1.4 Opções metodológicas
1.4.2 Etapa 2: Avaliação do nível de maturidade do programa de e-gov do Distrito Federal
Após fazer o levantamento da visão estratégia inicial e das metas expressas
nos documentos, e nas entrevistas, nesta fase foi verificado em que nível de
maturidade se encontra o programa de governo eletrônico do Distrito Federal, além
do grau de relacionamento com o cidadão por meio do portal. Para alcançar estes
resultados, optou-se por uma metodologia quantitativa, uma vez que o portal seria
avaliado por critérios pré-estabelecidos.
Assim, optou-se pela metodologia de avaliação de portais e indicadores o
nível de maturidade de programas de governo eletrônico de municípios desenvolvida
pelo TecGov
17(TORRES, 2006). Esta metodologia propõe uma série de variáveis
(Anexo A) para a avaliação dos portais, que podem receber uma pontuação de zero
a cinco, conforme descrito no quadro 1.
Quadro 1: Tabela dos pontos
Pontuação
Descrição
0
Muitíssimo fraco ou inexistente
1 Muito pobre
2 Fraco
3 Bom
4 Muito bom
5 Excelente
Fonte: Torres (2006)
Torres (2006) também propõe diferentes tipos de visão de análise, e cada
uma é dividida em categorias segundo temas em comum. Em cada dimensão de
análise, as variáveis são agrupadas nestas categorias que possuem um peso
correspondente. Por exemplo, a visão “Nível de governo eletrônico” é dividida em
cinco categorias, que neste caso, correspondem aos cinco estágios de maturidade
de governo eletrônico: 1º Estágio – Presença inicial; 2º Estágio – Presença intensiva
e interação; 3º Estágio – Serviços e Transações financeiras; 4º. Estágio – Integração
vertical e horizontal; 5º Estágio – Integração sem fronteiras.
A partir desta categorização dentro de cada dimensão de análise, é possível
se obter índices específicos das categorias por meio do cálculo da média
ponderada:
¦
¦
u
v v f cP
P
V
I
Onde,
I
c= índice da categoria
V
f= nota final da variável
P
v= peso da variável na categoria em questão
Desta forma, pode-se calcular um índice geral de cada dimensão, calculando
novamente por meio da média ponderada:
¦
¦
u
c c c dP
P
I
I
Onde,
I
d= índice da dimensão
I
c= índice da categoria
P
c= peso da categoria
A utilização da média ponderada garante que todos os índices fiquem na faixa
da pontuação, de 0 a 5, não importando se uma categoria tem muitas ou poucas
variáveis, nem seu peso. Isto é importante para se ter critérios homogêneos de
comparação e análise dos dados.
A avaliação foi realizada por cinco avaliadores de nível superior com
conhecimentos técnicos em desenvolvimento de sistemas, projetos de interfaces
gráficas e produção de conteúdo para Internet
18, e também com experiência e
familiaridade no uso da internet e de serviços on-line. Estes avaliadores receberam
instruções e explicações sobre as variáveis, categorias e visões. Entretanto, eles
somente avaliaram as variáveis, sem se preocuparem com a categorização. E
sempre que necessário, registraram comentários a respeito. (Anexo B) A partir das
notas atribuídas de cada avaliador, foram obtidas as notas finais de cada variável
através de média simples:
x
N
V
f¦
axOnde,
V
f= nota final da variável
N
ax= nota do avaliador
x = quantidade de avaliadores
18 Daniela Garrossini: designer gráfico, doutoranda em Comunicação, tem experiência em desenvolvimento e coordenação de
projetos de interfaces gráficas para sistemas digitais e para sítios da Internet; Karen Nawa: designer gráfico, mestre em Design, atua no desenvolvimento de projetos gráficos para mídias impressas e digitais; Odilon Neto: mestre em Engenharia Elétrica, é profissional da área de TI; Raquel Sacheto: mestre em Comunicação e jornalista com vasta experiência em produção de conteúdo para Internet, além de ter trabalhado no Programa de Governo Eletrônico Federal; Suhelen Chaves: designer gráfico, trabalha com desenvolvimento de interfaces digitais para sistemas e sítios da Internet.
Como originalmente esta metodologia foi concebida para avaliar municípios,
para a aplicação neste projeto, verificou-se a necessidade de haver uma adaptação
para melhor atender aos seus objetivos. As variáveis, categorias e visões
19propostas
pelo TecGov foram analisadas, e, conforme o caso, modificadas afim de se
adequarem ao projeto, pois o Distrito Federal tem a singularidade de acumular
características tanto de estado como de município.
A fim de atender os objetivos desta fase do projeto, foram selecionadas três
dimensões de análise: tipo de conteúdo ou serviço (quadro 2), grau de
relacionamento com o cidadão (quadro 3), e nível de governo eletrônico (quadro 4).
Quadro 2: Tipo de conteúdo ou serviço
Categoria
Peso
01 - Informação básica
1
02 - Conhecendo o Distrito Federal
2
03 - Notícias
3
04 - Legislação, normas, estatutos, políticas
4
05 - Planejamento, orçamento e ações do governo distrital
4
06 - Utilidade pública
4
07 - Interação, cadastros, emissão de documentos
6
08 - Inscrições, registros e solicitações
5
09 - Atendimentos
7
10 - Transações financeiras
9
11 - Serviços simples aos cidadãos e empresas
4
12 - Serviços especiais
8
13 - Serviços sofisticados aos cidadãos e empresas
9
14 - Serviços mais sofisticados ao cidadão
10
15 - Integrações de processos
11
16 - e-Democracia
12
Fonte: Adaptação de Torres (2006)
Esta dimensão tem por objetivo fornecer dados a respeito de quais tipos de
informações ou serviços têm maior presença no portal. Estes dados são importantes
porque serviram de evidência para os resultados da análise da dimensão do nível de
19 As variáveis, categorias e visões originais estão no Anexo A.governo eletrônico, uma vez que, como já visto anteriormente, cada nível de governo
eletrônico apresenta um tipo de informação ou serviço. Torres (2006) propõe 16
categorias, cujo peso varia de acordo com a relevância e grau de complexidade da
informação ou serviço.
Quadro 3: Grau de relacionamento com o cidadão
Categoria
Peso
01 - Relacionamento impessoal
1
02 - Relacionamento por grupos ou classes
2
03 - Relacionamento pessoal (um-a-um)
4
Fonte: Adaptação de Torres (2006)
Esta dimensão tem por objetivo identificar qual o grau de relacionamento que
o portal disponibiliza com o cidadão, e é composta por três categorias, cujo peso
varia de acordo com nível de relacionamento que a variável proporciona. A categoria
relacionamento impessoal diz respeito às informações ou serviços gerais oferecidos
a qualquer pessoa ou instituição, sem que haja um direcionamento. A segunda
refere-se às características voltadas para grupos ou classes com interesses em
comum, por exemplo, “matrícula nas escolas públicas”, “materiais educativos para
estudantes” e “cadastro para obtenção de bolsas de estudos, bolsa-auxílio,
transporte escolar, passe escolar” que são de interesse de alunos e pais de alunos,
“informações para pequenos negócios” e “processo para obtenção de incentivos a
negócios” são direcionadas para empresas e empresários. E finalmente, a categoria
de relacionamento pessoal, que engloba as informações ou serviços de caráter
personalizado ou atendimento individual, por exemplo, “atendimento por chat”,
“ouvidoria do governo”, “certidão negativa de tributos”, entre outros.
Quadro 4: Nível de governo eletrônico
Categoria
Peso
01 - Presença básica
1
02 - Presença intensiva e interação
2
03 - Serviços e Transações financeiras
3
04 - Integração interna
4
05 - Integração sem fronteiras
5
Fonte: Adaptação de Torres (2006)
Nesta visão, as variáveis são agrupadas em um dos cinco níveis de
maturidade de governo eletrônico: “presença básica”, “presença intensiva e
interação”, “serviços e transações financeiras”, “integração vertical e horizontal”,
“integração sem fronteiras”. (TORRES, 2006) A partir desta visão foi possível
verificar em qual nível o programa de e-gov do DF se encontra.
As variáveis com seus pesos e categorias foram organizadas em uma planilha
do Excel, o que facilitou na etapa de consolidação dos resultados e cálculos das
notas e índices. (Apêndice B)
No documento
O GOVERNO ELETRÔNICO COMO INSTRUMENTO DE APROXIMAÇÃO DO GOVERNO E O CIDADÃO CRISTIANE ARAKAKI
(páginas 32-37)