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INSTITUIÇÕES: PREMISSAS TOMADAS COMO CERTAS

2.3 ESTUDOS ANTERIORES SOBRE TEORIA INSTITUCIONAL E PRÁTICAS DE ORÇAMENTO

2.3.2 Estudos Anteriores sobre Práticas de Orçamentos

No Quadro 4 apresentam-se os estudos anteriores sobre orçamento, que identificaram as principais práticas de orçamentos utilizadas pelas mais diversas organizações a nível Nacional e Internacional.

Quadro 4-Estudos anteriores sobre práticas de orçamentos Segmento

Pesquisado Autores Objetivo

Ramo Hoteleiro

Steed eGu (2009)

Investigar e documentar as práticas de orçamentos nas empresas hoteleiras nos Estados Unidos e recomendar um processo de melhorar a previsão e eficiência do orçamento Ramo

Hoteleiro

Uyar e Bilgin (2011)

Pesquisar as práticas de orçamentos em Hoteis da região de Antalya na Turquia. Ramo

Hoteleiro

Castro et al. (2012)

Pesquisar as práticas de orçamentos em empresas Hoteleiras da Cidade de Florianópolis (SC, Brasil), através de uma investigação que envolveu todos os Hotéis associados àABIH-SC. Serviços Portuários Lunkes, Codesso eRipoll- Feliu (2014).

Coletar evidências sobre práticas orçamentárias em empresasportuárias do Sul doBrasil.

Cooperativas

Agropecuárias Pereira et al. (2015)

Analisar as práticas orçamentáriasadotadas pelas cooperativas associadas à Federação das Cooperativas Agropecuáriasdo Estado de Santa Catarina.

Fonte: dados da pesquisa

Steed e Gu (2009) pesquisaram sobre as práticas de orçamentos em Hoteis nos Estados Unidos. Questionários foram respondidos pelos principais executivos financeiros das empresas de Gestão Hoteleiras, que são responsáveis pelas diretrizes orçamentárias. Como base para pesquisa

foram consideradas as empresas hoteleiras com pelo menos 10 unidades ou 1000 quartos. Os Resultados mostraram que há diferenças significativas nas práticas de orçamentos entre grandes e pequenas empresas. De acordo com os achados, sete práticas comuns criam o ambiente potencial para imprecisão e frustração dos participantes na elaboração e execução do orçamento, como a vinculação de um bônus à realização do orçamento, a falta de uma previsão regional sofisticada e a aplicação das diretrizes orçamentárias que prejudica a negociação dos preços em virtude das diretrizes corporativas, a utilização de um orçamento padrão para acompanhamento do desempenho real, não permitindo a flexibilização do modelo diante das diferenças operacionais existentes entre os hotéis, o tempo gasto com a elaboração e execução do orçamento, a combinação de um orçamento top-down e botton-upe a utilização de uma planilha sem possibilidade de trabalhar de forma online e integrada.

Uyar e Bilgin (2011) realizaram um estudo com o objetivo de pesquisar as práticas orçamentárias em hotéis na região da Antalya, na Turquia, um dos mais importantes centros turísticos do País. O resultado da pesquisa mostra que é comum a utilização de um comitê de orçamento e a utilização de manual de orçamento. Além disso, a pesquisa apresentou que são utilizadas várias formas de abordagens de realização do orçamento, sendo participativa, top-down ebotton-up. A utilização do orçamento por parte dos Hotéis tem por objetivo o controle da rentabilidade e do custo e não necessariamente a necessidade de planejar e comunicar. Contudo o orçamento é tido com um dos principais indicadores de desempenho por parte dos hotéis pesquisados, através da variação entre o previsto e o realizado. Ficou constatado também que hotéis menores têm mais propensão à utilização dos chamados “gamesmanship” orçamental, ou seja, utilização da folga orçamental na elaboração do orçamento, bem como o gasto de tempo para a elaboração do orçamento, que na comparação com outros países, ficou bem acima da média. Outro fator observado na pesquisa foi que a falta de um manual de orçamento e de um comitê pode causar desorganização no processo orçamentário.

Castro et al., (2012) realizaram uma pesquisa para identificar as principais práticas orçamentárias em hotéis na cidade de Florianópolis (SC), Brasil. Inicialmente identificou-se que menos da metade dos hotéis utilizavam o orçamento e destes, a maioria utilizavam uma abordagem de realização de baixo para cima, ou seja, o orçamento era elaborado na base e depois apreciado pela alta administração. Além disso, não é comum a utilização de um comitê de orçamento como pode ser verificado na

pesquisa. Utilizam-se os dados dos anos anteriores para servir como parâmetro para a elaboração do orçamento, bem como o orçamento é elaborado com o objeto de controle de gastos e análise dos resultados por departamentos. Conclui-se no estudo, que não se utiliza de forma plena as práticas de orçamentos, bem como o orçamento não está ligado ao planejamento estratégico das empresas.

Lunkes, Codesso e Ripoll-Feliu (2014), realizaram uma pesquisa para investigar as práticas de orçamentos em empresas portuárias do Sul do Brasil. A pesquisa demonstrou que o orçamento é subutilizado, com a aplicação parcial de muitas de suas características e técnicas. Contudo apresentam departamento específico de orçamento, mas não possuem um Comitê de Orçamento. Nesse sentido o orçamento é elaborado de cima para baixo, ou seja, o orçamento é imposto às áreas, bem como também não realiza revisões, tendo em vista se tratar de empresas públicas e praticarem o orçamento governamental. Desta forma, o orçamento apresenta-se extremamente engessado, não permitindo a realização de adaptações. Além disso, não se elabora o Planejamento Estratégico, o que demonstra que a utilização do orçamento tem por objetivo apenas o controle dos gastos e avaliação de desempenho com uma das principais finalidades. Identificou-se também baixo apoio ao orçamento, possivelmente pela falta de participação das pessoas dessas áreas na sua elaboração.

Pereira et al. (2015) realizaram um pesquisa sobre as práticas orçamentárias adotadas pelas cooperativas associadas a Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado de Santa Catarina. A pesquisa demonstrou a preocupação das Cooperativas em efetuar o alinhamento de suas ações do nível estratégico e operacional. Além disso, as cooperativas buscam o desenvolvimento do orçamento de maneira processual e participativa, contanto com procedimentos mensais de verificação e ajuste de eventuais desvios.

Portanto, percebe-se que a literatura apresenta estudos sobre práticas de orçamento, em vários segmentos. Contudo poucos estudos são encontrados sobre práticas de orçamentos em Concessionárias de Veículos. Tendo em vista a característica peculiar desse ramo de atuação acha-se relevante o presente estudo para analisar o processo de institucionalização de práticas de orçamento em concessionárias de veículos.

No próximo capítulo abordam-se os aspectos metodológicos que foram utilizados na realização da pesquisa.