• Nenhum resultado encontrado

5 ANÁLISE DOS RESULTADOS

5.3 Análise dos fatores de produção que contribuem para a formação de estratégias

5.3.4 Evidências relacionadas ao capital social

A análise do fator capital social é efetuada a partir de três aspectos: coesão organizacional, indução por fatores externos e associações especializadas de defesa dos produtores.

A coesão organizacional refere-se a cooperação, interrelações, conscientização, liderança, confiança, lealdade, interesses coletivos e trabalho em equipe. Os aspectos externos estão relacionados a: políticas públicas, agentes e instituições públicas, compartilhamento e comunicação. As ações de defesa dos produtores são analisadas sob o ponto de vista de melhorias e de desenvolvimento da atividade do agronegócio.

A Tabela 12 apresenta as principais evidências obtidas a partir das entrevistas efetuadas com os produtores em relação ao capital social.

Tabela 12 - Evidências do capital social Indicador Entrevistados Evidências

Coesão Organizacional

1 “É importante, pois tem pessoas que tê vontade e não têm iniciativa”

3

“Problemas devido ao individualismo, isto por que falta encarar a atividade como uma atividade econômica, isto é, que gera renda; precisam ser mais profissionais”.

“Sim por que a organização precisa de confiança mútua, a confiança é muito importante”

“A coordenação deve ser de uma forma democrática para que favoreça a participação”.

“lealdade e respeito é inerente a cada pessoa, é um requisito básico para participar de um grupo. Lealdade é base para a confiança”.

“Com regras claras é possível a convivência, é preciso ser responsável”.

4

“Principalmente auxíilio do governo na melhoria do mercado, preço, produção e incentivos”.

“Sim. desde que tenha lealdade, responsabilidade e comprometimento”.

6 “Esclarecimento, conhecer a realidade da produção”.

7

“Há pouca motivação dos produtores; por serem pequenos, não dispõem de recursos para investimentos”.

“Nem tanto o que precisa sim é serem honestos e com objetivos comuns”.

“É muito importante o esclarecimento, senão ninguém vai acreditar na proposta”.

“É bem difícil, pois a produção é mais para consumo, sendo pouco dirigido ao comércio”.

8

“Em parte sim, precisa mesmo é de estarem organizados para produzir e comercializar”.

“É aceitável dentro de certos limites previamente estabelecidos”.

“Buscar a origem do problema, procurar entender, não havendo solução excluir”.

9

“Não muito, mas é importante que uma parte se conheça bem e que tenha uma instituição de apoio”. “Depende do principio da associação, se for bem definido antes, tem que excluir aquele que não segue”. 11

“Principalmente auxilio do governo na melhoria do mercado, preço, produção e incentivos”.

“Sim, desde que tenha lealdade, responsabilidade e comprometimento”.

12 “Sim, mas é preciso um bom entendimento e conversação”. “Aceitar as diferenças e tentar conscientizar”.

13 “É preciso o comprometimento senão se torna complicado o processo”. Continua

Conclusão

Indução por fatores externos

2

“Sim, é muito importante, entrei nesta atividade graças à intervenção destes órgãos”.

“Em parte sim desde que tenham obediência ao processo”.

3

“Incentivos é essencial, é necessário políticas para regular o processo. “Um conselho é importante estar atento para agir nos momentos importantes da atividade, incentivar, colocar barreiras e normatizar”.“Para manter-se no topo precisar que os órgãos de geração de conhecimentos estejam próximos do grupo”.

“Organização, autonomia e estrutura comum a todas as áreas com autonomia e independência só na produção” “Faz parte, mas não é a essência, a comunicação direta e pessoal é fundamental”.

5 “Importante que façam palestras, cursos e outros eventos”. 7 “Acha importante a participação de outros agentes e instituições que se envolvam direta e indiretamente

com atividades conjuntas”.

8 “Muito importante, na verdade é um trabalho de base” “Sim é muito importante, entrei nesta atividade graças à intervenção destes órgãos”.

9 “Sim é muito importante, entrei nesta atividade graças à intervenção destes órgãos”.

12

“Importante que façam palestras, cursos e outros eventos”.

“Os produtores devem manter sua autonomia e independência”.

13 “São importantes as várias formas de incentivos, tudo depende de vontade política para tomar as decisões e também com relação atributos”.

Associações especializadas de defesa dos produtores

3

“Melhorar assistência técnica; mercado mais estável; avaliação do equilíbrio entre produção e custos de manutenção; estudos sobre rentabilidade e segurança (viabilidade)”.

“Organização dos produtores; orientação para toda a cadeia (pele, lã e carne); barganha e continuidade” 4 “Melhorar exportação e inibir importação”

7

“Conhecer melhor a atividade, preço e mercado”. “As cooperativas de compras, que não melhoram em nada, no caso a que tem aqui é a TEJUPÀ, o atravessador compra à vista e não exige tanto quanto a Cooperativa que, ainda demora a pagar”.

8 “Serviços, tosa e preços e padrão” 9

“Estrutura profissional de coleta (esquila);treinamento em manejo para os produtores”.

“Produzir bem; mão de obra; qualidade de lã e manejo adequado”.

12 “Tudo segue pelo preço, sem remuneração adequada ninguém vai desenvolver”. 13 “União dos produtores; preços e mercado”. “Benefícios tributários mais equilibrados com relação ao abate, que hoje é cobrado o mesmo valor de um animal de grande porte.

Como pode ser observado na Tabela 12, os aspectos relacionados à coesão organizacional foram os mais salientados pelos entrevistados, que enfatizam ainda a importância do desenvolvimento de ações relacionadas à motivação e à cooperação por intermédio de esclarecimentos, conversas, comunicação, coordenação, estabelecimento de lideranças, tolerância às diferenças, trabalho em equipe e iniciativa. Os entrevistados destacam também que, para que essas ações possam ser desenvolvidas, deve existir liderança, formalidades e objetivos bem definidos, como a conscienitzação de princípios de organização.

Embora a maior parte dos produtores entenda que a confiança e a lealdade são elementos de grande importância para o sucesso de um empreendimento coletivo, neste quesito, em especial, as respostas aos questionamentos dão conta de que tanto a confiança quanto a lealdade são de dificil estabelecimento entre as diversas partes interessadas, surgindo, desta forma, uma fonte de vulnerabilidade no processo de parceria entre os produtores, corroborado os achados de Kanter apud Cândido (2001), que afirma que a confiança e a lealdade conflitantes são fatores de vulnerabilidade nos processos de formação de alianças.

Com relação às políticas públicas de apoio aos produtores, os respondentes consideram de vital importância toda e qualquer forma de incentivos, tais como regulação de processos, normatização, orientação de base e tributos. Alguns dos respondentes consideram a atual política pública desorganizada para o setor de ovinocultura.

A maioria acredita na importância e no envolvimento com agentes e com instituições externas de apoio e incentivo como forma de melhoria da comunicação, homogeneização de ações conjuntas, pois estas relações proporcionam a assimilação e a melhoria de níveis técnicos aplicáveis no negócio.

Os questionamentos relacionados à autonomia e à independência do produtor visam à análise da possibilidade de compartilhamento de experiências e de técnicas de produção e de manejo do rebanho ovino. A maioria dos entrevistados manifesta pensamentos semelhantes quando avaliam como importante para o sucesso da atividade, a autonomia na produção de modo que cada um exerça sua atividade sem interferência no seu processo de produção. Ao mesmo tempo, acreditam que, com regras claras e com obediência ao processo de gestão, é possível a manutenção de ações conjuntas quanto à padronização dos processos gerenciais.

Além das evidências citadas com relação às ações das associações especializadas de defesa dos produtores, os entrevistados indicam a melhoria dos serviços, a melhoria de preços de venda, sanidade e raça do rebanho, cuja função, na visão dos produtores, deve ser de iniciativa dos órgãos governamentais, tanto quanto a incentivos diversos, tecnologia e melhoria do mercado.

Os entrevistados consideram que alianças e associações são alternativas de alavancar a atividade e acreditam na ação de órgãos públicos como apoiadores e normatizadores do processo. Destacam ainda a importância de regras de convivência bem estabelecidas como forma de reduzir o efeito das diferentes formas de comportamento dos envolvidos.