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4. ATIVIDADE DE INTEGRAÇÃO NO MEIO

4.2. Estudo de caso

Para Araújo, Pinto, Lopes, Nogueira & Pinto (2008), o estudo de caso é caracterizado por ser uma abordagem metodológica de investigação que é utilizada quando se procura compreender, explorar ou até mesmo descrever contextos e acontecimentos complexos, onde se encontram simultaneamente envolvidos diversos fatores.

Bensat et al., (1987) e Coutinho e Chaves (2002), citado pelos autores referenciados anteriormente, salientam que as suas características apontam para algo que é observado em ambiente natural, através de variadas fontes, dados e métodos de recolha de dados, desde logo podendo acontecer através de observações diretas e indiretas, de entrevistas e/ou também de registos audio e video, a uma ou mais entidades/pessoas.

Neste caso específico pretendeu-se intervir na elevação da condição física de uma aluna, especificamente na sua capacidade física de força, atendendo sempre ao seu historial e à sua motivação para esse trabalho na aula e até mesmo fora dela, visto que a aluna utilizava alguns desses exercícios em casa trabalhar essa capacidade. Com este trabalho também pretendemos que a aluna ganhasse hábitos de autonomia, de trabalho em casa e motivação para a prática desportiva.

A aluna em causa foi selecionada pelo facto de ter atingido um peso corporal elevado para a sua idade, encontrando-se com excesso de peso, o que poderia vir a prejudicar a sua saúde a vários níveis. Assim este trabalho visava também complementar uma dieta alimentar que a aluna vinha a cumprir há dois anos seguidos, revelando já no presente ano letivo, uma grande transformação. Este trabalho foi assim ao encontro desta perda de peso, visto que visava contribuir para o aumento de massa muscular e consequentemente dos níveis de tonificação musculares, permitindo dar à aluna uma noção dos benefícios deste tipo de trabalho.

O processo teve 3 momentos de avaliação, uma avaliação inicial para sabermos em que níveis é que a aluna de encontrava, ou seja, uma avaliação diagnóstico, seguindo-se uma avaliação intermédia, sensivelmente a meio do processo, de forma a se perceber o efeito da primeira fase do plano, de forma a aumentar o nível da carga de treino e finalmente uma avaliação final, onde se registou e avaliou todo o processo. Auxiliando todo este processo de evolução mantivemos também um acompanhamento

semanal informal, com o intuito de manter o rigor necessário e ainda manter a aluna motivada e segura.

Segundo Gisele, B., G., Schneider, P. e Meyer, F. (2007), o treino da força muscular é indicado como um potente auxiliar ao treino desportivo, sendo importante para a melhoria da coordenação muscular e o desempenho motor nas atividades desportivas competitivas, atuando também na diminuição das sobrecargas articulares e do risco de lesões.

Fleck, S. e Júnior, A. (1997), salientam também a importância do trabalho de força nos jovens, referindo alguns dos principais benefícios, tal como os autores anteriormente mencionados, ou seja, o aumento da força muscular, uma menor incidência de lesões na prática desportiva e uma melhoria da performance dos praticantes nos desportos e atividades recreativas.

O plano de treino com todos os exercícios a realizar pela aluna (ANEXO O) foi elaborado tendo em conta o conhecimento sobre a aluna, o trabalho de força realizado nas aulas de educação física e os testes de Fitnessgram realizados, sendo possível verificar que a aluna tinha muitas dificuldades e pouco sucesso (em termos de força) em realizar os exercícios que envolvam os membros superiores, assim sendo o trabalho destes grupos musculares no plano de treino era essencial, assim para além do trabalho de flexões de braços realizado na aula, o plano de treino comtemplava mais um exercício para o trabalho dos bícepts e um para o trabalho dos trícepts.

Em termos de força abdominal a aluna apresentava grande sucesso, demonstrando muita força nos abdominais médios, assim sendo e como complemento foi previsto um trabalho dos abdominais inferiores e laterais, para que não houvesse uma descompensação no trabalho.

O trem inferior também foi comtemplado com um trabalho específico para a musculatura da coxa, um pouco mais forte do realizado nas aulas, nomeadamente recorrendo a um pequeno peso.

Em suma, o trabalho realizado com a aluna foi um sucesso, visto que, para além da aluna melhorar alguns dos seus índices de força, foi possível consciencializá-la para a importância do exercício físico para a saúde, neste caso específico o trabalho de força, implementando hábitos regulares de exercício físico na sua vida quotidiana. Para além disso foi possível demonstrar que, embora algumas pessoas não pratiquem exercício porque não têm dinheiro para pagar uma mensalidade num ginásio, existem muitas forma de trabalhar o corpo em casa, bastado para isso haver um pouco de criatividade

para a elaboração de um plano recorrendo a objetos existentes em casa e ao dispor de qualquer pessoa e assim trabalhar, quer seja as capacidades condicionais de força ou até mesmo de resistência cardio vascular e flexibilidade.

Em termos de reflexão de todo o trabalho realizado durante este período, foi possível apurar alguns “erros” que cometemos, saltando à vista o pouco tempo de aplicação do plano (sensivelmente de 2 meses), sendo que se o trabalho tivesse sido desenvolvido durante mais tempo, nomeadamente iniciando-o numa fase mais inicial do ano letivo, os resultados poderiam ter sido outros, ou seja, poderiam ter sido muito mais positivos do que foram. Assim, para os alunos dos próximos anos, que queiram desenvolver um trabalho deste género fica a observação e o conselho de começarem a desenvolver o seu projeto mais cedo, de forma a obter outro tipo de resultados que seriam certamente mais gratificantes que os obtidos, para além de terem mais tempo disponível no final do ano letivo para finalizar outros projetos também importantes.

Outro dos aspetos que poderia e deveria ter sido muito mais pensado e realizado mais cedo foi todo o planeamento que se realizou para se poder aplicar o plano à aluna. Assim sendo, o planeamento inicial que se pretendia para o estudo caso foi, inicialmente, colocado de parte, acabando-se por “saltar” esta etapa importante do trabalho, passando logo para a elaboração do plano de trabalho e deixando uma etapa por realizar, realizando-a numa fase mais avançada.