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Dos 37 segmentos analisados, em apenas sete (19%), as mulheres detinham

2004 2008 2013 2004 2008 2013

Agrícola 15,6 12,9 9,9 23,4 19,9 17,2

Não-agrícola 84,4 87,1 90,1 76,6 80,1 82,8

Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2004, 2008, 2013. Elaboração própria

Mulheres Homens

Tabela 17 - Distribuição das pessoas ocupadas em atividade agrícola e não agrícola com 16 anos ou mais de idade, por sexo (%) - Brasil

2004 2008 2013 2004 2008 2013

Funcionária Pública/Militar 10,1 10,3 10,7 4,0 4,9 6,7

Empregada com Carteira Assinada 30,3 33,6 40,6 6,4 8,8 10,1

Empregada sem Carteira Assinada 14,9 14,2 12,1 9,1 9,9 10,3

Conta Própria 17,1 16,4 15,4 14,0 13,6 14,9 Empregadora 2,9 3,3 2,8 0,8 0,8 0,7 Empregada Doméstica 18,9 16,9 15,2 8,5 9,5 10,2 Outros 5,9 5,3 3,1 57,2 52,4 47,2 Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Urbano

Tabela 18 - Distribuição das mulheres ocupadas com 16 anos ou mais de idade, segundo localização do domicílio e posição na ocupação (%) - Brasil

Rural

Fonte: IBGE/PNAD - elaboração IPEA - DISOIC -Retrato das desigualdades - 2017

representação superior à média total em 2004 (42,1%). Nestes sete segmentos, o emprego variou positivamente em três, elevando a presença das mulheres. Trata-se de segmentos com forte presença feminina: preparação e fabricações de couros (11,4%); alojamento e alimentação (13,9%); outros serviços coletivos, sociais e pessoais (8,4%). Contudo, em outros quatro segmentos a variação foi negativa: fabricação de produtos têxteis (-3,2%); artigos de vestuário (-3,6%); educação, saúde e serviços sociais (-1,2%) e serviços domésticos (-0,9%). (Tabela 19). Excetuando o trabalho doméstico, pois, nesse caso, a queda simboliza que as mulheres se incorporaram em ocupações de maior densidade, nos demais o recuo se deu em setores com forte tradição de força de trabalho feminina. Entre os que a força de trabalho feminina cresceu (fabricação de couros; alojamento e alimentação e outros serviços coletivos, sociais e pessoais), temos a força das exportações do setor de couro e o dinamismo do mercado interno, resultante do ciclo de expansão.

Em outros nove segmentos, em que a presença das mulheres é inferior à média nacional (42,1%) ocorreu redução de participação nos seguintes segmentos econômicos: agricultura ( -7,6%); silvicultura (-7,9%); fabricação de produtos alimentícios (-10,5%); fabricação de refino de petróleo (-1,7%); fabricação de celulose e papel (- 24,0%); fabricação de equipamentos de instrumentação médico (-1,9%); fabricação de produtos minerais não- metálicos (-4,3%); fabricação de produtos de metal (-2,7%) e fabricação de móveis e indústrias diversas (-5,9%). (Tabela 20).

2004 2008 2013 Variação

Fabricação de produtos têxteis 66,7 64,9 64,6 -3,2

Confecção de artigos do vestuário e acessórios 84,0 83,5 81,0 -3,6 Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro 46,6 50,1 51,9 11,4

Alojamento e alimentação 50,3 53,8 57,3 13,9

Educação, saúde e serviços sociais 77,4 77,2 76,5 -1,2

Outros serviços coletivos, sociais e pessoais 58,7 61,1 63,6 8,4

Serviços domésticos 93,4 93,5 92,6 -0,9

Tabela 19 - Evolução da participação das mulheres no total de pessoas ocupadas, por segmento econômico com presença superior a média das ocupadas (%) - Brasil

Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2004, 2008, 2013. Elaboração Própria. Participação superior a média das ocupadas Segmentos econômicos

Em outros 21 segmentos em que a presença das mulheres era inferior a 42,1%, em 2004, o emprego cresceu, mas em apenas um deles a participação alcançou a média nacional de 42,7% em 2013. Em quinze, o emprego expandiu acima de dez por cento: pesca e aquicultura (43,4%); fabricação de produtos de fumo (18,3%); metalurgia básica (16,5%); fabricação de máquinas para escritório (63,1%); fabricação de material eletrônico (34,6%); fabricação de montagem de veículos (28,7%); reciclagem (95,6%); outras atividades industriais (12,6%); construção (28,0%); atividades mal definidas (40,7%); fabricação de produtos de madeira (20,3%); fabricação de artigos de borracha e plástico (11,2%); fabricação de máquinas e equipamentos (39,8%); fabricação de máquinas e aparelhos elétricos (48,0%); e outras atividades (13,7%). Nas demais, a evolução foi inferior a 10%: edição e impressão (6,5%); fabricação de produtos químicos (9,6%); fabricação de outros equipamentos de transporte (3,2%); comércio e reparação (8,5%); administração pública (7,2%); e transporte, armazenagem e comunicação (6,7%). (Tabela 21).

2004 2008 2013 Variação

Agricultura, pecuária e serviços 32,9 33,0 30,4 -7,6

Silvicultura, exploração florestal 36,5 22,6 33,6 -7,9

Fabricação de produtos alimentícios e bebidas 41,0 38,0 36,7 -10,5 Fabricação de coque, refino de petróleo e afins 11,9 12,0 11,7 -1,7 Fabricação de celulose, papel e produtos de papel 27,1 22,6 20,6 -24,0 Fabricação de equipamentos de instrumentação médico 32,2 31,4 31,6 -1,9 Fabricação de produtos de minerais não-metálicos 14,1 16,6 13,5 -4,3

Fabricação de produtos de metal 11,2 11,3 10,9 -2,7

Fabricação de móveis e indústrias diversas 30,6 33,4 28,8 -5,9 Tabela 20 - Evolução da participação das mulheres no total de pessoas ocupadas, por segmento

econômico com queda na participação das ocupadas (%) - Brasil

Segmentos econômicos Queda na participação das ocupadas

O balanço para esse período mostra que a segmentação que caracteriza a estrutura produtiva não sofreu alterações entre 2004 e 2013. O sexo masculino está concentrado em 81% dos segmentos analisados e essa proporção não se alterou. Os setores que apresentaram maior dinamismo, favorecidos pela expansão das atividades, e cujo emprego das mulheres cresceu acima da média são caracterizados por forte presença masculina, não alterando essa relação ao longo destes dez anos. E mesmo os que apresentaram uma forte expansão são setores menos estruturados gerando empregos de forte vulnerabilidade, a exemplo do setor da construção civil, em que as mulheres representam 3,5% do emprego total, e do setor de reciclagem em predomina a informalidade. Destaque pode ser atribuído aos setores ligados à fabricação de componentes, peças e máquinas, favorecidos pelo crescimento do mercado interno nesse período.

Sem dúvida, o incremento ocorreu em setores menos tradicionais, embora a concentração de mulheres ainda esteja no comércio, educação, saúde, serviços coletivos sociais e pessoais. Aliás essa configuração pouco se alterou, como já identificado anteriormente. Nesse conjunto de setores se concentravam mais de 30,5 milhões de postos de trabalho em 2013 e as mulheres representavam 56%, já em 2004 o percentual era de 53%.

4.5.1. Evolução da posição na ocupação por atividade econômica

2004 2008 2013 Variação Pesca, aqüicultura e atividades dos serviços 14,3 20,7 20,5 43,4 Fabricação de produtos do fumo 32,7 31,4 38,7 18,3 Fabricação de produtos de madeira 17,7 14,8 21,3 20,3 Edição, impressão e reprodução de gravações 29,4 32,3 31,3 6,5 Fabricação de produtos químicos 28,2 28,8 30,9 9,6 Fabricação de artigos de borracha e plástico 24,1 25,0 26,8 11,2 Metalurgia básica 10,3 12,2 12,0 16,5 Fabricação de máquinas e equipamentos 12,8 12,0 17,9 39,8 Fabricação de máquinas para escritório e informática 24,1 42,1 39,3 63,1 Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos 20,2 22,2 29,9 48,0 Fabricação de material eletrônico 36,7 43,0 49,4 34,6 Fabricação e montagem de veículos automotores 12,9 14,3 16,6 28,7 Fabricação de outros equipamentos de transporte 12,6 15,3 13,0 3,2 Reciclagem 13,6 31,3 26,6 95,6 Outras atividades industriais 11,1 13,7 12,5 12,6 Construção 2,5 3,5 3,2 28,0 Comércio e reparação 38,6 39,8 41,9 8,5 Transporte, armazenagem e comunicação 12,0 13,0 12,8 6,7 Administração pública, defesa e seguridade social 37,3 42,6 40,0 7,2 Outras atividades 37,3 39,1 42,4 13,7 Atividades mal definidas ou não declaradas 9,1 13,0 12,8 40,7 Segmentos econômicos Ampliação na participação das ocupadas

Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2004, 2008, 2013. Elaboração própria. Tabela 21 - Evolução da participação das mulheres no total de pessoas ocupadas, por segmento

Se o emprego com registro se apresenta com o principal estímulo, passaremos a analisar as atividades econômicas sob quatro aspectos: (i) ampliou o emprego das mulheres e a formalização; (ii) manteve a composição entre os sexos, mas a formalização cresceu; (iii) manteve ou cresceu a participação das mulheres, mas o emprego formal retraiu; e (iv) retraiu a participação no emprego, mas cresceu a formalização.

Setores em que se ampliou a participação das mulheres e a formalização no emprego: reciclagem, edição e impressão, construção, comércio e reparação, alojamento e alimentação, outros serviços coletivos, sociais e pessoais, outras atividades e atividades mal definidas ou não declaradas. Nestes setores a ampliação do emprego para as mulheres ocorreu em condições mais favoráveis e, exceto para o setor de alojamento e alimentação e outros serviços coletivos, sociais e pessoais, as mulheres representam menos de 50% da força de trabalho em todos os setores.

a) Setores em que manteve a proporção entre os sexos, mas a formalização se amplio: indústria

de transformação, educação, saúde e serviços sociais, transporte, armazenagem e comunicação e serviços domésticos.

b) Setores em que se manteve a participação das mulheres, mas o emprego formal retraiu: administração pública.

c) Setores em que reduziu a participação das mulheres, mas o emprego formal cresceu: agricultura.

A análise para os três períodos indica que o emprego formal se incrementou de forma mais intensa entre 2008 e 2013.

Uma outra maneira de analisar os resultados é comparando as atividades em que cada um dos sexos é preponderante e identificar se a variação na participação aponta similaridade com a expansão do emprego formal. A indústria de transformação praticamente manteve inalterada a relação entre os sexos; entretanto, a formalização entre as mulheres cresceu, identificando que, quando as mulheres se inserem em setores tipicamente masculinos, as condições de inserção ocorrem de forma mais favorável. Entretanto, no setor da construção civil, em que o emprego para as mulheres cresceu (+ 0,7p), o trabalho por conta própria se expandiu de 8,2% em 2004 para 13,1% em 2013. O trabalho por conta própria se expandiu, sobretudo, entre 2004 e 2008. (Tabela 23).

Em quatro setores o emprego por conta própria cresceu; no setor da construção civil cresceu de forma mais intensa entre 2004 e 2008 e voltou a cair entre 2008 e 2013, mas permaneceu acima de 2004; no setor de edição e impressão o emprego por conta própria cresceu

continuamente nos três períodos; na agricultura cresceu de forma continua da mesma forma em relação ao setor de serviços coletivos sociais e pessoais.

Em quatro setores as mulheres eram minoria no trabalho assalariado formal em 2004 e superaram 50% em 2013; indústria de transformação de 44,2% para 56,0%; reciclagem de 29,1% para 56,1%; comércio e reparação de 38,4% para 53,7% e atividades mal definidas de 39,5% para 55,6%.

A despeito dos avanços obtidos nestas duas últimas décadas, as mulheres que estão empregadas nos setores de alojamento e alimentação; agricultura; outros serviços coletivos e pessoais e serviços domésticos seguem majoritariamente no trabalho sem registro, por conta própria e no trabalho não remunerado. (Tabela 23).

2004 2008 2013 2004 2008 2013 2004 2008 2013 2004 2008 2013 2004 2008 2013 2004 2008 2013

Agricultura, pecuária, pesca e

afins 32,5 32,4 30,1 3,5 4,4 5,5 - - - 6,7 6,5 5,8 - - - 38,3 - - Indústria de transformação 36,0 36,3 36,1 44,2 47,4 56,0 0,3 - - 14,4 12,3 9,8 0,2 - - 86,4 - - Reciclagem 13,6 31,3 26,6 29,1 54,7 56,1 4,3 2,0 - 57,3 31,6 34,1 - 1,4 - - 1,5 - Edição, impressão 29,4 0,3 31,3 60,4 62,8 61,2 0,2 1,1 - 22,1 22,7 14,2 - - - 29,6 0,5 - Construção 2,5 3,5 3,2 53,5 47,6 64,4 1,7 - - 17,6 18,4 12,9 0,3 0,8 - 0,9 - - Comércio e reparação 38,6 39,8 41,9 38,4 44,6 53,7 0,1 - - 14,7 14,4 11,5 0,1 - - 0,6 0,6 - Alojamento e alimentação 50,3 53,8 57,3 31,2 37,6 46,2 0,2 - - 23,4 22,3 19,8 0,1 0,5 - 2,4 1,5 0,7 Transporte, armazenagem e comunicação 12,0 13,7 12,8 65,3 69,1 75,3 1,9 2,6 1,6 16,0 15,2 11,8 0,1 - - 0,1 0,5 - Administração pública, defesa

e seguridade social 37,3 38,8 40,0 18,9 16,8 16,7 0,6 60,2 59,5 24,3 21,8 22,6 0,1 - - 0,3 - - Educação, saúde e serviços

sociais 77,4 77,2 76,5 35,7 36,3 39,3 0,4 0,4 36,6 18,6 18,5 17,3 - - - 0,2 - -

Outros serviços coletivos,

sociais e pessoais 58,7 61,1 63,6 19,6 18,8 25,2 1,5 1,1 - 25,8 23,7 18,3 0,1 - - 1,7 1,0 - Serviços domésticos 93,4 93,5 92,6 0,7 0,0 0,9 - - - 0,9 0,9 0,5 25,4 26,4 32,1 72,4 71,5 66,3 Outras atividades 37,3 0,4 42,4 60,3 0,6 73,1 2,0 2,8 1,0 19,5 18,2 11,8 0,2 - - 0,7 - - Atividades mal definidas ou

não declaradas 9,1 13,0 12,8 39,5 21,9 55,6 2,4 - - 16,4 14,1 12,0 - - - 2,4 - -

Total 42,1 42,6 42,7 26,4 30,0 36,9 0,1 0,1 10,1 13,5 13,4 11,8 4,4 4,3 4,7 12,9 11,7 9,8

Tabela 22 - Distribuição das mulheres ocupadas, por segmento econômico e posição na oupação (%) - Brasil Assalariadas

Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2004, 2008, 2013. Elaboração própria.

Mulheres/Total Com carteira Funcionário público

estatutário Sem carteira

Trabalho doméstico com carteira

Trabalho doméstico sem carteira Segmentos econômicos

2004 2008 2013 2004 2008 2013 2004 2008 2013 2004 2008 2013

Agricultura, pecuária, pesca e afins 32,5 32,4 30,1 10,9 10,8 13,9 0,8 0,9 0,5 36,4 28,3 19,3

Indústria de transformação 36,0 36,3 36,1 33,2 32,7 29,0 3,2 3,2 2,3 3,6 3,3 2,1 Reciclagem 13,6 31,3 26,6 - 2,0 2,9 6,9 1,4 6,8 2,4 5,5 - Edição, impressão 29,4 0,3 31,3 6,9 4,7 13,2 7,9 6,4 10,0 2,3 1,8 1,4 Construção 2,5 3,5 3,2 8,2 19,6 13,1 6,0 3,5 4,2 4,0 3,8 1,7 Comércio e reparação 38,6 39,8 41,9 32,1 26,6 25,5 6,4 6,6 5,5 7,4 6,9 3,3 Alojamento e alimentação 50,3 53,8 57,3 26,4 22,2 22,4 5,9 6,8 5,5 10,5 9,0 5,0

Transporte, armazenagem e comunicação 12,0 13,7 12,8 9,1 7,3 7,3 4,1 2,5 2,5 3,2 2,7 1,4

Administração pública, defesa e seguridade social 37,3 38,8 40,0 0,1 - - - - 0,2 - -

Educação, saúde e serviços sociais 77,4 77,2 76,5 5,5 5,4 4,7 1,8 1,8 1,5 1,0 1,0 -

Outros serviços coletivos, sociais e pessoais 58,7 61,1 63,6 44,6 46,8 49,0 3,4 4,8 4,6 3,1 3,7 2,2

Serviços domésticos 93,4 93,5 92,6 0,3 - - - 0,2 - -

Outras atividades 37,3 0,4 42,4 12,4 10,5 10,0 3,5 4,2 3,4 1,4 1,6 0,5

Atividades mal definidas ou não declaradas 9,1 13,0 12,8 34,9 55,8 32,4 - 0,0 - 4,5 8,2 -

Total 42,1 42,6 42,7 16,5 15,9 15,3 2,6 2,9 2,5 8,2 6,3 3,3

Tabela 23 - Distribuição das mulheres ocupadas, por segmento econômico e posição na oupação (%) - Brasil

Conta própria Empregador Não-remunerado

Mulheres/Total Segmentos econômicos

Não assalariadas