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1 INTRODUÇÃO

4.3 ETAPA 3 – Padronização

A seguir detalha-se a etapa de padronização – Figura 20, onde o objeto de estudo são os grupos de materiais priorizados. Ao final da etapa de padronização espera-se que uma lista padrão de itens seja entregue e as alterações de desenhos e estruturas estejam realizadas para o

grupo de material estudado. A etapa de Padronização é dividida em duas etapas sendo o planejamento do projeto e a implantação.

Figura 21: Padronização

4.3.1 ANÁLISE FUNCIONAL

O primeiro passo de execução da padronização consiste em realizar uma análise funcional do grupo de material que será estudado. O objetivo desta análise é que a equipe multifuncional conheça as aplicações do grupo de componentes em estudo e, adicionalmente, explicitar quais são as funções que os componentes atingem atualmente e quais são as funções desnecessárias a se eliminar com a padronização. A ferramenta proposta para a análise funcional é o diagrama FAST, apresentado no referencial desde documento.

Com a utilização do FAST, é possível classificar as funções quanto a sua necessidade e, no próprio diagrama, definir quais serão os caminhos funcionais que deverão ser eliminados com os estudos de padronização. A construção do FAST deve partir de uma classificação inicial de todas as funções atingidas pelos itens do grupo e na sequência adicionadas no diagrama respondendo às perguntas: ´como´ e ´por quê´.

4.3.2 CLASSIFICAÇÃO ITENS X FUNÇÃO

Uma vez realizada a análise funcional, deve-se relacionar os itens do grupo de materiais em estudo com todas as funções elencadas no diagrama FAST. A saída deste passo deve ser um cruzamento item X funções, para que indutivamente itens cujas funções atingidas sejam apenas as desnecessárias já possam ser eliminados da estrutura de materiais da empresa sem a necessidade de estudos técnicos que serão realizados nos passos seguintes do método. A Figura 21 ilustra um exemplo do modelo de classificação que deve ser realizado.

Figura 22: Modelo de construção da classificação. Fonte: O autor (2016).

4.3.3 APLICAR TÉCNICAS DE PADRONIZAÇÃO

Após a primeira rodada de redução de componentes utilizando a abordagem funcional, a equipe multifuncional necessita partir para a análise técnica dos componentes restantes. Para esta análise as técnicas de padronização descritas no referencial deste documento servem de

base para as propostas realizadas. As técnicas de padronização deverão servir de base, mas os estudos não deverão se limitar apenas na aplicação das mesmas. A equipe multifuncional deverá utilizar todos os mecanismos disponíveis para aplicar os estudos de padronização, podendo realizar análises visuais de comparação dos componentes, consultar fornecedores, desenvolver parcerias com centros de pesquisas em universidades e etc. Ao final da aplicação das técnicas de padronização, a equipe deverá classificar as propostas de padronização com as técnicas utilizadas, bem como apresentar um quadro resumo com o total de componentes reduzidos.

4.3.4 ANÁLISE DE SUBSTITUIÇÃO

A análise de substituição é o passo do método responsável por avaliar os impactos que as propostas de padronização possam causar na empresa, planejando a substituição ou até mesmo a eliminação de um determinado componente. É importante que o planejamento avalie de maneira sistêmica os impactos da padronização para evitar que contratempos aconteçam posteriormente. A substituição de itens deverá ser analisada sob três perspectivas, a saber:

i) Análise de Estoques: A análise de estoques tem como objetivo evitar a ocorrência de estoques obsoletos em itens que deixem de fazer parte do portfólio após os estudos de padronização. Existirão casos em que a equipe multidisciplinar poderá propor a eliminação de algum item, e um lote do mesmo estiver em processo de fabricação, ou com um pedido de compra finalizado. Assim, após uma análise does estoques deve ser feita uma proposta visando direcionar os estoques para o devido destino (por exemplo: para sucateamento, para venda, devolução para fornecedores ou até mesmo planejando seu consumo).

ii) Análise de Reposição: A análise de reposição visa avaliar como serão tratados os casos referentes ao mercado de reposição dos componentes de um produto. Muitas vezes a padronização irá propor a eliminação/substituição de componentes que fazem parte de produtos e necessitam estar disponíveis no mercado de reposição. Neste contexto, o planejamento de como este mercado será atendido é importante para evitar problemas com clientes. Para os casos em que os componentes novos são iguais aos antigos em relação a sua aplicação, apenas o bloqueio do item eliminado é necessário. Porém, para casos que dimensões e utilização não permitem o uso do novo componente,

será necessário rever a política de custos e os prazos para a reposição destes componentes.

iii) Análise de Prototipagem: Em alguns casos o projeto de padronização exigirá um teste físico para garantir a efetividade da proposta. Para estes casos uma análise da necessidade de prototipagem deverá ser realizada. Custos e prazos para a confecção do protótipo deverão ser avaliados. Por fim após os testes com o protótipo uma validação da proposta de padronização destes componentes deverá ser realizada.

4.3.5 VALIDAÇÃO DA PROPOSTA

Após a conclusão de todos os estudos de padronização no grupo de materiais, deve ser realizada uma validação com a alta gestão da empresa para apresentar a nova proposta de itens do grupo de materiais. A validação é uma etapa importante do método pois definirá a nova lista de componentes do grupo de materiais em estudo, que será utilizada deste momento em diante na empresa.

4.3.6 FORMALIZAR LISTA PADRÃO DO GRUPO DE MATERIAIS

Um dos documentos mais importantes a ser confeccionado com a execução do método de padronização é a lista padrão de itens para o grupo de materiais em estudo. A lista padrão é a entrega formal dos itens que serão mantidos/acrescidos no portfólio da empresa após os estudos de padronização. Ela servirá de base para todos os projetistas da empresa, servindo de controle para evitar uma nova proliferação de itens do grupo de materiais em estudo. A alteração de desenhos e estruturas de produtos no fim de vida útil pode não ser realizada devido à grande demanda de tempo para esta atividade. Porém a lista deve orientar novos desenvolvimentos na utilização dos itens contidos nela entes de criar um novo part number no processo.

4.3.7 CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO

Neste passou deve ser elaborado um cronograma de implantação da nova estrutura de itens do grupo de materiais em estudo, contemplando todas as atividades de alteração de estruturas, desenhos e também efetivação dos destinos para estoques definidos no passo de ´análise de substituição´. Este cronograma deverá ser monitorado nas rotinas de gestão do programa de padronização e conter os responsáveis e as datas definidas para cada atividade.

4.3.8 ALTERAÇÃO DE DESENHOS E ESTRUTURAS

A alteração dos desenhos e estruturas dos produtos da empresa para atender a nova lista de componentes padronizados, deverá ser realizada respeitando a curva ABC de venda dos produtos. Inicialmente serão realizadas as alterações nos itens com maior demanda. Desta forma a percepção dos ganhos relacionados à redução de componentes e consequentemente a redução da variedade do sistema é vista mais rapidamente.

4.3.9 DESTINO DE ESTOQUES

A efetivação da proposta de destino dos estoques para aqueles componentes eliminados com a padronização deve seguir o plano proposto no ‘plano de substituição’ e deve respeitar as diretrizes definidas pela gestão da empresa.