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3. MÉTODO

3.3. ETAPA 03: LEVANTAMENTO DAS VARIÁVEIS DEMOGRÁFICAS, DE COMPORTAMENTO PRÉVIO E DOS

SUBJETIVA, CONTROLE PERCEBIDO E INTENÇÃO)

O instrumento que deve ser utilizado para esta fase da pesquisa é um questionário fechado (vide Apêndice II), contendo campos próprios para levantamento do nome, e-mail, idade, gênero e tempo de habilitação do respondente; questões referentes ao levantamento do

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comportamento prévio, atitude, norma subjetiva, controle percebido e intenção; e questões referentes às diversas crenças (de atitude, normativa e de controle) levantadas na Etapa 2.

Sugere-se que tal instrumento seja desenvolvido tomando-se por base as diretrizes estabelecidas por Ajzen (1985), que auxilia a elaboração de questionários para levantamento das variáveis da TCP, para os quais, segundo o autor, o primeiro e importante passo é identifcar o comportamento alvo do estudo. Elliot et al. (2003) testaram as diretrizes de Ajzen (1985) para estudarem a conformidade dos condutores em relação ao respeito da velocidade e concluíram, através de análise fatorial, que há total aplicabilidade do instrumento em relação a estudos de velocidade. Para a elaboração do instrumento apresentado no Apêndice II foram, então, utilizadas questões bastante similares às de Elliot et al. (2003), com a preocupação em bem adaptá-las (inclusive no que se refere à tradução) à realidade brasileira.

3.3.1. Preparação do questionário fechado

O questionário elaborado deve contemplar os seguintes elementos:

a) Variáveis Demográficas - são incluídos no questionário campos específícos para o respondente declarar seu nome e e-mail (para possibilitar um posterior contato), além da idade, gênero e tempo de habilitação.

b) Comportamento Prévio - duas questões foram usadas para medir comportamento prévio, como por exemplo: “Com que frequência você dirigiu respeitando a velocidade limite em vias urbanas nos últimos três meses? e “Eu respeitei a velocidade limite em vias urbanas nos últimos três meses”. Ambos os itens foram medidos em uma escala de 7 pontos com intervalo de 1 a 7. Em seguida, calcula-se uma média entre as respostas para criar uma escala composta a ser usada em análises subsequentes. Observar que a definição do tempo é importante para o respondente ter uma noção de espaço temporal na sua resposta em relação ao seu comportamento passado. No questionário elaborado foi adotado o tempo de três meses, considerado por Elliot et al. (2003) como adequado para pesquisas relacionadas ao respeito da velocidade limite.

c) Construtos da TCP - As questões dos itens (c.1) a (c.4) foram elaboradas de forma muito próxima ao padrão estabelecido por Ajzen (1985) para medir os construtos da TCP. O autor

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estabelece ser importante a definição de um espaço temporal. Importante observar no método ora exposto que a distância entre a aplicação do presente questionário e a observação do comportamento a ser realizada em etapa posterior (Etapa 6) não pode ser maior que o tempo estabelecido nas perguntas do questionário. Desta forma, no planejamento da pesquisa, esta janela de tempo entre a consecução das duas etapas (Etapa 3 e Etapa 6) deve ser bem construído.

c.1) Atitude - para medir atitude, os respondentes devem utilizar uma escala de diferencial semântico e devem ser instruídos a responder a seguinte questão através de três pares de adjetivos, cada um com escala de 7 pontos: “Dirigir respeitando a velocidade limite em vias urbanas nos próximos três meses será:” Os 3 pares de adjetivos foram: prejudicial, benéfico; desagradável, agradável; e negativo, positivo. Cada item apresenta intervalo de medida entre -3 e 3.

c.2) Norma Subjetiva - duas questões devem ser usadas para medir norma subjetiva. São elas: “As pessoas que são importantes para mim gostariam que eu dirigisse respeitando a velocidade limite em vias urbanas nos próximos três meses” e “As pessoas que são importantes para mim aprovariam que eu dirigisse respeitando a velocidade limite em vias urbanas nos próximos três meses”. Ambos os itens devem ser medidos numa escala de 7 pontos com intervalo de 1 a 7. A média das duas questões deve ser calculada para criar uma escala composta a ser usada em análises subsequentes.

c.3) Controle Percebido - quatro questões devem ser usadas para medir controle percebido. São: “Eu acredito que eu consigo dirigir respeitando a velocidade limite em vias urbanas nos próximos três meses”, “Você acha que vai ser capaz de dirigir respeitando a velocidade limite em vias urbanas nos próximos três meses?”, “Se dependesse inteiramente de mim, tenho certeza de que eu seria capaz de dirigir respeitando a velocidade limite em vias urbanas nos próximos três meses” e “O quão seguro você está de que será capaz de dirigir respeitando a velocidade limite em vias urbanas nos próximos três meses”. Os itens devem ser medidos em uma escala de 7 pontos com intervalo de 1 a 7. A média das quatro questões deve ser calculada para criar uma escala composta a ser usada em análises subsequentes.

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c.4) Intenção - duas questões devem ser usadas para medir intenção. São elas: “Você pretende dirigir respeitando a velocidade limite em vias urbanas nos próximos três meses?” e “Qual a probabilidade de você dirigir respeitando a velocidade limite em vias urbanas nos próximos três meses?”. Os itens devem ser medidos em uma escala de 7 pontos com intervalo de 1 a 7. A média das duas questões deve ser calculada para criar uma escala composta a ser usada em análises subsequentes.

d) No questionário devem ser apresentadas questões suplementares (tantas quanto forem as crenças salientes), fruto das respostas obtidas do instrumento aplicado na Etapa 2.

Para medir comportamento prévio, norma subjetiva, controle percebido, intenção e as crenças salientes, foi utilizada a técnica proposta por Likert de construção de escalas psicológicas, que é uma das mais utilizadas nas ciências sociais (Torres et al., 2011). A escala se classifica em um contínuo de 5 pontos, que vai de “concordo totalmente” a “discordo totalmente”, podendo ser ampliada para uma escala maior, de 7 pontos, por exemplo. Para medir atitude, entretanto, deve ser utilizada a escala de Osgood (Torres et al., 2011), que desenvolveu sua técnica de diferencial semântico para medir diversos construtos, principalmente as que dizem respeito a atitudes. Esta técnica de mensuração tem grande utilidade na pesquisa psicológica contemporânea e é muito utilizada na Teoria do Comportamento Planejado (Torres et al., 2011).

3.3.2. Definição do tamanho da Amostra

Para análise dos dados do questionário a análise fatorial deve ser utilizada para estabelecer os componentes principais das questões aplicadas. O tamanho da amostra ideal para a execução da análise fatorial foi por muito tempo um aspecto de divergência de opiniões e controvérsias na literatura científica, principalmente no que diz respeito ao tamanho da amostra mínima (Damásio, 2012). Hair et al. (2009) apresentam como quantidade mínima para a realização da análise fatorial uma amostra de cinquenta observações, sendo aconselhável uma amostra igual ou superior a cem e um número mínimo de cinco respondentes por item. Cattell (1966) sugeriu um número igual a 250 e Everitt (1975) argumentou que seriam necessárias no mínimo 10 respostas para cada item avaliado.

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3.4. ETAPA 04: DEFINIÇÃO DO CENÁRIO PARA OBSERVAÇÃO DO