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Etapas da pesquisa

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CAPÍTULO 6: PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

6.2 Etapas da pesquisa

A pesquisa seguiu o seguinte percurso:

 Realização de visitas técnicas, a partir de um diagnóstico da realidade das bibliotecas polos, definidas para a pesquisa, situadas nos diferentes municípios do Estado de Minas Gerais. Nessas visitas, foram realizadas as seguintes etapas:

 Coleta de dados sobre o acervo disponibilizado na biblioteca do polo;

 Informação sobre os recursos informacionais disponíveis na biblioteca do polo.

 Pesquisa com alunos dos cursos da modalidade a distância dos cinco polos escolhidos (estudo de usuários), a partir de um questionário com a finalidade de verificar:

 Se a biblioteca polo oferece o acesso à informação técnico-científica aos alunos para seus trabalhos acadêmicos;

 Diagnosticar as necessidades informacionais para o aluno da EaD;

 Conhecer o comportamento de busca de informação técnico científica dos alunos dos cursos de graduação EaD;

 Verificar se o aluno conhece os recursos informacionais disponibilizados no SB/UFMG.

Amostra

Para as visitas às bibliotecas foram selecionadas uma amostra de cinco polos, dentre os 14 que oferecem cursos de graduação (licenciatura e bacharelado), na UFMG. Os cinco polos são das cidades de Bom Despacho, Buritis, Formiga, Montes Claros e Governador Valadares.

Em relação ao estudo de usuário na modalidade a distância na UFMG, em um universo de 3.081, foram encaminhados questionários a 1.222 alunos, conforme TAB. 4, para diagnosticar as necessidades informacionais e conhecer o comportamento de busca de informação. Para esta pesquisa, no universo total dos alunos, o questionário foi encaminhado para os alunos que estão ligados aos cinco polos já visitados pela pesquisadora.

TABELA 4

Polos visitados x Quantidade de alunos Polos visitados Quantidade de alunos por

polo Bom Despacho 76 Buritis 69 Formiga 201 Governador Valadares 545 Montes Claros 331 Total 1222

Primeira Etapa

Na primeira parte desta pesquisa, que teve como foco os polos de apoio presencial da EaD, foi realizada uma pesquisa in loco nas bibliotecas com a finalidade de verificar: o serviço e recursos informacionais que os alunos têm à sua disposição; se as bibliotecas possuem o acervo contido nas bibliografias básicas dos cursos; e se são oferecidos acesso a fontes informacionais e serviços como: acervos digitais como as bibliotecas digitais, bibliotecas virtuais, acesso à fonte de informação virtual como, por exemplo, o Portal de Periódicos da Capes, BDTD, acervo automatizado.

A pesquisadora atua na Gestão da Biblioteca Universitária - SB/UFMG e idealizou, planejou e criou na estrutura organizacional da Biblioteca Universitária o Setor de Apoio às Bibliotecas Polos da Educação a Distância, aprovado pelas instâncias deliberativas. A pesquisa conta também com o apoio do CAED/UFMG, principalmente no que tange às visitas nos polos de apoio à educação a distância. Para a visita nos polos, a pesquisadora vem atuando junto com o Setor de Apoio às Bibliotecas Polo na coleta de informações e dados. A primeira parte deste estudo é caracterizada como pesquisa-ação, e seus resultados vêm sendo apresentados aos gestores dos dois órgãos da Instituição.

[...] a pesquisa-ação procura unir a pesquisa à ação ou prática, isto é, desenvolver o conhecimento e a compreensão como parte da prática. É, portanto, uma maneira de se fazer pesquisa em situações em que também se é uma pessoa da prática e se deseja melhorar a compreensão desta (KETELE; ROEGIERS, 1993, apud ENGEL, 2000, p. 182).

Tozoni-Reis (2007) reconhece a pesquisa-ação como uma modalidade de pesquisa que coloca a ciência a serviço da emancipação social, com duplo desafio, o de pesquisar e participar, o de investigar e educar, de modo a articular a teoria e a prática (FIG. 14). Trip (2005) corrobora com esta afirmativa ao afirmar que:

É importante que se reconheça a pesquisa-ação como um dos inúmeros tipos de investigação-ação, que é um termo genérico para qualquer processo que siga um ciclo no qual se aprimora a prática pela oscilação sistemática entre agir no campo da prática e investiga a respeito dela. Planeja-se, implementa-se, descreve-se e avalia-se uma mudança para melhora de sua prática, aprendendo mais, no correr do processo, tanto a respeito da prática quanto da própria investigação. A maioria dos processos de melhora segue o mesmo ciclo. A solução de problemas, por exemplo, começa com a identificação do problema o planejamento de uma solução, sua implementação, seu monitoramento e a avaliação de sua eficácia [...] (TRIP, 2005, p. 445).

FIGURA 14 – Ciclo da pesquisa-ação Fonte: Trip (2005).

Para a pesquisa-ação, diferentemente dos modelos mais tradicionais, o pressuposto elementar desta é a participação do pesquisador na situação pesquisada. É um tipo de pesquisa voltada para o social. Assim, Mendes (2008, p. 59) complementa com “o fato de a pesquisa-ação não almejar somente a descrição, o diagnóstico ou a mera compreensão da prática, mas também visar à transformação desta”.

Segunda Etapa

A segunda fase da pesquisa é um “estudo de usuários” dessa modalidade a distância, que procurou verificar: como fazem para ter acesso à informação técnico-científica para seus trabalhos acadêmicos; se frequentam as Bibliotecas Polo de Apoio Presencial; se utilizam as bibliotecas dos polos para apoio às suas pesquisas acadêmicas; qual é o material bibliográfico solicitado por eles na biblioteca polo, entre outros aspectos. Seguindo essa perspectiva conceitual, Costa (2008, apud SANZ CASADO, 1994, p. 53), inspirado na metodologia científica, definiu estudos de usuários como sendo o conjunto de estudos científicos que analisa, qualitativa e quantitativamente, os hábitos de informação dos usuários.

Nesse sentido, Guinchat e Menou (1994) consideram os usuários como um fator essencial de todo e qualquer sistema de informação. A técnica de coleta de dados com os alunos adotada é a aplicação de questionários. De acordo com Araújo (2011),

[...] na educação presencial ou a distância, a prática educativa não existe sem os Sujeitos. Então, o projeto de pesquisa volta-se para os usuários de informação da educação a distância. Esses sujeitos culturalmente constituídos que possuem necessidades específicas de informação. Sujeitos que necessitam buscam e usam a informação para a construção de conhecimentos sob diferentes níveis de apreensão crítica da realidade (ARAÚJO, 2011, p. 24).

Figueiredo (1994) define estudo de usuários como

[...] investigações que fazem para saber o que os indivíduos precisam em matéria de informação, ou então, para saber se as necessidades de informação por parte dos usuários da biblioteca ou de um centro de informação estão sendo satisfeitas de maneira adequada (FIGUEIREDO, 1994, p. 7).

Nesse contexto, a pesquisa realizada é social, que pode ser caracterizada como estudos exploratórios e descritivos. É também considerada de natureza exploratória, quando requer levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o que está pesquisando e análise de exemplos que estimulem a compreensão.

As pesquisas exploratórias têm o propósito de proporcionar uma visão geral de um determinado fato. De acordo com Sampieri et. al. (2006, p. 40), o estudo exploratório visa investigar “um tema ou problema de pesquisa pouco estudado e do qual se tem muitas dúvidas ou não foi abordado antes”. Ainda segundo o Sampieri et. al. (2006, p. 100), ele serve “[...] para nos familiarizarmos com fenômenos relativamente desconhecidos [...]”. Seu objetivo, de acordo com Sampieri et. al. (2006, p. 381), é “responder as causas dos acontecimentos, fatos, fenômenos físicos ou sociais”.

Segundo Ponte (2006), o estudo de caso pode ser caracterizado como

[…] uma entidade bem definida como um programa, uma instituição, um sistema educativo, uma pessoa, ou uma unidade social. Visa conhecer profundidade o seu “como” e os seus “porquês”, evidenciando a sua unidade e identidade próprias. É uma investigação que se assume como particularística, isto é, que se debruça deliberadamente uma situação especifica que se supõe ser única em muitos aspectos, procurando descobrir o que há nela de mais essencial e característico (PONTE, 2006, p. 105).

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