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3 AS EVIDÊNCIAS DE APAGAMENTO DOS CLÍTICOS

3.1 Da omissão do clítico

3.1.2 Evidências de supressão do clítico medial

Recentemente, alguns trabalhos têm sido desenvolvidos especialmente sobre as peculiaridades das estruturas mediais e o comportamento do clítico que as acompanha, no caso, as médias pronominais ou clíticas. Em relação ao clítico particularmente, Lima (2009) afirma que, no Português atual, ele não se tem mostrado exclusivo da média, nem necessário. Daí, não poder generalizar, como faz Macambira (1986), que coloca o marcador pronominal como obrigatório no esquema estrutural da média.

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Camara Jr. (1977) já observara que a voz medial estava permanentemente em risco de sofrer alterações formais, uma vez que surgiam frequentemente estruturas mediais em que o se era omitido. Para o linguista, isso mostrava a tendência de se esmaecer a participação do sujeito como afetado no processo verbal. Monteiro (1994), apesar de não ter realizado um trabalho específico sobre o comportamento do se medial, também admitiu que o clítico tem caído em determinadas regiões do Brasil – o que parecia esboçar uma variação diatópica, de tal modo que poderia soar estranho para pessoas que usam um determinado dialeto e ser normal para outras. Neste caso, tratar-se-ia genuinamente do que em Sociolinguística se chamam variantes, formas diferentes de se dizer a mesma coisa, com o mesmo valor de verdade.

Lima (1999) procurou sistematizar a categoria de voz em Português, focalizando, especialmente, a voz média. Lidou com três aspectos: a) a conceituação de voz com base em traços formais, semânticos e pragmáticos; b) uma tipologia da voz em Português, que contemple não somente as vozes ativa, passiva, impessoal, reflexiva e recíproca, mas também a voz média, normalmente excluída das gramáticas tradicionais; c) a voz média, caracterizada formal, semântica e discursivamente, como se pode verificar nos exemplos O rapaz se zangou / O relógio quebrou – nesse caso, estruturalmente, a voz pode apresentar ou não um se, o paciente é anteposto e a oração é simples; semanticamente, o verbo é de processo e o sujeito é paciente/experienciador; funcionalmente, o elemento agente sofre demoção, por isso o paciente e o evento são promovidos a tópico.

Salientamos que, buscando estabelecer uma proposta pertinente e adequada, a linguista fez um levantamento das considerações feitas sobre voz nas gramáticas tradicionais de Língua Portuguesa e nos trabalhos da Linguística Moderna, respaldando-se também no funcionalismo givoniano para apresentar uma proposta eclética, que reconhece a voz como um fenômeno multifacetado: formal, semântico, sintático e discursivo.

Na análise de dados de construções mediais extraídos do corpus Português Oral Culto de Fortaleza (PORCUFORT)28, a pesquisadora demonstrou que, das 625 ocorrências de voz média, 66,4% eram de média pronominal, enquanto apenas 33,6% eram de média não- pronominal. Seus dados mostraram que a média pronominal é praticamente regra com os verbos de emoção, pois 95,5% destes foram codificados com a forma pronominal. Com

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O Português Oral Culto de Fortaleza (PORCUFORT) é um banco de dados constituído por amostra de fala de 72 informantes, estratificados conforme o gênero (masculino / feminino), a faixa etária (I – 22 a 35 anos / II – 36 a 55 anos / III – a partir de 56 anos) e o tipo de registro (DID – Diálogo entre Informante e Documentador/ D2 – Diálogo entre Dois Informantes / EF – Elocução Formal). Esse projeto foi coordenado pelo professor José Lemos Monteiro, no período de 1993 a 1995, e teve como objetivo organizar um banco de dados da variedade urbana culta da Língua Portuguesa falada pelos fortalezenses (ARAÚJO, 2011).

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verbos de outros campos semânticos, a diferença foi menor, porém a estrutura pronominal se enalteceu: 61,2% de pronominal, contra 38,8% de não-pronominal.

É importante destacarmos que Lima não trabalha na perspectiva variacionista, portanto não analisa separadamente ocorrências de verbos que admitem, ao mesmo tempo, presença e ausência do se sem modificação do significado referencial. Quando a forma verbal apresentava o clítico, a autora incluía no grupo das clíticas; porém, quando a forma ocorria sem o pronome, ela enquadrava no grupo das não-clíticas. Como o nosso trabalho segue a noção de regra variável, levaremos em consideração somente o caso das médias que evidenciam a variação do clítico quanto à presença e ao apagamento.

Infelizmente, a autora não apresenta um balanço estatístico específico que comprove esse comportamento do se nas construções a serem consideradas, porém alude para o fato de que é possível encontrar dados em co-ocorrência com o mesmo valor referencial, como se percebe nos seguintes exemplos citados em sua dissertação e extraídos do Banco de Dados PORCUFORT:

(3) (...) o caixão se abria (D2-30) (grifo nosso)

(4)ele reaparece... abre a ferida (DID-150) (grifo nosso)

A pesquisa de Lima mostra-se muito significativa em termos teóricos para o nosso trabalho, pois, assim como a autora, pretendemos tratar as estruturas mediais como um fenômeno complexo que condensa fatores formais, semânticos e pragmáticos. Porém, não analisa detidamente o comportamento variável do clítico das médias pronominais, nem busca identificar os condicionamentos linguísticos e extralinguísticos desse fenômeno. Desse modo, nossa pesquisa assume relevância, pois investiga, sob o viés sociolinguístico, como tem ocorrido esse processo de variação e quais os fatores que a motivam.

Outro trabalho significativo que trata das estruturas mediais e faz alusão ao comportamento do seu clítico é o de Camacho (2002, 2003). O linguista analisou a intrínseca relação entre as construções reflexivo-recíprocas e médias, procurando evidências de condições formais e semânticas que as diferenciem. Para tanto, levantou três hipóteses interligadas: 1ª) a defesa da existência de divergências semânticas entre as vozes reflexivo- recíprocas e médias, pois, apesar de as reflexivo-recíprocas e as médias serem predicados semânticos com uma entidade que funde em si os status semânticos de iniciador e ponto de chegada, as reflexivo-recíprocas admitem uma diferenciação da entidade referencial em duas

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subpartes discretas, enquanto as médias não, já que mostram uma entidade holística (KEMMER, 1993); 2ª) a diferenciação semântico-cognitiva é percebida, de modo mais evidente, a partir do distinto estatuto morfossintático do clítico marcador, que preserva posição argumental somente nas construções reflexivo-recíprocas; 3ª) há uma supressão do clítico a afetar a voz média, o que induziria a pensar que o Português Brasileiro estaria passando de um sistema de uma forma para um sistema de duas formas, em que a ausência do clítico marcaria a medialidade e a presença marcaria a reflexividade. Tais hipóteses foram discutidas pormenorizadamente no decorrer do trabalho por meio da recorrência ao arcabouço teórico funcionalista e da utilização de um corpus extraído de jornais e revistas de grande circulação no país.

A terceira hipótese, em particular, chamou-nos a atenção, pois deixa evidente que, de fato, o clítico medial está em processo de variação, caminhando para uma possível mudança linguística. Com base em alguns dados extraídos Banco de Dados do Projeto NURC29, o pesquisador atesta a existência de um típico caso de variação nas médias pronominais, como se pode observar no exemplo a seguir retirado do inquérito D2-RJ-355:

(5) acho que o sistema bancário já que nossa conversa é em torno de dinheiro...evolui muito e se popularizou [fechando tópico] hoje popularizou o sistema bancário[grifos nossos]

No exemplo acima, verificamos claramente que o falante, em um mesmo turno de fala, emprega duas formas que funcionam com o mesmo valor de verdade (mesmo significado representacional), o que evidencia uma premissa básica da Sociolinguística Variacionista a ser comprovada ao cabo desta pesquisa.

Apesar dessas observações, ressaltamos que o linguista não conseguiu testar plenamente a hipótese, pois não procedeu a um exame quantitativo significativo de dados da língua falada. Além disso, assim como Lima (1999), não explorou quais os fatores linguísticos e extralinguísticos que efetivamente condicionam o fenômeno, o que contribui

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O NURC é um projeto da década de 70 do século XX, desenvolvido em cinco capitais do Brasil: Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Salvador, com o objetivo de investigar e descrever o falar culto do português brasileiro. Ele se constitui, exclusivamente, por informantes com nível superior completo e controla as variáveis sexo/gênero, faixa etária e tipo de registro. Esse banco de dados vem sendo ampliado com a gravação de novas entrevistas feitas por meio do recontato com falantes da década inicial do projeto e pela constituição de nova amostra complementar (ARAÚJO, 2011).

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para reiterarmos a importância da realização desta pesquisa científica, que procurou justificar a co-ocorrências das construções no falar popular cearense.

Diferentemente de Lima (1999) e Camacho (2002, 2003) – em termos teóricos e metodológicos, Sakamoto (2008), recorrendo ao casamento teórico entre o Funcionalismo de vertente norte-americana e a Sociolinguística Variacionista, analisou e descreveu o funcionamento do se medial, bem como a variação entre o seu emprego e a sua omissão na fala de Florianópolis. A pesquisadora extraiu dados de entrevistas do Banco de Dados VARSUL30, estratificadas quanto ao sexo, ao tempo de escolarização e à faixa etária dos indivíduos. Após a coleta, baseando-se na classificação proposta por Camara Jr (1977), procedeu ao mapeamento funcional do se, destacando as funções que ele poderia exercer, a saber: reflexivo, recíproco, medializador e expletivo. Em seguida, propôs-se a verificar o tipo de se que apresentava variação no falar florianopolitano, recorrendo a grupos de fatores que condicionam o fenômeno. Os fatores linguísticos destacados foram o tipo sintático do verbo, o tipo semântico-pragmático do verbo e o item lexical. Já os fatores extralinguísticos foram o sexo/gênero, escolaridade e faixa etária.

Após as rodadas estatísticas e a análise dos dados, Sakamoto constatou que, entre as funções elencadas, aquela que se julgou mais produtiva foi a medializadora ou dinâmica, correspondendo a 84,5% do total dos dados coletados. Além disso, descobriu que, dentre o conjunto de ses considerados, aquele que considerou voz medial, conforme a classificação que adotou, o mais apagado foi justamente o dinâmico, correspondendo a 26,52% dos casos. Os grupos de fatores que mais contribuíram para o condicionamento de tal processo foram, em ordem de significância: tipo sintático do verbo, tipo semântico-pragmático do verbo, item lexical, sexo e escolaridade. Segundo a autora, esse foi o resultado mais radical dentre os outros alcançados, pois ela esperava perceber tal comportamento também nas outras construções. Diante disso, ela destaca que possivelmente o Português falado em Florianópolis

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O Banco de Dados VARSUL é resultado do projeto de Variação Linguística Urbana na Região Sul do Brasil. Ele teve como principais objetivos o armazenamento e a disponibilização de amostras de falas de habitantes característicos das áreas urbanas representativas de cada um dos três estados da região sul do país. As amostras são, a priori, armazenadas sob a forma de entrevistas gravadas em fitas cassetes com cerca de 1 hora de gravação e, a posteriori, transcritas de acordo com o sistema de transcrição de três linhas. Na primeira linha, transcreve-se a sintaxe real da fala do entrevistado; na segunda, registram-se aspectos fonéticos variáveis e pausas; na terceira, faz-se a classificação morfossintática dos itens lexicais. As cidades que têm amostra no banco de dados são: Porto Alegre, Flores da Cunha, Panambi e São Borja – no Rio Grande do Sul; Florianópolis, Lages, Blumenau e Chapecó – em Santa Catarina; Curitiba, Irati, Londrina e Pato Branco – no Paraná. Os entrevistados estão estratificados em três níveis de escolarização: I – de 4 a 5 anos (ou o equivalente à 4ª e 5ª séries do ensino fundamental), com o rótulo de primário; II – de 8 a 9 anos (ou o equivalente à 8ª série do ensino fundamental e 1º ano do Ensino Médio), com o rótulo de ginásio; III – de 10 a 11 anos (ou 2º e 3º anos do Ensino Médio), com o rótulo de colegial. Quantas às faixas etárias, têm-se a faixa A (25 a 49 anos, preferencialmente 25 a 45 anos); faixa B (mais de 50 anos, preferencialmente 55 a 75 anos); e somente em Florianópolis, jovens (15 a 24 anos, preferencialmente 15 a 20 anos).

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caminha na direção de uma distinção formal entre construções medializadoras e reflexivo- recíprocas, assim como sugeriu Camacho (2002, 2003).

Porém, Sakamoto mostra que, apesar desse índice de variação do clítico se- medial, os falantes de Florianópolis ainda são mais conservadores, tendendo a marcar mais o clítico do que os usuários de outras regiões do país, como provam os resultados de pesquisas de D‟Albuquerque (1984), Nunes (1995) e Melo (2005). Sumariamente, podemos afirmar que essas autoras realizaram pesquisas sobre o comportamento, principalmente, dos clíticos reflexivo e recíproco em outras cidades do Brasil, respectivamente: Manhuaçu (Minas Gerais) / Rio de Janeiro, São Paulo e Uberlândia. Ao término de suas análises, constataram a grande tendência de apagamento do marcador formal no falar desses lugares, que, em termos estatísticos, superaram o índice encontrado em Florianópolis. Isso pode ser observado no quadro-comparativo proposto por Sakamoto, no qual fica evidente que houve 83% de apagamento em Manhuaçu, 30% no Rio de Janeiro, 52% em São Paulo, 49% em Uberlândia e 20% em Florianópolis.

É relevante salientarmos que tanto a pesquisa de Sakamoto como aquelas nas quais ela se baseou são importantes para atestar a variação do clítico se, entretanto o modo como definem e classificam as estruturas mediais é distinto daquele que adotamos neste trabalho de Mestrado. Por razões já aduzidas em subseções anteriores deste capítulo, a proposta de Camara Jr. não atende aos critérios de delimitação das estruturas sobre as quais nos debruçamos, o que evidencia um diferencial do nosso trabalho em relação aos outros. Além disso, os resultados obtidos sobre o fenômeno em questão reforçam ainda mais a necessidade de realizarmos um estudo profundo sobre o clítico medial em cidades de outras regiões do país, no nosso caso Fortaleza (Nordeste), buscando maiores comprovações para o seu comportamento variável. Reiteremos o fato de que o clítico analisado nesta pesquisa é aquele empregado na voz que definimos como média segundo os parâmetros propostos por Givón (1993,1995). Essa concepção se aproxima mais da construção que Sakamoto chama de se-medializador, identificado como o se mais omitido em seu trabalho. Porém, essa estrutura não foi devidamente conceituada conforme fatores sintático-semânticos e discursivos.

Para encerrarmos a apresentação desta subseção, fazemos referência também ao trabalho de Lima (2009). Nessa tese, a autora objetivou analisar a íntima relação entre as construções passivas, médias e impessoais, com o intuito de elucidar o porquê de elas serem tão próximas semântica e discursivamente. O seu foco central, portanto, não é mais a caracterização da voz média em Português, como se percebe em sua dissertação, mas a intrínseca relação entre todas as estruturas acima mencionadas.

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Mudando a direção da pesquisa (do sentido para a forma), hipotetizou que as construções passivas, médias e impessoais fazem parte de uma mesma categoria, de um continuum, que foi designado de não-atribuição de causalidade. Foi esse domínio funcional que a linguista se propôs a analisar, encarando as estruturas mediais como uma das formas de sua manifestação. Para atingir plenamente o seu objetivo, contemplou outras modalidades de estruturas mediais dispensadas em seu trabalho anterior por questões teóricas, a saber: construções com ficar, com verbos de processo intransitivos (morrer, cair etc.). Teoricamente, respaldou-se numa abordagem cognitivo-funcional, contemplando autores como Givón (1993, 1995, 2002, 2005), Lakoff (1977), Langacker (1987, 1991), Camacho (2002, 2003), entre outros. Para extrair as ocorrências das construções sobre as quais se debruçou, recorreu ao corpus A Crônica Geral da Espanha de 1334, prosa histórica representante do Português Arcaico, editada por Cintra (1951).

Diante das considerações supra, percebemos que o objetivo da pesquisadora não entra em total convergência com os propósitos de nosso trabalho, de caráter sociofuncionalista. A recorrência à linha cognitivo-funcional, nos moldes que a autora propõe, nos impossibilita a realização de um trabalho de cunho variacionista, pois não foi realizada uma investigação sobre formas diferentes de se dizer a mesma coisa (regra variável). Na verdade, investigaram-se formas distintas de se dizer coisas diferentes, porque as conceptualizações e as motivações discursivas de cada uma também eram diferenciadas.

Apesar da mudança de foco temático, recorremos a esse trabalho pelo fato de serem feitas observações sobre a voz média e os seus tipos de construção. Lima discute três tipos: a) as clíticas– caracterizadas pela presença de um pronome sem valor anafórico – por exemplo: ferir-se, abrir-se ; b) as não-clíticas – caracterizadas pela ausência do clítico – por exemplo: nascer, apodrecer, cair; c) as perifrásticas – construídas com verbo de mudança e um particípio ou adjetivo – por exemplo: zangar-se/ficar zangado, encher-se/ficar cheio31. Devemos destacar que, como a linguista não trabalhou na perspectiva da variação – mesmo posicionamento adotado em Lima (1999), ela não se ocupou em analisar separadamente ocorrências de verbos que admitem, ao mesmo tempo, presença e ausência do se sem modificação do significado referencial.

Por fim, é relevante salientarmos que, após realizar o levantamento estatístico dos dados, Lima mostra que, das formas mediais, as mais comuns são as não-clíticas (60,5%), sendo seguidas pelas médias clíticas (21,5%) e pelas médias perifrásticas (18,1%). Tendo em

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Os exemplos referentes às médias clíticas, não-clíticas e perifrásticas foram fornecidos por Lima (2009, p. 372, 374 e 377).

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vista o fato de que, no grupo das não-clíticas, ela enquadra as construções que ora apresentam ora não apresentam o clítico, podemos deduzir que há uma alta incidência de formas mediais acompanhadas pelo clítico em processo de variação, o que justifica a nossa análise acurada das motivações linguísticas e extralinguísticas desse fenômeno.

3.2 Súmula do capítulo

Neste capítulo, mostramos evidências as quais comprovam o fato de os clíticos estarem caindo em desuso no Português do Brasil. É válido salientarmos que alguns dos trabalhos mostraram que certos clíticos resistem ao apagamento, todavia, com a grande gama de pesquisas que demonstram também o favorecimento à omissão, justificamos a importância da realização desta pesquisa sobre a variação do marcador pronominal das estruturas mediais para o avanço das investigações sobre o comportamento variável dos clíticos no território nacional.

Inicialmente, discorremos sobre alguns trabalhos que versam sobre a omissão do se – assim como sobre sua tendência à não omissão em determinadas regiões. Procuramos, desse modo, analisar o fenômeno exaustivamente e identificar alguns fatores linguísticos e extralinguísticos os quais motivam a variação presença/ausência. Em seguida, recortamos o nosso objeto investigativo e exploramos os poucos estudos que tratam especificamente das estruturas mediais e do apagamento do marcador pronominal que as acompanha.

No próximo capítulo, apresentamos as teorias linguísticas as quais nos auxiliaram na sustentação e comprovação das hipóteses levantadas nesta dissertação, evitando, dessa forma, afirmações baseadas em abstrações e intuições desvinculadas de respaldo teórico consistente.

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