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Evolução histórica da educação no Brasil e suas mudanças, inovações

CAPITULO II: POLITICAS EDUCATIVAS DE FORMAÇÃO CONTÍNUA DE

2.1 Evolução histórica da educação no Brasil e suas mudanças, inovações

Estudos realizados destacam, dentro de uma perspectiva sociológica, a transformação que ocorreu no âmbito educacional envolvendo a sociedade, a educação, a escola e a família no Brasil.

A educação desenvolvida no espaço escolar, anteriormente voltada mais para o desenvolvimento social, a compreensão literária e matemática, a partir da década de 60 e ao longo das décadas seguintes foi-se modificando, conforme as mudanças

28 ocorridas na sociedade. A preparação para o mercado de trabalho, por meio de cursos específicos ou técnicos, tornou-se responsabilidade da escola. Com esse novo fator surgiu a necessidade de mudanças e investimentos em políticas públicas para a educação e de reorganização no currículo escolar.

Preparar o estudante para estar apto para atuar no mercado de trabalho e consequentemente no emprego significa capacitá-lo não só para a inserção e atuação, mas para acompanhar as mudanças que vão acontecendo, para que os mesmos possam manter-se, ou mudar de área de atuação ou de empresa conforme suas expectativas, conhecimento e capacidade. Para Aranha (2006a) ―Na medida em que as sociedades se modificam, novas tendências pedagógicas vão se estabelecendo e condiciona, inclusive, a ausência ou presença da instituição escola‖.

Para compreendermos melhor os fatos e percalços da educação no Brasil, precisamos de entender dentro de uma perspectiva histórica e sociológica a sua trajetória. Com base nos estudos de Mattos (1958) ele atribuiu o período e as obras Jesuíticas dividindo em seis períodos: i) heróico (1549 a 1570); ii) de organização e consolidação (1570 a 1759); iii) pombalino (1759 a 1827); iv) monárquico (1827 a 1889); v) republicano (1889 a 1930); vi) contemporâneo (a partir de 1930). Ao período heróico assim se refere: "Em nenhum outro período de nossa história educacional, os educadores se revelaram tão empreendedores, dinâmicos e preocupados com as realidades humanas e sociais que os cercavam, como nesse período heróico".

Ao chegarem ao Brasil, os portugueses trouxeram um padrão educacional europeu. ―A educação entre as populações indígenas, por exemplo, não tinha as marcas repressivas do modelo europeu‖ (Bello, 2001b). ―Mas é importante salientar que esta educação era, a rigor, a imposição da cultura branca e da religião cristã com todos os seus detalhes e torna-se necessário compreender a sociedade portuguesa para se perceber que até por volta de 1800 nada foi feito no Brasil além do que aquela cultura permitiu‖ (Costa, 2006).

Nesse sentido podemos considerar que os padrões europeus de educação no Brasil tiveram início em 1549 com a chegada dos Jesuítas, sob a responsabilidade do Padre Manoel da Nóbrega. No entanto fazemos uma abertura para ressaltar que os índios tinham seu método de ensino segundo os costumes de cada tribo. Os índios utilizavam a arte para comunicação, tal como: desenho, música, dança. Mas

29 sabiam ler e escrever segundo sua tradição. Essa educação indígena foi interrompida com a chegada dos jesuítas

Os jesuítas organizaram o ensino com sua metodologia, e todas as escolas eram regulamentadas por um documento escrito por Inácio de Loiola, o Ratio Studiorum. Além da alfabetização das crianças e adultos que não possuíam esse conhecimento, também mantinham curso de Letras e Filosofia, considerados secundários, e o curso de Teologia e Ciências Sagradas, de nível superior, para formação dos sacerdotes. No curso de Letras estudava-se Gramática Latina, Humanidades e Retórica; e no curso de Filosofia estudava-se Lógica, Metafísica, Moral, Matemática e Ciências Físicas e Naturais. A metodologia de ensino de todas as disciplinas exigia longa preparação do professor e grandes esforços dos alunos. ―Tal método era reflexo do ideal universalizante, conceção essencialista‖ (Vilela, 2010).

O modelo pedagógico dos jesuítas funcionou absoluto durante 210 anos, de 1549 a 1759, quando uma nova mudança marca a História da Educação no Brasil: a expulsão dos jesuítas por Marquês de Pombal. Assim, ―quando se deu a expulsão dos jesuítas em 1759, a soma dos alunos de todas as instituições jesuíticas não atingia 0,1% da população brasileira, pois delas estavam excluídas as mulheres (50% da população), os escravos (40%), os negros livres, os pardos, filhos ilegítimos e crianças abandonadas‖ (Marcílio, 2005).

No período em que Marques de Pombal esteve à frente do processo de mudança educacional no Brasil, ele procurou desvincular o interesse de fé segundo o interesse dos jesuítas e pensou numa escola que servisse os interesses do Estado. E por meio do Alvará de 28 de junho de 1759, ao mesmo tempo em que suprimia as escolas jesuíticas de Portugal e de todas as colônias, Pombal criava as aulas régias de Latim, Grego e Retórica. Criou também a Diretoria de Estudos que só passou a funcionar após o afastamento de Pombal. Cada aula régia era autônoma e isolada, com professor único e uma aula/disciplina não se articulava com as demais, ou seja, não havia possibilidade destes professores de comunicarem ou planejarem as aulas juntos, pois o contexto era muito diferente.

O processo de seleção dos professores para as Aulas Régias, a partir de 1759, realizou-se sempre por meio de concursos, motivados pela abertura de novas aulas. Motivos que levaram a novas contratações: aposentadoria, morte ou pelo

30 afastamento do professor que ocupava a cadeira. Ressalta Cardoso (2004) que não era exigido dos candidatos a professor ―qualquer diploma ou comprovante de habilitação para o cargo pretendido‖.

Em 1808 a familia real muda sua estadia para o Brasil, D. João VI, além de mudar a capital de Salvador para Rio de Janeiro, também refundou a Academia Militar, criou a Biblioteca Real, Escola de Direito e Medicina, o Jardim Botânico e a Imprensa Régia. Essas mudanças tinham como objetivo mudar o perfil do Brasil colonia e valorização da educação, principalmente com a criação do jornal. O jornal foi um caminho para que as pessoas letradas discutissem a atual situação do Brasil, quanto à educação, economia e governo. Para Lima (1969) ―a educação continua a ter uma importância secundária, quando a abertura dos portos além do significado comercial, significou a permissão dada aos ―brasileiros‖ que exploravam pau-brasil de tomar conhecimento de que existia no mundo, um fenômeno chamado civilização e cultura‖. Nessa mesma época os filhos de pessoas com posses iam estudar na Europa.

Com retorno da família real para Portugal em 1821. D. Pedro I proclama a Independência do Brasil e, em 1824, outorga a primeira Constituição brasileira. O Art. 179 desta Lei Magna dizia que a "instrução primária é gratuita para todos os cidadãos". No entanto havia falta de professores para instrução dos alunos, para corrigir essa falta institui-se o ―Método Lancaster‖, ou de ―ensino mútuo‖ onde um aluno era treinado para ensinar demais alunos sob os cuidados de um inspetor.

Em 1826 foi criado o Decreto institui quatro graus de instrução: Pedagogias - escolas primárias, Liceus, Ginásios e Academias. Em 1827 um projeto de lei propõe a criação de pedagogias em todas as cidades e vilas, além de prever o exame na seleção de professores, para nomeação. Propunha ainda a abertura de escolas para meninas. Ainda nesse ano foi criado as duas primeiras faculdades brasileiras, as Escolas de Direito de Olinda e São Paulo.

No período da primeira República ―sistema presidencialista, nesse novo período a organização escolar recebeu influência da filosofia positivista‖. ―O projeto político republicano tinha como objetivo de implantar a educação escolarizada e de forma a levar o ensino para todos‖ (Aranha, 2006a). Na década de 20, com um país cada vez mais urbano e industrializado os escolanovistas buscavam atender às novas necessidades, dentre elas ressaltamos a coletividade com regras bem específicas: organização do tempo, delimitação de espaços, conduta. Preocupação

31 quanto à especificidade da organização pedagógica e quanto aos métodos de supervisão, medidas disciplinares, controle de ausências e atrasos, ritmo e sucessão das atividades, provas escritas, classificação de alunos em séries. O ambiente escolar aproxima-se da lógica do comércio onde tudo deve ser mensurável e controlado pelo relógio. No entendimento de Boto (2001),

―o Estado deveria assumir a educação, pela educação escolar, a própria ideia de nação, de cidadania e de identidade nacional, pois a escola seria uma alavanca para o aprimoramento do homem, das sociedades, dos tempos. É o ideal iluminista influenciando todos os aspetos da sociedade da época‖.

Era função da pedagogia se firmar como um ramo do saber dotado de competência científica, juntamente com a capacidade da escola e sua ação disciplinar. Somente quando tudo estivesse organizado o aluno teria capacidade de aprender e desenvolver-se intelectualmente, fisicamente e moralmente. Havia preocupação com formação contínua do professor, nesse sentido a Escola Nova estava a frente das ideias iluministas no início do século XX. ―O educador precisava desenvolver habilidades cognitivas como: perceção, memória, abstração pensamento e sentimento. Pois a escola nova está baseada na psicologia experimental. O Livro Laico ganha importância. Passa a se preconizar o ensino laico e com liberdade para pensamento crítico‖ (Boto, 2001).

Em 1941 acontece a I Conferência Nacional de Educação, convocada pelo Governo Federal. Ficaram evidentes as preocupações relativas à ausência de normas centrais que garantissem uma base comum aos sistemas estaduais de formação de professores. Num parecer apresentado pela Comissão do Ensino Normal, propunha-se o estabelecimento de normas que, mediante a exigência de provas complementares ou estágios contemplando transferência de alunos para escolas equivalentes e registro do diploma no Ministério de educação dos atuais professores normalistas sendo reconhecido para profissão do exercício da profissão em qualquer parte da do território nacional.

Para regulamentar a essa situação e a solicitações foram realizadas, após alguns estudos e criou-se Lei Orgânica do Ensino Normal promulgadas de 1942 a 1946 pelo Decreto Lei n.º 8.530 de 21 de janeiro de 1946 (BRASIL, 1946).

Segundo Tanuri (2000) ―a Lei orgânica não introduziu novos padrões de ensino normal que já estava em vigor em vários Estados. ―Em simetria com as

32 demais modalidades de ensino de segundo grau, o Normal foi dividido em dois ciclos: o primeiro fornecia o curso de formação de ―regentes‖ do ensino primário, em quatro anos, e funcionaria em Escolas Normais Regionais; o curso de segundo ciclo, em dois anos, formaria o professor primário e era ministrado nas Escolas Normais e nos Institutos de Educação‖. ―Além dos referidos cursos, os Institutos de Educação deveriam ministrar os cursos de especialização de professores – para a educação especial, curso complementar primário, ensino supletivo, desenho e artes aplicadas, música e canto – bem como cursos de administradores escolares, para habilitar diretores, orientadores e inspetores‖ (ver se fica aqui ou vai para formação de professor).

A educação volta a ser pensada e debatida com intenção ―democratizar e melhorar o ensino, apesar da centralização Federal na administração e no aspeto pedagógico, fixando currículos, programas de ensino e metodologias‖ (Libâneo, Oliveira, & Toschi, 2009). A educação começa a ser visualizada como inserção social, por meio de projetos e metodologias diferenciadas. ―Essas ações levaram a educação brasileira a ter reconhecimento a nível internacional como método de alfabetização Paulo Freire, que visava também a educação de adultos e a erradicação do analfabetismo, levando em consideração as diferenças sociais, económicas e culturais de cada região‖ (Steinscherer et al., 2011).

Após o golpe militar, houve muita repreensão aos educadores que passaram a ser perseguidos em função de posicionamentos ideológicos, entre ele destacamos Paulo Freire, que foi exilado. Neste período deu-se grande expansão das Universidades no Brasil. ―E, para acabar com os "excedentes" (aqueles que tiravam notas suficientes para serem aprovados, mas não conseguiam vaga para estudar), foi criado o vestibular classificatório‖ (Bello, 2001). ―Pode-se dizer que houve avanços na educação quantitativamente, mas comprometeu quanto a qualidade da educação, na medida em que reduziu a jornada escolar aumentando os turnos escolares, criou-se as classes multisseriadas (com vários níveis de ensino), diminuiu o salário dos professores, e contratou professores sem qualificação‖ (Libâneo et al., 2009).

Depois de treze anos de discussões é promulgada a Lei n.º 4.024, de 20 dezembro de 1961, que regulamenta as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. O

33 presidente João Goulart ainda vetou 25 artigos que posteriormente receberam aprovação pelo Congresso. Na compreensão de Tanuri (2000),

―essa Lei não trouxe soluções inovadoras para o ensino normal, conservando as grandes linhas da organização anterior, seja em termos de duração dos estudos ou de divisão em ciclos. Registre-se apenas a equivalência legal de todas as modalidades de ensino médio, bem como a descentralização administrativa e a flexibilidade curricular, que possibilitariam o rompimento da uniformidade curricular das escolas normais‖.

Novas reformas na educação aconteceram a partir da Lei n.º 5.540/68, de 28 de novembro, que se refere à reforma do ensino superior, e sob a Lei n.º 5.692/71 de 11 de agosto, no que diz respeito à Reforma do Ensino do primeiro e segundo grau. A Lei n.º 5.692/71 aumentou os anos de escolarização obrigatória para 8 anos, abrangendo a faixa etária de 7 a 14 anos. No segundo grau os alunos eram obrigados a ter uma habilitação profissional. Tinha como objetivo a qualificação profissional e exercício da cidadania.

Segundo Steinscherer et al., (2011),

―foi um período de muita repetência e abandono escolar, pois as políticas educacionais tinham o desejo de diminuir a exclusão das camadas populares e da cultura letrada. Mesmo esta camada tendo acesso à escola a educação transmitida a elas foi de baixa qualidade. O que provocou as repetências e evasão escolar‖.

O quadro não foi diferente com ensino do segundo grau, onde muitos saíram da escola e passaram a frequentar cursos profissionalizantes.

Para mudar esse quadro causado durante o regime militar e para retomar as questões educacionais, profissionais das demais áreas contribuíram com participação mais ativa para falar da educação num sentindo mais amplo do que as questões pertinentes à escola, à sala de aula, à didática, à relação entre professor e aluno e dinâmica escolar. ―A história da educação Brasileira precisava implantar um modelo que fosse único, que atenda as necessidades da nossa população e que seja eficaz‖ (Bello, 2001).

Em 1990, o governado Collor de Mello lança projeto de construção de Centros Integrados de Apoio a Criança – CIAC, baseados no modelo dos Centros Integrados de Educação Pública – CIEP, do Rio de Janeiro, fundados em 1982. Nesse mesmo período foi criado o Conselho Nacional de Educação, vinculado ao

34 Ministério de Educação e Cultura. Essa mudança colaborou na sua agilização, tornando este menos burocrático e mais político.

Foram criados os seguintes programas no período de 1990:

 Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério – FUNDEF;

 Programa de Avalização Institucional – PAIUB;

 Sistema Nacional do Ensino Médio – ENEM;

 Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN;

 Exame Nacional de Cursos – ENC.

Entre os programas criados, o que não teve aceitação foi o Exame Nacional de Cursos – ENC e seu ―provão‖, ―onde ao final do curso superior os alunos tem que realizar uma prova para receber o diploma. O exame era igual em todo o país, e onde os alunos bastavam se apresentar, assinar ata de presença e se retirar sem realizar a prova‖ (Steinscherer et al., 2011).

Para corrigir melhor a educação de modo geral foi realizada alterações na Lei n.º 5.692/71, criada durante o regime militar. Para tanto criou-se a Lei n.º 9394/96 de 20 de dezembro, entre as mudanças alterou Reforma do Ensino Superior e Reforma do ensino primário conforme Art 32 voltado ao ensino fundamental, Art. 35. referente ao ensino secundário e o Capítulo IV - Art. 43 trata da Educação Superior.

Essa nova Lei acrescenta a responsabilidade do Estado e do Município na Educação de Jovens e Adultos conforme Art. 37.º. E também o Capitulo III, Art. 39, sobre a Educação Profissional, ressaltando que a mesma precisa estar integrada nas diferentes formas de educação, no trabalho, na ciência e tecnologia, conduzindo ao permanente desenvolvimento de aptidões para a vida produtiva.

Nesse sentido, é preparação para atuação no mercado do trabalho, visando responsabilidade enquanto cidadão, fazendo parte de uma sociedade com participação na educação permanente. Abandona-se assim a visão de educação que só prepara para o trabalho na indústria, como uma obrigatoriedade.

35 O Governo Federal, por meio de políticas educativas, programas e a nova Lei de diretrizes e bases da Educação n.º 9394/96 criou no período de 1998 até nossos dias outras alterações a fim de melhorar a educação no Brasil, entre essas mudanças destacamos: i) mudanças na lei voltadas a educação; ii) alguns programas educacionais que foram desenvolvidos para educação dos alunos no seu percurso enquanto estudantes no período obrigatório.

i) Mudanças na lei voltadas à educação infantil e educação básica:

 Ensino fundamental de nove anos por meio Resolução CNE/CEB no 3/2005, de 3 de agosto, que fixa, como condição para a matrícula de crianças de seis anos de idade no ensino fundamental, que essas, obrigatoriamente, tenham seis anos completos ou a completar no início do ano letivo em curso.

Com objetivo de atender as necessidade na educação e ao mesmo tempo a formação contínua dos professores, foi realizada a seguinte mudança na Lei de Diretrizes e Bases (LDB) da Educação Brasileira, conforme podemos ler no texto a seguir onde altera a Lei N.º. 9394/96, de 20 de dezembro, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Com objectivo de valorização do professor e reconhecimento da educação infantil incorporando para quadro da educação básica, passando a mesma a ser obrigatória sob a responsabilidade da União. Esta alteração foi decretada por meio da Lei N.º. 12796/13, de 4 de Abril;

 Art. 4º

 I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezassete) anos de idade, organizada da seguinte forma:

 pré-escola;

 ensino fundamental;

 ensino médio;

 II - educação infantil gratuita às crianças até 5 (cinco) anos de idade;

 III - atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, preferencialmente na rede regular de ensino;

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 IV - acesso público e gratuito aos ensinos fundamental e médio para todos os que não os concluíram na idade própria;

Antes, apenas o ensino fundamental e o médio (2º grau) eram etapas obrigatórias. Segundo a lei, a educação infantil gratuita será disponibilizada para crianças entre 4 e 5 anos.

ii) Alguns programas educacionais que foram desenvolvidos para educação dos alunos no seu percurso enquanto estudantes no período obrigatório:

 ENEN - Criado em 1998, o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEN) tem o objetivo de avaliar o desempenho do estudante ao fim da escolaridade básica. Podem participar do exame alunos que estão concluindo ou que já concluíram o ensino médio em anos anteriores. O ENEM é utilizado como critério de seleção para os estudantes que pretendem concorrer a uma bolsa no Programa Universidade para Todos (ProUni). Além disso, cerca de 500 universidades já usam o resultado do exame como critério de seleção para o ingresso no ensino superior, seja complementando ou substituindo o vestibular.

 Escola de Fronteira – criado em 2005, com início em 2008. Projeto Escola Intercultural Bilíngue de Fronteira (PEIBF) tem o intuito de promover o intercâmbio entre professores dos países do Mercosul. Criado em 2005, por uma ação bilateral Brasil-Argentina, o projeto fechou 2008 com 14 escolas dos dois países, e abre 2009 com 26 escolas, em cinco países: Brasil, Argentina, Venezuela, Paraguai, Uruguai. O objetivo principal do Projeto Escola Intercultural Bilíngue de Fronteira é a integração de estudantes e professores brasileiros com os alunos e professores dos países vizinhos. O foco é a integração, a quebra de fronteira, além da ampliação das oportunidades do aprendizado da segunda língua.

 Em 2005 foi criado o Programa Nacional de Inclusão de Jovens (PROJOVEM), com objetivo de atender os jovens entre 15 e 17 anos que não concluíram o ensino básico até o 9º ano e que se encontravam em situação de risco. Os participantes do programa recebem uma bolsa de estudo de cem reais. O programa tem como objetivo elevar a escolaridade e formação profissional bem como abranger a integração e ações comunitárias, fortalecimento dos vínculos familiares e sociais.

37  Índice de Desenvolvimento da Educação – (IDEB) – foi criado pelo Instituto Nacional de Estudos e de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) em 2007, como parte do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). Ele é calculado com base na taxa de rendimento escolar ―aprovação e evasão‖ e no desempenho dos alunos no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB) e na Prova Brasil. Ou seja, quanto maior for a nota da instituição no teste e quanto menos repetências e desistências ela registar, melhor será a sua classificação, numa escala de zero a dez. O mecanismo foi muito bem avaliado por especialistas justamente por unir esses fatores. Sendo assim, se uma escola passar seus alunos de ano sem que eles tenham realmente aprendido, por exemplo, isso ficará claro a partir da análise do desempenho dela no IDEB.

 Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB). Substitui O FUNDEF

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