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EVOLUÇÃO DOS INDICADORES REATIVOS

No documento FerramentadeGestão (páginas 122-132)

4 A FERRAMENTA DO SISTEMA DE GESTÃO – RANKING DE

4.9 EVOLUÇÃO DOS INDICADORES REATIVOS

Todo sistema de prevenção visa minimizar perdas e no caso da ETE o objetivo principal num primeiro momento era eliminar os acidentes fatais que eram freqüentes colocando em risco os contratos, contribuindo para piorar o desempenho financeiro da empresa além de contrariar as diretrizes mundiais de sustentabilidade.

Com a implantação do sistema de gestão direcionado e baseado na OHSAS 18001 ocorreu uma retração expressiva nos índices reativos, mais a grande redução aconteceu com a implementação do Ranking dos Encarregados a partir de 2004 conforme verificado na figura 16.

As taxas de freqüência e gravidade apresentaram uma queda bastante acentuada a partir de 2001. Este fato se deveu a redução do numero de acidentes bem como a gravidade dos mesmos, sendo as ocorrências de acidentes fatais eliminadas a partir de 2004 e mantidas ao longo dos anos.

O controle das falhas implementado junto a primeira linha de comando que são os encarregados de turma, estimulados pela competição da avaliação de segurança através do Ranking dos Encarregados é que mantém estas taxas em queda e o alto controle dos riscos.

364,9 136,12 93,17 10,2 8,8 2,6 0 50 100 150 200 250 300 350 400 2001 2002 2003 2004 2005 2006

Taxa de Frequência de Acidentes

Figura 16 – Gráfico da evolução da Taxa de Freqüência 2001 a 2006. Fonte: ETE Engenharia de Telecomunicações e Eletricidade S.A.

Implementação do Ranking Implementação do Sistema de

Nota-se principalmente na taxa de gravidade uma queda do índice a partir da implementação do sistema de gestão baseada na OHSAS 18001, mas um incremento maior ainda de redução a partir da implementação do Ranking conforme pode ser verificado na figura 17.

4091 3021 2795 364,9 169,6 103,1 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 2001 2002 2003 2004 2005 2006

Taxa de Gravidade de Acidentes

Figura 17 – Gráfico da evolução da Taxa de Gravidade acidentes com afastamento 2001 a 2006. Fonte: ETE Engenharia de Telecomunicações e Eletricidade S.A.

Implementação do SGI- Segurança

Implementação do Ranking

5 CONCLUSÃO

As transformações que o setor de telecomunicação tem sofrido no Brasil, principalmente com as terceirizações, justificam a importância da implantação de um Sistema de Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional.

A existência de uma legislação rigorosa que obriga as empresas manter ações preventivas, a consciência dos empresários por envolver a vida de trabalhadores e seus familiares, o custo social das perdas por acidentes do trabalho são fatores diferenciais para a sobrevivência das organizações.

Na ETE Engenharia este conceito foi consolidado a partir de 2001 quando se tomou a decisão de implantar o Sistema de Gestão baseado na OHSAS 18001. Porém cada organização tem uma cultura diferente fato que talvez explique o porquê que o mesmo sistema implantado nas empresas não obtém resultados semelhantes fazendo com que se busquem caminhos distintos para alcançar o resultado esperado. Neste estudo de caso se detalhou a ferramenta denominada de Ranking dos Encarregados.

No Capítulo 1 foram apresentados os objetivos que serviram como referenciais desta pesquisa, cujos aspectos principais foram: investigar a eficácia dos indicadores da ferramenta do sistema de gestão implementado na empresa estudada e se os efeitos foram significativos quanto à redução das perdas comparando com os índices reativos clássicos como as taxas de freqüência e gravidade principalmente sobre os acidentes graves e fatais.

Na elaboração deste estudo, foram formuladas questões, que atendessem as inquietações que responderemos a seguir:

1) O sistema avaliado gera resultados positivos em relação à Segurança?

Definindo como resultados positivos a redução de acidentes, pode-se observar a expressiva queda dos índices reativos a partir da implantação do Sistema de Gestão baseado na OHSAS 18.001. As taxas de freqüência e gravidade reduziram de TF = 364,9 e TG = 4.091 em 2001 para TF = 93,17 e TG = 2.795 em 2003, mas a queda é mais acentuada quando verificamos essas mesmas taxas após 2004 que passaram de TF = 10,2 e TG = 364,9 chegando em 2006 a TF = 2,6 e TG = 103,1, esses números demonstram que após a implantação da ferramenta estuda os índices reativos reduziram significativamente o que responde a primeira questão deste trabalho.

2) Como o sistema interfere na percepção e preocupação com relação à segurança na empresa?

No que se refere à percepção e preocupação de segurança na empresa, verifica-se uma interface muito grande entre a implementação do sistema e da ferramenta com o apego da liderança a responsabilidade com a segurança dos funcionários, pois a ferramenta gerou indicadores pró-ativos que foram entendidos pelos gestores e buscou-se melhorar os fatores que antecedem um acidente definidos como pilares de segurança (Conhecimento, EPI/EPC, Procedimentos e Veículo).

3) O sistema avaliado respeita os principais autores e correntes de Engenharia de Segurança?

Uma infinidade de autores nacionais e estrangeiros corroboram com as idéias desenvolvidas na ferramenta de gestão estudada neste trabalho. As questões sempre pendem para ações que antecipem as perdas e direcionem a liderança na tomada de decisão acertada, principalmente na atualidade onde a redução de custo é questão de sobrevivência.

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GLOSSÁRIO

Líder Pessoa a quem é passado um desafio em relação à organização, sendo

responsável por conduzir um grupo de pessoas a atingir um objetivo específico, através da melhor utilização dos recursos em curto prazo.

Acidente

Evento não planejado que resulta em morte, doença, lesão, dano ou outra perda.

Acidente do Trabalho

Ocorrência imprevista e indesejável, instantânea ou não, relacionada com o exercício do trabalho, que provoca lesão pessoal ou de que decorre risco próximo ou remoto dessa lesão.

Dias Perdidos

Dias corridos de afastamento do trabalho em virtude de lesão pessoal, exceto o dia do acidente e o dia de volta ao trabalho;

Dias Debitados

Dias que se debitam, por incapacidade permanente ou morte, para o cálculo do tempo computado

Auditoria

Processo sistemático, documentado e independente, para obter evidência da auditoria e avaliá-la objetivamente para determinar a extensão ma qual os critérios de auditoria são atendidos.

Eficácia

Extensão na qual as atividades planejadas são realizadas e os resultados planejados, alcançados.

Eficiência

Relação entre o resultado alcançado e os recursos usados

Identificação de Perigos

Processo de reconhecimento que um perigo existe, e de definição de suas características.

Manual

Documento que especifica o Sistema de Gestão

Perigo

Fonte ou situação com potencial para provocar danos em termos de lesão, doença, dano à propriedade, dano ao meio ambiente do local de trabalho, ou uma combinação destes.

Política

Intenções e diretrizes globais de uma organização formalmente expressas pela Alta Direção.

Risco

Combinação da probabilidade de ocorrência e da conseqüência de um determinado evento perigoso.

Risco Tolerável

Risco que foi reduzido a um nível que pode ser suportado pela organização.

PDCA

Método de gestão da qualidade que envolve os processos de planejar (“plan”), executar (“do”), verificar (“check”) e agir corrigindo o processo (“action”) visando à melhoria contínua das atividades.

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