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A seguir, são apresentados alguns estudos desenvolvidos que abordaram a temática dos resíduos sólidos de saúde. A ideia consistiu em fazer um apanhado das várias experiências para nortear a execução do estudo.

Vasconcelos et al. (2006) realizaram um diagnóstico dos resíduos hospitalares da cidade de Campina Grande – PB. Foram aplicados questionários em treze hospitais, os resultados demonstraram que a quantidade de resíduos gerados é de aproximadamente 22 toneladas mensais, estes são destinados de forma seletiva ao lixão e a aterros sanitários no cemitério do Araxá e José Pinheiro; só 10% dos entrevistados divergem deste resultado não obedecendo a lei vigente no país. Concluíram que o setor de fiscalização terá que ser melhorado a fim de identificar se os resíduos estão sendo destinados adequadamente conforme legislação, inclusive acompanhando o lançamento destes resíduos no destino final.

Naime et al. (2007) tratam do diagnóstico da Gestão de Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) no Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Foi aplicado um questionário para os médicos e a equipe de enfermagem do Centro Obstétrico, Bloco Cirúrgico, Centro Cirúrgico Ambulatorial, Centro de Tratamento Intensivo, Serviço de Anestesia, Unidades de internação e Quimioterapia para identificar o nível de conhecimento em relação às questões relacionadas ao manejo de resíduos. Os resultados demonstraram que no geral os funcionários possuem alguma informação sobre o manejo adequado de resíduos, que estão sensibilizados tanto para as questões dos resíduos gerados nas suas áreas, quanto para o impacto destes no meio ambiente.

Côrrea et al. (2008) identificaram como vem ocorrendo a construção do saber sobre RSS no processo de formação em saúde. Foram colhidos dados por meio de entrevista

semiestruturada junto aos estudantes, docentes e coordenadores de quatro cursos da área da Saúde (Enfermagem e Obstetrícia, Odontologia, Medicina Veterinária e Medicina) de uma Instituição Federal de Ensino Superior (IFES) localizada na região Sul do país, que apontaram para a necessidade de uma reforma no ensino, a fim de incluir nos projetos pedagógicos dos cursos novas compreensões, como de integralidade, articulação, diálogo, problematização, para preparar os futuros profissionais com responsabilidade e comprometimento na construção do saber resíduos sólidos.

Ventura et al. (2010) propuseram um modelo de avaliação do GRSS em estabelecimentos de saúde, com o uso de indicadores de desempenho. A proposta consistiu em identificar esses indicadores a partir dos dados qualitativos obtidos por entrevistas, cujas respostas foram associadas a escalas numéricas. Para isso, foi elaborado um roteiro de entrevista, especialmente preparado com 29 variáveis de observação e aplicado a 98 profissionais da saúde da Santa Casa de Misericórdia de São Carlos (SP). Os indicadores de desempenho foram submetidos ao julgamento de especialistas para a sua classificação em ordem de importância, com o uso da matriz de avaliação do método AHP (Analytic Hierarchy Process). Por fim, foi composto um índice global, que possibilitou a avaliação geral da situação investigada, em uma escala de zero a um, indicando que ações de melhoria para esse gerenciamento devem ser desenvolvidas. Este trabalho foi desenvolvido a fim de estruturar um modelo de avaliação de desempenho por meio da identificação de indicadores qualitativos, auxiliando na eficiência do processo de gerenciamento de resíduos em ambientes de saúde.

Kneipp et al. (2011) analisaram o GRSS em um hospital universitário, localizado no estado do Rio Grande do Sul, por meio de observação direta e entrevista semiestruturada com o responsável técnico pelo GRSS do hospital analisado. Os resultados evidenciaram a significativa preocupação do hospital com o gerenciamento adequado dos RSS, desde a implantação do PGRSS, que normatiza e descreve as etapas de manejo, a fim de que os riscos oferecidos sejam minimizados.

Doi e Moura (2011) investigaram o conhecimento e as atitudes dos profissionais da equipe de enfermagem do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Rio Grande do Sul, em relação ao descarte de resíduos de serviços de saúde (RSS). Os dados foram obtidos a partir de entrevistas semiestruturadas aplicadas a 24 profissionais da equipe de enfermagem. Os resultados ratificaram a importância de tratar com maior seriedade a questão apresentada, reforçando a necessidade do acesso às orientações adequadas.

Vieira (2012) descreve as condições de funcionamento da gestão destes resíduos no Centro de Saúde de Bragança (Unidades da Sé e Santa Maria), explorando as práticas dos

profissionais de saúde e procurando identificar fatores que interferem no desenvolvimento destas práticas. Os resultados das observações sugerem que o processo de separação de resíduos (segregação) apresenta deficiências, sendo o principal problema operacional identificado. Os prestadores de cuidados de saúde são responsáveis pela separação dos resíduos no local de origem, sendo esta uma das fases mais importantes para a minimização e gestão efetiva dos resíduos produzidos. O estudo aponta para uma dependência relativa às práticas de triagem realizadas nas unidades.

Borges et al. (2013) verificaram como se dá o processo de GRSS no sistema hospitalar em João Pessoa através de uma sondagem prévia, utilizando um roteiro de entrevistas, que buscassem dados e uma caracterização das condutas técnicas referente ao GRSS. Para tal, a equipe de pesquisa delimitou a compreensão desse problema, através de uma amostragem desses estabelecimentos de saúde, visando ter, nas mesmas, um referencial da situação do GRSS. Os resultados dessa enquete inicial apontaram um ainda incipiente controle dos RSS na fonte geradora.

Carvalho et al. (2014) com base na legislação vigente no país que trata das diversas etapas do manejo e destino final dos resíduos, o Hospital Geral de Teresina foi submetido a uma análise comparativa acerca das recomendações feitas pela ANVISA no que concerne às medidas que devem ser aplicadas de acordo com a natureza dos resíduos gerados pelo citado estabelecimento de saúde. Evidenciou-se que essa unidade dispõe do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde e atende às exigências da ANVISA, mesmo assim, durante seu funcionamento, alguns dos profissionais não portavam todos os componentes dos Equipamentos de proteção individual (EPIs).

Maranhão et al. (2016) propuseram a construção e aplicação de uma avaliação dos sistemas de GRSS em três organizações públicas de serviços de saúde. Para os autores a avaliação possibilita auxiliar na melhoria do GRSS, servindo de instrumento para os gestores no processo de Gestão de RSS, podendo ser trabalhado de forma integrada aos sistemas de gestão existentes nas Organizações de Saúde em geral.

Costa e Batista (2016) descreveram a produção científica sobre o GRSS, bem como analisaram de que maneira é feita esse gerenciamento e quais estratégias são utilizadas para minimizar os riscos provocados à sociedade e ao ambiente. Concluíram que na maioria dos casos o GRSS é feito de maneira inadequada e não estão de acordo com as normas federais vigentes. Verificaram ainda a necessidade de se investir em treinamento dos gestores responsáveis pelo GRSS, para garantir a implementação de procedimentos que assegurem a saúde do trabalhador e a proteção do meio ambiente.

Bento et al. (2017) em estudo sobre o PGRSS, identificou que apesar dos participantes demonstrarem certo conhecimento em relação aos conceitos e reconhecerem os símbolos utilizados para representar os RSS, o simples ato de descarte dos resíduos envolve qualificação profissional, logística e educação permanente, etapas não visualizadas, sendo de suma importância a capacitação de todos os profissionais da equipe multidisciplinar para a efetivação do PGRSS.

Camargo e Melo (2017) analisaram a percepção dos profissionais que atuam nas Unidades de Atenção Básica e Ambulatórios de Saúde em um município da Região Metropolitana de Sorocaba - SP em relação ao GRSS. Nos resultados ficou claro a dificuldade da maioria dos profissionais com relação ao conhecimento técnico sobre o GRSS, além de abordarem a inexistência de ações educativas acerca desta temática, limitando assim o envolvimento dos profissionais de saúde com as questões ambientais. Ficou evidente também que os profissionais de saúde colocam os procedimentos ligados à assistência direta ao paciente como prioridade no exercício das suas funções, deixando de lado questões cruciais ligadas ao desenvolvimento de ações preventivas relacionadas à preservação ambiental e a promoção da qualidade de vida da população.

Sanches et al. (2018) em pesquisa sobre o conhecimento dos enfermeiros acerca do Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde em Unidades de Saúde da Família de São Carlos-SP, diagnosticou que o conhecimento sobre PGRSS é insatisfatório em relação a todas as etapas de manejo de RSS gerados pelas Unidades de saúde da família (USF), o que leva ao comprometimento de todo o processo referente ao manejo de RSS, uma vez que não atende as exigências da RDC Anvisa nº 222/2018, com exceção à manipulação de perfuro cortantes.

Os estudos supracitados denotam a relevância da temática e a importância de se investigar essa temática, vez que pode contribuir para o aperfeiçoamento das práticas de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde.

5 METODOLOGIA

Este estudo foi realizado após autorização da Direção Geral do Hospital Dr. Cleodon Carlos de Andrade (HCCA) e aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). Todos os sujeitos assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, nos termos da Resolução no 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde.

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