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2 CAPÍTULO II – ESTADO DA ARTE

2.2 Estado da arte dos modelos de emissão veiculares

2.3.2 Estudos internacionais

Estimação das emissões diárias do tráfego rodoviário nos aglomerados urbanos de países do sul da Europa durante um dia útil. Avaliação de cenários “e se”.

O presente estudo (Kassomenos, 2006) refere-se à estimação das emissões resultantes das emissões de tráfego na cidade de Atenas. A metodologia aposta na informação detalhada recolhida nas sete maiores estradas da cidade de Atenas. Os veículos são divididos em sete categorias e a velocidade é registada. Baseando-se nesta informação, o estudo estima a produção de cinco grandes poluentes: CO, Benzeno, NOx, PM10, e COV. Por meio do Programa COPERT IV e com base nestes dados foi desenvolvida a Rede Neural Artificial. Foram criados cenários com base na distribuição da frota de veículos.

A informação de tráfego rodoviário foi recolhida, num dia da semana, nas estradas em estudo. A campanha de estudo usou câmaras para a medição da velocidade e volume de tráfego durante dez horas. Esta pesquisa permitiu quantificar as tecnologias dos veículos, assim como o volume de tráfego nos arcos e a velocidade média.

A informação de tráfego foi usada pelo COPERT com intuito de calcular as emissões dos poluentes em estudo, sendo que a escolha dos poluentes teve a ver com o grau dos efeitos para a saúde humana que cada poluente causa nas populações atingidas. A velocidade de circulação varia nas estradas estudadas, afectando directamente os níveis de emissão dos poluentes. Os altos níveis de emissões são observados quando temos velocidade médias baixas (congestionamento).

Este estudo contempla o desenvolvimento de uma rede neural artificial que consiste segundo Kassomenos (2006), num modelo de arquitectura paralela apta a desenvolver os cálculos numéricos baseados num processo distribuído, i. e., é uma arquitectura que providencia uma forma rápida e fácil de calcular emissões dos veículos, através de velocidades e das categorias dos veículos, de forma a estimar as emissões dos poluentes em estudo.

Este estudo elaborou cenários que indicam que o uso massificado de catalisadores modernos nos veículos conduz a uma redução enorme dos poluentes.

Estimação de emissões de transportes rodoviários em Espanha entre 1988 a 1999 usando o programa COPERT III

Este estudo (Burón, 2003) representa a estimativa de emissões produzidas pelo transporte rodoviário em Espanha entre 1988 e 1999. O estudo tem duas fases fundamentais: recolha

de uma compilação de dados do país e execução de uma abordagem metodológica para obter as emissões de poluentes. O estudo baseia-se em diferentes fases como:

1. Informação de combustíveis;

2. Estudo da distribuição da temperatura em Espanha;

3. Estudo da introdução dos regulamentos de emissão em veículos em Espanha; 4. Estudo dos veículos em Espanha em número e categorias;

5. Estimação da distribuição das estradas, velocidades médias e consumo de combustível;

6. Introdução de informação e execução do COPERTIII.

Este estudo, realizado em Espanha, fornece metodologias que se enquadram nos objectivos a que esta dissertação se propõe. O cálculo das temperaturas representa, neste estudo, uma prática de possível aplicação. Segundo Burón (2003), com base no conhecimento de que a temperatura mínima mensal e temperaturas máximas mensais são necessárias para estimar as emissões a frio, os valores de cada região têm de ser avaliados. A representação é feita com base na maior contribuição de regiões com maior número de veículos em relação a regiões com menor número de veículos. Os dados de tráfego são obtidos através de estações que fazem a monitorização da rede rodoviária que estão dispersas pelo país. Como nem toda a rede está coberta por estas estações, foi aplicado um factor de correcção para as distâncias percorridas anualmente pelos veículos, sendo os factores de 1,11 para ligeiros de passageiros e 1,05 para o resto da frota.

Este estudo concluiu que houve um grande aumento das emissões, devido ao aumento da mobilidade em Espanha. A introdução de novas tecnologias de controlo de emissões pode contribuir para a diminuição das emissões de poluentes locais.

Corinair (CORe INventory of AIR emissions)

Os inventários de emissões atmosféricas são instrumentos que permitem analisar a quantidade, natureza e localização das emissões que ocorrem numa determinada área, durante um período de tempo. A UE criou um programa de inventários de emissões (CORINAIR) em 1985 para assistir no desenvolvimento da consistência, comparabilidade e transparência dos inventários nacionais para poluentes convencionais (SOx, NOx, e COV):

O objective do programa CORINAIR90 é o de providenciar um inventário de emissões completo, consistente e transparente de poluentes na Europa (IPCC, 1996). A aplicação mais comum de um inventário de emissões atmosféricas é a sua utilização como input na modelação atmosférica, juntamente com os dados meteorológicos. Esta modelação permite antever as concentrações de poluentes prejudiciais à saúde humana e possibilita a

antecipação da tomada de medidas para mitigar os problemas decorrentes da excessiva concentração de poluentes. Os inventários são um importante instrumento para a avaliação e gestão da qualidade do ar na Europa (CCDRLVT, 2006).

De acordo com a metodologia EMEP/CORINAIR os poluentes são distinguidos em quatro grupos:

 Poluentes para os quais existe metodologia, baseada em factores de emissão específicos e contemplando situações de tráfego diferentes e condições em que o motor opera (Grupo 1 - Tabela 65 - Anexo IV, pág. A.93;

 Emissões dependentes do consumo de combustível (Grupo 2 – Tabela 66 - Anexo IV, pág. A.93;

 Poluentes em que metodologia simples é aplicada derivada à ausência de dados detalhados (Grupo 3 - ver Tabela 67 – Anexo IV, pág. A.94);

 Perfis de NMVOC que são derivados de uma fracção do total das emissões de NMVOC (Grupo 4 - ver Tabela 68 – Anexo IV, pág. A.94).

Os inventários nacionais de emissões atmosféricas são uma prática de referência que mudou os comportamentos dos países em relação aos impactes ambientais decorrentes das emissões atmosféricas. A partir do momento em que passaram a ser obrigatórios, permitiram às nações avaliar quais os sectores que mais contribuem para a poluição atmosférica e GEE, permitindo criar tectos de emissões para os vários poluentes e medidas que inibam a emissão de poluentes atmosféricos. O Plano Nacional de Alterações Climáticas (PNAC) através da Resolução do Conselho de Ministros n.º 104/2006 (ver Anexo III - pág. A.88) prevê medidas e acções que permitam baixar as emissões de poluentes no país.

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