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4 – ESTUDO DE CASO – EMPRESA DO RAMO TÊXTIL 4.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

A região do Seridó situa-se em pleno semiárido, região muito castigada com o fenômeno climático da estiagem, submetida a regime de escassez e desigualdade na distribuição das chuvas. Mesmo com restrição do quadro natural, possui 300 mil pessoas, o que representa 11% da população do Estado. No cenário da economia, durante muito tempo, a economia dessa região esteve ligada à agricultura, por meio da cotonicultura, e à pecuária de leite. (SEBRAE/RN, 2011)

Durante o século passado, uma das fontes de destaque da economia da região foi o algodão, produto atrelado à cadeia têxtil, extraído em grande escala. Entre os anos de 70 e 80, o algodão subsidiou a existência de uma fonte de renda que resultou no surgimento de novos empregos para os seridoenses, em especial, para o homem do campo. Com o processo de industrialização do algodão, foi possível utilizar as fibras para a produção dos mais diversos produtos, como fios, redes, tecidos, roupas e bonés. (SEBRAE/RN, 2011)

Neste período, surgiram, no município de Jardim de Piranhas, situado na Microrregião Ocidental do Seridó, as primeiras indústrias de tecelagem que se consolidavam através de artefatos têxtis, com destaque para redes de dormir e panos de pratos. No finalzinho dos anos 90, a primeira década do século XXI, nascem as facções de montagem de peças do vestuário, uma nova oportunidade de geração de emprego e renda para os seridoenses. Em 2001, foram abertas as primeiras empresas faccionistas na região, localizadas em São José do Seridó (Lopes, 2016).

Com o crescimento e consolidação do ramo têxtil, as cidades ao redor foram montando também suas fabricas.

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GRÁFICO2–NÚMERODEEMPRESASFACCIONISTASDOSERIDÓ–2001/2015.

Fonte: Lopes, 2016 p.56.

Obs.: Os números foram levantados até o mês de abril de 2015.

As informações contidas no gráfico acima (Gráfico 2) evidenciam a evolução da atividade faccionista têxtil no Seridó, dentre os anos de 2001 a 2015, bem como sua relevância como empreendimento econômico e social capaz de gerar emprego e renda. Os números expressos pelo referido gráfico indicam a quantidade de empresas abertas e o quantitativo geral até abril de 2015.

Desde a abertura das primeiras empresa do Seridó, no ano 2001, na cidade de São José do Seridó-RN, até os dias atuais, as empresas faccionistas têxteis vem ganhando espaço no cenário do Seridó, onde contam com duas fases de expansão da atividade que, segundo Lopes 2016,p 57:

A primeira teve como marco o ano de 2008, com a entrada da Cia Hering no mercado seridoense, quando se registrou a abertura de nove empresas localizadas em três municípios: Cruzeta, Jardim do Seridó e São José do Seridó, representando um aumento de 280% em relação ao número de unidades faccionistas em 2007. A partir de 2008, a Cia Hering passou a assumir o papel de principal empresa fornecedora. A segunda fase de expansão da atividade na região iniciou-se em 2013, com a criação do Programa de Industrialização do Interior (Pró-Sertão) e a chegada da empresa Guararapes no mercado regional, tornando-se a principal fornecedora. Entre 2008 e 2015, verificou-se uma ampliação do número de unidades produtivas, de 14 para 75 empresas, representando um aumento de 535,71% (Gráfico 1).

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 52 54 56 58 60 62 64 66 68 70 72 74 76 78 80 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 (*) Empresas Abertas Total de Empresas

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As facções têxteis surgiram na região do Seridó há pouco mais de uma década e, ao longo

deste tempo, sua quantidade só aumentou, fazendo com que atualmente o Seridó seja considerado

o principal polo de investimento do setor, pois concentra o maior número de fábricas de costura

do Estado, gerando emprego e renda para a população dessa região. O Mapa 1 apresenta a

distribuição das empresas faccionistas em funcionamento nos municípios do Seridó Potiguar até abril de 2015.

MAPA 1– FACÇÕES TÊXTEIS EM FUNCIONAMENTO NO SERIDÓ, POR

MUNICÍPIOS–2015

Fonte: Lopes ( 2016, p.47)

Até os primeiros meses do ano de 2015, a atividade faccionista têxtil já estava presente em 12 municípios da região do Seridó Potiguar. Em Jardim do Seridó, cidade alvo desta pesquisa, teve início com a iniciativa do empresário Janúncio Nóbrega, em maio de 2008, de montar a primeira fábrica de costura na cidade.

Na região seridoense, das indústrias em atividades a grande maioria é de micro e pequeno porte, com uma pequena porcentagem sendo de médio porte. A empresa usada como

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campo de estudo deste trabalho, a Facção Jakeline F.de Azevedo- ME que é optante do simples nacional e enquadrada com Micro Empresa.

O SEBRAE, em parceria com o projeto do Governo Estadual PRÓ-SERTÃO, desenvolveu um plano de negócio voltado para o empreendimento faccionista, com o intuito de auxiliar e de orientar. O referido plano de negócio é um guia que traz informações básicas sobre facções, como suas principais características, oportunidades e riscos, bem como orientações fundamentais ao adequado funcionamento de uma facção têxtil e sua implantação.

4.2- CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA.

A empresa faccionista têxtil analisada, de nome empresarial Jakeline F de Azevedo- ME teve sua fundação em 26 de dezembro de 2012, sendo optante pelo regime de tributação do simples nacional. A princípio, a empresa iniciou com duas sócias fundadoras, porém, atualmente, é representada por uma única proprietária. O ramo da mesma é o de confecções têxteis, onde atua como prestadora de serviços na confecção de peças de vestuário para empresas maiores. A referida empresa tem um quadro composto por 30 funcionários. Costuma prezar pela qualidade da produção, bem como as condições de trabalho para seus colaboradores, para que, assim, obtenha um ambiente menos hostil e, portanto, mais agradável para aqueles que passam boa parte de seu dia.

4.3- CLASSIFICAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS DA EMPRESA.

Para analisar o ponto de equilíbrio da empresa é necessário identificar quais despesas são variáveis e quais despesas são fixas. Tais dados foram colhidos junto ao DRE da empresa e demais despesas registradas pelo controle interno da mesma. Abaixo são demonstrados os seguintes valores referentes ao ano de 2015.

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