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Avaliação do Retorno para a Sociedade dos Benefícios Concedido a IPSS na Área da Saúde

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Academic year: 2021

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(1)Avaliação do Retorno para a Sociedade dos Benefícios Concedidos a IPSS na Área da Saúde. Por Carla Isabel da Cunha Rodrigues e Aragão Valga. Dissertação de Mestrado em Gestão e Economia de Serviços de Saúde. Orientada por: Álvaro Fernando Santos Almeida. 2010.

(2) Nota Biográfica de: Carla Isabel e Aragão Valga, nascida a 01 de Outubro de 1977 “O que importa é que não passe um só dia sem haver melhorado e progredido. Ser e saber cada dia um pouco mais. Parar aqui, como em todas as circunstâncias da vida, equivale a perder” J. W. Ford Experiência Profissional Desde Dezembro 2008: Consultora Interna – Hospital de Santa Maria, Porto Elemento da Direcção Geral responsável pelos Serviços de Pessoal, de Imagiologia e Gabinete de Qualidade. Coordenação da Unidade de Ambulatório da Consulta de Especialidade Privada. Apoio na implementação de sistemas de informação de gestão clínica e facturação. Elaboração de estudos e análises económicas. Principais análises desenvolvidas: Projecto de criação de uma unidade de cuidados continuados integrados; Candidatura ao projecto solar térmico 2009; Convenção com a ADSE; Viabilidade de implementação de Unidades de Endoscopia, Pediatria e Medicina Dentária.. Março 2007 a Abril 2009: Vogal da Direcção – Liga dos Amigos do Hospital de São João, Porto 3º Membro fundador. Elemento da Direcção: Planeamento, Desenvolvimento e Implementação de actividades de solidariedade social; Gestão e Execução Orçamental e Gestão do secretariado.. Outubro 2005 a Dezembro 2008: Técnica Superior de Gestão – Hospital de São João, Porto Gestora de serviços cirúrgicos da UAG de Cirurgia: Gestão e Execução Orçamental; Análise e Correcção dos Desvios dos Orçamentos de Exploração; Construção, Apresentação e Discussão de Indicadores de Gestão; Análises Económico-Financeiras. Principais estudos de viabilidade económica efectuados: Unidade de Diálise – Nefrologia; Laboratório de Citogenética e Genética Molecular – Hematologia Clínica; Material: Têxtil vs Descartável – Bloco.. Desde Junho 2004: Formadora – Diversas entidades Contabilidade Geral / Contabilidade Financeira / Contabilidade Analítica / Consolidação de Contas / Auditoria / Fiscalidade / Controlo de Gestão / Aprovisionamento / Gestão de Stocks e Distribuição / Gestão de Tesouraria / Construção Orçamental (1.000 horas de formação ministradas). Setembro 2002 a Março 2004: Assessora Direcção Departamento de Aprovisionamento e Logística Soporgás, Sociedade Portuguesa do Gás, Lda. Abril 2000 / Julho 2002: Assessora Direcção Geral - Silvestres, Lda. – Comércio de Artefactos de Ourivesaria Formação Académica: Setembro 1995 / Julho 2000: Licenciatura: Gestão - Faculdade Economia Universidade Porto; Setembro 2000 / Fevereiro 2001: Pós-Graduação: Auditoria - ISAG Principais Formações (3 últimos anos): 2010: 3º Fórum Nacional de Saúde – ACS/MS; Sistema de Normalização Contabilística – IFGE; 2009: Conferência: 11ª Conferencia Nacional de Economia da Saúde – APES 2008: Conferência: A Gestão do Poder Hospitalar; Conferência: HSJ e Saúde XXI – Cenários de Futuro.. ii.

(3) Agradecimentos Agradecimentos Ao meu marido, À minha filha Patrícia, Porque o tempo não volta atrás e todos os minutos em que estivemos privados da companhia uns dos outros são insubstituíveis. Foram a minha principal fonte de inspiração e são tudo o que tenho de melhor. À minha mãe, Aos meus sogros, Incansáveis em todo o apoio que me deram ao criar a minha filha, que no decurso deste projecto de mestrado cresceu dos 10 aos 34 meses de vida. Sem a vossa ajuda teria sido impossível. Aos meus irmãos, cunhados e sobrinhos, Que sempre se disponibilizaram para ajudar a atenuar a ausência da mãe à Patrícia. Por todos os passeios, brincadeiras e entretenimentos que com ela partilharam. Ao Professor Álvaro Almeida, Meu professor e orientador desta dissertação, pela ajuda no traçar deste caminho que percorremos no último ano, pela assertividade dos comentários e pelos desafios propostos, que hoje julgo vencidos. Às 19 instituições que permitiram que esta investigação fosse efectuada ao responderem ao inquérito. Ao Hospital de Santa Maria - Porto, em especial à Dr.ª Lurdes Serra Campos, Directora-Geral da instituição, pelo espírito de colaboração, compreensão e motivação.. A todos os que me ajudaram, apoiaram ou desejaram sucesso nesta árdua tarefa que foi, ser mulher, mãe, trabalhadora e aluna de mestrado, o meu muito obrigado por terem acreditado e acima de tudo por me terem incentivado para o dia de hoje em que chegamos ao fim deste projecto. Novos desafios irei, certamente, abraçar, mas abençoada sou por ter tantos a ajudar. iii.

(4) Abstract Esta investigação teve como objectivo principal validar a hipótese de os actuais benefícios concedidos às Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) estarem bem atribuídos. Ou seja, estas instituições vêem reconhecidas pela sociedade um estatuto que lhes permite usufruir de um alargado número de isenções fiscais e / ou reduções de taxas que diminuem os seus custos. Importa testar se estas instituições implementam medidas de beneficência, como retorno à sociedade, que compensem os benefícios que auferem. Através da actual legislação identificamos doze possíveis benefícios destas instituições. De seguida, efectuamos um inquérito ao universo de IPSS identificadas na área da Saúde, que visava testar se existia evidência de efectiva actividade de solidariedade por parte destas entidades. Das respostas obtidas, e dado o critério estabelecido de pelo menos 50% das instituições elencarem actividades de beneficência, não conseguimos validar esta hipótese, tendo obtido evidência em apenas 47% da amostra. No seguimento da não validação da hipótese anterior efectuamos um estudo de caso a uma instituição em particular. Colocamos como hipótese aferir se no ano de 2009 a instituição tinha verificado o “Padrão de Texas”, em que, no mínimo, a instituição deve assumir como custo em actividades de cariz social o valor de benefício que obteve por ser uma entidade IPSS. Identificamos toda a actividade de solidariedade que a instituição prestou à sociedade, valorizamo-la financeiramente de acordo com a sua estrutura de custos e calculamos todos os benefícios por si auferidos que conseguimos valorizar. Concluímos que a instituição suportou mais custos do que obteve benefícios, tendo, portanto, validado a hipótese. No final, concluímos que o estudo de caso por nós efectuado deveria ser implementado pelas entidades competentes, por forma a garantir que apenas as instituições que verificassem o referido Padrão deveriam manter os actuais benefícios, devendo ser revogados a todas que não cumprissem.. iv.

(5) Abstract The objective of this paper was to verify whether the profits accorded to the nonprofit charity care institutions (IPSS – Instituições Particulares de Solidariedade Social) are well given or not. In other words, these institutions use of a status that lets them benefit from many tax exemptions and/or tax reductions that cut down theirs costs. It is important to verify if these institutions implement charity care, as a payback to society, which compensates for the benefits they get. We identified twelve possible benefits of these institutions according to the actual laws. We then investigated the nonprofit charity care institutions identified in the area of healthcare to know whether these entities really did charity care or not. From the answers we got, we couldn’t prove that because only 47% of that sample did charity activities instead of the 50% we needed. Because we couldn’t make our previous point, we developed a case study of a specific institution. We wanted to know if, in 2009, that institution had followed the “Texas Standard” according to which the institution has, at least, to invest in charity care as much as it receives in benefits for being a nonprofit charity care entity. We took in all the charity care done by the institution. We gave it a financial value in function of its structure of costs and we calculated all the benefits it got and that we were able to value. We concluded that the costs were bigger than the benefits, which confirms our point. Finally, we concluded that the case study we did should be implemented by the competent authorities to assure that only the institutions that follow the Standard mentioned keep on receiving the benefits they get. Those benefits should be denied to the institutions that don’t follow the Standard.. v.

(6) Índice Introdução ......................................................................................................................... 1 Capítulo I – Instituições Particulares de Solidariedade Social ......................................... 5 1.1.. Terceiro Sector ............................................................................................... 5. 1.2.. Entidades Privadas sem Fins Lucrativos ........................................................ 6. 1.3.. Regime Fiscal das IPSS .................................................................................. 7. 1.4.. Evolução Histórica do Sector Social em Portugal ........................................ 11. Capítulo II – Revisão da Literatura................................................................................. 15 2.1.. Perspectiva Internacional.............................................................................. 15. 2.2.. Benefícios das IPSS em Portugal ................................................................. 18. Capítulo III – Inquérito às IPSS na área da Saúde .......................................................... 33 3.1.. Objectivos ..................................................................................................... 33. 3.2.. Hipótese ........................................................................................................ 33. 3.3.. Metodologia .................................................................................................. 34. 3.4.. Amostra ........................................................................................................ 34. 3.5.. Procedimentos .............................................................................................. 37. 3.6.. Apresentação e Discussão de Resultados ..................................................... 39. Capítulo IV – Estudo de Caso......................................................................................... 47 4.1.. Objectivos ..................................................................................................... 47. 4.2.. Hipótese ........................................................................................................ 47. 4.3.. Metodologia .................................................................................................. 48. 4.4.. Procedimentos .............................................................................................. 48. 4.5.. Apresentação e Discussão de Resultados ..................................................... 50. Considerações Finais ...................................................................................................... 57 Bibliografia ..................................................................................................................... 59 Anexos ............................................................................................................................ 63 vi.

(7) Índice de Quadros. Quadro. Título. Página. Quadro n.º 1 - Restituição de IVA às IPSS (adaptado de Decreto-Lei 20/90 de 13 de Janeiro) -. 21. Quadro n.º 2 - Benefícios IPSS. -. 32. Quadro n.º 3 - Dimensão da População e Amostra por Distrito. -. 36. Quadro n.º 4 - Natureza Jurídica da Amostra. -. 37. Quadro n.º 5 - Actividade de Beneficência: Inquérito. -. 42. Quadro n.º 6 - Resultados do Estudo de Caso. -. 55. vii.

(8) Lista de Siglas ACDT – Actos Complementares de Diagnóstico e Terapêutica CIMI – Código do Imposto Municipal sobre Imóveis CIMT – Código do Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis CIRC – Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas CIS – Código do Imposto do Selo CISV – Código do Imposto sobre Veículos CIUC – Código do Imposto Único de Circulação CIVA – Código do Imposto sobre o Valor Acrescentado CRP – Constituição da República Portuguesa EBF – Estatuto dos Benefícios Fiscais ERS – Entidade Reguladora de Saúde IMI – Imposto Municipal sobre Imóveis IMT – Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis INE – Instituto Nacional de Estatística IPSS – Instituições Particulares de Solidariedade Social IRC – Imposto sobre Rendimento das Pessoas Colectivas IRS – Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares IS – Imposto de Selo ISS – Instituto da Segurança Social ISV – Imposto sobre Veículos IUC – Imposto Único de Circulação IVA – Imposto sobre Valor Acrescentado LGT – Lei Geral Tributária OCIP - Orçamento e Contas das Instituições Particulares de Solidariedade Social PCIPSS – Plano de Contas das Instituições Particulares de Solidariedade Social POC – Plano Oficial de Contabilidade SNC – Sistema de Normalização Contabilística SNS – Serviço Nacional de Saúde SS – Segurança Social viii.

(9) Avaliação do Retorno para a Sociedade dos Benefícios Concedidos a IPSS na Área da Saúde. Introdução “Pese embora as catástrofes naturais e até as guerras de que temos permanente notícia, é na doença que encontrámos a mais evidente expressão de vulnerabilidade humana, quer quando se faz sentir no corpo, quer quando altera a identidade e as relações sociais. É sobretudo a fragilidade da existência com que somos confrontados na doença que faz aproximar de nós a ideia da solidariedade e do encontro entre a pessoa que sofre e aqueles que se propõem a ajudá-la.” Câmara Municipal do Porto (2010) Gostávamos de iniciar este nosso trabalho por reflectir sobre a solidariedade, esse gesto caloroso, em que o indivíduo se dá ao próximo, entrega um pouco de si em cada boa acção que faz e partilha… pode partilhar uma história, pode partilhar e utilizar os seus conhecimentos para ajudar terceiros, pode partilhar os seus bens… seja qual for a forma que reveste, a dádiva será sempre um verdadeiro acto de humanidade. É neste profundo sentido que decidimos estudar o sector social da saúde. Tínhamos à partida muitas ambições, muitas ideias e projectos. Fizemos pesquisas e delineamos o nosso trajecto. Descrevemos a história do sector da saúde, porque é nos primórdios da sua existência que vamos encontrar a essência do sector social. Constatámos que os cuidados de saúde hospitalares surgiram envolvidos na Igreja Católica e que, ainda hoje, muitas das instituições que fazem parte deste sector pertencem a instituições religiosas. Este é um marco que nos permite abordar e compreender esta temática, que está, à partida, intimamente relacionada com os benefícios reconhecidos a estas instituições. Parafraseando Rosenau e Linder (2003), a teoria económica prediz que as entidades de saúde orientadas para o lucro são mais eficientes, com custos mais baixos e melhor geridas que as não lucrativas, decorrente dos incentivos de mercado. Recentemente, a distinção entre entidades lucrativas e não lucrativas tem vindo a ser questionada e alguns economistas consideram que as diferenças têm vindo a desaparecer. A 1.

(10) Avaliação do Retorno para a Sociedade dos Benefícios Concedidos a IPSS na Área da Saúde. competição de mercado tem exigido que as não lucrativas imitem as lucrativas e prestem menos atenção à responsabilidade social. Também em Portugal constatamos esta evidência, em que as instituições de saúde têm de competir no mercado com entidades com fins lucrativos, diversificando a sua actividade e com o passar dos anos deixaram de prestar apenas cuidados de saúde gratuitos para prestar cuidados de saúde no sector privado da saúde, de forma a obterem recursos para poderem continuar com a sua missão. Segundo os mesmos autores, após a análise de cerca de 149 estudos publicados chegaram às seguintes conclusões: •. Custo / Eficiência – organizações sem fins lucrativos são melhores na relação custo/eficiência segundo 77% dos estudos, enquanto que apenas 23% consideram as lucrativas superiores;. •. Qualidade – 59% dos estudos elegem as sem fins lucrativos como melhores, 12% as lucrativas e 29% dos estudos considera que não existem diferenças;. •. Acesso – dos 149 estudos analisados, os mais recentes não evidenciam que as não lucrativas sejam melhores neste parâmetro, o que poderá resultar da forte concorrência de mercado;. •. Caridade – 67% dos estudos considera que as sem fins lucrativos têm melhor desempenho nesta matéria e 33% considera que não existem diferenças relevantes.. No que respeita à caridade, refira-se que uma das razões para os hospitais sem fins lucrativos estarem isentos de impostos, é o facto de se assumir que aplicam os resultados em actividades socialmente benéficas, como por exemplo a prestação de cuidados de saúde a preço zero ou a preços mais baixos aos utentes mais carenciados. Existem igualmente outras formas das entidades contribuírem socialmente, através de outro tipo de actividades, como programas de distribuição alimentar, acompanhamento de pessoas com dificuldades, alojamento, entre outras. No entanto, dada a temática desta investigação, as retribuições à sociedade, que aqui importa analisar, serão as prestadas no âmbito da saúde. 2.

(11) Avaliação do Retorno para a Sociedade dos Benefícios Concedidos a IPSS na Área da Saúde. Esta presunção fundamenta-se na impossibilidade destas instituições distribuírem os resultados pelos seus accionistas, uma vez que, como estão isentas de imposto sobre o rendimento, devem de reinvestir os resultados obtidos na sua actividade, seja por investimento em ampliação das instalações, melhoramento de equipamentos ou prestação de cuidados de saúde de caridade. Muitos estados americanos têm publicado leis impondo obrigatoriedade das instituições sem fins lucrativos prestarem determinados serviços de caridade à sociedade (Rosenau e Linder, 2003). Esta particularidade sobressai em estudos como o de Morrisey e outros (1996) que, através da análise de dados de 1988 a 1991 de hospitais sem fins lucrativos da Califórnia, concluíram que 20% destes hospitais não forneciam serviços de caridade suficientes que compensassem os subsídios que recebiam. No artigo de Garmon (2009) confirma-se esta mesma ideia de que alguns hospitais não lucrativos promovem poucos cuidados de saúde sociais e facturam preços muito elevados aos utentes que não têm seguros de saúde. Rotarius e Liberman (2005) comparam os fornecedores de cuidados de saúde não lucrativos com os lucrativos. Neste artigo é levantada a questão se os não lucrativos deverão continuar a operar no mercado sem estarem sujeitos a impostos. É referido que, até recentemente, era deixado ao critério de cada hospital sem fins lucrativos a definição do nível de benefícios a prestar à sociedade. Em consequência, algumas instituições promoviam muitas actividades de beneficência, enquanto outras promoviam poucas ou nenhumas. Esta preocupação está iminente nos EUA, tendo o Congresso recentemente convocado audiências para investigar se as entidades sem fins lucrativos, nas quais se incluem os hospitais, proporcionam benefícios para a sociedade proporcionais aos subsídios que resultam do seu estatuto fiscal especial (Garmon. 2009). Citando Needleman (2001), “Cuidados de caridade e cuidados para os que não podem pagar”, parece ser a responsabilidade social que emerge na consciência dos americanos relativamente ao que as instituições de saúde sem fins lucrativos deveriam de promover, nomeadamente, numa escala relativa aos benefícios que auferem.. 3.

(12) Avaliação do Retorno para a Sociedade dos Benefícios Concedidos a IPSS na Área da Saúde. Sobre o mercado português não foram encontradas significativas referências a estudos semelhantes aos descritos. Este facto resulta, provavelmente, da escassez de informação sobre o desempenho e resultados das organizações sem fins lucrativos, proveniente da menor exigência declarativa a que estas instituições estão sujeitas, mas torna extremamente aliciante caracterizar o estatuto especial português destas entidades e de tentar discutir a legitimidade da existência de legislação proteccionista. Resumidamente, no primeiro capítulo abordamos o terceiro sector, descrevemos as IPSS, o seu regime fiscal e traçamos o percurso histórico. No segundo capítulo fizemos a revisão da literatura, analisamos alguns estudos internacionais que abordam esta temática e identificámos e caracterizámos os benefícios das instituições sem fins lucrativos em Portugal. Estes benefícios funcionam como compensação do esforço e da dedicação que estas entidades fazem em prol da sociedade em que estão inseridas. O terceiro e quarto capítulos foram dedicados à nossa investigação. Um, alicerçado sobre um inquérito remetido a todas as instituições identificadas, cujo objectivo era validar se existia evidência de actividade de solidariedade em 2009 por parte destas instituições, que não conseguimos validar. Outro, sobre um estudo de caso que surge no decurso da identificação dos benefícios destas instituições (e da teoria económica que enuncia conceitos de custos e proveitos). Tentámos, com o princípio de equidade e justiça de mercado, valorizar a actividade social. Ou seja, depois de identificados os benefícios surge a necessidade de os valorizar para determinar quanto é que as instituições pouparam / beneficiaram por pertencerem ao sector social. Nesta medida pretendíamos aferir se a instituição analisada tinha, em 2009 contribuído de forma significativa para a sociedade, assumindo mais custos com a sociedade do que auferindo benefícios por ser IPSS, o que se acabou por verificar. Por último, tecemos as nossas considerações e opiniões sobre o actual mecanismo de benefícios instituído ao sector social.. 4.

(13) Avaliação do Retorno para a Sociedade dos Benefícios Concedidos a IPSS na Área da Saúde. Capítulo I – Instituições Solidariedade Social. Particulares. de. O tema desenvolvido nesta dissertação de mestrado é o das organizações sem fins lucrativos no sector da saúde, que se inserem no sector que vulgarmente é apelidado de sector da economia social, terceiro sector ou sector não lucrativo. Nele estão incluídas as organizações nas quais não há apropriação do excedente gerado pela organização (Weisbrod, 1977), existindo um património impessoal a favor de um determinado fim ou missão. Iniciamos este capítulo com a caracterização do sector, das instituições, dos seus benefícios e da evolução histórica do sector social da saúde em Portugal, para identificarmos com clareza o objecto em estudo.. 1.1. Terceiro Sector A Constituição da República Portuguesa (CRP), aprovada a 2 de Abril de 1976, contempla no seu artigo 82º, a coexistência de três sectores de propriedade dos meios de produção e no número 4 está devidamente explanada a abrangência do sector cooperativo e social: “O sector cooperativo e social compreende especificamente: a) Os meios de produção possuídos e geridos por cooperativas, em obediência aos princípios cooperativos, sem prejuízo das especificidades estabelecidas na lei para as cooperativas com participação pública, justificadas pela sua especial natureza; b) Os meios de produção comunitários, possuídos e geridos por comunidades locais; c) Os meios de produção objecto de exploração colectiva por trabalhadores; d) Os meios de produção possuídos e geridos por pessoas colectivas, sem carácter lucrativo, que tenham como principal objectivo a solidariedade social, designadamente entidades de natureza mutualista.” 5.

(14) Avaliação do Retorno para a Sociedade dos Benefícios Concedidos a IPSS na Área da Saúde. Por outro lado, uma definição plausível deste sector seria: “Um sector entre o Estado e o Mercado, promotor de missões económicas e sociais, que prossegue o interesse público e cujo objectivo final não é a distribuição de lucros” (OCDE, 2003).. 1.2. Entidades Privadas sem Fins Lucrativos As organizações privadas sem fins lucrativos podem ser caracterizadas como uma iniciativa privada, que fornece serviços, no caso vertente, de saúde, para melhorarem a qualidade de vida em sociedade, onde poderá existir trabalho voluntário e que não remunera os detentores e fornecedores de capital. Estas entidades passaram a ser, com a Constituição de 1976, classificadas como IPSS, cuja finalidade é o exercício da acção social na prevenção e apoio nas diversas situações de fragilidade, exclusão ou carência humana, promovendo a inclusão e a integração social, desenvolvendo para tal, diversas actividades de apoio a crianças e jovens, à família, juventude, terceira idade, invalidez e, em geral, a toda a população necessitada, (Segurança Social, 2009). Caracterizando-se essencialmente por: •. Serem constituídas por iniciativa de particulares;. •. A administração não ser exercida nem pelo Estado nem por uma Autarquia Local;. •. Não terem fins lucrativos (é proibida a distribuição de lucros);. •. Objectivo de dar expressão organizada ao dever moral de solidariedade e de justiça entre os indivíduos;. •. Prossecução do objecto mediante a concessão de bens e a prestação de serviços.. As IPSS podem assumir três formas jurídicas distintas: Associações (associação de solidariedade social; associação de voluntários de acção social; associação de socorros mútuos); Fundações (fundação de solidariedade social); Irmandades da Misericórdia ou Santas Casas da Misericórdia (associações constituídas na ordem jurídica canónica). As Organizações Religiosas - excepto a igreja católica, se tiverem fins de solidariedade social estão sujeitos ao regime das fundações de solidariedade social e as Instituições da 6.

(15) Avaliação do Retorno para a Sociedade dos Benefícios Concedidos a IPSS na Área da Saúde. Igreja Católica podem revestir a forma de associações, fundações ou irmandades de misericórdias. Segundo a listagem de IPSS disponível no site da Segurança Social (SS), a 7 de Outubro de 2009, existiam um total de 4.972 instituições registadas como IPSS, num universo de vários sectores de actividade, um dos quais a saúde, objecto de estudo no caso presente e representada com cerca de 100 (cerca de 2% do total) instituições prestadoras de cuidados de saúde com internamento.. 1.3. Regime Fiscal das IPSS As IPSS destacam-se, entre outras características, pela ausência de fins lucrativos (na medida em que não é admitida a existência de qualquer finalidade lucrativa, ainda que meramente acessória ou secundária, nem tão pouco é permitida a distribuição de quaisquer resultados), surgindo “por iniciativa de particulares, com o propósito de dar expressão organizada ao dever moral de solidariedade e de justiça entre os indivíduos” (Almeida, 2009). Assim, desde logo, está estatuído na CRP, no n.º 5 do seu artigo 63º que “o Estado apoia e fiscaliza, nos termos da lei, a actividade das instituições particulares de solidariedade social e de outras de reconhecido interesse público sem carácter lucrativo, com vista à prossecução dos objectivos de solidariedade social”. Tendo em conta os fins que prosseguem, as IPSS são, conforme referido por Alfaro (2003), consideradas uma das espécies de instituições particulares de interesse público, na medida em que sendo organizações privadas que prosseguem objectivos de interesse público, substituem e complementam o Estado nos seus deveres de solidariedade e protecção social. Por este facto, ficam sujeitas a um regime de tutela estatal, encontrando-se a sua constituição e funcionamento regulados pelo Estatuto das IPSS, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 11/83, de 25 de Fevereiro. As IPSS encontram-se sujeitas a registo no ministério respectivo, determinado em função dos objectivos que, em concreto, cada uma visar. Nos termos da lei, este registo confere automaticamente (isto é, sem necessidade da apresentação de candidatura a 7.

(16) Avaliação do Retorno para a Sociedade dos Benefícios Concedidos a IPSS na Área da Saúde. procedimento administrativo para o efeito) o reconhecimento às IPSS do estatuto de utilidade pública. No caso presente do objecto desta investigação, os prestadores de cuidados de saúde hospitalares devem fazer o seu registo de IPSS no denominado Livro das Instituições com Fins de Saúde da Direcção Geral de Segurança Social.. No plano fiscal, as IPSS “merecem, por parte da lei, uma protecção relevante, através do estabelecimento de um regime fiscal privilegiado específico.” (Alfaro, 2003). Segundo o mesmo autor, este regime privilegiado, vertido nos normativos fiscais traduz-se em quatro instrumentos jurídicos, que serão explanados nos pontos seguintes. Ou seja, existem quatro tipos de categorias em que se incluem os benefícios destas instituições que serão abordados, pormenorizadamente, no segundo capítulo.. 1.3.1. Regimes específicos de não tributação A definição de regimes específicos de não tributação compreende o estabelecimento de normas de não sujeição a imposto, isto é, inclui preceitos legais que retiram do campo de incidência determinados factos ou rendimentos. Tratam-se de situações de exclusão tributária podendo constituir delimitações negativas, expressas face às normas de incidência, quando a letra da lei expressamente prevê essa exclusão (por exemplo, a redacção do n.º 3 do artigo 54º do Código do Imposto sobre Rendimento de Pessoas Colectivas (CIRC) - “Consideram-se rendimentos não sujeitos a Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Colectivas (IRC) as quotas pagas pelos associados em conformidade com os estatutos, bem como os subsídios destinados a financiar a realização dos fins estatutários.”), ou delimitações negativas tácitas, isto é, situações que por não se encontrarem mencionadas ou previstas nas normas de incidência, não verificam os factos constitutivos da obrigação de imposto, ficando assim afastadas do campo da sua aplicação.. 1.3.2. Isenções de impostos e redução de taxas As normas de isenção (objectivas e subjectivas) tipificam algumas situações cuja ocorrência cria uma excepção à regra de incidência, ou seja, o sujeito passivo está sujeito ao imposto mas não incorre na obrigação de o pagar (no caso anterior o sujeito passivo não está sequer sujeito ao imposto). 8.

(17) Avaliação do Retorno para a Sociedade dos Benefícios Concedidos a IPSS na Área da Saúde. As isenções objectivas ou reais isentam factos ou rendimentos, por exemplo a isenção de Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) das prestações de serviços de saúde, prevista no artigo 9º do respectivo Código: “Estão isentas do imposto: 2- As prestações de serviços médicos e sanitários e as operações com elas estreitamente conexas efectuadas por estabelecimentos hospitalares, clínicas, dispensários e similares…”. As isenções subjectivas ou pessoais isentam da obrigação de imposto pessoas ou sujeitos passivos específicos, como é o caso da isenção de IRC das IPSS prevista no artigo 10º do CIRC: “1 — Estão isentas de IRC: b) As instituições particulares de solidariedade social e entidades anexas, bem como as pessoas colectivas àquelas legalmente equiparadas…” As reduções de taxa traduzem-se na aplicação, a certos factos tributários ou sujeitos passivos, de taxas de imposto inferiores às normalmente aplicadas, sendo exemplo perfeito a taxa contributiva para a Segurança Social aplicável às IPSS (desenvolvido no ponto 2.2.9).. 1.3.3. Atribuição de benefícios fiscais específicos De acordo com o artigo 2º do Estatuto de Benefícios Fiscais (EBF), “Consideram-se benefícios fiscais as medidas de carácter excepcional instituídas para tutela de interesses públicos extrafiscais relevantes que sejam superiores aos da própria tributação que impedem.” Assim, sem prejuízo das isenções ou reduções de taxa específicas de cada imposto consagradas nos diversos códigos tributários e aí vertidos pelo facto de revestirem um carácter de maior permanência e estabilidade, existem outros que, por terem um carácter menos estrutural, surgem plasmados, essencialmente, no EBF e outra legislação avulsa. É o caso concreto da isenção do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) aplicável às IPSS por força do estatuído na alínea f) do n.º 1 do artigo 44º do EBF: “1 - Estão isentos de imposto municipal sobre imóveis:…As instituições particulares de solidariedade social e as pessoas colectivas a elas legalmente equiparadas, quanto aos prédios ou parte de prédios destinados directamente à realização dos seus fins…” 9.

(18) Avaliação do Retorno para a Sociedade dos Benefícios Concedidos a IPSS na Área da Saúde. Faz-se notar que os benefícios fiscais que favorecem certos sujeitos passivos poderão ser interpretados como um auxílio do Estado e limitadores da livre concorrência. Por este facto, deverão os mesmos revestir um carácter excepcional e ser concedidos e mantidos apenas quando e enquanto, objectivamente, se justifiquem, isto é, para a sua criação e manutenção deverão presidir considerações de índole extrafiscal, de ordem social ou económica que, por via do respectivo benefício, o Estado pretenda defender ou promover. Refira-se ainda que existem benefícios fiscais previstos no EBF e em legislação avulsa que aproveitam igualmente a qualquer sujeito passivo, não sendo exclusivos ou tipicamente atribuídos às IPSS. Nesta medida, não constituindo uma vantagem comparativa das IPSS, estão destituídos de qualquer interesse material no âmbito deste trabalho, pelo que não serão aqui referenciados.. 1.3.4. Regime de obrigações acessórias menos exigente Por último, as IPSS estão sujeitas a um regime menos abrangente e menos exigente no cumprimento de obrigações acessórias, sejam elas declarativas, contabilísticas ou outras. De facto, o artigo 31º da lei Geral Tributária (LGT) prevê, para além da obrigação principal do pagamento do imposto, um conjunto de outras obrigações acessórias dos sujeitos passivos que são “as que visam possibilitar o apuramento da obrigação de imposto, nomeadamente a apresentação de declarações, a exibição de documentos fiscalmente relevantes, incluindo a contabilidade ou escrita, e a prestação de informações”. Entre algumas dessas obrigações elencam-se a apresentação das declarações de início, alteração e cessação de actividade, declarações periódicas de rendimentos e de IVA, Informação Empresarial Simplificada, a obrigação de dispor de contabilidade organizada nos termos da legislação fiscal e comercial, a organização do dossier fiscal, e a obrigação de cooperar com a administração fiscal prestando os esclarecimentos e fornecendo os documentos que aquela solicitar, relativos à sua actividade económica e bem assim relativa às relações comerciais mantidas com terceiros. No entanto, as IPSS dispõem de um regime menos exigente, estando por força da legislação aplicável, dispensadas, por exemplo, do cumprimento de algumas obrigações declarativas em sede de IRC e IVA. 10.

(19) Avaliação do Retorno para a Sociedade dos Benefícios Concedidos a IPSS na Área da Saúde. Este regime de menor exigência prevê ainda a possibilidade da não obrigatoriedade de organização contabilística conforme a legislação fiscal e comercial. Pese embora exista esta previsão na legislação fiscal, as IPSS encontram-se obrigadas, por força do seu estatuto próprio, à organização da sua contabilidade segundo o Plano de Contas das Instituições Particulares de Solidariedade Social (PCIPSS), aprovado pelo Decreto-Lei 78/88 de 3 de Março. De acordo com a Deliberação n.º 102 de 2009 do Instituto de Segurança Social (ISS) as IPSS encontram-se, desde 1 de Janeiro de 2010, sujeitas a um conjunto de obrigações declarativas por via electrónica através da aplicação Orçamentos e Contas das Instituições Particulares de Solidariedade Social (OCIP). As contas anuais devem ser submetidas até dia 30 de Abril do exercício seguinte a que dizem respeito e os orçamentos e contas de exploração previsionais até ao dia 30 de Novembro do ano anterior a que se reportam. De referir ainda que as IPSS estão dispensadas da adopção do Sistema de Normalização Contabilística (SNC), nos termos do n.º 2 do artigo 3º do Decreto-Lei, n.º 158/2009 de 13 de Julho. Este artigo determina a obrigatoriedade da sua adopção por parte de todas as entidades anteriormente obrigadas à adopção do Plano Oficial de Contabilidade (POC), como as IPSS não se encontravam anteriormente vinculadas ao POC, ficam dispensadas no âmbito do SNC. Salienta-se o facto deste benefício, obrigações declarativas menos rigorosas, não retornar uma expressão directamente pecuniária, traduzindo-se tão só em termos da poupança de tempo e recursos necessários ao cumprimento daquelas obrigações.. 1.4. Evolução Histórica do Sector Social em Portugal Não é propósito deste estudo a investigação historiográfica sobre as instituições de assistência e de saúde em Portugal, que requereria uma análise profunda de arquivo documental. No entanto, consideramos que é necessário estabelecer uma ordem cronológica que permita compreender os primórdios da actividade assistencial de saúde no nosso país, para posicionamento actual das instituições de carácter social que prosseguem fins de saúde. Será evidenciado que um dos pontos de partida mais relevantes foi o hospital cristão medieval. 11.

(20) Avaliação do Retorno para a Sociedade dos Benefícios Concedidos a IPSS na Área da Saúde. Segundo Graça (2000), o sistema hospitalar português terá passado por três fases, que iremos descrever de uma forma sucinta.. 1.4.1. Sistema tradicional (até 1866) Até ao final do século XV, em que foram criadas as Misericórdias, as necessidades da população portuguesa, em matéria de saúde, deram origem a várias iniciativas de âmbito local, ligadas a ordens religiosas, militares, devoção de vários reis e rainhas, gente da nobreza e do clero, bem como particulares de poses abastadas. Em 1492 D. João II iniciou um movimento que ficou conhecido como de concentração hospitalar. Existiam muitos e pequenos estabelecimentos assistenciais, cerca de 500, com uma lenta diferenciação funcional do hospital face a outros estabelecimentos comerciais da época, como as albergarias ou leprosarias. Neste contexto surge este movimento que visa estabelecer grandes unidades hospitalares que agregassem vários dos pequenos estabelecimentos existentes à data. De salientar, ainda, nesta fase a fundação da 1ª Misericórdia a 15 de Agosto de 1498, que marcou o início da organização da assistência em Portugal baseada na acção das Misericórdias, subjacente num espírito de solidariedade com um sentido religioso da caridade em que “dar aos pobres era emprestar a Deus”. Estas instituições conseguiram sobreviver a períodos conturbados da história, como a extinção das ordens religiosas (1833/34), a intervenção do Estado na sua administração, ao fim da Misericórdia de Lisboa como irmandade, à nomeação do provedor pelo poder régio em 1851 e em 1866 à desamortização dos seus bens fundiários. Com a Constituição de 1976 (artigo 63º) surge pela primeira vez o termo IPSS, no qual se incluem as Misericórdias.. 1.4.2. Sistema profissional liberal (1867 a 1970: 103 Anos) Em 1866 as misericórdias são obrigadas a vender em hasta pública os seus patrimónios, convertendo-os em obrigações do Estado que rapidamente se desvalorizaram. Como consequência dá-se o colapso financeiro do hospital tradicional nascido da caridade cristã e inicia-se a separação dos hospitais da gestão religiosa.. 12.

(21) Avaliação do Retorno para a Sociedade dos Benefícios Concedidos a IPSS na Área da Saúde. Em 1867 é publicado o primeiro código civil, onde surge pela primeira vez o problema do trabalho dependente ou assalariado e o reconhecimento da obrigação por parte da entidade patronal de reparar os danos causados na saúde do trabalhador quando resultantes de acidentes imputáveis ao empregador. Em 1903 o Dr. Ricardo Jorge lança as bases de um sistema de saúde pública destinada a todos os cidadãos independentemente da sua classe social. O desenvolvimento mais recente dos serviços de saúde remonta a meados do século XX (1946), quando surge a construção de hospitais com dinheiros públicos.. 1.4.3. Sistema técnico (39 Anos até 2010) Até 1971, o Governo nuca assumiu a responsabilidade efectiva na prestação de cuidados de saúde à população. Nessa fase, o direito à saúde foi reconhecido aos cidadãos, iniciando-se um processo de reestruturação dos serviços de saúde que culminou com o estabelecimento do Serviço Nacional de Saúde (SNS). As instituições de caridade privadas deixaram de ser os principais prestadores de cuidados de saúde à população. É no século XX que a prestação de cuidados de saúde privados se implementa no mercado português, inicialmente nos cuidados ambulatórios. No Anexo n.º 1 encontra-se uma figura que tenta ilustrar de forma gráfica a evolução do sistema hospitalar português, fazendo menção aos factos que nos pareceram mais relevantes.. Para além do enquadramento enunciado, muitos outros autores cabimentam a origem da prestação dos cuidados de saúde nas instituições religiosas, como é o caso de Simões (2005), que escreve, sobre a evolução do sistema de saúde português. Segundo o autor, antes do século XVIII, os cuidados de saúde eram prestados aos pobres apenas pelos hospitais das obras de caridade religiosas designadas por Misericórdias. Referindo, ainda, que durante o século XVIII, o Estado estabeleceu um número limitado de hospitais escolares e hospitais públicos para complementar a prestação de caridade.. 13.

(22) Avaliação do Retorno para a Sociedade dos Benefícios Concedidos a IPSS na Área da Saúde. No Atlas do Plano Nacional de Saúde (2010) descreve-se a oferta assistencial em termos de serviços de saúde, à data de 31 de Janeiro de 2010, constituída por: •. 103 Hospitais Públicos;. •. 86 Hospitais Privados (nos quais se incluem com e sem fins lucrativos);. •. 363 Centros de Saúde;. •. 230 Unidades de Saúde Familiar;. •. 131 Unidades de Cuidados Continuados Integrados.. Com a descrição do enquadramento histórico da evolução do sector da saúde em Portugal, pretendemos clarificar a origem da prestação de cuidados de saúde, precisamente, no nosso objecto de estudo – o sector social da saúde. É nosso entendimento que é neste sector e neste contexto de verdadeira solidariedade, de encontro entre o indivíduo que sofre e as mãos calorosas de quem, em troca de nada, se propõem a ajudar, que surge a prestação de cuidados de saúde em Portugal. Queremos ainda evidenciar que algumas destas instituições ainda hoje subsistem lado a lado com grandes grupos económicos privados, tendo cada vez mais necessidade de se modernizarem e prosseguirem em simultâneo outros fins, nomeadamente os lucrativos, para poderem coexistir no mercado da saúde e perpetuarem o trabalho de solidariedade que lhes é característico.. 14.

(23) Avaliação do Retorno para a Sociedade dos Benefícios Concedidos a IPSS na Área da Saúde. Capítulo II – Revisão da Literatura Neste capítulo pretende-se descrever a investigação efectuada, delineando a forma conceptual de análise no mercado português, tendo por referência alguns estudos sobre o sector social da saúde de outros países. Posteriormente, fazer um levantamento exaustivo dos benefícios reconhecidos em Portugal a este tipo de instituição através da leitura da legislação fiscal aplicável.. 2.1. Perspectiva Internacional Morrisey e outros (1996) efectuam uma análise estatística com os dados do Estado da Califórnia, referentes aos anos de 1988 e 1991, cujo objectivo era esclarecer se os benefícios para a comunidade prestados pelos hospitais sem fins lucrativos justificavam o seu estatuto fiscal especial. Para medir os benefícios para a sociedade foi utilizado o que na literatura vulgarmente se designa de cuidados de saúde não compensados ou não pagos. Neste conceito estão incluídos os cuidados de saúde de caridade que não são cobrados aos utentes, bem como os cuidados de saúde que são facturados, mas que não chegam a ser recebidos pelas instituições, que se classificam de crédito mal parado ou crédito incobrável, em que não existe expectativa de recebimento. O custo de prestação destes serviços de saúde terá de ser ponderado pelo preço de custo de cada unidade hospitalar e não pelo preço de venda, que já incluiria a margem de facturação do hospital e, como tal, não poderia ser considerada à partida um custo para o hospital. Por outro lado, no artigo em referência, são também quantificados os benefícios a que estes hospitais estiveram sujeitos. Para tal, numa primeira fase, são identificados os três tipos de subsídios relevantes para estas entidades, nomeadamente, a isenção dos impostos sobre o rendimento, a isenção de impostos sobre a propriedade e, por último, o benefício de financiamento a taxas de juro inferiores às de mercado1. Depois de 1. Nos EUA é frequente as instituições sem fins lucrativos contraírem empréstimos a taxas de juro mais baixas (entre 2 a 3 pontos percentuais) que empresas com fins lucrativos de igual risco. Não sendo esta a prática corrente em Portugal, embora pontualmente possa ocorrer, este benefício não será analisado.. 15.

(24) Avaliação do Retorno para a Sociedade dos Benefícios Concedidos a IPSS na Área da Saúde. identificadas as três categorias, as mesmas são valorizadas financeiramente. Neste procedimento existem alguns pressupostos assumidos que importa clarificar. Ao determinar o benefício de não pagar impostos sobre o rendimento, aplica-se a taxa de imposto aos resultados gerados pelas instituições sem fins lucrativos, na expectativa de aferir o benefício de não pagar este imposto. No entanto, assume-se que estes hospitais teriam exactamente o mesmo comportamento se estivessem sujeitos a impostos, o que poderá não corresponder à verdade. Aliás, como estas instituições não distribuem os lucros pelos accionistas, antes reinvestem os valores gerados em obras de ampliação e requalificação de actividade ou na promoção de prestação de cuidados de saúde gratuitos, logo, não terão, à partida, grandes resultados no final do exercício. Por outro lado, para calcular o benefício concedido a estas instituições na isenção de pagamento de impostos sobre a propriedade, é identificado o valor patrimonial dos imóveis de cada hospital e aplicada a taxa de imposto. Por último, para determinar a vantagem em termos de taxas de juro são identificados os empréstimos, a taxa a que foram contraídos e comparada com a taxa de juro de mercado para capitais e prazos de pagamento semelhantes. Depois de valorizados financeiramente os proveitos e custos associados à prestação de cuidados de saúde por hospitais sem fins lucrativos os mesmos são comparados, ou seja, somam-se o total de benefícios do hospital por ser uma entidade sem fins lucrativos e compara-se este valor com os custos que o mesmo assumiu na prestação de actividade de solidariedade social. Para ajuizar sobre os valores obtidos é utilizado o “Padrão de Texas”. Este padrão é recorrentemente utilizado na literatura americana para determinar se são cumpridas as regras entendidas como mínimas, em que os hospitais sem fins lucrativos devem, pelo menos, fornecer cuidados de saúde gratuitos de montante igual ao dos subsídios que auferem. Por exemplo, as directrizes da Comissão Estadual de Impostos Americana exigem que os hospitais prestem serviços de caridade de, pelo menos, igual valor ao da isenção de imposto de que beneficiaram (conceito do “Padrão de Texas”). Este foi, também, o critério utilizado por Morrisey e outros (1996), no Estado da Califórnia, em que verificaram que a maioria dos hospitais efectivamente cumpria o referido padrão, prestando à comunidade serviços de caridade superiores aos benefícios 16.

(25) Avaliação do Retorno para a Sociedade dos Benefícios Concedidos a IPSS na Área da Saúde. incorridos. No entanto, o estudo evidência que um em cada cinco hospitais (cerca de 20%) não cumpre com este padrão e que os que não cumpriam em 1988 são os mesmos que não cumpriam em 1991. Assim é recomendado que seja obrigatório fazer uma identificação mais explícita dos dividendos esperados para a sociedade como retorno dos benefícios que são concedidos a estes hospitais. No decorrer desta investigação terá que ser tido em conta que os benefícios prestados à sociedade por estes hospitais sem fins lucrativos dependem de algumas variáveis como as necessidades na área envolvente à que o hospital está inserido, nos recursos existentes e nas decisões de afectação de resultados da própria instituição (Gray e Schhlesinger, 2009). Nicholson e outros (2000) consideram que, como os hospitais sem fins lucrativos não têm de remunerar os seus accionistas, devem de prestar benefícios à comunidade de valor idêntico aos resultados que os hospitais com fins lucrativos geram para os seus accionistas. Esta visão é mais abrangente do que a anterior, uma vez que gerar resultados semelhantes aos dos hospitais lucrativos, será à partida mais ambicioso que prestar serviços à comunidade de valor equivalente às poupanças que auferiram. Para quantificarem os benefícios para a comunidade, dos hospitais com e sem fins lucrativos, estes autores estabelecem uma visão alternativa que também é útil para delinear um modelo a implementar na investigação presente. Segundo os mesmos existem diversos tipos de benefícios para a comunidade, como por exemplo: • Prestação de cuidados de saúde gratuitos ou tendencialmente gratuitos aos mais carenciados (cidadão paga uma pequena parte da factura como medida inibidora de consumo excessivo) • Prestação de serviços que não são passíveis de facturação Podem ser exemplo os rastreios de saúde para pessoas com baixos rendimentos, aulas de preparação para o parto ou acções de formação de alimentação saudável. • Investigação científica na área da medicina Os hospitais que financiam a investigação prestam um bem público na medida que os resultados da investigação beneficiam toda a comunidade.. 17.

(26) Avaliação do Retorno para a Sociedade dos Benefícios Concedidos a IPSS na Área da Saúde. Na opinião de Nicholson e outros (2000), o cálculo do benefício para a comunidade dos hospitais com fins lucrativos seria igual a Impostos pagos (que reverteram para a sociedade) mais Cuidados de saúde gratuitos prestados mais Lucro líquido. Depois teríamos de ponderar este valor pelo valor do património ou dos activos, consoante o indicador de rentabilidade pretendido, e estimar a percentagem que os hospitais sem fins lucrativos deveriam de investir em benefícios para a sociedade para compensarem as regalias que auferem.. 2.2. Benefícios das IPSS em Portugal De seguida enumerámos os diversos benefícios que encontrámos na vasta legislação como inerentes a este tipo de instituição. Fizemos uma pesquisa alargada e não encontramos compilados e devidamente explanados todos estes benefícios, o que implicou um exaustivo trabalho de consulta de inúmeros códigos tributários, DecretosLei, Lei e outra legislação avulsa. Estamos convictos que, com o árduo e demoroso trabalho que levamos a cabo, conseguimos sintetizar e sistematizar todos os benefícios actualmente em vigor na legislação Portuguesa, considerando difícil (apesar de possível) que não tenhamos identificado algum em particular.. 2.2.1. Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas Como já referimos, as IPSS são entidades que não visam o lucro, antes desenvolvem as suas actividades na prossecução dos seus fins estatutários. Deste modo, nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 10º do CIRC, estão isentas de IRC “As instituições particulares de solidariedade social e entidades anexas, bem como as pessoas colectivas àquelas legalmente equiparadas”. Esta isenção é pessoal e automática, não carecendo de reconhecimento pelo Ministro das Finanças. No entanto, encontra-se condicionada ao cumprimento dos requisitos enunciados nas alíneas do n.º 3 do artigo 10º: •. “Exercício efectivo, a título exclusivo ou predominante, de actividades dirigidas à prossecução dos fins que justificaram o respectivo reconhecimento da qualidade de utilidade pública” 18.

(27) Avaliação do Retorno para a Sociedade dos Benefícios Concedidos a IPSS na Área da Saúde. •. “Inexistência de qualquer interesse directo ou indirecto dos membros dos órgãos estatutários, por si mesmos ou por interposta pessoa, nos resultados da exploração das actividades económicas por elas prosseguidas”. •. “Afectação aos fins referidos na alínea anterior de, pelo menos, 50% do rendimento global líquido que seria sujeito a tributação nos termos gerais, até ao fim do 4.º período de tributação posterior àquele em que tenha sido obtido”.. A inobservância de qualquer dos dois primeiros requisitos determina, de acordo com o estipulado no n.º 4, “a perda da isenção, a partir do correspondente período de tributação, inclusive. A não afectação prevista no terceiro requisito implica, em observância ao disposto no n.º 5, sujeitar “a tributação, no 4.º período de tributação posterior ao da obtenção do rendimento global líquido, a parte desse rendimento que deveria ter sido afecta aos respectivos fins”, podendo a tributação não se verificar se for apresentado, e aceite pela Direcção Geral dos Impostos, motivo de justo impedimento do cumprimento daquele prazo. Em qualquer dos casos, e nos termos do corpo do n.º 3, esta isenção “não abrange os rendimentos empresariais derivados do exercício das actividades comerciais ou industriais desenvolvidas fora do âmbito dos fins estatutários, bem como os rendimentos de títulos ao portador, não registados nem depositados, nos termos da legislação em vigor”. Assim, se uma IPSS dispuser de rendimentos não abrangidos pela isenção, a taxa de imposto a aplicar será de 20%, conforme artigo 87º do CIRC. Esta taxa, diferente da prevista naquele artigo para as entidades com fins lucrativos, configurará um benefício adicional sempre que a matéria colectável seja superior a € 31.250,002. Acresce ainda que nos n.ºs 3 e 4 do artigo 49º do CIRC não estão sujeitos a tributação, as quotas pagas pelos associados em conformidade com os estatutos, bem como os subsídios e os incrementos patrimoniais obtidos a título gratuito (donativos) que sejam destinados à directa realização dos seus fins estatutários.. 2. A taxa a aplicar às entidades lucrativas encontra-se seccionada em 2 escalões: até € 12.500,00 de matéria colectável aplica-se a taxa de 12,5%, ao excedente 25%. Deste modo, se a matéria colectável for € 31.250,00 o imposto apurado será de € 6.250, tal como seria no caso da IPSS.. 19.

(28) Avaliação do Retorno para a Sociedade dos Benefícios Concedidos a IPSS na Área da Saúde. Os rendimentos pagos às IPSS (prediais ou de capitais) não serão objecto de retenção na fonte desde que seja feita a prova da isenção em IRC, de acordo com o disposto no n.º 2 do artigo 97º do CIRC. Em termos do cumprimento de obrigações acessórias previstas no CIRC, as IPSS estão dispensadas, em consonância com o estatuído no n.º 6 do artigo 117º, do envio da declaração periódica de rendimentos prevista naquele artigo, desde que não tenham auferido rendimentos excluídos da isenção nem se encontrem sujeitas a tributação autónoma.. 2.2.2. Imposto sobre o Valor Acrescentado O IVA é um imposto geral sobre o consumo que incide sobre as transmissões de bens, as prestações de serviços, as aquisições intracomunitárias e as importações. Trata-se de um imposto plurifásico incidente sobre todas as fases do circuito económico e suportado de facto pelos consumidores finais, sendo o seu método de cálculo assente no mecanismo de crédito de imposto. Ou seja, em cada cadeia do circuito o imposto é liquidado pelo preço de venda, mas o sujeito passivo tem direito à dedução do imposto que incidiu sobre o custo de aquisição ou produção dos bens ou serviços por ele prestados. Deste modo, cada operador económico entregará ao Estado apenas a fracção do imposto resultante daquela diferença, que no seu total corresponderá ao imposto pago pelo consumidor final. Como refere Almeida (2009), estas entidades estão, em regra geral, isentas de IVA relativamente às actividades por si prestadas de acordo com os seus fins estatutários, estando essas isenções previstas no artigo 9º do Código do Imposto sobre o Valor Acrescentado (CIVA). No entanto, no caso concreto das IPSS que desenvolvam actividades no domínio da saúde, estas gozam de isenção do imposto, não por via da sua qualificação como IPSS, mas por via da natureza da actividade. Em conformidade com o disposto no n.º 2 do artigo 9º, estão isentas do imposto “as prestações de serviços médicos e sanitários e as operações. com elas. estreitamente conexas efectuadas por estabelecimentos. hospitalares, clínicas, dispensários e similares”. Esta isenção reveste pois um carácter objectivo, estão isentas aquelas actividades, independentemente da qualidade do prestador das mesmas. 20.

(29) Avaliação do Retorno para a Sociedade dos Benefícios Concedidos a IPSS na Área da Saúde. Nesta linha de raciocínio, não se pode inferir que estejamos perante um verdadeiro beneficio das IPSS, no exacto sentido em que esta isenção dos serviços de saúde aproveita igualmente a qualquer prestador, com ou sem finalidade lucrativa. Contudo, o legislador atendendo à natureza e ao papel social das IPSS, atribuiu-lhes um regime de protecção e apoio em sede de IVA, prevendo a possibilidade de restituição do imposto por elas suportado relativamente à aquisição de alguns bens e serviços indispensáveis ao desenvolvimento da sua actividade. Este regime específico encontra-se consagrado no Decreto-Lei 20/90 de 13 de Janeiro, com as alterações introduzidas pelo n.º 5 do artigo 35º da Lei n.º 52-C/96 de 27 de Dezembro. Deste modo, para as IPSS, constitui o verdadeiro benefício em sede de IVA a restituição do imposto suportado nas operações previstas nas alíneas a) a e) do n.º 1 do artigo 2º do citado Decreto-Lei, nas condições e com os limites previsto naquele artigo, em requerimento dirigido ao Director Geral dos Impostos, nos termos e prazos previstos no artigo 3º, conforme seguidamente se resume no seguinte quadro: Quadro 1 - Restituição de IVA às IPSS (adaptado de Decreto-Lei 20/90 de 13 de Janeiro) Categoria. Restrições. Limites. Prazos Pedidos de Reembolso. Aquisição de bens e serviços relativos à construção, manutenção e conservação dos imóveis que sejam total ou principalmente utilizados na prossecução dos fins estatutários. Facturas de valor não inferior a Euros 997,60, com exclusão do IVA.. Sem limite. Um ano a contar da data da factura ou documento equivalente (ou, caso aplicável, do bilhete de importação). Facturas de valor Aquisição de bens e serviços Facturas até Euros unitário não inferior relativos a elementos do activo 9.975,96, com exclusão do a Euros 99,76, com imobilizado IVA exclusão do IVA. Reembolso Máximo Euros 2.493,99 veículos automóveis novos ligeiros Aquisição de veículos automóveis Reembolso Máximo Euros novos, ligeiros de passageiros ou de Registados em nome 7.481,97 - veículos pesados mercadorias ou veículos pesados, da IPSS 1 Veiculo em cada desde que: categoria por cada 4 anos (excepto se furto ou sinistro grave) - Veículo registado em nome da IPSS; - Veículo utilizado Facturas até Euros 498,80, Reparações em veículos automóveis exclusivamente para com exclusão do IVA a prossecução dos fins estatutários da IPSS.. Um único pedido de reembolso, a apresentar durante os meses de Janeiro e de Fevereiro (operações realizadas no ano anterior). Aquisição de veículos novos, ligeiros ou pesados – Um ano a contar da data da factura ou documento equivalente (ou, caso aplicável, do bilhete de importação);. Um único pedido de reembolso, a apresentar durante os meses de Janeiro e de Fevereiro (operações realizadas no ano anterior). 21.

(30) Avaliação do Retorno para a Sociedade dos Benefícios Concedidos a IPSS na Área da Saúde. No plano dos benefícios em termos de cumprimento das obrigações acessórias, as IPSS que pratiquem exclusivamente operações isentas encontram-se dispensadas, em sintonia com a disposição do n.º 3 do artigo 29º, de: •. Emitir factura ou documento equivalente nos termos do artigo 36º, relativas às suas transmissões de bens e prestações de serviços, devendo, no entanto, passar documento de quitação de todas as importâncias recebidas;. •. Envio das declarações periódicas;. •. Apresentação da declaração de informação contabilística e fiscal e respectivos anexos3, que faz parte integrante da declaração anual referida nos Códigos do IRS e IRC;. •. Dispor de contabilidade adequada ao apuramento e fiscalização do imposto.. 2.2.3. Imposto Municipal sobre Imóveis No que ao IMI concerne, refira-se que, nos termos do artigo 1º do Código do Imposto Municipal sobre Imóveis (CIMI), este “incide sobre o valor patrimonial tributário dos prédios rústicos e urbanos situados no território português, constituindo receita dos municípios onde os mesmos se localizam”, sendo, de acordo com o vertido no n.º 1 do artigo 8º, o imposto “devido pelo proprietário do prédio em 31 de Dezembro do ano a que o mesmo respeitar”. Equivale a dizer que as IPSS se encontram sujeitas ao pagamento do imposto incidente sobre o valor patrimonial dos imóveis, localizados em território nacional, de que sejam proprietárias em 31 de Dezembro do ano a que o imposto se reporta. Todavia, esta sujeição encontra-se afastada ou pelo menos limitada face à isenção pessoal conferida pela alínea f) do n.º 1 do artigo 44º do EBF: “1 - Estão isentos de imposto municipal sobre imóveis:… As instituições particulares de solidariedade social e as pessoas colectivas a elas legalmente equiparadas, quanto aos prédios ou parte de prédios destinados directamente à realização dos seus fins, salvo no que respeita às misericórdias, caso em que o benefício abrange quaisquer imóveis de que sejam proprietárias;”. 3. Como já expusemos, em sede de IRC não se opera a dispensa da apresentação da declaração anual. Assim, esta dispensa deverá ser entendida apenas em relação aos anexos referentes ao IVA.. 22.

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