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2. PRÁTICA LETIVA

2.1. Gestão do processo ensino-aprendizagem

2.1.1. Planeamento anual

2.1.1.1. Planeamento das Unidades Didáticas

Segundo Bossle (2002) a didática dedica-se ao estudo e aprofundamento do elemento do planeamento do ensino, como forma de orientação, cumprindo sempre com o propósito fundamental, de dar respostas e suporte educacional baseado nos referenciais teóricos.

Após o planeamento anual, divisão das horas por cada matéria, surge o planeamento das Unidades Didáticas (UD), um planeamento mais específico e orientado pelos objetivos contemplados no PNEF.

Bento (2003) salienta para o facto da UD assumir um papel de mediação, de ligação entre os programas regentes, no caso da educação física o PNEF e as aplicações práticas, ou seja, as aulas. O autor refere também que as UD são um documento de orientação do docente, não devendo apenas ficar centrado nos conteúdos de cada matéria, mas sim na formação integral dos alunos, atendendo às características, habilidades e dificuldades de cada um. Na elaboração das UD deve-se ter em consideração cada turma, com as suas condições específicas e cada matéria, com conteúdos e objetivos que podem diferir uns dos outros.

Nesta fase do planeamento devem ser especificadas as diversas ações motoras que se pretende e que deverão ir ao encontro dos objetivos inicialmente previstos no plano anual, todas estas atividades devem comtemplar experiencias variadas e dar resposta às necessidades e especificidades dos alunos (Batalha, 2004).

Bento (2003) salienta ainda que é possível atingir os objetivos propostos inicialmente nas UD de forma progressiva, isto se houver um planeamento cuidado e bem delineado.

Segundo Bento (1998) as UD devem assumir um caráter e uma estrutura prática, passível de ser alterada e ajustada quando necessário, permitindo assim uma melhor prática educativa do professor, deverá ainda conter os objetivos, as estratégias, as indicações de matérias, de acordo com as linhas orientadoras do PNEF e do plano anual, permitindo assim uma sequência lógica na abordagem de cada matéria por parte do professor, assim como ser um documento orientador da sua ação.

Esta vertente do estágio assumiu-se como uma componente muito importante, visto que comtemplava o planeamento das UD, o que viria a ser um importante auxílio para o processo da prática letiva, mais especificamente de lecionação das aulas.

Assim sendo, no documento orientador, ou seja, em cada UD elaborada estava comtemplado uma breve caracterização da matéria abordada, a identificação da turma, o número de alunos e o número de rapazes e raparigas, a calendarização da matéria, ou seja, a sua estruturação ao longo do ano letivo. O resultado da avaliação diagnóstico realizada, o planeamento anual da turma, com o calendário letivo anual e o cronograma das atividades, a estruturação dos objetivos previstos no PNEF, atendendo ao nível da turma, a estruturação dos conteúdos a abordar em cada aula, os recursos disponíveis na escola para cada matéria, as estratégias de ensino definidas pelo docente, os seus critérios de avaliação, os planos de aulas de cada matéria e, finalmente, um balanço final que contemplava a evolução dos alunos, imprevistos e dificuldades sentidas na lecionação da matéria e as estratégias para ultrapassar esses mesmos problemas e dificuldades.

Ao invés do que estava inicialmente previsto optou-se por construir as UD de forma individual, devido a alguns problemas que surgiram, nomeadamente pelas instalações disponíveis e por condicionalismos de materiais, ou seja, devido a haver falta de material (em casos específicos) e pelo facto de se pretender preservar o material existente. Em termos de instalações o condicionalismo estava no campo polidesportivo “galinheiro”, devido ao seu piso de alcatrão danificar os materiais, no caso específico das bolas, optou-se por abordar apenas a matéria de basquetebol naquele espaço, devido às bolas serem de um material mais resistente. No caso do badminton, a falta de material, nomeadamente volantes, levou a que não se pudesse abordar, como pretendido, essa matéria de forma conjunta com o voleibol e, consequentemente, não se pudesse elaborar uma UD politemática.

Outra matéria que, devido às suas necessidades específicas, teve de ser abordada de forma monotemática foi a natação, isto porque, na primeira passagem pela piscina ainda não havia água e então a turma acabou por não ter aulas de natação. Na segunda passagem pela piscina, apesar de existirem as condições necessárias para a lecionação da matéria de natação, o número de aulas era muito reduzido e então optou-se por abordar unicamente a matéria de natação, embora, devido também ao nível de alguns alunos, não fosse possível abordar todas as técnicas previstas no PNEF, assim sendo optou-se por abordar as técnicas de nado alternadas.

O campo de futebol, por sua vez, era um espaço que comtemplava condições ótimas para a lecionação de praticamente todas as matérias, assim sendo era um espaço privilegiado para a lecionação de aulas politemática, permitindo uma otimização dos recursos existentes.

Em suma, o planeamento das UD aconteceu tendo em conta tudo o referido no ponto 2.1.1. (Planeamento anual), recorrendo aos espaços disponíveis (rotação de instalações) e também às suas características, tentando fazer com que o espaço não limitasse o tipo e conteúdo de matéria a ser abordado em cada aula, o que, por vezes, não foi possível. Ainda assim, este processo aconteceu com o intuito de rentabilizar o processo de ensino-aprendizagem, permitindo aos alunos vivenciarem e explorarem o máximo das suas capacidades, estando assim sempre motivados e interessados na aula e nos exercícios propostos.