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Estudos clínicos comparando uso de lâmpadas diferentes

7.8 C ONCLUSÕES

8.1.1 Estudos clínicos comparando uso de lâmpadas diferentes

Inicialmente, a dificuldade de transmissão da luz ultra violeta, utilizada nos primeiros sistemas fotopolimerizáveis, foi apontada como uma das limitações da utilização das resinas compostas fotopolimerizáveis para a adesão de brackets metálicos, mesmo na técnica directa (De Saeytijd, Carels et al. 1994). A introdução da luz azul, com maior capacidade de penetração no esmalte e dentina, permitiu a utilização deste tipo de compósitos, tanto na técnica directa como na indirecta, mas com a necessidade de tempos elevados de exposição (Read and O'Brien 1990).

O aparecimento de lâmpadas mais potentes e eficientes, permitiu encurtar o tempo de fotopolimerização e várias têm sido as tecnologias utilizadas com este objectivo, tais como lâmpadas de halogéneo de elevada potência, lâmpadas de plasma, LASERs e LEDs.

Utilização de fontes de LASER versus lâmpadas de halogéneo

As lâmpadas de LASER, para além do seu espectro ser estreito, apresentam a vantagem dos fotões se apresentarem em fase, não colidindo uns com os outros, o que se traduz na ausência de divergência e de perdas da intensidade com a distância. Assim, após demonstração laboratorial, foram publicados estudos clínicos comparativos das taxas de falha dos brackets, quando a polimerização se faz com um LASER, em comparação à encontrada com lâmpadas de halogéneo.

Em 2004, Elaut publicou um estudo em que comparou a sobrevivência ao fim de 14 meses de brackets Victory cimentados com o adesivo Transbond XT, usando lâmpada de halogéneo, em comparação com LASER de Argon. Os autores obtiveram 5.7% de falhas usando a lâmpada de halogéneo convencional durante 40 segundos e 2.4% de falhas com a utilização do LASER

de Argon de 250 mW, aplicado durante 10 segundos, sendo esta diferença estatisticamente significativa (Elaut and Wehrbein 2004).

Apesar das suas qualidades, este tipo de fonte de energia luminosa teve pouca aceitação na clínica devido a vários factores, entre eles, o seu elevado custo.

Lâmpadas de plasma versus lâmpadas de halogéneo

Como alternativa clínica ao uso de LASERs aparecem as lâmpadas de plasma. Ainda em 2004, Cacciafesta e col. publicaram um estudo clínico no qual avaliaram as taxas de adesão obtidas durante 12 meses, com brackets Victory cimentados com compósito APC. Os autores fizeram a comparação entre a fotopolimerização durante 20 segundos com uma luz de halogéneo de 450 mW/cm2, com a polimerização com uma lâmpada de plasma de 1250

mW/cm2, durante 5 segundos, tendo registado 4 % de falhas para a lâmpada de

halogéneo e 7% para a lâmpada de plasma, embora as diferenças não tenham sido estatisticamente significativas (Cacciafesta, Sfondrini et al. 2004).

Diferentes autores mostraram que os resultados da utilização de lâmpadas de plasma parecem comparáveis aos obtidos com a utilização de lâmpadas de halogéneo, com a vantagem da diminuição do tempo de exposição possibilitada pelas primeiras (Pettemerides, Sherriff et al. 2004; Signorelli, Kao et al. 2006; Russell, Littlewood et al. 2008).

Pettemerides, em 2004, num estudo clínico de seis meses, em que utilizou o compósito Transbond XT, comparou a diferença no número de falhas, entre os brackets polimerizados durante 20 segundos por uma lâmpada de halogéneo, com as falhas ocorridas em brackets polimerizados por uma lâmpada de plasma durante 3 segundos, tendo obtido 3.4% de índice de falha para ambas as lâmpadas.

Signorelli, em 2006, avaliou a sobrevivência de brackets polimerizados com lâmpadas de halogéneo durante 20 segundos com a sobrevivência de brackets polimerizados 6 segundos com lâmpadas de plasma, obtendo ao fim de 13 meses 4,9% de falhas para ambas as lâmpadas.

Russel (2008) utilizando brackets APC, obteve, no fim do tratamento ortodôntico, menor incidência de falhas com a utilização de lâmpadas de plasma do que com a luz de halogéneo, embora sem atingir uma diferença estatisticamente significativa (Russell, Littlewood et al. 2008).

As lâmpadas de plasma, embora menos dispendiosas que as fontes de LASER, produzem no entanto um espectro alargado de frequências que necessita ser filtrado e são mais dispendiosas do que as lâmpadas de halogéneo, cuja tecnologia permite actualmente, valores próximos de 1200 mW/cm2 para as lâmpadas de halogéneo mais comuns, ou até valores

aproximados aos das lâmpadas de plasma.

Concomitantemente, surgiram as fontes de luz LED usadas em medicina dentária para polimerização dos compósitos, com vantagens em termos de economia e portabilidade. Inicialmente, estas fontes tinham uma potência reduzida, mas que tem vindo a aumentar.

Com o desenvolvimento da tecnologia LED, a partir de 2007, têm aparecido na literatura, estudos clínicos comparando a taxa de sobrevivência de brackets fotopolimerizados por este tipo de fontes luminosas com outros tipos de fotopolimerizadores. Estes estudos diferem no intervalo de tempo da observação, na potência das lâmpadas estudadas, nos adesivos e nos brackets utilizados. No entanto, o tempo de polimerização utilizado na maior parte deles, foi de 10 segundos para as luzes LED, com uma aplicação de 5 segundos em mesial e de 5 segundos em distal (Krishnaswamy and Sunitha 2007; Koupis, Eliades et al. 2008; Mirabella, Spena et al. 2008).

LEDs versus Plasma

Apesar dos estudos laboratoriais mostrarem um grau de conversão das resinas, semelhante para as luzes LED e de plasma (Yoon, Lee et al. 2002), as lâmpadas LED parecem conduzir, em ortodontia, a resultados clínicos inferiores quando comparadas com lâmpadas de plasma.

Em 2007, num estudo com uma duração entre 13 a 18 meses e usando a técnica de quadrantes diagonalmente opostos, Pandis et col., obtiveram 2.8% de falhas para a lâmpada de plasma, contra 6.7% de falhas para a lâmpada LED, ambas com potência de 2000 mW/cm2 e com um tempo de exposição de

9 segundos por bracket (Pandis, Strigou et al. 2007).

LEDs versus lâmpadas de halogéneo

Krishnaswamy, em 2007, utilizando brackets GAC e o sistema adesivo Transbond XT, obteve ao fim de 15 meses, num estudo de sobrevivência, uma

lâmpada LED (LED MAX 4; Heraeus Kulzer), não encontrando diferenças com os brackets polimerizados durante 40 segundos por uma lâmpada de halogéneo (Astralis 3, Ivoclar Vivadent).

Há vários estudos que reportam resultados clínicos sobreponíveis para as lâmpadas LED e para as lâmpadas de halogéneo (Koupis, Eliades et al. 2008; Mirabella, Spena et al. 2008).

Koupis e Eliades (2008), num estudo clínico de 9 meses, compararam a taxa de descimentação de brackets polimerizados com um fotopolimerizador LED, aplicado durante 10 segundos ou com uma lâmpada de halogéneo, aplicada durante 20 segundos, obtendo 5% de descimentação para o LED e de 3,3% para o Halogéneo, embora esta diferença não se tenha revelado estatisticamente significativa (Koupis, Eliades et al. 2008).

Mirabella (2008), num estudo clínico, utilizando o método de quadrantes diagonalmente opostos, não encontrou igualmente diferenças, ao fim de uma média de 8,9 meses nos valores da taxa de sobrevivência de brackets APC Victory colados directamente, com o uso de luz de halogéneo ou com a luz LED (10 segundos), observando taxas de falha de 2,6% para a lâmpada LED e 3,3% para a lâmpada de halogéneo.

8.1.2 Estudos clínicos envolvendo o compósito Transbond XT ou