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3. Revisão Bibliográfica

4.3 Desenvolvimento do processo de laminação

4.3.1 ETAPA 1

Como já foi mencionado, nesta primeira etapa foi verificada a influência do fator de forma e do número de passes de laminação sobre as propriedades mecânicas finais da chapa grossa produzida, bem como sua influência no caldeamento de trinca e vazios provenientes do processo de lingotamento contínuo. A variável de processo de laminação mais importante neste trabalho foi o parâmetro adimensional m, fator de forma. A variação do valor de m foi estabelecida para 5, 7 e 9 passes de laminação, mantendo-se a redução total fixa.

As variáveis de processamento utilizadas foram: o valor do fator de forma m e o número de passes de laminação (Figura 4.4), mantendo-se fixas a temperatura de austenitização (1230oC), a velocidade de laminação de desbaste em 5 m/s e as espessuras inicial e final das placas e chapas, 250 mm e 100 mm, respectivamente.

A temperatura final de laminação foi de aproximadamente 1050oC, ou seja, as chapas foram laminadas na região austenítica, pois a temperatura Ar3 para este aço,

dada pela equação (3.2) é de 828oC.

Para melhoria das propriedades mecânicas desejadas estipulou-se a laminação com o uso total de passes de descarepação para promover o maior resfriamento possível do esboço.

Assim, nesta primeira etapa, verificou-se a influência do fator de forma m nas propriedades mecânicas dos materiais processados, variando o número de passes entre 5, 7 e 9. Procurou-se também processar o material em seqüência, sem interrupções, para que todas as chapas tivessem o mesmo tratamento térmico de aquecimento no forno e tempos aproximados de aquecimento, reduzindo consideravelmente a influência que diferenças nestas variáveis poderiam causar. Devido a limitações do equipamento, somente conseguiram-se valores de m menores que 0,8 no primeiro passe de laminação na sequência de 7 e 9 passes (Figura 4.4). As tabelas 4.2, 4.3 e 4.4 mostram os valores das espessuras da chapa, a redução por passe e os correspondentes valores de m, para laminação em 5, 7 e 9 passes, respectivamente.

Após o término da laminação o material teve seu resfriamento ao ar calmo, a partir da temperatura de fim de laminação, de aproximadamente 1050°C, atendendo aos parâmetros da laminação de normalização.

Figura 4.4- Fator de forma m associado ao número de passes

Tabela 4.2- Valores das espessuras, a redução por passe e os correspondentes valores de m para a laminação em 5 passes, de das chapas

Espessura inicial Espessura final Redução m

250,0 215,7 14% 0,878

215,7 178,9 17% 1,073

178,9 146,1 18% 1,230

146,1 121,1 17% 1,306

121,1 102,5 15% 1,347

Espessura inicial Espessura final Redução m

250,0 216,1 14% 0,872

216,1 178,8 17% 1,080

178,8 146,4 18% 1,222

146,4 121,0 17% 1,316

Tabela 4.3- Valores das espessuras, a redução por passe e os correspondentes valores de m para a laminação em 7 passes, de 2 das chapas

Espessura inicial Espessura final Redução m

250,0 222,6 11% 0,773 222,6 197,8 11% 0,827 197,8 170,0 14% 1,001 170,0 150,2 12% 0,970 150,2 133,3 11% 1,012 133,3 119,9 10% 1,009 119,9 102,8 14% 1,296

Espessura inicial Espessura final Redução m

250,0 223,2 11% 0,764 223,2 197,4 12% 0,843 197,4 170,3 14% 0,988 170,3 150,3 12% 0,974 150,3 133,9 11% 0,995 133,9 119,7 11% 1,037 119,7 103,0 14% 1,281

Tabela 4.4- Valores das espessuras, a redução por passe e os correspondentes valores de m para a laminação em 9 passes, de 2 das chapas

Espessura inicial Espessura final Redução m

250,0 222,5 11% 0,775 222,5 197,9 11% 0,824 197,9 178,5 10% 0,817 178,5 161,9 9% 0,836 161,9 148,4 8% 0,827 148,4 136,1 8% 0,861 136,1 123,9 9% 0,938 123,9 112,7 9% 0,987 112,7 102,6 9% 1,031

Espessura inicial Espessura final Redução m 250,0 221,3 11% 0,794 221,3 198,5 10% 0,794 198,5 178,4 10% 0,830 178,4 162,1 9% 0,828 162,1 147,9 9% 0,849 147,9 135,9 8% 0,852 135,9 123,6 9% 0,944 123,6 113,2 8% 0,951 113,2 102,3 10% 1,070 4.3.2 ETAPA 2

Nesta etapa foi escolhido um dos processos de laminação da etapa 1 que apresentou melhor resultado de propriedades mecânicas e que favoreceria o caldeamento de trincas e vazios no interior das placas. Foi escolhido o processamento com cinco passes de laminação por apresentar maiores valores de m, como mostrado na figura 4.4, o que deve resultar em maior deformação em todas as fibras ao longo da espessura, como citado pela literatura.

Visando obter melhores resultados de propriedades mecânicas foi feito a adição de mais três passes de resfriamento sem deformação após os cinco passes de laminação, esperando-se obter um maior refinamento de grão com consequente aumento do limite de escoamento.

4.3.3 ETAPA 3

Nesta etapa, tendo conhecido o efeito do fator de forma sobre as propriedades mecânicas, experimentou-se o efeito do resfriamento dentro do máximo possível permitido pelas limitações operacionais e do equipamento. Conseguiu-se aplicar mais 15 passes de resfriamento após os cinco passes de laminação normais ao processo. Considerando a capacidade de reduzir em torno de 20°C a 25°C em cada passe, podemos considerar que a temperatura final do processo se deu abaixo da

temperatura Ar3. Não foi possível medir precisamente a temperatura final obtida, por

Capítulo 5: RESULTADOS

E DISCUSSÃO

5.1 ETAPA 1

A Figura 5.1 apresenta os valores do limite de escoamento das amostras para as chapas submetidas a 5, 7 e 9 passes de laminação, medidos nas direções transversal e longitudinal. Estes valores são listados na tabela 5.1. Observa-se que a aplicação de 5 e 7 passes de laminação resultou em valores do limite de escoamento das chapas na direção transversal acima do estabelecido pela norma ASTM A36, que define o valor mínimo de 250MPa na direção transversal. Com relação aos valores do limite de escoamento das chapas na direção longitudinal, estes foram menores que 250MPa.

Os limite e escoamento na direção transversal apresentaram-se superiores à direção longitudinal para todas as situações, o que pode ser explica pela anisotropia plástica da chapa provocada pelo processo de laminação [Batista, 2005].

Os valores de limite de resistência obtidos, imediatamente após a laminação, medidos nas direções transversal e longitudinal, são mostrados na Figura 5.2 e estão listados na tabela 5.1. Todas as chapas atenderam aos requisitos especificados na norma ASTM A36 (ou seja, os valores do limite de resistência mantiveram-se entre 400 e 550 MPa), independente do número de passes utilizados e dos valores de m por passe.

O alongamento total das chapas medidos nas direções transversal e longitudinal manteve-se praticamente constante, independente do número de passes, conforme mostrado na Figura 5.3, atendendo o requisito de 23% de alongamento mínimo. Os valores estão listados na tabela 5.1.

As figuras 5.4 a 5.6 apresentam a microestrutura das chapas laminadas com 5, 7 e 9 passes, respectivamente, avaliadas na face, a ¼ de profundidade e no centro da chapa. A microestrutura é constituída de ferrita 70% e perlita 30%, com tamanhos de grão ferrítico ASTM indicados nas legendas das figuras.

Para a chapa laminada com 5 passes o tamanho de grão ferrítico medido na face foi de 15,9 µm, e de 31,8 µm em ¼ e no meio da espessura da chapa. Observa-se uma grande variação do tamanho de grão ao longo da espessura. Para a chapa laminada com 7 passes o tamanho de grão medido na face e a ¼ da espessura foi de

22,5 µm e 26,7 µm no meio da espessura da chapa, com uma variação pequena do tamanho de grão com a espessura da chapa. Para a chapa laminada com 9 passes o tamanho de grão medido na face foi de 26,7 µm e de 31,8 µm a ¼ e no meio da espessura da chapa, com uma variação pequena do tamanho de grão com a espessura da chapa.

Figura 5.1- Valores obtidos na primeira experiência para o limite de escoamento (LE) das chapas processadas com 5, 7 e 9 passes nas direções transversal (T) e

longitudinal (L). Limite de escoamento mínimo de 250MPa (ASTM A36).

Figura 5.2- Valores obtidos na primeira experiência do limite de resistência (LR) para chapas processadas com 5, 7 e 9 passes nas direções transversal (T) e longitudinal

(L). Limite de resistência mínimo de 400MPa e máximo de 550MPa (ASTM A36). LE (MPa) 230 235 240 245 250 255 260 265 L T L T L T

5 passes 7 passes 9 passes

LR (MPa) 350 400 450 500 550 600 L T L T L T

Figura 5.3- Valores obtidos na primeira experiência para o alongamento total das chapas processadas com 5, 7 e 9 passes nas direções transversal (T) e longitudinal

(L). Alongamento total mínimo de 23% (ASTM 36).

Tabela 5.1- Valores dos limites de escoamento e resistência e do alongamento total das chapas laminadas com 5, 7 e 9 passes

5 Passes 7 Passes 9 Passes

L 246 245 237 T 262 262 239 L 454 451 447 T 458 457 453 L 34 35 36 T 35 37 35 M Pa M Pa % LE LR AL ETAPA 1 AL (%) 20 23 26 29 32 35 38 L T L T L T

Face

1/4

Face 1/4 1 / 2

Figura 5.4- Microestrutura da chapa processada com cinco passes. Tamanhos de grão ferrítico ASTM 9,0 na face, 7,0 a 1/4 e 7,0 na metade da espessura

Face 1/4 1/2

Face 1/4 1/2

Face 1/4 1/2

Figura 5.5- Microestrutura da chapa processada com sete passes. Tamanhos de grão ferrítico ASTM 8,0 na face, 8,0 a 1/4 e 7,5 na metade da espessura.

Face 1/4

Face 1/4 1/2

1/2

Figura 5.6- Microestrutura da chapa processada com nove passes. Tamanhos de grão ferrítico ASTM 7,5 na face, 7,0 a 1/4 e 7,0 na metade da espessura.

5.2 ETAPA 2

Na segunda etapa dos experimentos, três chapas foram submetidas a 5 passes de laminação, seguidos de 3 passes de resfriamento (laminação sem deformação). Esta escala de passes foi escolhida, pois mesmo as amostras apresentando valores semelhantes de propriedades mecânicas à escala de sete passes, os maiores valores de m garantem uma melhor sanidade interna do material. Os valores de m aumentaram com o número do passe, de 0,87 a 1,35 (figura 4.4).

Observa-se que os valores do limite de escoamento das amostras (Figura 5.7 e tabela 5.2) atenderam a norma ASTM A36 para as chapas na direção transversal, com valores maiores que 250MPa. Com relação aos valores do limite de escoamento das chapas na direção longitudinal, o valor médio para as três chapas foi menor que 250MPa.

Com relação aos valores de limite de resistência das amostras (Figura 5.8 e tabela 5.2), todas as chapas atenderam aos requisitos especificados na norma ASTM A36. Quanto ao alongamento total das chapas, observa-se (Figura 5.9 e tabela 5.2) que os valores são maiores que os citados na figura 5.3 para 5 passes de laminação, sem passes de resfriamento, devido ao resfriamento forçado imposto na etapa 2, e atendem o requisito de 23% de alongamento da norma ASTM A36.

Importante mencionar que os resultados obtidos foram inferiores aos obtidos na primeira etapa apesar do acréscimo de passes de descarepação para resfriamento da tira e isto se deve ao fato que na primeira etapa todas as placas foram enfornadas em seqüência e processadas em intervalos constantes onde foi possível manter estáveis variáveis importantes como o tempo e a temperatura de aquecimento. Na segunda etapa as placas apesar de terem sido descarregadas na mesma temperatura da experiência anterior, em torno de 1230 oC, porém não foi possível reproduzir o mesmo tempo de 200 minutos, ultrapassado em 20 minutos e a isto atribuiu-se a diferença nos resultados obtidos.

Figura 5.7- Valores do limite de escoamento das chapas processadas com 5 passes de laminação e seguidos de 3 passes de resfriamento, medidos nas direções transversal e

longitudinal. Limite de escoamento mínimo de 250MPa (ASTM A36).

Figura 5.8- Valores do limite resistência das chapas processadas com 5 passes laminação seguidos de 3 passes de resfriamento. Limite de resistência mínimo de

400MPa e máximo de 550MPa (ASTM A36). LE (MPa) 225 230 235 240 245 250 255 260 T L T L T L

Chapa 1 Chapa 2 Chapa 3

LR (MPa) 350 400 450 500 550 600 T L T L T L

Figura 5.9- Valores do alongamento total das chapas processadas com 5 passes de laminação seguidos de 3 passes de resfriamento. Alongamento total mínimo de 23%

(ASTM 36).

Tabela 5.2- Valores dos limites de escoamento e resistência e do alongamento total das chapas laminadas com 5 seguidos de passes de resfriamento

Chapa 1 Chapa 2 Chapa 3

L 238 238 258 T 252 254 258 L 445 444 452 T 438 438 440 L 42 40 39 T 40 41 41 AL % ETAPA 2 LE M Pa LR M Pa AL (%) 20 23 26 29 32 35 38 41 44 T L T L T L

Placa 1

Placa 2

Placa 3

Figura 5.10- Microestrutura da chapa avaliada na metade da espessura da chapa processada com 5 passes de laminação seguida de 3 passes de resfriamento.

5.3 ETAPA 3

Na terceira etapa dos experimentos, três chapas foram submetidas a 5 passes de laminação seguida de 15 passes de resfriamento (sem deformação). Observa-se que os valores do limite de escoamento (Figura 5.11), limite de resistência (Figura 5.12) e alongamento total das chapas (Figura 5.13) atenderam a norma ASTM A36. Estes valores estão listados na tabela 5.3. Verifica-se que os valores do limites de escoamento são maiores que o mínimo exigido pela norma, 250MPa, tanto na direção transversal quanto na longitudinal.

O aumento no limite de escoamento está associado a um resfriamento maior aplicado as chapas, que foram processadas com 15 passes de resfriamento, que resulta em um maior refinamento da microestrutura. Quando se avalia a microestrutura das chapas (Figura 5.14), a sua constituição é de ferrita e perlita, com aproximadamente 70% de ferrita com tamanho de grão ferrítico ASTM 9,0 ou de 15,9

µm, medido na metade da espessura da chapa. Verifica-se que o tamanho de grão é menor que o das chapas laminadas com 5 passes de laminação seguida de 3 passes de resfriamento, avaliado na metade da espessura (tamanho de grão ASTM 6,0 ou 44,9 µm (figura 5 .10).

Figura 5.11- Valores do limite de escoamento das chapas processadas com 5 passes de laminação seguida de 15 passes de resfriamento, medidos nas direções transversal

e longitudinal. Limite de escoamento mínimo de 250MPa (ASTM A36). LE (MPa) 220 230 240 250 260 270 280 290 300 T L T L T L

Figura 5.12- Valores do limite de resistência das chapas processadas com 5 passes de laminação seguida de 15 passes de resfriamento, medidos nas direções transversal e

longitudinal. Limite de resistência entre 400 a 550MPa (ASTM A36).

Figura 5.13- Valores do alongamento total das chapas processadas com 5 passes de laminação seguida de 15 passes de resfriamento. Alongamento total mínimo de 23%

(ASTM 36). LR (MPa) 350 400 450 500 550 600 T L T L T L

Chapa 4 Chapa 5 Chapa 6

AL (%) 20 23 26 29 32 35 38 T L T L T L

Tabela 5.3- Valores dos limites de escoamento e resistência e do alongamento total das chapas laminadas com 5 seguida de 15 passes de resfriamento.

Chapa 1 Chapa 2 Chapa 3

L 275 289 237 T 276 293 239 L 453 451 447 T 459 473 453 L 37 36 36 T 29 35 35 LE M Pa LR M Pa AL % ETAPA 3 Placa 1 Placa 2

Placa 3

Figura 5.14- Microestrutura das chapas avaliada na metade da espessura da chapa processada com 5 passes seguida de 15 passes de resfriamento. Tamanho de grão

ferrítico ASTM 9,0.

Para comparar os resultados obtidos nas diferentes etapas de processamento, optou-se por avaliar o valor médio do limite de escoamento, do limite de resistência, do alongamento total nas direções transversal e longitudinal, o tamanho médio do grão ferrítico medido na metade da espessura da chapa, para o caso de 5 passes de laminação, considerando as 3 etapas de processamento: sem passes de resfriamento, com 3 passes de resfriamento e com 15 passes de resfriamento. Estes valores estão representados nas figuras 5.15, 5.16, 5,17 e 5.18, respectivamente, para as três etapas de processamento termomecânico.

Avaliando as propriedades mecânicas verifica-se que do ponto de vista dos valores médios do limite de escoamento, do limite de resistência e do alongamento total, as chapas processadas 5 passes de laminação, sem passes de resfriamento, com 3 passes de resfriamento e com 15 passes de resfriamento, atendem a norma ASTM A36. No entanto, quando se avalia o limite de escoamento medido na direção longitudinal da chapa, somente as chapas processadas com 15 passes de resfriamento apresentam valores maiores que 250MPa.

Quando se avalia as figuras 5.15 e 5.18, observa-se uma forte correlação entre o limite de escoamento e o tamanho de grão ferrítico medido na metade da espessura da chapa, como mostrada na figura 5.19.

Figura 5.15- Valores médios do limite de escoamento da chapas laminadas em 5 passes: etapa 1- sem passes de resfriamento; etapa 2 - com 3 passes de resfriamento;

etapa 3- com 15 passes de resfriamento. Limite de escoamento mínimo definido pela norma ASTM A36 é de 250MPa.

Figura 5.16- Valores médios do limite resistência das chapas laminadas em 5 passes: etapa 1- sem passes de resfriamento; etapa 2- com 3 passes de resfriamento; etapa 3- com 15 passes de resfriamento. Limite de resistência mínimo de 400MPa e máximo de

550MPa, definido pela norma ASTM A36.

LE(M Pa)

220 230 240 250 260 270 280 290 300

Et apa 1 Et apa 2 Et apa 3

LR (M Pa)

350 400 450 500 550 600

Figura 5.17- Valores médios do alongamento total das chapas laminadas em 5 passes: etapa 1- sem passes de resfriamento; etapa 2- com 3 passes de resfriamento; etapa 3- com 15 passes de resfriamento. Alongamento mínimo definido pela norma ASTM A36

é de 23%.

Tamanho de Grão ASTM

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Et apa 1 Et apa 2 Et apa 3

Figura 5.18- Tamanho médio do grão ferrítico medido na metade da espessura das chapas laminadas em 5 passes: etapa 1- sem passes de resfriamento; etapa 2- com 3

passes de resfriamento; etapa 3- com 15 passes de resfriamento. ASTM 7 = 31,8 µm, ASTM 6 = 44,9 µm, ASTM 9 = 15,9 µm

AL (%)

20 25 30 35 40 45 50

Figura 5.19- Limite de escoamento com uma função do tamanho de grão, d, chapas laminadas em 5 passes: etapa 1- sem passes de resfriamento; etapa 2- com 3 passes

de resfriamento; etapa 3- com 15 passes de resfriamento.

O processamento das chapas com 5 passes de laminação seguida de 15 passes de resfriamento resultou em uma microestrutura com o menor tamanho de grão ferrítico, de 15,9 µm e, consequentemente, em um maior valor médio do limite de escoamento.

A anisotropia planar observada, isto é, a diferença de propriedades mecânicas nos corpos de prova retirados nas direções transversal e longitudinal está associada à formação de uma estrutura de bandeamento paralelamente à direção de laminação durante a deformação (como mostram as microestruturas), com a clara separação dos constituintes microestruturais em bandas de ferrita e perlita.

Em todas as placas processadas foram feitos testes de ultrassom e em nenhuma foram encontrados defeitos ou descontinuidades internas que se caracterizassem suficiente para desclassificação do material conforme padrão de qualidade interno da empresa.

CAPÍTULO 6:CONCLUSÕES

1. Em todas as etapas com cinco passes de laminação foi possível atingir um fator de forma capaz de atender as especificações de propriedades mecânicas estabelecidas pela norma ASTM A36 bem como eliminar trincas e vazios no interior da placa;

2. Com nove passes não é possível atender as especificações;

3. Maior fator de forma, melhor são as propriedades mecânicas finais;

4. Apenas três passes a mais de resfriamento não representam alteração significante nas propriedades mecânicas finais;

5. Com o resfriamento vigoroso é possível garantir um maior refino de grão e o atendimento das propriedades estabelecidas com folga.

6. Foi possível notar o refinamento dos grãos na espessura ao meio da chapa grossa confirmando o conceito do fator de forma maior que 0,8.

7. A formação da estrutura de bandeamento, com a clara separação dos constituintes microestruturais em bandas de ferrita e perlita, ocasionou a diferença de propriedades mecânicas nas duas direções, transversal e longitudinal.

CAPÍTULO 7:REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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13 GORNI, A.A, uso de laminação de normalização para a produção de chapas grossas grau DIN 17100 St 52.3N. In: 53° Congresso Anual da Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais, Belo Horizonte, 13 a 17 de Setembro de 1998.

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15 GORNI, A.A., CAVALCANTI, C.G., REIS, J.S.S., SILVEIRA , J.H.D., Produção de chapas grossas extrapesadas, grau ASTM A36, a partir de placas do lingotamento contínuo, In: XXXVI Seminário de Laminação - Processos e Produtos Laminados e Revestidos, ABM, Belo Horizonte MG, 22 a 24 de Setembro de 1999.

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No documento CHAPAS GROSSAS EM LAMINADOR DE DESBASTE" (páginas 35-60)

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