No caso do resultado ser positivo bastava aplicar a taxa de 20% aos resultados para contabilizar o benefício em matéria de IRC.

IVA

Em matéria de IVA, trata-se, como descrito no capítulo da revisão da literatura, de um benefício fiscal, na medida em que estas instituições podem solicitar a restituição de algum do IVA suportado na sua actividade, mediante as regras já explanadas anteriormente. Neste domínio a instituição solicitou o reembolso à Administração Fiscal de €1.112.066,25, que se traduz no maior beneficio que esta instituição auferiu em 2009 por ser IPSS.

Nesta matéria, importa evidenciar que não seria de todo expectável que o valor ascendesse àquela grandeza, tendo em consideração que a maioria das categorias do IVA apresenta limites de restituição. No entanto, após abordagem da instituição, concluímos que esta realidade resulta do facto do Hospital em questão ter efectuado, no ano de 2009, elevadas obras de remodelação, que ascenderam a 14 milhões de euros, só na edificação do edifício, que lhes permitiu ter muitas despesas elegíveis para restituição no âmbito dos imóveis afectos à sua actividade (única categoria de reembolso de IVA sem limite definido de restituição).

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IMI

Relativamente a este imposto o valor patrimonial do imóvel inscrito na caderneta predial urbana é de €1.454.179,65. De notar que o valor patrimonial do referido imóvel não foi determinado por avaliação nos termos do CIMI. Assim, de acordo com o preceituado no n.º 1 do artigo 112º daquele Código, aplicar-se-ia a taxa prevista na alínea b). Nos termos do n.º 5 daquele artigo, a taxa é fixada, dentro do referido intervalo, por deliberação da assembleia municipal da área de localização do prédio, isto é, no caso vertente, pela assembleia municipal do Porto e posteriormente comunicada à Administração Fiscal, para efeitos de liquidação. Feita a consulta, no portal das finanças, das taxas de IMI, por município, para o ano de 2009, verificamos que, no município do Porto, a taxa fixada foi de 0,7%.

Do exposto resulta que o benefício da isenção do pagamento de IMI equivale a €10.179,26 (0,7% x €1.454.179,65).

A instituição não é directamente proprietária do imóvel, tendo estabelecido com o proprietário um contrato de comodato9 que lhe permite usufruir das instalações, por um determinado período de tempo e efectuar as obras consideradas necessárias para o desempenho da sua actividade. No entanto, consideramos que deveríamos contabilizar este benefício na medida que a isenção só está concedida ao proprietário (instituição da Igreja Católica) na medida que é exercida a actividade hospitalar pela instituição de saúde do presente estudo de caso.

Imposto do Selo

Neste domínio gostávamos de salientar apenas que este imposto incide sobre vários actos, contratos, documentos, títulos, livros e papéis e sendo a isenção concedida no momento de ocorrência do acto gerador de imposto, não ficando, por tanto, qualquer registo deste valor na contabilidade das instituições, é impossível de estimar este benefício. Aferirmos que, por exemplo, em 2009, a instituição analisada efectuou alguns

9 O comodato é um contrato gratuito em que uma das partes entrega à outra certa coisa, móvel ou imóvel,

52 actos sujeitos a imposto de selo, nomeadamente, contratou novos colaboradores, em que o contrato de trabalho está sujeito a imposto de selo, contraiu alguns Leasings junto de instituições bancárias, mas não possui nenhum registo que evidencie a poupança obtida nesta matéria. Pelo facto, não conseguimos de todo valorizar o benefício incorrido. No entanto, e de acordo com as informações transmitidas pela instituição, este seria de reduzida expressão, de modo que o negligenciamos.

Segurança Social

O hospital pagou, em 2009, um total de remunerações sujeitas a Segurança Social que ascenderam a €2.379.514,03. Sabemos que estas instituições têm a seu cargo uma taxa contributiva de 19,60%, inferior em 4,15% ao valor das entidades privadas com fins lucrativos (23,75%). Da aplicação desta poupança percentual multiplicada pelo valor total de remunerações pagas determinámos que o benefício, em matéria de SS, foi de

€98.749,83.

Outros Benefícios

Em sede de outros benefícios identificados no decurso da nossa investigação a instituição não nos deu conhecimento de ter verificado nenhuma das situações em que poderia ter beneficiado do facto de ser IPSS.

Assim, concluímos que os benefícios passíveis de mensuração financeira ascenderam a

€1.220.995,34, que representam cerca de 11% do valor total de facturação desse ano

(€11.519.579). Ou seja, face a um outro concorrente privado do sector lucrativo, a instituição analisada seria beneficiada no montante referido.

Concluída a análise dos benefícios auferidos pela instituição tivemos de valorizar os

Custos que a instituição incorreu para prestar serviços de solidariedade à comunidade.

Identificamos 4 tipos de actividades que poderiam ser consideradas como retorno efectivo à sociedade.

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Diárias de Internamento não facturadas aos utentes

A instituição registou, em 2009, um total de 880 diárias que não foram facturadas aos utentes, quer dizer, existiram doentes que não pagaram a totalidade ou parte dos dias de internamento em que estiveram no hospital. Sendo o custo unitário de cada dia de internamento neste hospital de €55, valorizamos o custo para a entidade em €48.400 (€55*880).

Descontos Financeiros

A instituição tem evidenciado na sua contabilidade que efectuou descontos a utentes com dificuldades financeiras que ascenderam a €16.559. Por outras palavras, a instituição deixou de receber esta verba, em benefício da sociedade, que não teve de suportar este custo.

Confecção de Sopa – Porta Solidária

O hospital colabora no projecto Porta Solidária através da confecção diária de sopa para ser servida aos mais necessitados. Segundo foi possível aferir com o Serviço de Cozinha do Hospital, em dias úteis são confeccionados 30 litros de sopa e nos feriados este valor ascende aos 90 litros diários. Tendo em conta o número de dias úteis de 2009 e os 11 feriados, consideramos que foram preparados 8.790 litros de sopa na instituição. De seguida aceitamos as indicações dos Serviços Financeiros, que estimam que, em 2009, o custo de produção de cada litro de sopa foi de €1, fazendo com que o custo total do hospital com esta actividade de solidariedade fosse valorizado em €8.790.

“Bad Debt”

Uma vez que a metodologia por nós escolhida para valorizar os benefícios e custos da instituição foi a seguida por Morrisey e outros (1996), consideramos acessoriamente os valores contabilizados em uncompensated care. Os autores consideraram na sua investigação que os cuidados de saúde prestados sobre os quais não existe qualquer expectativa de pagamento, desde que devidamente classificados contabilisticamente

54 como bad debt, deveriam ser acrescidos ao valor total de benefícios prestados à comunidade, uma vez que efectivamente a instituição não os iria receber.

Nós seguimos a mesma linha de raciocínio por dois motivos: à partida, porque o estudo de caso por nós efectuado seguiu a mesma metodologia, em que a má divida é considerada retorno efectivo à sociedade e porque considerámos que as instituições de cariz social não efectuam a devida análise de risco dos seus potenciais clientes, análise esta usual nas empresas com fins lucrativos, nem possuem, geralmente, equipas de gestão diferenciadas que lhes permitam ajuizar previamente sobre a credibilidade financeira e risco implícito de um novo cliente. De acordo com o normativo contabilístico em vigor, consideramos o valor contabilizado na conta de ajustamentos de cobranças duvidosas como um serviço de caridade prestado à sociedade e que ascendeu, em 2009, a €1.357.292.

Relativamente a este custo, que já justificámos porque assumimos como benéfico para a sociedade que deixou de o pagar e nesta exacta medida beneficiou com ele, importa-nos referir que, à semelhança do maior benefício auferido pela instituição em sede de restituição de IVA, também este custo se revela o de maior expressão financeira e não seria à partida expectável que ocorresse. O ajustamento de cobranças duvidosas efectuado ascendeu a 12% do valor total de proveitos operacionais do ano, comportamento que as empresas tentam evitar, por forma a assegurar a sua sustentabilidade financeira.

55 Quadro 6 – Resultados do Estudo de Caso

Em síntese, identificamos um valor de €1.431.041,00 de custos incorridos na prestação de cuidados a favor da comunidade.

Do balanço de valores, constatámos que os custos incorridos foram superiores aos benefícios da instituição em €210.045,66, o que significa que a instituição promoveu cuidados de saúde de beneficência superiores aos benefícios que auferiu enquanto IPSS, portanto, dá-se como validada a segunda hipótese colocada, ao verificar-se o “Padrão de Texas”, em que a instituição conseguiu dar um contributo à sociedade que lhe custou mais do que o valor que beneficiou por pertencer ao terceiro sector.

Benefício para Entidades IPSS Valorização Financeira do Beneficio Observações

IRC 0,00 € Resultado Líquido Negativo

IVA 1.112.066,25 € Reembolsos IVA Obtidos

IMI 10.179,26 €

Taxa Segurança Social 98.749,83 € Redução de taxa de SS de 23,75% para 19,60%

Total de Benefícios 1.220.995,34 € Serviços Prestados Valorização Financeira dos Custos Incorridos Observações 880 Diárias de Internamento 48.400,00 € Custo unitário da diária de €55 Descontos financeiros efectuados 16.559,00 €

Porta Solidária: Sopa dos Pobres 8.790,00 €

Confecção de 30 litros de sopa em dias úteis e 90 litros em dias de feriado - Custo de €1,00 por litro de sopa Má dívida - Ajustamentos de cobranças duvidosas 1.357.292,00 € Total de Custos 1.431.041,00 € Total de Benefícios 1.220.995,34 € Total de Custos -1.431.041,00 € Saldo -210.045,66 € Resumo

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Considerações Finais

Conseguimos identificar 12 benefícios característicos do sector social e que se aplicam ao sector da saúde. Alguns seriam, à partida, de fácil valorização financeira, como por exemplo, o benefício de não pagar IRC, uma vez que o benefício resultaria da aplicação da taxa de IRC aos rendimentos da instituição. Outros são de valorização mais difícil, como por exemplo em matéria do IS que se aplica a tantas e diversas situações, como por exemplo a simples emissão de cheques e que por ser uma isenção não é efectuado registo da sua valorização pecuniária. Julgámos até que a própria Administração Fiscal desconhece, em sede de IS, qual a valorização financeira da isenção nesta matéria. Consideramos que seria mais fácil e proveitoso que as isenções fiscais funcionassem como o IVA, em que estas instituições têm o direito a algumas restituições, ou seja, suportam à priori o imposto, registando contabilisticamente o seu valor, e só depois, e em determinados períodos do ano, podem solicitar o seu reembolso, assim permitindo mensurar quanto é que a Administração Fiscal concedeu anualmente de benefícios a este tipo de instituições, por tipologia de imposto.

Da aplicação do inquérito ao universo das instituições de solidariedade da saúde não nos foi possível validar a primeira hipótese de existência de evidência sobre a actividade de beneficência. Nesta matéria, somos da opinião que, para além destas instituições não estarem habituadas a que lhes seja inquirido este tipo de dados, ao contrário do descrito nos EUA, poderão, também, não ter ferramentas implementadas de gestão que lhes permitam aferir estes indicadores. No entanto, em nossa opinião seria fácil implementar mecanismos de registo em que estas instituições tivessem de reportar toda a actividade que efectuam no domínio da solidariedade.

Do estudo de caso, e relativamente à instituição que aceitou fornecer dados mais detalhados sobre a expressão financeira dos seus custos e proveitos, salientamos que o resultado a que chegamos – verificação do “Padrão de Texas” – não é o âmago desta investigação. Pensamos que não importa, à partida, o resultado a que chegamos, uma vez que se trata da análise de apenas uma instituição, desconhecendo a realidade de mercado. A evidência que gostávamos de realçar é a possibilidade de aplicação de um inquérito semelhante ao que aplicamos – Anexo n.º 6 Capítulo VII – Dados Financeiros

58 – ou seja, demonstrámos que é possível e, em nossa opinião, deveria de ser feita esta monitorização pelas autoridades competentes.

A nossa principal convicção é que, sendo à priori de todo justo que a sociedade reconheça o trabalho destas instituições através de mecanismos e benefícios que lhes sejam atribuídos, também é de todo justo para com a sociedade que estes benefícios sejam monitorizados, contabilizados e que sejam criadas regras que permitam que as instituições, cujo retorno à sociedade é superior ao benefício auferido, continuem a receber incentivos para que a sua actividade continue a ser possível. Devendo, por outro lado, ser ponderada a revogação dos benefícios às instituições que não promovem actividade social compatível com os apoios que recebem.

Na CR, art. 63º n.º5 é referido que o Estado apoia a fiscaliza a actividade das IPSS e, por exemplo, no CIRC art. 10º n.º3 é referido que a isenção de IRC depende do efectivo exercício de actividades dirigidas à prossecução dos fins estatutários. A legislação prevê a existência de mecanismos de controlo, ou seja, foram delineadas isenções condicionados ao efectivo exercício das funções estatutárias, faltará, em nossa opinião, a sua efectiva implementação. Mecanismos estes, já existentes noutros países, e que consideramos que terão os mesmos resultados, em que efectivamente se encontra evidência que a maioria das instituições do sector social tem mais custos com a actividade social do que benefícios por pertencer ao sector. E, para estas instituições, a sociedade concluirá que os benefícios instituídos estão correctamente implementados. Mas, não podemos esquecer os que não cumprirem, vimos, por exemplo, estudos que relatam que em anos diferentes as instituições que não cumpriam os requisitos de ter mais custos que proveitos com esta actividade eram as mesmas, denotando, simplesmente, que ano após ano beneficiavam mais por pertencerem ao sector social do que gastavam com a prestação de cuidados de beneficência. Nestes casos os benefícios deveriam ser efectivamente retirados a estas instituições, não fazendo sentido manter benefícios a instituições que competem no mercado com outras em regime privilegiado, mas que depois não cumprem os requisitos mínimos. E, em nossa opinião, os requisitos mínimos são os de as instituições assumirem custos com a prestação de cuidados de saúde pelo menos iguais ao montante de benefícios que auferirem por pertencerem ao sector social.

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Bibliografia

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• Alto Comissariado da Saúde (2010), Atlas do Plano Nacional de Saúde – 1ª Edição, Março 2010.

• Assembleia Republica (1983), Estatuto das IPSS, Decreto-Lei 11/83, de 25 de Fevereiro de 1983.

• Assembleia Republica (1990), Restituição do IVA á Igreja Católica, Decreto-Lei 20/90, de 13 de Janeiro de 1990.

• Assembleia Republica (1996), Orçamento Estado para 1997 – Restituição de IVA às IPSS, Lei 52-c/96, de 27 de Dezembro de 1996.

• Assembleia Republica (1999), Determinação da Taxa Contributiva do Regime Geral dos Trabalhadores por Conta de Outrem, Decreto-Lei 200/99, de 8 de Junho de 1999.

• Assembleia Republica (1999), Taxas Contributivas do Regime Geral dos Trabalhadores por Conta de Outrem, Decreto-Lei 199/99, de 8 de Junho de 1999.

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