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5 MATERIAL E MÉTODOS

5.3 TIPO DE ESTUDO

Foi realizado um estudo do tipo Coorte retrospectiva, em que a classificação inicial dos indivíduos foi feita pela presença ou ausência da multirresistência.

“EXPOSTOS" = pacientes com a infecção por P. aeruginosa MR (PaMR). “NÃO EXPOSTOS" = pacientes com infecção por P. aeruginosa não MR (Pa não MR).

Para esta investigação foram coletados dados demográficos (sexo, idade), co- morbidade, tempo de permanência na UTI, classificação do episódio de IRAS, uso de procedimentos invasivos, terapia antimicrobiana utilizada (adequada e inadequada) e desfecho do paciente (alta ou óbito), sendo que o tempo para desfecho foi considerado em dias, entre a data da internação na UTI e a alta ou óbito, Classificação de McCabe Jackson, APACHE II, Classificação de Charlson.

5.3.1 Critério de adequação da terapia antimicrobiana.

Foi considerada adequada, quando a bactéria em questão era sensível in vitro a pelo menos um dos antimicrobianos usados na terapia.

Nos casos em que o agente bacteriano isolado não foi sensível in vitro, a nenhum dos antimicrobianos empregados no tratamento do paciente, ou se, este não estivesse usando nenhum antibiótico, a terapêutica foi considerada inadequada.

Os episódios de infecção foram obtidos após avaliação da equipe e da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do hospital (CCIH), conforme registrado nas fichas de busca ativa e no prontuário do paciente. Estes dados foram baseados nos critérios epidemiológicos de IRAS padronizado pelo CDC (GARNER et al.,1988), que classifica as infecções como segue:

i) Infecção do Trato Respiratório Inferior (ITR): Presença de manifestações clínicas relacionadas à infecção de vias aéreas inferiores, com ou sem alterações radiológicas.

ii) Infecção do Trato Urinário (ITU): quando apresentam sinais e sintomas de infecção urinária associados à presença de leucocitúria no exame de urina tipo I e com urocultura com >105 UFC/mL com não mais de dois organismos.

iii) Infecção de Corrente Sanguinea (ICS): quando o paciente apresenta uma ou mais hemocultura positiva. O paciente apresenta pelo menos, um dos sinais ou sintomas, a saber: febre (38ºC), calafrios ou hipotensão.

iv) Infecção de pele ou partes moles (IPPM): presença de sinais inflamatórios com secreção purulenta em pele ou planos profundos, com tecido muscular, não sendo necessária a documentação de agente por cultura.

v) Infecção gastrointestinal (IGI): presença de quadro clínico compatível com infecção restrita ao trato gastrointestinal (por exemplo, diarreia com ou sem vômitos), com ou sem confirmação por coprocultura.

Os pacientes foram classificados segundo o critério utilizado por McCabe Jackson, com o objetivo de verificar a relação da gravidade da doença à admissão e a ocorrência da infecção hospitalar. Considerou-se a doença de base do paciente classificada como:

i) Doença rapidamente fatal: são classificadas como enfermidades de aparecimento abrupto e de rápida evolução, cujo prognóstico estimado em dias ou semanas, estão incluídas: leucemias agudas, leucemias crônicas em crise blástica, neoplasias em estágio avançado e doenças crônicas com descompensação aguda que acarretam o aumento da letalidade de forma imediata (miocardiopatias refratária, síndrome de hipertensão portal com manifestação hemorrágica grave).

ii) Doença potencialmente fatal: apresenta expectativa de vida maior, consideradas as anemias aplásticas, leucemias crônicas, insuficiência renal em tratamento dialítico, insuficiência hepática, pancreatopatias crônicas, doença pulmonar com hipercapnia ou hipoxemia basais em níveis considerados não críticos, hepatopatias crônicas com hipertensão portal e sem manifestação hemorrágica. Ou ainda, doenças que acarretam alterações na resposta imune, muitas vezes, relacionadas à terapia instituída (transplante renal, cardíaco, pulmonar ou de medula óssea, as doenças do colágeno, com terapia imunossupressora e as neoplasias em tratamento quimioterápico).

iii) Doenças de base não fatal ou ausência de doença de base: são os portadores de doença com prognóstico e sobrevida superiores aos anteriormente citados, cuja terapia empregada não foi associada à imunossupressão. Nesse grupo estão às neoplasias consideradas com cura clínica após tratamento cirúrgico, hipertensão arterial sistêmica (leve a moderada), diabetes mellitus descompensado, úlcera péptica, hipotireoidismo ou hipertireoidismo, doença

pulmonar obstrutiva crônica compensada, miocardiopatia com insuficiência cardíaca compensada.

5.3.4 Uso de dispositivos invasivos

Foi considerado como uso de dispositivo invasivo, o uso de cateter venoso central (CVC) de longa e curta permanência, sonda vesical de demora (SVD), ventilação mecânica (VM).

5.3.5 Acute Physiology and Chronic Health Disease Classification System II -APACHE II

Sistema de pontuação de mortalidade estimada é um índice que pode ser calculado após admissão imediata do paciente no hospital, principalmente em unidade de terapia intensiva (UTI), e que levam em considerações variáveis fisiológicas, idade e doença crônica. É recomendado pelo Ministério da Saúde devido ao seu uso consagrado em pacientes adultos que precisam de cuidados intensivos (CHIAVONE, 2003).

Quadro 4- Sistema de pontuação de mortalidade estimada (APACHE II).

Escore (pontos) Risco de mortalidade

0-4 aproximadamente 4% 5-9 aproximadamente 8% 10-14 aproximadamente 15% 15-19 aproximadamente 25% 20-24 aproximadamente 40% 25-29 aproximadamente 55% 30-34 aproximadamente 75% > 34 aproximadamente 85% Fonte: Chiavone (2003). 5.3.6 Escore de Chalson

É um método que emprega condições clínicas selecionadas, registradas como diagnóstico secundário – co-morbidades - no cálculo do risco de óbito. O índice calcula a

carga de morbidade do paciente, independentemente do diagnóstico principal. Para compor o Índice de Comorbidade de Chalson (ICC), foram definidas 17 condições clínicas. Para cada uma das condições clínicas, uma pontuação é estabelecida com base no risco relativo, com pesos variando de um a seis.

Quadro 5-Índice de Comorbidade de Chalson (ICC).

Escore (pontos) Condições Clínicas

1 Infarto do miocárdio

Insuficiência cardíaca congestiva Doença vascular periférica Doença cérebro-vascular Demência

Doença pulmonar crônica Doença do tecido conjuntivo Úlcera

Doença crônica do fígado

2 Diabetes sem complicações

Hemiplegia ou paraplegia Doença renal severa ou moderada Diabete com complicação Tumor

Leucemia Linfoma

3 Doença do fígado severa ou moderada

6 Tumor maligno, metástase

AIDS Fonte: Charlson (1987).

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