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Contabilidade de Custo: um estudo de caso sobre o ponto de equilíbrio de uma empresa do ramo faccionista têxtil.

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E APLICADAS

CAMPUS DE CAICÓ

CAMILLA VALESSA DANTAS DE OLIVEIRA

CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto de

equilíbrio de uma empresa do ramo faccionista têxtil.

CAICÓ-RN

2016

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CAMILLA VALESSA DANTAS DE OLIVEIRA

CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto de

equilíbrio de uma empresa do ramo faccionista têxtil.

Monografia apresentada ao Departamento de Ciências Exatas e Aplicadas do Centro de Ensino Superior do Seridó da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis. Orientador(a): Prof. Ms. Sócrates Dantas Lopes.

CAICÓ-RN 2016

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CAMILLA VALESSA DANTAS DE OLIVEIRA

CONTABILIDADE DE CUSTOS: um estudo de caso sobre o ponto de

equilíbrio de uma empresa do ramo faccionista têxtil.

Monografia apresentada ao Departamento de Ciências Exatas e Aplicadas do Centro de Ensino Superior do Seridó da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.

Orientador Prof. Ms. Sócrates Dantas Lopes

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________________ Prof.º Ms. Sócrates Dantas Lopes- UFRN/CERES

Orientador

_______________________________________________________ Prof.º Ms. Ricardo Aladim Monteiro - UFRN/CERES

Examinador

________________________________________________________ Prof.ª Ms. Isabel de Medeiros Coelho - UFRN/CERES

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro de Ensino Superior do Seridó - CERES Caicó

Oliveira, Camilla Valessa Dantas de.

Contabilidade de Custos: um estudo de caso sobre o ponto de

equilíbrio de uma empresa do ramo faccionista têxtil / Camilla Valessa Dantas de Oliveira. - Caicó/ RN: UFRN, 2016.

52f.: il.

Orientador: Ms. Sócrates Dantas Lopes. Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Centro de Ensino Superior do Seridó - Campus Caicó.

Departamento de Ciências Exatas e Aplicadas - Curso de Ciências Contábeis.

Monografia - Bacharelado em Ciências Contábeis.

1. Contabilidade. 2. Ponto de Equilíbrio. 3. Custos. 4. Margem de Contribuição. I. Lopes, Sócrates Dantas. II. Título.

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“Na vida, existe tempo para todas as coisas e um tempo para cada coisa! Existe o tempo para trabalhar e o tempo para descansar;

Existe o tempo de sofrer e de sorrir...

Assim por diante, em todos esses tempos, quando aceitos e vividos

São partes integrantes de toda a vida. Nosso grande tempo de viver...

Porém, em um determinado momento, o homem para.

Parece que escuta e às vezes não ouve!

Olha, mas não vê!

É que chegou para o homem a hora da decisão,

Momento inevitável de dar um rumo ao todo da sua vida.

Muitos são os caminhos, porém, outras tantas, as escolhas...

Cabe a cada homem a iniciativa de trilhar o seu caminho;

Cabe a cada um de nós a coragem de assumir a própria escolha.

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Dedico este trabalho àquele que sempre foi e sempre será meu herói: meu tio, Fernando dos Santos Dantas, “in memoriam”. Sei o quanto se sentiria realizado, se aqui estivesse para compartilhar comigo esta vitória.

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AGRADECIMENTOS

É difícil agradecer a todos aqueles que, de alguma forma, contribuíram para a realização desta conquista, por isso inicio meus agradecimentos, primeiramente deixando meu muito obrigada a todos, de coração!

Reconheço que nenhuma conquista se atinge de modo individualista, e, no decorrer destes 5 anos de graduação, algumas pessoas estiveram ao meu lado, torcendo para que este dia chegasse. Gostaria de agradecer aos meus pais que, mesmo sem terem avançado em seus estudos, sempre incentivaram a mim e aos meus irmãos, para que nos aprimorássemos na carreira estudantil e, desta forma, tivéssemos acesso ao mundo do trabalho.

Ao meu esposo e também colega de sala, Isaías Costa, pelo companheirismo e dedicação de sempre. Quero que saiba que ter você como colega foi minha maior inspiração.

Ao meu grupo de estudo: Edyane, Nathalia, Ana Paula e Isaías; vocês sempre foram minha base e porto seguro na universidade. Agradeço a cada um de vocês pelas palavras de apoio nos momentos mais difíceis e tenham a certeza de que vocês me acrescentaram muito, tanto pessoal como profissionalmente.

A Jakeline Azevedo, amiga e proprietária da empresa destacada neste trabalho para estudo de caso, pela confiança e disponibilidade dispensadas, sempre que precisei.

Ao meu orientador, Sócrates Lopes, pela atenção e dedicação; sou imensamente grata a você, pelo apoio prestado, e mantenho a plena convicção de que escolhi a pessoa certa para trilhar comigo esse longo caminho.

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RESUMO

O campo de estudo do presente trabalho atende à questão sobre o ponto de equilíbrio em uma empresa do ramo têxtil, localizada em Jardim do Seridó- RN, que atua como prestadora de serviço para empresas consagradas deste ramo industrial. A fundamentação teórica abordou fatores intrínsecos ao segmento pesquisado, como o setor faccionista têxtil como um todo, a classificação e os tipos de custos, conceito de despesa, margem de contribuição, margem bruta, margem líquida e o ponto de equilíbrio contábil, financeiro e econômico. Além disso, foram abordados temas pertinentes à área da Contabilidade, de modo geral e de custos, na perspectiva de enfatizar a importância da mesma quanto ao levantamento de informações gerenciais para que uma empresa opere bem, pois quando as empresas têm conhecimento de seus custos, despesas e receitas, certamente alcançarão melhores resultados. No decorrer do trabalho, será evidenciada a importância da análise do ponto de equilíbrio e das margens utilizadas para identificar a situação da empresa e sua utilidade como ferramenta de gestão.

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ABSTRACT

The field of study of the present paper answers the question about the balance point in a textile company, located in Jardim do Seridó-RN, which acts as a service provider for consecrated companies in this industry. The theoretical basis addressed factors intrinsic to the segment surveyed, such all the textile faction sector, completely, classification and types of costs, concept of expenditure, contribution margin, gross margin, net margin and point Accounting, financial and economic balance. In addition, issues related to the area of accounting, in general and costs, were approached in order to emphasize its importance regarding the collection of managerial information for a company to operate well, because when companies are aware of their costs, expenses and revenues, will certainly achieve better results. In the course of the work, the importance of the financial balance analysis and the margins used to identify the company's situation and its usefulness as a management implement will be highlighted.

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1- REPRESENTAÇÃO DO PONTO DE EQUILÍBRIO. ... 28 GRÁFICO 2-NÚMERO DE EMPRESAS FACCIONISTAS DO SERIDÓ –2001/2015. .... ...37 GRÁFICO 3- MARGEM BRUTA, MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO E MARGEM LÍQUIDA. ... 45 GRÁFICO 4 - REPRESENTAÇÃO DO PONTO DE EQUILÍBRIO. ... 47

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LISTA DE MAPAS

MAPA 1- FACÇÕES TÊXTEIS EM FUNCIONAMENTO NO SERIDÓ, POR MUNICÍPIOS – 2015...38

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1- DEMOSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCICIO ... 39

TABELA 2 - RECEITAS BRUTAS DO ANO EXERCICIO DE 2015. ... 40

TABELA 3 - CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS DE 2015 ... 41

TABELA 4- CLASSIFICAÇÃO DAS DESPESAS DE 2015. ... 42

TABELA 5- MARGEM BRUTA EM PERCENTUAIS LEVANDO EM CONSIDERAÇÃO AS VENDAS BRUTAS. ... 43

TABELA 6- MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO EM PERCENTUAIS LEVANDO EM CONSIDERAÇÃO AS VENDAS BRUTAS. ... 44

TABELA 7 - MARGEM LÍQUIDA EM PERCENTUAIS LEVANDO EM CONSIDERAÇÃO AS VENDAS BRUTAS. ... 44

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

FIERN – Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte SEDEC – Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

SESI – Serviço Social da Indústria MB – Margem Bruta

CSP – Custo dos Serviços Prestados MC – Margem de Contribuição DV – Despesa Variável ML – Margem Líquida DF- Despesa Fixa PE – Ponto de Equilíbrio CF – Custo Fixo

PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil PEE - Ponto de Equilíbrio Econômico PEF - Ponto de Equilíbrio Financeiro

RKW – Reichskuratoriun fur Wirtschaftlichtkeit DRE – Demonstração do Resultado do Exercício EPI – Equipamento de Proteção Individual BB- Banco do Brasil

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SUMÁRIO

1-INTRODUÇÃO ... 14

1.1- CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMÁTICA DO TEMA ... 14

1.2- OBJETIVOS DA PESQUISA ... 16 1.2.1-Geral ... 16 1.2.2- Específicos ... 16 1.2.3- Justificativa ... 16 2- REFERENCIAL TEÓRICO ... 18 2.1-CONTABILIDADE DE CUSTOS ... 18

2.2-CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS ... 20

2.2.1-custos quanto à tomada de decisões ... 20

2.2.2-Quanto à identificação ... 20

2.2.3- Quanto ao Volume produzido ... 22

2.3- DESPESAS ... 22

2.4- MÉTODOS DE CUSTEIO. ... 23

2.4.1- Custeio por Absorção ... 24

2.4.2- Custeio variável ou direto ... 25

2.5-CONCEITOS A CERCA DA MARGEM BRUTA, MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO E MARGEM LÍQUIDA ... 26

2.6-PONTO DE EQUILIBRIO ... 27

2.6.1-Ponto de equilíbrio Contábil ... 29

2.6.2-Pontode Equilíbrio Econômico ... 29

2.6.3-Ponto de Equilíbrio Financeiro ... 30

2.6.4- Limitações do Ponto Equilíbrio ... 30

2.6.5- Benefícios da análise do ponto de equilíbrio ... 31

3– METODOLOGIA ... 33

3.1- TIPO DA PESQUISA ... 33

3.2- UNIVERSO E AMOSTRA ... 34

3.3- SUJEITOS DA PESQUISA ... 34

3.4- INSTRUMENTOS DE COLETA DOS DADOS ... 34

3.5- PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DOS DADOS ... 35

4– ESTUDO DE CASO – EMPRESA DO RAMO TÊXTIL. ... 36

4.1- CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ... 36

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4.3- CLASSIFICAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS DA EMPRESA. ... 39

4.3.1- Margem bruta ... 43

4.3.2. Margem de contribuição ... 43

4.3.3- Margem líquida ... 44

4.4. ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO... 45

4.4.1- tirando a prova real do ponto de equilíbrio ... 46

5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 48

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1– INTRODUÇÃO

1.1. - CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMÁTICA DO TEMA

O presente trabalho trata da análise do ponto de equilíbrio de uma empresa do ramo têxtil, situada na cidade de Jardim do Seridó- RN. Antes de adentrar no tema principal, faz-se necessário ressaltar alguns temas como: a contabilidade, de forma geral, a contabilidade gerencial, aspectos essenciais à pesquisa, como a relação entre os custos envolvidos no processo produtivo e as receitas auferidas a fim de identificar o ponto de equilíbrio entre eles.

A contabilidade vem contribuindo, há tempos, para o desenvolvimento empresarial, sendo utilizada como meio de controle e prestação de contas. O surgimento da contabilidade remete à necessidade dos comerciantes em adquirir controle nas transações de seus negócios. Deste modo, a contabilidade foi se adaptando e evoluindo, de acordo com as necessidades comerciais. Segundo Santos (2011, p.1):

A contabilidade é um sistema de contas composto por normas, regras e princípios para a acumulação, geração e análise de dados para atender a necessidades internas e externas de uma empresa [...]. É ramo do conhecimento necessário como eficiente instrumento de controle, planejamento e gestão de um negócio com ou sem finalidades lucrativas

Uma das principais vantagens da contabilidade é proporcionar aos gestores informações gerenciais sobre como nortear uma empresa para que ela consiga os resultados almejados e manter-se no mercado. Diante de períodos de instabilidades de mercado e crises econômicas, surge, cada vez mais, a necessidade de bons gestores que entendam do negócio e que estejam dispostos a buscar novas técnicas, caso seja necessário, para se adaptarem ao mercado.

Chiavenato, (2012, p.21).

O espírito empreendedor aprende a perceber e localizar as oportunidades no mundo dos negócios e aproveitá-las rápida e adequadamente. Para tanto, deve ter visão panorâmica e fortalecer a flexibilidade, a adaptabilidade e a manobrabilidade em um mundo dinâmico e complexo. No entanto, deve também fugir dos perigos e percalços que rondam toda atividade criativa e inovadora. Os perigos mais comuns nos novos negócios podem ser perfeitamente neutralizados e evitados.

A Contabilidade é ferramenta indispensável na atuação de diversos ramos, podendo-se enumerar, dentre eles, a contabilidade gerencial que atua auxiliando o gestor com informações úteis ao processo de gestão da empresa.

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A contabilidade gerencial é relacionada com o fornecimento de informações para administradores - isto é, aqueles que estão dentro da organização e que são responsáveis pela direção e controle de suas operações” (Padoveze, 2000, p.31 apud Araújo, 2015 p.16).

A contabilidade gerencial é o ramo da contabilidade que auxilia no planejamento estratégico, favorecendo a administração empresarial quando utiliza as informações geradas através dos documentos contábeis, o que facilita a tomada de decisão.

Na contabilidade gerencial, pode-se destacar a contabilidade de custos como um de seus pilares, sendo ela responsável por gerar diversas informações usadas na tomada de decisões estratégicas e de fundamental importância para manter-se no mercado. Deste modo,

os gestores do ramo têxtil, alvo deste trabalho acadêmico, lidam com grandes desafios quanto à gestão eficaz de custos, objetivando sua continuidade.

A Contabilidade de Custos é usada no ambiente empresarial por seus usuários, a fim de analisar sua produção de bens ou serviços e os valores a eles alocados, uma vez que os custos atuam diretamente no valor de venda e no resultado da empresa.

A gestão de custos atua auxiliando diferentes instrumentos de análise, através do domínio das competências essenciais ao seu desenvolvimento e gestão, por meio de diferentes métodos de apuração dos custos de produção, como também a análise dos resultados. O objeto deste trabalho acadêmico é realizar um estudo do ponto de equilíbrio entre receitas e custos da empresa analisada. Nele será evidenciada a importância de uma empresa conhecer seus custos e despesas e assim poder estimar quanto a empresa deve produzir para se manter e a partir de quando começará a obter lucro. Santos (2011, p 37) define o que é ponto de equilíbrio:

O ponto de equilíbrio será obtido quando o total dos lucros marginais, de todos os produtos comercializados, equivalerem ao custo estrutural fixo do mesmo período de tempo objeto da análise [...]. A informação também conhecida, como a do faturamento mínimo que uma empresa precisa obter para não incorrer em prejuízo [...].

Tomando-se por base este conceito, o ponto de equilíbrio é usado para nortear a gestão do negócio na relação de receitas e custos para que não haja prejuízos financeiros. Esta pesquisa acadêmica acerca da análise do ponto de equilíbrio também servirá para identificar o desempenho da empresa analisada, assim como mostrar que a análise do ponto de equilíbrio poderá atuar como uma valiosa ferramenta de gestão empresarial.

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Diante de tais fatos, como o conhecimento do ponto de equilíbrio e da margem de contribuição podem auxiliar a gestão de uma empresa do ramo faccionista têxtil, para que essa consiga obter resultados positivos frente à sustentabilidade organizacional e ao cenário de vulnerabilidade econômica presente na atividade?

1.2- OBJETIVOS DA PESQUISA 1.2.1-Geral

O objetivo geral deste trabalho é identificar a margem de contribuição e ponto de equilíbrio de uma empresa do ramo faccionista têxtil na cidade de Jardim do Seridó – RN, a fim de auxiliar a gestão da empresa no acompanhamento do negócio.

1.2.2- Específicos

 Caracterizar a atividade faccionista têxtil;  Classificar a estrutura de custos da empresa;

 Discorrer sobre alguns sistemas de custeio, enfatizando o custeio variável.  Calcular as margem bruta, de contribuição e líquida.

1.2.3- Justificativa

A região do interior do Rio Grande do Norte, mais precisamente a cidade de Jardim do Seridó-RN, cidade foco deste trabalho, é uma área pouco desenvolvida economicamente, localizada no polígono da seca e com poucas oportunidades de empregos, o que chama a atenção para o advento da chegada das facções de costura na cidade, há, aproximadamente,

uma década, trazendo geração de emprego e renda onde a escassez de trabalho e renda assolava os habitantes. Esses pequenos negócios industriais de costura são vistos pela população local como dádivas.

As facções de costura têxtil foram se firmando e se expandindo, e hoje, a atividade já é vista como nova via impulsionadora na economia da cidade e região seridoense, levando-se em consideração alguns fatores como: a importância da atividade faccionista têxtil para os jardinenses; a crise que o setor enfrentou nos anos de 2012 e 2013, devido às irregularidades no abastecimento de peças, resultando que as facções recebiam uma quantidade menor de peças o necessário para a sua capacidade de produção, gerando inúmeras paralisações na

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produção, demissões e até o fechamento de algumas delas, além do fato de estarmos vivenciando períodos de dificuldades financeiras no cenário nacional. Diante desse cenário, surgiu a necessidade de realização de um estudo que identifique o ponto de equilíbrio e a margem de contribuição presentes nas facções têxteis, de forma que esse estudo possa auxiliar a gestão das empresas em geral, contribuindo para identificar a viabilidade do negócio, como também a continuidade deste segmento industrial tão importante para o município de Jardim do Seridó e para a Região do Seridó Potiguar.

O presente estudo prevê, além de buscar respostas para o questionamento levantado, agregar maior embasamento ao tema facções têxteis. No interior do RN, a atividade é desenvolvida num ambiente de vulnerabilidade econômica, pelo fato de que as empresas faccionistas têxteis dependem de demandas produtivas de outras empresas. No entanto, essa atividade tem se mostrado de grande relevância para a região do Seridó Potiguar.

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2 - REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 -CONTABILIDADE DE CUSTOS

A contabilidade de custos surge da contabilidade financeira e da contabilidade geral e teve início com a Revolução Industrial. Uma gestão de custos bem elaborada é capaz de reduzir o ambiente de incertezas, facilitando para o gestor optar na hora da tomada de decisão. Segundo Bornia (2002, p. 35),

Com o aparecimento das empresas industriais (revolução industrial), tendo por objetivo calcular os custos dos produtos fabricados. Antes disso, os artigos normalmente eram produzidos por artesãos que, via de regra, não constituíam pessoas jurídicas. Praticamente só existiam empresas comerciais, que utilizavam à contabilidade financeira basicamente para avaliação do patrimônio e apuração do resultado do período.

A partir do século xx, começaram a surgir obras voltadas para escriturar as operações mercantilistas, com o objetivo de enaltecer a apuração do custo e resultados, a fim de ajudar os gestores no controle e gestão do negócio. De acordo com Santos (2011, p.12):

A necessidade do controle fez com que a apuração de custos ganhasse importância desde o inicio do capitalismo. Era por meio da contabilidade de custos que o comerciante tinha respostas se estava lucrando como seu negócio, pois bastava confrontar as receitas com as despesas do mesmo período. A contabilidade de custos era usada como um instrumento seguro para controlar as variações de custos e de vendas e também para avaliar o crescimento ou retrocesso do negócio.

A gestão de custos requer o uso de informações corretas, objetivas e precisas que auxiliam no processo decisório da entidade e sua manutenção no ambiente em que atua; deste modo, cabe ao sistema de custos coletar dados e transformá-los em informações. De acordo com Warren, Reeve e Fess (2003, p. 8), O objetivo de um sistema de contabilidade de custos é acumular os custos de produtos, além de fornecer informações com o intuito de possibilitar um melhor controle deles.

Toda e qualquer empresa necessita do controle e análises de custos, seja ela pequena, média ou grande empresa. A sobrevivência e manutenção das mesmas no mercado vem do lucro manipulado pelos valores e volumes gerados de suas transações, bem como buscar atender às necessidades de seus clientes, o que é primordial para sua permanência no mercado. Segundo Bomfim, Passarelli, 2011 :

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As empresas continuam conscientes de que proporcionar lucros satisfatórios aos seus proprietários é a condição básica da sua sobrevivência; no entanto, perceberam que, em um ambiente altamente competitivo, o objetivo de lucro satisfatório não pode ser atingido por meio de mágicas financeiras, sem que se dedique uma atenção prioritária ao consumidor.

Para Kroetz (2001, p. 6), A contabilidade de custos centra sua atenção no estudo da composição e no cálculo dos custos, também observa o resultado dos centros ou dos agentes do processo produtivo. A contabilidade de custos tem como característica ser de caráter interno”. É importante ressaltar ainda, segundo Kroetz (2001, p. 8-9), que:

A Contabilidade de Custos não se aplica somente às indústrias, sendo que é possível calcular custos comerciais, de serviços, agrícolas etc. Porém a ênfase maior é dada à atividade industrial, uma vez que é neste segmento seu maior campo de atuação (motivo esse que leva muitos a denominarem, erroneamente, a contabilidade de custos como sinônimo de contabilidade industrial).

A contabilidade de custos gera informações que devem ser usadas no planejamento e tomada de decisão, através de métodos contábeis confiáveis, responsáveis por demonstrar a real situação da entidade.

As novas tecnologias advindas das mudanças ocorridas diariamente no mercado competitivo evidenciam o quanto a gestão de custos é essencial dentro das empresas, onde as informações, mudanças e as estratégicas tendem a seguir tais mudanças, moldando–se às necessidades do ambiente, a fim de gerar dados cada vez mais precisos à tomada de decisões.

Para Beulke (2008), tais mudanças exigem, tanto das organizações privadas quanto das públicas, ações gerenciais cada vez mais eficazes para a distribuição de produtos, em tempos reais reduzidos e com menos recursos. A existência de uma contabilidade de custos diminui o ambiente de incerteza do gestor, que passa a dispor de informações técnicas para as suas decisões.

O novo cenário, por sua vez, precisa cada vez mais de profissionais capacitados e atualizados, munidos de conhecimentos, criatividade e visão de mercado, para atuar com eficácia neste modelo de gestão.

Diante do exposto, torna-se notória a necessidade da utilização da contabilidade de custos no âmbito empresarial como ferramenta de auxílio aos gestores, neste mercado em que atuam, onde a concorrência não conhece fronteiras e apenas os mais fortes e bem preparados conseguem permanência.

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O objetivo da análise de custos é mostrar, através de comparações, o melhor caminho a ser seguido pela gestão do negócio e ressaltar que a não utilização de seus dados pelas empresas, nos dias atuais, pode resultar em seu fracasso, uma vez que estas informações geradas podem servir para criar meios de lidar com os concorrentes de mercado.

2.2 - CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS

A classificação dos custos pode ser entendida levando-se em consideração a tomada de decisões (relevantes e não relevantes), quanto à identificação (custos diretos e indiretos) e ao volume produzido (variáveis e fixos).

2.2.1- Custos Quanto à Tomada de Decisões

A relação dos custos, quanto à tomada de decisão, pode defini-los em duas categorias, a saber: relevantes e não relevantes. Para Wernke (2001, p.13):

Custos relevantes são aqueles que se alteram dependendo da decisão tomada e custos não relevantes os que independem da decisão tomada. Assim, os custos realmente importantes como subsídio à tomada de decisão são os relevantes; os outros não necessitam ser considerados.

A tomada de decisão é um processo de escolha da melhor solução para um problema ou situação. Tal processo é considerado difícil e, uma vez feito, poderá ocasionar consequências positivas ou mesmo negativas para a entidade. Por este motivo, deve ser tomada de acordo com sua relevância e da forma que melhor possa gerar resultados positivos, que é o objetivo de toda organização.

2.2.2-Quanto à Identificação

Podem ser classificados como custos diretos ou indiretos. Custos diretos são aqueles custos que estão diretamente e fisicamente ligados ao processo produtivo, processo de fabricação do produto. Já os custos indiretos não se relacionam diretamente ao produto, o que dificulta sua alocação, sendo necessário recorrer a métodos de rateio para sua absorção.

DIRETOS CUSTOS

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Bornia (2002, p. 44) entende que:

Custos diretos são aqueles facilmente relacionados com as unidades de alocação de custos (produtos, processo, setores, clientes etc.). Exemplos de custos diretos em relação aos produtos são a matéria-prima e a mão de obra direta. A alocação e a análise desses custos são relativamente simples.

Wernke (2001, p. 13) complementa:

custos diretos são os gastos facilmente apropriáveis às unidades produzidas, ou seja,

são aqueles que podem ser identificados como pertencentes a este ou àquele produto. Por sua natureza, características próprias e objetividade ou por controles individuais como a ficha técnica do produto, sem a necessidade de rateios.

Desta forma, os materiais, a mão de obra envolvida e demais itens usados na fabricação de determinado produto, quando têm sua simples alocação direta e objetiva ao produto, compõem o que se chama de custos diretos.

Os custos indiretos não se relacionam diretamente ao produto, são de difícil identificação e precisam de métodos de rateios para sua alocação às unidades. A dificuldade de alocação é um dos maiores problemas no sistema de custos, devido à sua absorção não ser tão simples e ter possibilidades de ser efetuado por vários critérios. São exemplos de custos indiretos a mão de obra indireta e o aluguel. A dificuldade encontrada na alocação de tais custos aos produtos e sua análise deram origem aos métodos de custeio por absorção. Para Nascimento (2001, p. 28):

Custo indireto é o que, embora não incida diretamente sobre a produção ou a venda, é parte integrante como resultante da participação das atividades de apoio ou auxiliar ao processo de transformação, produção e comercialização de um bem ou serviço.

Wernke (2001, p. 14) traz uma definição mais clara do que são custos indiretos,

Custos indiretos são os gastos que não podem ser alocados de forma direta ou objetiva aos produtos ou a outro segmento ou atividade operacional, e caso sejam atribuídos aos produtos, serviços ou departamentos, serão mediante critérios de rateio

Sendo assim, os custos indiretos são gastos que não podem ser alocados de maneira direta e objetiva aos produtos, serviços, departamentos ou outros objetos de custo, sendo

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efetuada sua alocação de maneira indireta, utilizando critérios de distribuição como o rateio, a alocação, a apropriação, dentre outros disponíveis para tal fim.

2.2.3- Quanto ao Volume Produzido

A avaliação dos custos leva em consideração sua relação com o volume de produção e separa-os em fixos e variáveis.

Bornia (2002) define custos fixos como sendo aqueles que, independentemente do volume da atividade, não variam com alterações no volume de produção, como, por exemplo, salário do gerente.

Nesse sentido, Koliver (2008, p. 67) afirma: “custos fixos são aqueles que tendem a permanecer num determinado nível, entre certos limites no uso da capacidade instalada da entidade”.

Em relação aos custos fixos, são aqueles que existem mesmo se a empresa não estiver operando, pois seu valor independe do volume de produção, não alterando quando aumenta a produção.

Os custos variáveis estão diretamente vinculados ao volume de produção. Wernke (2001, p. 14) ressalta que:

Quanto maior for o volume de produção, maiores serão os custos variáveis totais. São os valores consumidos ou aplicados que têm seu crescimento vinculado à quantidade pela empresa. Têm seu valor determinado em função de oscilações na atividade da empresa, variando de valor na proporção direta do nível de atividade. O exemplo mais adequado para custo variável é a matéria-prima, pois se para produzir uma unidade de produto gastam-se $10, ao produzir duas unidades gastam-se $ 20.

Os custos variáveis alteram seu valor dependendo diretamente da quantidade produzida, na mesma proporção, em determinado período.

2.3 - DESPESAS

As despesas são gastos que correspondem ao montante usado para manter o funcionamento da empresa, mas tais gastos não são enquadrados no processo de produção da empresa, não compondo os custos do produto. Bornia (2002, p. 40) afirma:

Despesa é o valor dos insumos consumidos com o funcionamento da empresa e não identificados com a fabricação. São as atividades fora do âmbito da fabricação. A

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despesa é geralmente dividida em administrativa, comercial e financeira. Portanto, as despesas são diferenciadas dos custos de fabricação pelo fato de estarem relacionadas com a administração geral da empresa.

Kroetz (2001, p.11) complementa trazendo alguns exemplos:

A comissão do vendedor, por exemplo, é ainda um gasto que se torna imediatamente uma despesa. O equipamento usado na fábrica, que fora gasto transformado em investimento e posteriormente considerado parcialmente como custo torna-se, na venda do produto feito, uma despesa. A máquina de escrever da secretária do diretor financeiro, que fora transformada em investimentos, tem uma parcela reconhecida como despesa (depreciação), sem transitar pelo custo.

Sendo assim, despesas são gastos que uma empresa tem com sua manutenção, para obter receitas, tais gastos que não se enquadram como processo de transformação ou produção dos bens e produtos.

2.4 -MÉTODOS DE CUSTEIO

Métodos de custeio são modelos usados para determinar os custos dos produtos e facilitar a apropriação destes na apuração dos resultados ao final do período. A contabilidade de custos apresenta vários métodos de apropriação, elencados de acordo com os objetivos e necessidades de cada entidade. Dentre os métodos existentes, o presente trabalho irá frisar o Custeio Variável, por ser o método usado pra trabalhar a margem de contribuição e o ponto de equilíbrio, e o Custeio por Absorção ou RKW, por sua relevância na gestão do negocio e ser o único aceito pela legislação Brasileira. Wernke (2001, p. 20) ressalta que,

A atribuição de valores “verdadeiros” aos produtos passou a constituir um dos principais objetivos da contabilidade de custos, tanto para a divulgação em demonstrações financeiras periódicas – do montante do estoque final e do custo dos produtos vendidos – quanto como base para decisão sobre o mix ótimo de produtos. Para tanto, torna-se necessário um sistema de custos que consiga mensurar e alocar os custos aos produtos, da forma mais adequada possível. Ou seja, calcular o custo total de cada produto, assumindo este custo total como resultante da soma dos custos variáveis aos custos fixos (ou a soma dos custos diretos aos custos indiretos).

Os métodos de custeio, desde sua origem, vêm oferecendo, de forma padronizada e objetiva, a investigação e determinação dos custos totais. No decorrer do tempo, surgiram novas metodologias para atender com maior precisão e para facilitar a tomada de decisão. Conforme Bruni e Famá (2004, p. 208),

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Um dos maiores problemas dos sistemas de custeio consiste na alocação dos custos indiretos (variáveis ou fixos) aos produtos. Em processos de tomada de decisões, muitas vezes, os custos fixos rateados de forma imprecisa levam a decisões inadequadas, como o corte de produtos lucrativos ou mesmo corte de produtos deficitários.

Entender a forma de alocar os custos aos produtos é de suma importância para atingir a eficácia de uma gestão de custos. Deste modo, entender todas as formas de alocação é vital para a efetividade das informações geradas.

2.4.1 - Custeio por Absorção

O custeio por absorção ou RKW foi desenvolvido na Alemanha no século 20. O mesmo consiste em apropriar todos os custos aos produtos fabricados, sejam eles diretos ou indiretos, fixos ou variáveis. Esta é a forma de custeio usada no Brasil, pois respeita os Princípios da Contabilidade e aceita pela legislação comercial e fiscal, lei n° 6.404/76, em seu art. 177.Bomfim, Passarelli (2011, p.60) diz que:

Quando, ao custear-se os produtos fabricados pela empresa, são atribuídos a esses produtos, além dos seus custos variáveis, também os custos fixos, diz-se que se está usando a modalidade de custeio por absorção.

As vantagens deste método, segundo Kroetz (2001), são: considera o total dos custos por produto, formação de custos para estoques, permite a apuração do custo por centro de custos. Já as desvantagens são as seguintes: poderá elevar artificialmente os custos de alguns produtos, não evidencia a capacidade ociosa da empresa, os critérios de rateio são sempre arbitrários, portanto nem sempre justos.

Wernke (2001) complementa, dizendo: Há desvantagem no custeio por absorção, conforme este consiste na utilização dos rateios para distribuir os custos entre os departamentos e/ou produtos. Como nem sempre tais critérios são objetivos, podem distorcer os resultados, penalizando alguns produtos e beneficiando outros.

A utilização dos custos fixos como forma de rateios pode dificultar as decisões de gerência da empresa quanto à formação do preço de venda do produto, uma vez que, por mais objetivos que sejam feitos estes rateios, não deixa de ser uma maneira de arbitrar os resultados.

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2.4.2- Custeio Variável ou Direto

O método de custeio direto ou variável é utilizado apenas para fins gerenciais, pois o mesmo não é aceito pela legislação. Nele são considerados somente os custos variáveis dos produtos vendidos; os custos fixos são separados e considerados como despesas daquele período. Kroetz (2001, p. 60) afirma que:

Só são alocados aos produtos os custos variáveis, ficando os fixos separados e considerados como despesas do período, indo diretamente para o resultado do exercício; para o estoque só vão, como consequência, os custos variáveis (indiretos e/ou diretos), motivo que leva a legislação a não aceitá-lo, ou ainda, dentro desse método os custos variáveis são considerados como atribuíveis aos produtos; é o caso de materiais e mão de obra direta. Já os custos fixos são tratados como despesas do período e, portanto, não são ativados na conta de estoques.

O custeio direto ou variável aloca aos produtos apenas os custos reconhecidos como variáveis, pois os fixos não estão relacionados como volume de produção, ou seja, independentemente de sua produção, os custos fixos não oscilam. Um exemplo clássico é o aluguel do prédio que, independente da produção aumentar ou diminuir, permanece o mesmo valor. Os custos variáveis por sua vez, são diretamente relacionados ao volume produzido, pois, quanto mais a empresa produzir, mais custos serão criados. Para tal caso, pode-se citar o exemplo da matéria prima que, quanto mais produzir, mais será necessário aumentar a quantidade utilizada nos produtos.

Diferentemente do custeio por absorção, o variável não utiliza o critério de rateio, o que ocasiona a eliminação da possibilidade de distorções. Deste modo, as vantagens sobre o custeio por absorção se tornam significativas quando levadas em consideração a apuração de resultados financeiros.

Diante do exposto, é possível afirmar que toda empresa necessita obter informações gerenciais que sejam úteis para os processos decisórios e elaboração de relatórios gerenciais. Tais informações são geradas a partir da utilização de ferramentas disponíveis pela contabilidade de custos e, dentre elas, torna-se possível destacar os métodos de custeio, margens de contribuição e ponto de equilíbrio, pois, conhecendo esses indicadores, a empresa teria informações necessárias para a tomada de decisão e adoção de melhores práticas.

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2.5- CONCEITOS ACERCA DA MARGEM BRUTA, MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO E MARGEM LÍQUIDA.

Para que uma empresa opere bem, deve utilizar-se de todas as ferramentas úteis à tomada de decisão e análise de seu negócio; as margens citadas acima auxiliam o gestor na tomada de decisão em momentos que necessitem avaliar se determinadas decisões são oportunas ou não para a empresa. Tal análise auxiliará o gestor que almeja desempenhar um bom planejamento estratégico, a fim de melhorar seu resultado operacional.

A margem bruta representa o valor que sobra das vendas após subtrair os custos dos serviços prestados. Observe-se a fórmula a baixo:

MB= Venda – CSP Onde:

MB = Margem bruta

CSP= Custo Dos Serviços Prestados

Margem de contribuição

A Margem de Contribuição é primordial para o planejamento de todas as empresas, uma vez que, caso a margem de contribuição não seja conhecida, a empresa pode estar operando com prejuízo. Para Wernke (2001, p. 44).

O estudo da margem de contribuição é elemento fundamental para decisões de curto prazo. Além disso, o estudo da margem de contribuição possibilita análises objetivando a redução dos custos, bem como políticas de incremento de quantidade de vendas e redução dos preços unitários de venda dos produtos.

Vejamos a fórmula para encontra a margem de contribuição: MC = MB – DV Onde:

MB = Margem bruta DV = Despesas variáveis

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Margem Líquida

A margem líquida é expressa pelo restante das receitas com a prestação de serviços, ou seja, mostra o lucro líquido das operações da empresa.

ML = MC – DF Onde: ML= Margem Líquida

MC= Margem de Contribuição DF= Despesas Fixas

A fim de garantir o sucesso de uma empresa, muitos fatores devem ser utilizados. As margens mencionadas acima refletem grande importância, pois, a partir de seus dados, é possível saber qual a situação em que se encontra a empresa. De posse dos números obtidos por elas, é possível afirmar quanto uma empresa precisa vender para atingir seu ponto de equilíbrio para que suas receitas sejam equivalentes aos seus custos e despesas totais, eliminando a possibilidade de prejuízo operacional.

2.6 - PONTO DE EQUILIBRIO

O ponto de equilíbrio é o indicador de segurança da empresa, pois indica o valor mínimo que é necessário comercializar, vender para que as receitas se igualem aos custos e despesas da empresa; Atingindo tal valor, é excluída a hipótese de prejuízo e, ultrapassando o mesmo, inicia-se a obtenção do lucro.

A análise do equilíbrio entre receitas de vendas e custos é muito importante como instrumento de decisão gerencial. O sucesso financeiro de qualquer empreendimento empresarial está condicionado à existência da melhor informação gerencial. Santos (2011, p.37)

Santos, 2011, em seu livro: Contabilidade e Análise de Custos traz uma definição simplicista do ponto de equilíbrio:

É a expressão usada para definir o equilíbrio entre o faturamento de vendas e os custos totais, equivalente ao lucro zero. A partir do ponto de equilíbrio (Break even point) é que as operações de uma empresa começam a gerar lucro. O gráfico expresso abaixo traz uma representação do ponto de equilíbrio.

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GRAFICO1-REPRESENTAÇÃODOPONTODEEQUILÍBRIO.

Fonte: Martins (2003).

Atualmente, o cenário de mercados é marcado pela competitividade, o que faz com que qualquer ferramenta usada para desenvolver a empresa a fim de atingir sua sustentabilidade e atender às crescentes exigências do mercado seja vista como peça primordial no processo de tomada de decisão de curto prazo. Neste sentido, o ponto de equilíbrio é visto pela maioria dos gestores empresarias como necessário e suficiente para gerir seus resultados.

Existem diferentes tipos de ponto de equilíbrio, mas todos são responsáveis por gerar informações usadas no gerenciamento da empresa, com enfoques diferentes. Segundo Bornia (2002)” , a diferença entre eles são os custos e despesas fixos a serem considerados em cada caso”. Ainda de acordo com Bornia (2002, p. 79):

Os três pontos de equilíbrio fornecem importantes subsídios para um bom gerenciamento da empresa. O ponto de equilíbrio financeiro informa o quanto a empresa terá de vender para não ficar sem dinheiro e, consequentemente, ter de fazer empréstimos, prejudicando ainda mais os lucros. Se a empresa estiver operando abaixo do ponto de equilíbrio financeiro, ela poderá até cogitar uma perda temporária nas atividades. O ponto de equilíbrio econômico mostra a rentabilidade real que a atividade escolhida traz, confrontando-a como outras opções de investimento.

A utilização do ponto de equilíbrio é capaz de agir de forma eficiente no planejamento da gestão empresarial, identificando possíveis descontroles ocorridos, oscilações positivas ou negativas nos inúmeros itens que o compõem, assim como possibilitar avaliação e correções,

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quando necessário, em tempo que possa recuperar os resultados negativos e melhorar os almejados para futuros períodos.

Para chegar ao ponto de equilíbrio os custos e despesas totais devem ter se igualado às receitas totais. Observe-se a fórmula do ponto de equilíbrio:

PE = Custos e Despesas Variáveis + Custos e Despesas Fixas

Onde:

CV= Custo Variável; CF= Custo Fixo;

DV= Despesas Variáveis DF= Despesas Fixas.

A seguir, serão apresentados cada um dos pontos de equilíbrio estudados: Contábil, Financeiro e Econômico.

2.6.1-Ponto de Equilíbrio Contábil

No ponto de equilíbrio a entidade não terá prejuízo nem lucro; ela atingirá o valor necessário para cobrir o custo das mercadorias vendidas ou serviços prestados, as despesas fixas e variáveis, sendo calculado pela seguinte fórmula:

PEC= Despesa fixa / Margem de contribuição

O ponto de equilíbrio contábil ou operacional é usado comumente para análises e auxílios na tomada de decisão e leva em consideração os custos e despesas fixas referentes ao funcionamento da entidade; é o quociente simples da divisão.

2.6.2-Ponto de Equilíbrio Econômico

Para se encontrar o ponto de equilíbrio econômico é necessário levar em consideração as despesas e receitas financeiras, acrescidas do saldo da correção monetária, ou seja, na hipótese da soma das margens de contribuição totalizar um valor que, deduzidos os custos e despesas fixas, seja suficiente para remunerar o capital próprio da empresa com uma taxa que seja satisfatória aos acionistas e adaptável ao mercado cada vez mais competitivo. O valor é

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dado através do cálculo do somatório dos custos e despesas fixas com o valor de um lucro mínimo estimado que atenda às exigências dos empresários e o resultado dividido pela margem de contribuição. A utilização desta ferramenta tem como principal objetivo gerar informações aos investidores a respeito do retorno do capital investido. Em outras palavras, a quantidade que a empresa precisa vender para recuperar o investimento, de acordo com a rentabilidade desejada.

PEE=Custos e despesas fixos (+) custos de oportunidade Pv unitário (-) custos e despesas variáveis unitários

O ponto de equilíbrio econômico informa a quantidade necessária para atingir o lucro desejado e diferencia-se dos demais pontos de equilíbrio, por incluir em sua fórmula a variável “Lucro desejado”

2.6.3-Ponto de equilíbrio financeiro

O ponto de equilíbrio financeiro utiliza valores intrínsecos aos custos e despesas fixas totais, apropriados sem o respectivo desembolso; como exemplo, tem-se a depreciação. O ponto de equilíbrio financeiro é considerado o mais completo para análises detalhadas, sendo calculado pela seguinte formula:

PEF =Custos e despesas fixos (- ) depreciação Pv unitário (-) custos e despesas variáveis unitários

Sendo assim, o cálculo leva em consideração a diferença dos custos fixos e despesas fixas totais com os valores sem desembolso de numerário, dividida pelo preço de venda unitária menos os custos e despesas variáveis.

2.6.4 - Limitações do ponto equilíbrio.

As limitações do ponto de equilíbrio devem ser consideradas pelo gestor da empresa de acordo com a atividade e situação específica, devendo ser pensados os prós e contras no caso específico e avaliar antes de usá-los na tomada de decisões.Wernke (2001, p.56) afirma que:

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Os gerentes devem ficar atentos com relação ás limitações apresentadas na utilização do ponto de equilíbrio. O autor enfatiza que tal técnica só deve ser utilizada em gestão de curto prazo, e faz ainda o seguinte comentário: “não se pode pensar num planejamento de longo prazo para empresas que não dêem resultado positivo e não remunere os detentores de suas fontes de recursos.

Em virtude das limitações do ponto de equilíbrio, recomenda-se seu uso apenas para tomada de decisão em gestão de curto prazo.

Além de ter o cuidado de usar a análise do ponto de equilíbrio em gestão de curto prazo, é necessário que o gestor esteja sempre atento a esses detalhes, para não comprometer retorno financeiro e a continuidade de sua empresa; Para isto, é essencial desenvolver um bom controle das despesas fixas e variáveis para que, caso haja necessidade de cortar despesas desnecessárias, o gestor aja da melhor maneira possível, sem prejudicar a qualidade dos produtos. Com isso, é preciso que o mesmo saiba operar no mercado, de forma que seus produtos ou serviços consigam cobrir seus custos e despesas totais, trazendo resultados positivos.

2.6.5- Benefícios da análise do ponto de equilíbrio.

A análise do ponto de equilíbrio é necessária para as empresas, pois evidencia sua situação. Para realizar a análise do ponto de equilíbrio, foi preciso calcular o valor da margem bruta que revelou o lucro bruto com vendas realizadas no período analisado. Através da margem bruta, encontramos a margem de contribuição.

A utilidade da análise do ponto de equilíbrio está ligada ao fato de suprir a necessidade de fornecer informações variadas aos gestores, servindo como instrumento de apoio ao planejamento da empresa. Leone (2000 p.427) afirma:

auxílio às suas funções de planejamento a curto prazo e de tomada de decisões, levando em consideração certas hipóteses simplificativas. Os resultados da análise do Ponto de Equilíbrio devem fazer parte de um conjunto de outras informações. Eles nunca deverão ser tomados isoladamente.

Ao usar os dados coletados a partir da análise do ponto de equilíbrio, a empresa aumentará sua segurança e, com isto, terá maiores chances de acertar em suas decisões.

Quando a análise é feita por produto, é possível identificar qual produto é mais rentável para se investir maior quantidade no mesmo, assim como qual produto traz menor

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retorno à empresa. Deste modo, a empresa terá condições de saber seu retorno e se é vantajoso continuar com tal investimento.

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3 – METODOLOGIA 3.1- TIPO DA PESQUISA

Este trabalho foi realizado através de pesquisas bibliográficas e estudo de caso, com o objetivo de coletar material científico a ser usado como apoio argumentativo, ajudando a embasar o referencial teórico, bem como outros pontos do trabalho. Para isso, recorreu-se a diversas fontes de pesquisa como:

 Meio físico, através de livros, monografias, dissertações, artigos, etc;  Meio digital como: sites contábeis e bibliotecas digitais.

A pesquisa bibliográfica é, assim, o primeiro momento de reflexão sobre a viabilidade da pesquisa, pois pode indicar a existência de dados disponíveis a serem pesquisados. Ou identificar que o proposto tema em questão receberá resposta tão ampla que, se não delimitada, poderá trazer dificuldade de interpretação e, portanto, imprestabilidade científica da pesquisa. Veloso, (2011, p. 46)

Quanto ao estudo de caso, Segundo Gil (2010, P. 37):

O estudo de caso é uma modalidade de pesquisa amplamente utilizada nas ciências biomédicas e sociais. Consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante outros delineamentos já considerados.

O trabalho abordará o estudo de caso realizado na empresa faccionista Jakeline F.de Azevedo- ME, fundada no ano de 2012, tendo como representante legal Jakeline Fonseca de Azevedo. A empresa é optante do Simples Nacional e enquadrada como Microempresa, Localizada na Rua Marechal Castelo Branco, S/N, no centro de Jardim do Seridó–RN. Atualmente, a empresa presta serviços para o Grupo Guararapes Confecções, contando com 30 funcionários devidamente registrados.

Quanto à abordagem e pesquisa, o estudo será desenvolvido com base no meio qualitativo, que é aquele que permite maior acessibilidade do autor em expressar sua opinião tomando como base suas análises. Segundo Pereira (1999, p.21)

Ocupa-se da investigação de eventos qualitativos, aqueles representados por dados qualitativos com referenciais teóricos menos restritivos e com maior oportunidade de manifestação para a subjetividade do pesquisador.

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No que diz respeito aos objetivos, esta pesquisa se classificará como descritiva, ao passo que utilizará técnicas de coleta de dados. Gil (2002) afirma que as pesquisas descritivas possuem como objetivo a descrição das características de uma população, fenômeno ou de uma experiência.

Em relação à natureza, utilizará a pesquisa aplicada que pode ser expressa no que afirma Gerhardt e Silveira (2009, p.35): objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática, dirigidos à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais.”

3.2- UNIVERSO E AMOSTRA

A presente pesquisa foi realizada no município de Jardim do Seridó-RN. O universo da pesquisa compreende as empresas do ramo faccionista têxtil e, como amostra, utilizou-se a empresa têxtil Jakeline F.de Azevedo- ME.

3.3- SUJEITOS DA PESQUISA

A pesquisa será realizada na empresa faccionista Jakeline F.de Azevedo- ME. Essa entidade está no mercado desde 26/12/2012, Sendo optante do Simples Nacional e, caracterizada pela prestação de serviços de costura; no entanto, é classificada como indústria de transformação (Lopes, 2016). Atualmente, fornece serviços apenas para a confecção Guararapes S/A e conta com a colaboração de 30 funcionários trabalhando na confecção das peças. No processo de fabricação, a empresa entra com a montagem das peças, através da costura das mesmas, que são fornecidas já cortadas e separadas por operação. No processo de montagem são feitas 28 operações além da revisão final.

Os sujeitos são as Demonstrações de Resultado do Exercício e os dados do controle interno do ano exercício de 2015.

3.4- INSTRUMENTOS DE COLETA DOS DADOS

O sujeito da pesquisa será os documentos contábeis da empresa; o meio usado será a coleta de dados, através da DRE do ano de 2015 e demais dados contábeis da empresa, colhidos junto ao controle interno da mesma, onde foram obtidos os valores das receitas, despesas e custos.

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3.5- PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DOS DADOS

Inicialmente foram coletados dados através dos documentos contábeis da empresa e dados do controle interno. Após a coleta, os dados foram sistematizados, através de fórmulas, a fim de encontrar valores necessários à análise. Para melhor entendimento dos dados apurados, os resultados foram apresentados através de gráficos e tabelas para facilitar o entendimento e descrever a situação da empresa, no tocante à sua margem de contribuição e ponto de equilíbrio.

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4 – ESTUDO DE CASO – EMPRESA DO RAMO TÊXTIL. 4.1 - CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

A região do Seridó situa-se em pleno semiárido, região muito castigada com o fenômeno climático da estiagem, submetida a regime de escassez e desigualdade na distribuição das chuvas. Mesmo com restrição do quadro natural, possui 300 mil pessoas, o que representa 11% da população do Estado. No cenário da economia, durante muito tempo, a economia dessa região esteve ligada à agricultura, por meio da cotonicultura, e à pecuária de leite. (SEBRAE/RN, 2011)

Durante o século passado, uma das fontes de destaque da economia da região foi o algodão, produto atrelado à cadeia têxtil, extraído em grande escala. Entre os anos de 70 e 80, o algodão subsidiou a existência de uma fonte de renda que resultou no surgimento de novos empregos para os seridoenses, em especial, para o homem do campo. Com o processo de industrialização do algodão, foi possível utilizar as fibras para a produção dos mais diversos produtos, como fios, redes, tecidos, roupas e bonés. (SEBRAE/RN, 2011)

Neste período, surgiram, no município de Jardim de Piranhas, situado na Microrregião Ocidental do Seridó, as primeiras indústrias de tecelagem que se consolidavam através de artefatos têxtis, com destaque para redes de dormir e panos de pratos. No finalzinho dos anos 90, a primeira década do século XXI, nascem as facções de montagem de peças do vestuário, uma nova oportunidade de geração de emprego e renda para os seridoenses. Em 2001, foram abertas as primeiras empresas faccionistas na região, localizadas em São José do Seridó (Lopes, 2016).

Com o crescimento e consolidação do ramo têxtil, as cidades ao redor foram montando também suas fabricas.

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GRÁFICO2–NÚMERODEEMPRESASFACCIONISTASDOSERIDÓ–2001/2015.

Fonte: Lopes, 2016 p.56.

Obs.: Os números foram levantados até o mês de abril de 2015.

As informações contidas no gráfico acima (Gráfico 2) evidenciam a evolução da atividade faccionista têxtil no Seridó, dentre os anos de 2001 a 2015, bem como sua relevância como empreendimento econômico e social capaz de gerar emprego e renda. Os números expressos pelo referido gráfico indicam a quantidade de empresas abertas e o quantitativo geral até abril de 2015.

Desde a abertura das primeiras empresa do Seridó, no ano 2001, na cidade de São José do Seridó-RN, até os dias atuais, as empresas faccionistas têxteis vem ganhando espaço no cenário do Seridó, onde contam com duas fases de expansão da atividade que, segundo Lopes 2016,p 57:

A primeira teve como marco o ano de 2008, com a entrada da Cia Hering no mercado seridoense, quando se registrou a abertura de nove empresas localizadas em três municípios: Cruzeta, Jardim do Seridó e São José do Seridó, representando um aumento de 280% em relação ao número de unidades faccionistas em 2007. A partir de 2008, a Cia Hering passou a assumir o papel de principal empresa fornecedora. A segunda fase de expansão da atividade na região iniciou-se em 2013, com a criação do Programa de Industrialização do Interior (Pró-Sertão) e a chegada da empresa Guararapes no mercado regional, tornando-se a principal fornecedora. Entre 2008 e 2015, verificou-se uma ampliação do número de unidades produtivas, de 14 para 75 empresas, representando um aumento de 535,71% (Gráfico 1).

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 52 54 56 58 60 62 64 66 68 70 72 74 76 78 80 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 (*) Empresas Abertas Total de Empresas

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As facções têxteis surgiram na região do Seridó há pouco mais de uma década e, ao longo

deste tempo, sua quantidade só aumentou, fazendo com que atualmente o Seridó seja considerado

o principal polo de investimento do setor, pois concentra o maior número de fábricas de costura

do Estado, gerando emprego e renda para a população dessa região. O Mapa 1 apresenta a

distribuição das empresas faccionistas em funcionamento nos municípios do Seridó Potiguar até abril de 2015.

MAPA 1– FACÇÕES TÊXTEIS EM FUNCIONAMENTO NO SERIDÓ, POR

MUNICÍPIOS–2015

Fonte: Lopes ( 2016, p.47)

Até os primeiros meses do ano de 2015, a atividade faccionista têxtil já estava presente em 12 municípios da região do Seridó Potiguar. Em Jardim do Seridó, cidade alvo desta pesquisa, teve início com a iniciativa do empresário Janúncio Nóbrega, em maio de 2008, de montar a primeira fábrica de costura na cidade.

Na região seridoense, das indústrias em atividades a grande maioria é de micro e pequeno porte, com uma pequena porcentagem sendo de médio porte. A empresa usada como

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39

campo de estudo deste trabalho, a Facção Jakeline F.de Azevedo- ME que é optante do simples nacional e enquadrada com Micro Empresa.

O SEBRAE, em parceria com o projeto do Governo Estadual PRÓ-SERTÃO, desenvolveu um plano de negócio voltado para o empreendimento faccionista, com o intuito de auxiliar e de orientar. O referido plano de negócio é um guia que traz informações básicas sobre facções, como suas principais características, oportunidades e riscos, bem como orientações fundamentais ao adequado funcionamento de uma facção têxtil e sua implantação.

4.2- CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA.

A empresa faccionista têxtil analisada, de nome empresarial Jakeline F de Azevedo- ME teve sua fundação em 26 de dezembro de 2012, sendo optante pelo regime de tributação do simples nacional. A princípio, a empresa iniciou com duas sócias fundadoras, porém, atualmente, é representada por uma única proprietária. O ramo da mesma é o de confecções têxteis, onde atua como prestadora de serviços na confecção de peças de vestuário para empresas maiores. A referida empresa tem um quadro composto por 30 funcionários. Costuma prezar pela qualidade da produção, bem como as condições de trabalho para seus colaboradores, para que, assim, obtenha um ambiente menos hostil e, portanto, mais agradável para aqueles que passam boa parte de seu dia.

4.3- CLASSIFICAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS DA EMPRESA.

Para analisar o ponto de equilíbrio da empresa é necessário identificar quais despesas são variáveis e quais despesas são fixas. Tais dados foram colhidos junto ao DRE da empresa e demais despesas registradas pelo controle interno da mesma. Abaixo são demonstrados os seguintes valores referentes ao ano de 2015.

TABELA 1 - DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

DRE 2015 31/12/2015 RECEITAS BRUTAS R$ 656.491,90 (-) DEDUÇÃO DO SIMPLES (R$ 51.859,17) = RECEITA LÍQUIDA R$ 604.632,73 (-)CSP (R$ 425.170,96) = RESULTADO BRUTO R$179.461,77 (-)DESPESAS GERAIS E (R$48.471,07)

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40 ADMINISTRATIVAS Pró- labore (R$ 16.717,76) Material de expediente (R$ 4.976,11) Telefone (R$ 809,20) Contador (R$ 5.400,00) Assessoria Jurídica (R$ 3.600,00) Internet (R$ 1246,00)

Depreciação das máquinas (R$ 12.135,00)

Depreciação móveis e utensílios (R$ 4.833,00)

(-) OUTRAS DESPESAS (R$20.913,51 )

Peças para manutenção de máquinas (R$ 4.751,30)

Água/Caern (R$ 709,85)

Assessoria empresarial (R$ 3.913,60)

Seguro das contas dos funcionários (R$ 1349,04)

Tarifas serviços BB (R$ 1907,50)

Seguro das máquinas (R$ 1582,92)

EPI funcionários (R$ 4720,30) Água de beber (R$ 1576,00) Licença do IDEMA (R$ 613,00) Exames admissionais/demissionais (R$ 830,00) Mensalidade ASCONF (R$ 960,00) (-) DESPESAS TRIBUTÁRIAS (R$ 155,60) Alvará 2015 (R$ 155,60) (-) DESPESAS FINANCEIRAS (R$ 21.244,14) Juros empréstimo 1 (R$ 8281,60) Juros empréstimo 2 (R$ 9398,54)

Juros capital de giro (R$ 3564,00)

= RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCICIO R$ 88.677,45

FONTE: Pesquisa Direta (Out. 2016).

Através da DRE apresentada na Tabela 1, foi possível identificar o montante de receitas, custos, despesas e verificar que a empresa apresentou um lucro líquido de R$ 88.677,45 no ano de 2015. A evolução das receitas de prestação de serviços no ano de 2015 são apresentadas na Tabela 2.

TABELA 2 – RECEITAS BRUTAS MENSAIS DO EXERCÍCIO DE 2015 Receitas Brutas Mensais do Exercício de 2015

Mês Total Janeiro R$ 40.282,66 Fevereiro R$ 34.144,69 Março R$ 71.263,48 Abril R$ 50.114,48 Maio R$ 59.012,66 Junho R$ 59.566,44 Julho R$ 70.098,72

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41 Agosto R$ 59.678,57 Setembro R$ 64.282,06 Outubro R$ 56.560,94 Novembro R$62.621,72 Dezembro R$28.865,48 Total R$ 656.491,90

FONTE: Pesquisa Direta (Out. 2016).

Analisando as receitas brutas mês a mês (Tabela 2), pode-se observar que há uma variação constante, o que se deve ao fato de a empresa trabalhar com várias peças, a preços diferentes para cada uma delas e também de suas receitas dependerem da necessidade da empresa contratante, onde as peças já vêm com preços e quantidade estipulados.

O valor total das receitas de prestação de serviço no ano 2015 foi de R$ 656.491,90. Segundo a lei do simples nacional, LC 123/2006, a empresa enquadra-se como ME.

O valor total do custo dos serviços prestados no ano de 2015 foi de R$ 425.170,96, referentes à prestação de serviços no período analisado, que representa 64,76% da receita bruta de 2015.

A composição do CSP é decorrente do somatório dos encargos de FGTS, do aluguel do prédio da fábrica, da energia e da folha de salário dos funcionários, que são: Salário base, Produtividade, Auxílio Creche, Hora Extra 50%, Descanso Semanal Remunerado, Férias, Décimo 13º salário, Abono Pecuniário e Rescisões. Esses custos foram classificados em variáveis e fixos conforme a Tabela 3.

TABELA 3- CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS DE 2015

CUSTOS VARIAVEIS Valor R$

Energia 8.391,68

Encargos de FGTS 27.426,28

Produtividade 9.859,00

Hora Extra 50% 976,42

Descanso Semanal Remunerado 192,77

Férias +1/3 de Férias 40.123,60

Décimo 13º salário 20.786,97

Abono Pecuniário 6.167,99

Rescisões Contratuais 33.376,94

Total dos Custos Variáveis 147.301,65

CUSTOS FIXOS Valor R$

Aluguel do prédio da fábrica 9.876,00

Salario base 266.493,31

Auxílio creche 1.500,00

Total dos Custos Fixos 277.869,31

TOTAL DOS CUSTOS 425.170,96

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Levando – se em consideração a oscilação da remuneração dos funcionários, devido a fatores como: produtividade, Hora extra e o Descanso semanal remunerado, outros itens que dependem do mesmo para ser calculados também tornam-se variáveis, como é o caso do décimo terceiro salário, férias e abono.

Em relação as despesas, são variáveis aquelas que oscilam de acordo com a quantidade produzida ou com o serviço prestado. Dependem diretamente do volume produzido no período. O valor referente à somatória das despesas variáveis totaliza R$ 51.859,17, relativos aos impostos do simples nacional, calculados com base nas vendas do período em análise. Não sendo a venda um valor fixo mensal, os impostos faturados, por dependerem diretamente das receitas auferidas, compõem a despesa variável. ( TABELA 4).

A composição das despesas fixas é formada pelas despesas: Geral e Administrativa: Pró-Labore, Material de expediente, Telefone, Contador, Assessoria jurídica, Internet, Depreciação das máquinas e Depreciação de móveis e utensílios. Outras Despesas: Peças para manutenção das máquinas, Água/ CAERN, Assessoria empresarial, Seguro das contas dos funcionários, Tarifa de serviços do banco BB, Seguro das máquinas, EPI funcionários, Água de beber, Licença do IDEMA, Exames Admissionais/Demissionais e Mensalidade ASCONF. As Despesas Tributárias compreendem o pagamento do alvará de 2015. E as despesas financeiras foram formadas pelos juros e parcelas do montante total dos empréstimos e capital de giro. Estas contas são consideradas como despesas fixas, pois, mesmo as vendas alterando, ou não, essas despesas existirão e serão pagas. (TABELA 4).

TABELA 4 – CLASSIFICAÇÃO DAS DESPESAS DE 2015

Despesas Variáveis Valor (R$)

Simples Nacional 51.859,17

Total das Despesas Variáveis 51.859,17

Despesas Fixas Valor (R$)

Despesa Geral e Administrativa 48.471,07

Outras Despesas 20.913,51

Despesas Tributárias 155,60

Despesas Financeiras 21.244,14

Total das Despesas Fixas 90.784,32

TOTAL DAS DESPESAS 90.784,32

FONTE: Pesquisa Direta (Out. 2016).

Após estarem devidamente classificadas entre variáveis e fixos, os custos e despesas permitem que o gestor realize os cálculos das margens e ponto de equilíbrio.

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4.3.1- Margem bruta

O cálculo da margem bruta utilizou a receita de vendas brutas no valor de R$ 656.491,90 e o valor do CSP de R$ 425.170,96. O valor encontrado da margem bruta foi de

R$ 231.320,94, que representa 35,24 % das vendas. Abaixo temos a tabela com os cálculos:

MB (R$) = Venda – CSP

MB (R$) =656.491,90 - 425.170,96

MB (R$) = 231.320,94

TABELA 5- MARGEM BRUTA EM PERCENTUAIS LEVANDO EM CONSIDERAÇÃO AS VENDAS BRUTAS

MARGEM BRUTA VALOR %

VENDAS BRUTAS R$656.491,90 100

CSP R$ 425.170,96 64,76

MARGEM BRUTA R$ 231.320,94 35,24

FONTE: Pesquisa Direta (Out. 2016).

Diante de tais números, é possível afirmar que a empresa terá 35,24 % de ganho em suas vendas. Deste modo, a cada R$1,00 do serviço prestado, R$ 0,35 corresponde à margem bruta do período analisado.

4.3.2. Margem de contribuição

Para efetuar o cálculo da margem de contribuição, será utilizado o valor da margem bruta R$ 231.320,94,subtraindo as despesas variáveis que totalizam R$ 51.859,17. A margem de contribuição encontrada foi R$ 179.461,77. Este valor equivale a 27,34 % das vendas do período, como mostra as informações contidas na tabela a seguir:

MC (R$) = MB- DV

MC (R$) =231.320,94 - R$ 51.859,17

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