• Nenhum resultado encontrado

4. MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 Área de Estudo

A BHCS possui uma área de aproximadamente 32,67 km². Ela se localiza ao norte do município de Goiânia-GO, entre as latitudes sul 16°31’43,50’’ e 16°36’19,82” e longitudes oeste 49°14’5,78” e 49°17’11,10’’, conforme a Figura-4. Este manancial é afluente do Rio Meia Ponte, responsável pelo abastecimento de cerca de 48% da população goianiense.

Atualmente a bacia é considerada rural; no entanto, vem apresentando rápido processo de urbanização, devido às melhorias na infraestrutura da região desde a locação da Universidade Federal de Goiás – UFG, que contribuiu para a valorização e desenvolvimento da localidade.

Figura- 4: Mapa de Localização da Bacia Hidrográfica do Córrego Samambaia- Fonte SIG- Goiás - Superintendência de Geologia e Mineração - SIC, base de dados – SIEG, 2015.

Quanto aos solos, a BHCS é composta em sua maioria por Latossolos (quase 95% da área), seguida pela associação de Argissolos, Cambissolos e Gleissolos (5%), conforme a Tabela-9. O mapa foi elaborada pelo programa ArGis, a base de dados constituiu do SIEG (Sistema Estadual de Geoinformação) com escala de 1:250.000 que teve o recorte o Plano diretor da Bacia do Rio Paranaíba segundo corte da folha SE.22- X-B

Tabela-9: Solos predominantes na bacia hidrográfica do Córrego Samambaia.

Descrição Área ocupada na Bacia (ha) Porcentagem da Área (%)

Cambissolos 13,1985 0,42

Gleissolos 106,9949 3,37

Latossolos 3018,8877 95,10

Argissolos 35,4064 1,12

Conforme a Figura-5 com a grade da representação, os latossolos geralmente coincidem com áreas de relevo adequado ao uso de maquinários (Sano et al., 2008). São solos de horizonte B textural, que apresentam um incremento de argila com a profundidade e distinta individualização de horizontes. Os perfis são bem drenados, moderadamente porosos, de textura média ou argilosa, com estrutura em blocos subangulares. Estes solos possuem baixa fertilidade natural e apresentam erosão de moderada a forte, dependendo do relevo e da posição na paisagem e cores normalmente vermelhas a vermelho-amareladas. Os teores de Fe²O³ (proveniente do ataque sulfúrico) são iguais ou inferiores a 11% e, normalmente acima de 7% e não apresentam atração magnética. Esse tipo de solo ocorre em praticamente todo o território brasileiro e quando de textura argilosa, são muito explorados com lavouras de grãos mecanizadas e quando de textura média, são usados basicamente com pastagens (IBGE, 2007).

Os Gleissolos 3,37% da BHCS, são solos minerais hidromórficos, com horizonte Glei abaixo do horizonte superficial (A ou H, com menos de 40 cm) e cores características de oxi-redução, normalmente cinzentos ou azulados. São solos característicos de áreas alagadas ou sujeitas a alagamento (margens de rios, ilhas, grandes planícies, etc.). São mal, ou muito mal drenados, encharcados, com as suas

maiores limitações de uso incidindo em áreas baixas, com textura variável de média a muito argilosa, argila de atividade baixa ou alta, saturação por bases normalmente baixas, por vezes álicos. Ocorrem em praticamente todas as regiões brasileiras, ocupando principalmente as planícies de inundação de rios e córregos (IBGE, 2007).

Ocupando 1,12% da área de estudo, os argissolos, embora normalmente presentes em áreas de relevo mais acidentado, são dotados de maior fertilidade natural e boa capacidade de retenção de água, o que, de acordo com Sano et al. (2008), os torna indicados para pequenos agricultores e pecuaristas. Segundo o Manual Técnico de Pedologia/IBGE (2007), os solos desta classe têm como característica marcante um aumento de argila do horizonte superficial A para o subsuperficial B que é do tipo textural (Bt), geralmente acompanhado de boa diferenciação também de cores e outras características. As cores do horizonte Bt variam de acinzentadas a avermelhadas e as do horizonte A são sempre mais escurecidos. A profundidade dos solos é variável, mas em geral são pouco profundos. É um dos solos mais expressivos do Brasil, sendo verificados em praticamente todas as regiões.

Com 0,42%, os cambissolos, segundo o Manual Técnico de Pedologia/IBGE (2007), são solos cuja ocorrência varia desde rasos a pouco profundos, além de apresentarem grande variabilidade também em relação às demais características. São solos minerais não hidromórficos, com horizonte A sobre horizonte B incipiente, ou seja, um horizonte pouco evoluído. Possui pouca diferenciação de horizontes, ausência de acumulação de argila, textura franco-arenosa ou mais fina (mais argilosa), cores normalmente amareladas e brunadas. (Baldissera, 2005). Quando derivados de rochas cristalinas (gnaisses, granitos, migmatitos, xistos, filitos, etc.), normalmente apresentam materiais primários no interior de sua massa e são muitas vezes, pedregosos, cascalhentos e mesmo rochosos.

Figura-5: Mapa de tipo de solos da BHCS. Fonte: SIG-Goiás - Superintendência de Geologia e Mineração – SIC

Foram adquiridas por meio da base de dados do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) imagens do satélite Landsat-5 sensor TM (Thematic Mapper) o qual produz imagens com 30 metros de resolução espacial. Foram adquiridas imagens do ano de 2009 as quais foram registradas (georreferenciadas) utilizando a base de dados do mosaico Geocover que disponibiliza imagens obtidas no ano 2000 pelo sensor ETM+, que está a bordo do sensor Landsat-7. Na Tabela -10, constata-se que a BHCS é

ocupada em sua maior parte por pastagem, sendo que a área antropizada é a segunda, e na sequencia é ocupada pela vegetação remanescente, agricultura e mata ciliar.

Tabela-10: Uso e ocupação da BHCS.

Descrição Área ocupada na bacia (ha) Porcentagem da área (%) Pastagem 1637,998 51,60 Urbanização 765,2405 24,11 Vegetação remanescente 294,8371 9,29 Mata ciliar 200,3114 6,31 Plantação de milho 181,6728 5,72

Curso d'água (córrego e represa)

94,4278 2,97

A Figura-6 apresenta a o uso e ocupação do solo na BHCS, indicando que a pastagem ocupa mais da metade da área total da bacia, com a urbanização logo em seguida, confirmando a explanação acima de que a bacia hidrográfica do Córrego Samambaia é uma bacia semi-urbana.

Figura-6: Mapa de tipo uso e ocupação dos solos da bacia hidrográfica do Córrego Samambaia. Fonte: Base da dados do INPE, sensor LANDSAT-5.

Na Figura-7 consta a distribuição espacial da declividade da bacia hidrográfica do Córrego Samambaia, conforme De Biasi (1989):

• <5% - Limite urbano – industrial, utilizados internacionalmente, bem como em trabalhos de planejamento urbano efetuados pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo e da EMPLASA – Empresa Metropolitana de Planejamento da Grande São Paulo S. A.

• 12 – 30% - Define o limite máximo para urbanização sem restrições, a partir do qual toda e qualquer forma de parcelamento far-se-á através de exigências específicas.

• 30 – 47% - O Código Florestal fixa o limite de 25º (47%) como limite de corte raso, a partir do qual a exploração só será permitida se sustentada por cobertura de florestas. Lei N.º 4771/65 de 15/09/65.

• > 47% - O artigo 10 do Código Florestal prevê que na faixa situada entre 25º (47%) a 45º (100%) "não é permitida a derrubada de florestas, só sendo tolerada a extração de toros, quando em regime de utilização racional”.

0 5 10 15 20 25 30 35 40 19 92 19 93 19 94 19 95 19 96 19 97 19 98 19 99 20 00 20 01 20 02 20 03 20 04 20 05 20 06 20 07 20 08 20 09 20 10 20 11 20 12 20 13 20 14 Y= Temperatura ºC X= Ano Temperatura Máxima º Temperatura Mínima º O clima na BHCS é característico do tipo AW, segundo a classificação de Koeppen - clima tropical com uma estação seca e outra chuvosa, em que todos os meses do ano apresentam uma temperatura média do ar superior a 18ºC conforme a Figura- 8. O período com a maior incidência de chuvas está situado entre os meses de outubro e abril.

Figura-8: Temperatura Máxima e Mínima anual total do período de 1992 a 2014 para a BHCS. Fonte: Estação do INMET (83423) - Instituto Nacional de Meteorologia.

Documentos relacionados