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6. O PROJECTO LER+ DÁ SAÚDE

6.2 Estudos de caso

suporte muito importante do projecto. Os médicos estão também a ter uma adesão muito positiva. A este respeito, parece, contudo, ser aconselhável alargar a participação directa dos médicos, tornando a prática do aconselhamento mais sistemática e mais abrangente, e sensibilizando mais profissionais de saúde para a sua importância, enquanto algo que pode ser feito de forma simples e sem despender muito tempo da consulta.

Importa também evidenciar a percentagem significativa de casos em que não se desenvolvia aconselhamento anteriormente à participação neste projecto ou em que nem se dispunha de livros para crianças nos gabinetes. Verifica-se assim a pertinência deste projecto, procurando fornecer meios e informação que ajudem ao reforço e generalização das boas práticas a este respeito, e sendo já visíveis os resultados que se está a obter nas práticas dos profissionais de saúde nele envolvidos. Mesmo os que já desenvolviam aconselhamento de leitura referem que essa prática foi reforçada.

Parece também não ser de ignorar o resultado que o aconselhamento pode estar a ter no desenvolvimento de hábitos de leitura em família entre o público- alvo deste projecto, ou pelo menos numa maior consciencialização dos seus benefícios.

Apesar de tudo, é preciso ter em consideração que se trata de um projecto de recente implementação e cujos resultados e impactos efectivos e consistentes só a mais longo prazo se farão sentir.

De futuro, pensa-se ser importante reforçar e agilizar a comunicação com as unidades de saúde aderentes e aperfeiçoar o sistema de distribuição dos materiais.

6.2 Estudos de caso

As duas unidades de saúde que integraram os estudos de caso foram escolhidas segundo critérios que visavam garantir a diversidade quanto ao tipo de unidade de saúde (hospital ou centro de saúde) e à forma como o projecto estava a

ser desenvolvido, tendo em consideração as respostas ao inquérito realizado às unidades de saúde.

As unidades de saúde participantes no projecto Ler+ dá Saúde abrangidas pelos estudos de caso foram: o Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (Amadora, Lisboa) e o Centro de Saúde do Bombarral (Bombarral, Leiria).

Ambos os estudos de caso foram desenvolvidos com recurso a visitas aos locais, observação dos espaços onde se encontram elementos visíveis relativos ao PNL, dos materiais do projecto e da forma como estes instrumentos são utilizados. Foram realizadas entrevistas aos técnicos responsáveis pelo projecto em ambas as unidades de saúde.

O processo de implementação do projecto

O Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (H.F.F.) aderiu ao projecto em meados de 2008, e em Setembro de 2008 começaram a fazer registo de entregas de panfletos e autocolantes. O médico entrevistado foi o único que frequentou uma formação. Tomou conhecimento em meados de 2008 através do representante da Sociedade Portuguesa de Pediatria, que contactou a directora de serviço, tendo esta convidado o médico por ser o clínico mais indicado tendo em conta a sua área de especialização em pediatria e neonatologia, e a sua actividade, já que desenvolve consultas de acompanhamento desde o nascimento até à idade escolar. Terão passado cerca de seis meses entre a formação e a recepção dos materiais.

O Centro de Saúde do Bombarral tomou conhecimento do projecto através do contacto de alguém ligado ao hipermercado Modelo, que visitou o centro para divulgar o projecto. Não houve lugar à frequência de qualquer formação ou acção informativa do projecto ou do PNL por ninguém do Centro de Saúde. A inscrição foi realizada apenas em meados de 2009, e cerca de 2 meses depois foram contactados no sentido de informar sobre a visita de alguns representantes da Sonae e de um jornalista local com o intuito de fazer uma mini reportagem sobre a inauguração daquele espaço de leitura na sala de espera, que apareceu no jornal da região e no jornal do Modelo.

Na lista de materiais recebidos pelas unidades de saúde analisadas inserem- se DVD, panfletos, autocolantes, caixa com livros, pendentes alusivos ao projecto e estante do Modelo.

O hospital recebeu os mesmos materiais, à excepção dos DVD, da prateleira para os livros e dos pendentes, uma vez que não houve intervenção do hipermercado Modelo neste caso. Para além do supracitado, receberam também os posters, tendo um sido colado na parede da biblioteca, e outro na sala de espera.

No caso do H.F.F., os panfletos eram entregues na biblioteca, alguns foram deixados na sala de espera, e os restantes eram entregues nas consultas. A caixa com livros ficou na biblioteca, onde é usada sempre que o espaço está a ser dinamizado por alguma educadora. Neste hospital existe uma mini-biblioteca, que é o único espaço com livros infantis na unidade de pediatria do hospital. Tem estantes com livros que já existiam antes de aderirem ao projecto Ler+ dá Saúde, provenientes de doações de associações de solidariedade e de editoras. Há uma mesa com cadeiras de criança, alguns puffs de criança no chão, um quadro para escrever e alguns brinquedos. Em cima de uma das estantes encontra-se a caixa de livros do Ler+ dá Saúde e, por cima, o poster alusivo ao projecto.

No centro de saúde os livros e todos os materiais alusivos ao projecto Ler+ dá Saúde recebidos foram colocados na sala de espera do atendimento infantil, no entanto alguns foram reservados para repor quando os primeiros se encontrarem estragados ou desaparecerem. Ao entrar nessa sala, do lado direito encontra-se a estante oferecida pelo supermercado Modelo, onde uma faixa alusiva ao Ler+ dá Saúde é visível, com o logótipo do Modelo. Por cima da estante estão alguns pendentes que deveriam estar colocados no tecto, e alguns foram colocados de forma visível em cima da prateleira. Não existem posters afixados. Colocaram-se os panfletos e os autocolantes na secretaria e quando os utentes iam fazer a marcação ou confirmar a consulta entregava-se a brochura. Não eram entregues nas consultas nem pelos enfermeiros. Também não se recordam de ter recebido posters.

Actividades e aconselhamento de leitura

As especificidades de cada unidade de saúde ditam o tipo de intervenção que é possível realizar no âmbito do projecto Ler + dá Saúde, uma vez que as crianças se encontram a aguardar consultas, tratamentos, vacinação, ou a acompanhar alguém.

Verifica-se que quem costuma dinamizar o espaço e incentivar a leitura no espaço do hospital é a equipa das educadoras. As crianças são convidadas a entrar na biblioteca e, dependendo do tempo que têm, a desenvolver alguma actividade que pode passar por ler ou ouvir um conto, por exemplo. Tem de haver por parte das educadoras alguma sensibilidade para o facto de as crianças se encontrarem ali num contexto específico, em que normalmente não se tem muito tempo com cada criança e as interrupções são constantes (meninos a entrar e a sair, chamadas para consultas, etc.). Dizem que, normalmente, se deixa a criança escolher o que quer fazer, ou escolher o livro sozinha. Quando há a possibilidade de reunir um pequeno grupo consegue-se ler uma história, sendo por vezes a criança mais velha a ler, casos em que sai da biblioteca com um autocolante a dizer “Sou bom Leitor”, o que foi referido como funcionando muito bem, constituindo um chamariz para outros meninos que vissem. Por vezes passa-se do conto ou da história para a elaboração de um desenho sobre o tema, ou para uma conversa sobre os livros que têm em casa, por exemplo.

Eu às vezes pego na caixa só pelo facto de estar ali e pergunto “que idade é que tu tens”? E vamos mexer nos livros “então vamos contar esta história, depois és tu e contas a outra”, eu acho que isso é importante. Se tivéssemos outra coisa agora para voltar a arrancar [referindo-se aos autocolantes] seria importante. (...) Às vezes nós fazíamos aqui com alguns meninos mais crescidos que já estavam na instrução primária no sentido de “então quem é que vai ser hoje o leitor? E depois ganhavam o autocolante e saiam daqui a dizer “sou leitor”, “a minha família é leitora”.

Educadora de infância, Amadora

O projecto Ler+ dá Saúde tem promovido o aconselhamento no âmbito da consulta e fora dela, mas no terreno verificamos que este aconselhamento varia dependendo da unidade de saúde, não sendo linear que a existência do projecto corresponda sempre a um aumento do aconselhamento de leitura. Nos casos em

que não há especificamente alguém vocacionado para o aconselhamento ou estímulo das crianças e dos pais para a leitura, foi referido que o aconselhamento decorre de forma mais pontual e menos repetida. Um exemplo deste aconselhamento pontual consiste no facto de os enfermeiros que fazem a saúde infantil aproveitarem um livro da caixa de livros fornecida pelo projecto, referente à aprendizagem da ida ao bacio, para fazer educação para a saúde, e se a criança leva um livro para a consulta podem usar o livro como objecto de educação para a saúde. Poderá acontecer que não haja um aconselhamento sistemático das crianças, sobretudo se não houver uma equipa de educadoras nem nenhum tipo de voluntário sensibilizado para o projecto, ou que proceda ao aconselhamento e à realização de actividades relacionadas com a leitura ou o livro. O que se verifica é que a frequência do aconselhamento depende das unidades de saúde, e também da motivação que os profissionais de saúde têm para o projecto.

O acompanhamento da evolução da leitura ou do interesse pelo livro não é feito de forma uniformizada nem sistematizada. Há casos em que são os enfermeiros que registam esse aconselhamento, quando ele é feito e nos casos em que a enfermeira é sempre a mesma, o que facilita esse acompanhamento. Noutros casos, os médicos que dão consultas de desenvolvimento infantil fazem esse acompanhamento, no entanto o aconselhamento não é integrado enquanto estratégia aquando da adesão ao Ler+ dá Saúde.

Verifica-se que o aconselhamento da leitura e a divulgação do projecto eram feitos sobretudo quando havia os panfletos e os autocolantes disponíveis. O médico entrevistado mostrou valorizar bastante esta abordagem em ambiente de consulta, no entanto confessa que, desde que os panfletos e autocolantes acabaram, prefere não falar do projecto do que falar em abstracto.

Sim, eu fazia isso de uma forma sistemática [entregar os panfletos e divulgar o projecto] e obviamente de acordo com as idades. Nós só temos uma caixa, na altura que pediram para nós fazermos o ponto da situação eu pedi para ver se nos conseguiam mandar outra e mais folhetos que estavam em falta, e até agora nada. Não enviaram nada.

Médico pediatra, Amadora

Quando havia as brochuras era engraçado porque os pais ficavam a folhear e nós íamos conversando sobre, não é? Dizíamos “ah vejamos aquele não sei quê”, até eram os meninos mais crescidos que liam por exemplo em voz alta, acaba por ser importante. Agora que já não

temos essa informação continua a haver sempre uma conversa sobre “então, conta histórias ao seu filho?”, entrando na brincadeira.

Educadora de infância, Amadora

A leitura continua presente como tópico de acompanhamento dos utentes nas consultas de desenvolvimento, bem como o livro, que é usado em consulta, no entanto considera-se importante ter os panfletos para familiarizar as famílias com o projecto e lhes poder entregar algo para lerem em casa e para memorizarem o logótipo, os objectivos, para que a pouco e pouco comecem a fazer parte do quotidiano. O médico refere ainda que este aconselhamento é feito na sua consulta sistematicamente, porque tem a ver com o desenvolvimento, que acompanha desde o nascimento até à idade escolar, mas não nas consultas da especialidade, que por norma são pontuais e para ver questões de saúde muito específicas.

Também se refere que as circunstâncias em que é feito o acompanhamento e aconselhamento da leitura são normalmente na consulta de saúde infantil, que abrange uma faixa etária dos 0 aos 18 anos, incidindo mais sobre a faixa etária até aos 13 anos. No entanto, quando se questiona sobre a forma como se desenrola o aconselhamento da leitura em um dos casos analisados, é referido que é só quando a criança trás o livro da sala de espera e normalmente só a partir dos 2 anos.

Os principais momentos em que é aconselhada a leitura é na consulta de saúde infantil, na consulta de vigilância de saúde, que é feita desde o nascimento até aos 13 anos, até aos 18 mas nessa altura já não vêm muito.

Enfermeira-chefe, Bombarral

Geralmente é quando a criança trás o livro. E depois é assim, há determinadas idades-chave em que nós abordamos essa temática da leitura, não é geralmente, por rotina não se aborda logo desde pequenino, desde o nascimento. Sei lá, nas consultas a partir dos 2 anos geralmente fala-se nisso, do interesse de estimular a criança através dos livros.

Enfermeira-chefe, Bombarral

O envolvimento dos clínicos no aconselhamento em contexto de consulta médica não é generalizado. Num dos casos refere-se a necessidade de formar e envolver os clínicos em acções de sensibilização, e sublinha-se que a existência de materiais do PNL facilita muito o aconselhamento.

Em relação aos médicos, quer dizer, eles claro que se aperceberam que aquilo existe ali. Mas não sei, é assim, eu acho que eles estão pouco, não é pouco sensibilizados, não é isso, mas eles têm pouco tempo na consulta, quer dizer, e não dá muito tempo para abordar estes aspectos.

Enfermeira-chefe, Bombarral

Em algumas unidades de saúde é habitual falar de bibliotecas aos pais e às famílias, sobretudo quando o preço dos livros é invocado como impeditivo à leitura.

Sim, é importante. Se vai à biblioteca, se conhece alguma biblioteca, se os meninos levam livros para casa, porque às vezes nas escolas os meninos têm algum tipo de actividade em que levam um livro, depois trabalham o livro com a família, depois regressam, nós às vezes puxamos por aí, por coisas que tenham a ver com o dia-a-dia deles.

Educadora de infância, Amadora

E tentamos… os pais às vezes dizem que os livros são caros e a maior parte das pessoas têm dificuldades económicas. Nós dizemos “então e na biblioteca da escola já procuraste, a ver se há aquele livro ou aqueloutro que tu gostaste?”

Educadora de infância, Amadora

Sempre que possível, os profissionais de saúde ou as educadoras interagem com os pais, aconselham a leitura, perguntam se têm livros em casa, se contam histórias à noite, de forma a sublinhar a importância de o livro estar presente no quotidiano da criança. É referido que quando a criança é “muito pequenina” alertam regularmente para a importância de despertar nela o interesse pelo livro, de ler histórias, no entanto este aconselhamento pode ou não integrar uma rotina diária, dependendo das unidades de saúde.

É assim, não fazemos isso, como é que hei-de explicar, por rotina, a todos os pais em todas as consultas, não. Não se faz. Agora naquelas idades-chave fala-se realmente e esporadicamente pode acontecer que alguns pais que nós vemos que a criança está mais interessada, ou vemos que os pais não têm ali muitos hábitos de estimular a criança, podemos falar um bocadinho com os pais, mas digamos, não é por rotina, isso não.

Enfermeira-chefe, Bombarral Não, olhe isso por acaso não. Até porque olhe, é assim, a ideia que eu tenho da biblioteca municipal é que ela é muito pobre de livros infantis, é bastante pobre. Tem bastantes livros ainda, mas assim infantis não tenho ideia de ela lá ter.

Parcerias e colaborações

A pequena biblioteca do Hospital Professor Doutor Fernando da Fonseca, na Amadora, tem muitos livros, fruto da colaboração com algumas associações como a Associação Amparo, a Fundação do Gil ou a Associação Fernandinho, ou ainda provenientes de ofertas de editoras. As editoras também disponibilizavam esporadicamente livros para distribuição gratuita às crianças.

(...) houve alturas em que tínhamos livros para dar, de editoras que nos davam, e isso facilitava muito, as crianças estão habituadas, querem uma coisa palpável, e quando eu conto aqui uma história depois o livro não vai para casa, não é? Fica, e aí quebra-se um bocadinho e não se envolve e eles às vezes até pedem, por exemplo, ali dos nossos livros do caixotinho [do Ler+]. Dizem “ah posso levar?”

Educadora de infância, Amadora

As associações que actuam na pediatria do H.F.F. desenvolvem com as crianças várias actividades, muitas vezes usando o livro e recorrendo à leitura, bem como apoiam com oferta de diversos materiais (estantes, mesas, bancos, puffs).

Neste espaço não propriamente, mas no internamento nós temos sempre. Temos a “Hora do Conto” com a Fundação do Gil. A hora do conto alterna com a “Hora da Música”, portanto a dinamização ao nível da leitura é feita também no internamento. Aqui não acontece nada assim de especial, a não ser que temos a Associação Amparo agora a trabalhar connosco que vêm aqui, mas não fica neste espaço, fica no espaço ali da sala de espera da consulta, que também utiliza o livro como meio de aproximação ao nível das crianças e facilidade de tentar compreender porque é que daqui eles levam-nos lá para fora, e aqui no fundo nós aproveitamos o espaço.

Educadora de infância, Amadora

Dependendo das características de cada unidade de saúde, ter livros na sala de espera pode ou não ser uma estratégia indicada. Em estruturas maiores e com mais movimento, ter livros na sala de espera pode levar a que rapidamente se estraguem e se tornem inúteis.

Num dos casos analisados existiu, em tempos, uma parceria com uma biblioteca municipal, mas durou pouco tempo e não teve sucesso, sobretudo por se tratar de um espaço de alta rotatividade e com pouco controlo sobre os materiais.

Houve muito no início, quando nós começámos na pediatria a ter uma mini-biblioteca na sala de actividades, ainda houve cooperação com a biblioteca aqui da Amadora e depois tentámos implementar um projecto de saber catalogar os livros mas aqui depois dura pouco tempo. Nós temos um projecto terrível, vamos fazer tudo à regra, e depois desaparece tudo, descolam tudo.

Educadora de infância, Amadora

Há laboratórios que oferecem outro tipo de materiais para a consulta, mas não especificamente para a biblioteca, nomeadamente revistas, livros de colorir, lápis, entre outros, que são utilizados nas consultas, mas que nada têm a ver com o Ler+ dá Saúde. A título de exemplo, um laboratório ofereceu uns tapetes de borracha com puzzles de letras para colocar em frente à estante do Ler+ dá Saúde, onde as crianças brincam e mexem nos livros. Uma pessoa da comunidade também contribuiu por iniciativa própria com oferta de livros, depois de ter visto a estante na sala de espera.

Por acaso depois, passado pouco tempo de termos dado início ao projecto, aconteceu que uma pessoa da população nos veio cá trazer uma caixa com bastantes livros infantis que acho que eram dos filhos e os filhos tinham crescido e estavam em boas condições. Nós aceitámos os livros e até ainda tenho ali alguns.

Enfermeira-chefe, Bombarral

Dificuldades de implementação

As principais dificuldades na implementação do projecto apontadas pelos técnicos de saúde prendem-se com a falta de materiais, como os panfletos ou os autocolantes, que funcionam como um pretexto para falar no assunto, para divulgar e atrair a atenção das crianças quando se apercebem que alguém tem algo que eles não têm. O médico responsável pelo projecto entrevistado diz que já tentou, por mais que uma vez, contactar o PNL solicitando mais materiais, sem ter obtido resposta.

Talvez houvesse esta questão de se havia um menino que chegava ali à sala de espera e que levava um folheto e um autocolante, os outros ficavam curiosos e vinham mais, eu lembro- me que aqui a salinha houve uma fase que era muito mais frequentada, e nesse aspecto acho que incentivava.

A falta de materiais é tida como um grande impedimento na implementação do projecto, e uma desmotivação. Continua-se a falar do livro mas não há nada que diga Ler+ dá Saúde para dar às pessoas. Seria ainda útil haver outra caixa com livros, uma para estar no gabinete de consulta, outra na biblioteca.

A existência de materiais para distribuição também apoia substancialmente a divulgação do projecto, e cria uma memória visual do logótipo do Ler+ dá Saúde. Ao fazê-lo, o projecto vai-se tornando cada vez mais próximo das famílias com crianças, o que poderá potenciar ou despertar o interesse dos pais.

(...) Eu tenho visto nas livrarias e isto está muito divulgado. Os livros têm este símbolo do Ler+ e as pessoas fazem essa associação “ah o médico falou nisto”ou “no hospital falaram