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Exame Nacional do Ensino Médio: seus 11 Anos de Aplicação (1998/2008)

7 EDUCAÇÃO BÁSICA: UM OLHAR PARA O EXAME NACIONAL DO ENSINO

7.1 Exame Nacional do Ensino Médio: seus 11 Anos de Aplicação (1998/2008)

O ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio – foi criado pela Portaria do MEC nº 438, de 28 de maio de 1998, durante a gestão do Ministro da Educação Paulo Renato de Souza, no governo de Fernando Henrique Cardoso, como uma ferramenta para avaliar a qualidade geral do Ensino Médio, constituindo-se como a primeira iniciativa de avaliação geral do sistema de ensino implantada no Brasil.

Segundo o Art. 1º da referida Portaria, o Exame Nacional do Ensino Médio – o ENEM, como procedimento de avaliação do desempenho do estudante, tem os seguintes objetivos:

I – conferir ao cidadão parâmetro para auto-avaliação, com vistas à continuidade de sua formação e à sua inserção no mercado de trabalho; II – criar referência nacional para os egressos de qualquer das modalidades do Ensino Médio;

III – fornecer subsídios às diferentes modalidades de acesso à Educação Superior;

IV – constituir-se em modalidade de acesso a cursos profissionalizantes Pós-Médio.

O ENEM tem por princípio avaliar anualmente o aprendizado dos estudantes que concluíram ou que estão concluindo o Ensino Médio em todo o país, para subsidiar o Ministério da Educação na elaboração de políticas de melhoria do ensino brasileiro através dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) do Ensino Médio e Fundamental, promovendo alterações nos mesmos conforme aponte o cruzamento de dados e pesquisas nos resultados do ENEM.

Segundo o INEP a Matriz de Competências foi desenvolvida para estruturar o ENEM, com o intuito de definir seus pressupostos e delinear suas características operacionais. Nela estão definidas as competências e habilidades gerais próprias ao estudante na fase de desenvolvimento cognitivo e social correspondente ao término da Educação Básica, associadas aos conteúdos do Ensino Fundamental e Médio.

A Matriz possui como referências a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio (PCNEM), a Reforma do Ensino Médio, bem como os textos que sustentam sua organização curricular em Áreas de Conhecimento e as Matrizes Curriculares de Referência para o SAEB.

O exame se diferencia de outras avaliações já propostas pelo MEC, uma vez que centra-se na avaliação de desempenho por competências e embasa-se em um conceito mais estrutural e abrangente do desenvolvimento da inteligência humana e de construção do conhecimento. Essa concepção de inspiração construtivista encontra-se significativamente contemplada nos textos legais da Educação Básica brasileira.

Ele avalia as competências e as habilidades desenvolvidas pelos estudantes ao longo do Ensino Fundamental e Médio, imprescindíveis à vida acadêmica, ao mundo do trabalho e ao exercício da cidadania, tendo como base a Matriz de Competências definida para o exame.

O ENEM busca avaliar as estruturas mentais, de acordo com a teoria de Piaget, e busca verificar o conhecimento construído e reconstruído, sem uma ênfase ou preocupação na memorização. Nessa concepção, privilegia-se a noção de que há um processo dinâmico de desenvolvimento cognitivo mediado pela interação do sujeito com o mundo que o cerca.

Segundo o relatório Pedagógico ENEM (2007, p. 39-40):

A teoria de desenvolvimento cognitivo proposta e desenvolvida por Jean Piaget, com cuidadosa fundamentação em dados empíricos, empresta contribuições das mais relevantes para a compreensão da avaliação que se estrutura com o Enem. Para Piaget (1936)9 a inteligência é um “termo

genérico designando as formas superiores de organização ou de equilíbrio das estruturas cognitivas (…) a inteligência é essencialmente um sistema de operações vivas e atuantes”. Envolve uma construção permanente do sujeito em sua interação com o meio físico e social. Sua avaliação consiste na investigação das estruturas do conhecimento que são as competências cognitivas. Para Piaget, as operações cognitivas possuem continuidade do ponto de vista biológico e podem ser divididas em estágios ou períodos que possuem características estruturais próprias, as quais condicionam e qualificam as interações com o meio físico e social. Deve-se ressaltar que o estágio de desenvolvimento cognitivo que corresponde ao término da escolaridade básica no Brasil denomina-se período das operações formais, marcado pelo advento do raciocínio hipotético-dedutivo. É nesse período

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PIAGET, J. A equilibração das estruturas cognitivas: problema central do desenvolvimento de Marion Merlone dos Santos Penna. Rio de Janeiro: Zahar, 1976.

que o pensamento científico torna-se possível, manifestando-se pelo controle de variáveis, teste de hipóteses, verificação sistemática e consideração de todas as possibilidades na análise de um fenômeno. Para Piaget, ao atingir esse período, os jovens passam a considerar o real como uma ocorrência entre múltiplas e exaustivas possibilidades. O raciocínio pode agora ser exercido sobre enunciados puramente verbais ou sobre proposições. Outra característica desse período de desenvolvimento, segundo Piaget, consiste no fato de serem as operações formais, operações à segunda potência, ou seja, enquanto a criança precisa operar diretamente sobre os objetos, estabelecendo relações entre elementos visíveis, no período das operações formais o jovem torna-se capaz de estabelecer relações entre relações. Outra característica das operações formais é que elas constituem uma combinatória que permite que os jovens considerem todas as possibilidades de combinação de elementos de uma dada operação mental e sistematicamente testem em cada uma delas para determinar qual é a combinação que o levará a um resultado desejado.

As competências gerais que são avaliadas no ENEM estão estruturadas com base nas competências descritas nas operações formais da teoria de Piaget, tais como a capacidade de considerar todas as possibilidades para resolver um problema; a capacidade de formular hipóteses; de combinar todas as possibilidades e separar variáveis para testar influência de diferentes fatores; o uso do raciocínio hipotéticodedutivo, da interpretação, análise, comparação e argumentação, e a generalização dessas operações a diversos conteúdos. Assim, para o ENEM:

Competências são as modalidades estruturais da inteligência, ou melhor, ações e operações que utilizamos para estabelecer relações com e entre objetos, situações, fenômenos e pessoas que desejamos conhecer. As habilidades decorrem das competências adquiridas e referem-se ao plano imediato do "saber fazer". Por meio das ações e operações, as habilidades aperfeiçoam-se e articulam-se, possibilitando nova reorganização das competências. (BRASIL, 2002, p. 11)

O documento Exame Nacional do Ensino Médio – Fundamentação Teórico- Metodológica (BRASIL, 2005) destaca que tanto o PCNEM quanto o ENEM baseiam-se no desenvolvimento de competências e habilidades, sem uma relação de hierarquia entre cada uma delas.

A colaboração, complementaridade e integração entre os conteúdos das diversas áreas de conhecimento presentes nas propostas curriculares das escolas brasileiras compõem a concepção de conhecimento da Matriz, que acredita que

conhecer é construir e reconstruir significados continuamente, mediante o estabelecimento de relações de múltipla natureza, individuais e sociais.

A Matriz de Competências pressupõe:

ainda, que a competência de ler compreender, interpretar e produzir textos, no sentido amplo do termo, não se desenvolve unicamente na aprendizagem da Língua Portuguesa, mas em todas as áreas e disciplinas que estruturam as atividades pedagógicas na escola. O participante deve, portanto, demonstrar, concomitantemente, possuir instrumental de comunicação e expressão adequado, tanto para a compreensão de um problema matemático quanto para a descrição de um processo físico, químico ou biológico e, mesmo, para a percepção das transformações de espaço/tempo da história, da geografia e da literatura. Com essa estrutura conceitual, o exame vem sinalizando a necessidade de vincular a educação básica ao exercício da cidadania já que considera o jovem cidadão exercendo dois papéis distintos, porém complementares: o de "leitor" e o de "escritor" do mundo que o cerca. (BRASIL, 2002, p. 13-14)

Sendo assim, o estudante é considerado “escritor” na parte que solicita a elaboração do texto proposto conforme temática da Redação e exerce o papel de “leitor” do mundo que o cerca na realização das questões de múltipla escolha da parte objetiva.

De acordo com o descrito no portal do INEP (INEP, 2009):

As questões do ENEM estruturam-se de forma a verificar se o participante é capaz de ler e interpretar textos de linguagem verbal, visual (fotos, mapas, pinturas, gráficos, entre outros) e enunciados: identificando e selecionando informações centrais e periféricas; inferindo informações, temas, assuntos, contextos; justificando a adequação da interpretação; compreendendo os elementos implícitos de construção do texto, como organização, estrutura, intencionalidade, assunto e tema; analisando os elementos constitutivos dos textos, de acordo com sua natureza, organização ou tipo; comparando os códigos e linguagens entre si, reelaborando, transformando e reescrevendo (resumos, paráfrases e relatos).

Dessa forma, pretende-se verificar como o conhecimento assim construído pode ser efetivado pelo estudante através da demonstração de sua autonomia de julgamento e de ação, de atitudes, de valores e de procedimentos diante de situações-problema condizentes com as condições reais de convívio social e de trabalho individual e coletivo. Algumas dessas competências podem ter um apelo

mais técnico-científico e outra mais artístico-cultural, mas todas estão integradas ainda que distintas, sendo cada qual parte fundamental para o desenvolvimento das habilidades previstas.

O Ministério da Educação ressalta que a Matriz de Referência para o ENEM foi elaborada por um grupo de profissionais da Educação, entre eles, especialistas em psicologia do desenvolvimento, pesquisadores e professores das diferentes áreas de conhecimento e especialistas em psicometria.

O ENEM possibilita aos estudantes uma autoavaliação sobre seu desempenho acadêmico e também o resultado é utilizado como critério de seleção para os estudantes de escolas públicas que pretendem concorrer a uma bolsa no Programa Universidade para todos (ProUni)10. Além disso, os resultados, a cada ano, vêm sendo utilizados com maior intensidade pelas Instituições de Ensino Superior em seus processos seletivos, seja de forma complementar ou substitutiva ao vestibular.

O exame ocorre anualmente com aplicação descentralizada das provas e com caráter voluntário para os estudantes que estão concluindo ou já concluiram o Ensino Médio em qualquer um de seus cursos em anos anteriores, podendo o estudante participar dos exames quantas vezes julgar pertinente. Devido ao seu caráter opcional, os interessados em participar dos exames pagam uma taxa de inscrição destinada ao pagamento dos serviços relativos à elaboração, à aplicação das provas e ao processamento dos seus resultados, mas, para casos específicos definidos na Portaria MEC nº 438/98, existe a isenção da taxa de inscrição.

Durante 11 anos (1998/2008), o exame foi realizado apenas em um dia, com duração de 5 (cinco) horas, através de uma prova única composta por uma proposta de Redação e 63 questões objetivas de múltipla escolha, onde cada uma das 21 habilidades eram avaliadas três vezes, gerando assim as 63 questões.

O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), na sua primeira edição em 1998, contou com 157.221 mil inscritos elevando seu número de inscritos para 4 milhões em 2008, conforme demonstra o Gráfico 02.

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A partir de 2004 o Enem tornou-se um dos critérios de seleção para o ProUni, programa instituído pelo Ministério da Educação, para a concessão de bolsas de estudo integrais e bolsas de estudo parciais de 50% (meia-bolsa) para cursos de graduação e sequenciais de formação específica, em instituições privadas de ensino superior, com ou sem fins lucrativos.

Gráfico 02 – Brasil: Distribuição dos inscritos no ENEM por ano de realização

(1998/2008)

Fonte: MEC/Inep/Enem

Segundo o Relatório Pedagógico ENEM (2007, p. 35-36), o crescente aumento do número de inscritos:

deve-se não somente ao fato de ter se tornado um dos pré-requisitos para obtenção de uma bolsa do Prouni, mas, também, pela credibilidade e reconhecimento adquiridos nestes anos pela qualidade de sua prova e pelo ineditismo da abordagem que faz dos resultados obtidos pelos jovens que o realizam visando tanto a continuidade de seus estudos quanto a inserção no mundo do trabalho. Em que pese a significativa abrangência do Enem 2007, o caráter voluntário do Exame impede que esse total ainda represente a população de todos os concluintes, seja nos estados ou no Brasil.

Cabe salientar que cada uma das cinco competências que estruturam o exame, embora correspondam a domínios específicos da estrutura mental, funcionam de forma orgânica e integrada, conforme expressa a Figura 01 através do esquema

síntese11 da relação entre as competências e habilidades que compõem a base de avaliação das estruturas da inteligência utilizadas pelo ENEM.

Figura 01 – Esquema síntese da relação entre as competências e habilidades que compõem a base de avaliação das estruturas da inteligência utilizadas pelo ENEM

I. Dominar linguagens II. Compreender fenômenos III. Enfrentar situações-problema

IV. Construir argumentações V. Elaborar propostas

Fonte: Documento Básico ENEM, BRASIL, 2002

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Também salienta-se que as 693 questões que foram realizadas durante os 11 anos do ENEM embasavam-se em 5 grandes competências avaliadas através das 21 habilidades, descritas a seguir nos Quadros 01 e 02:

Quadro 01 – 5 Grandes Competências do ENEM

I. Dominar linguagens (DL):

dominar a norma culta da Língua Portuguesa e fazer uso das linguagens matemática, artística e científica.

II. Compreender fenômenos (CF):

construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para a compreensão de fenômenos naturais, de processos histórico-geográficos, da

produção tecnológica e das

manifestações artísticas.

III. Enfrentar situações-problema (SP):

selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e informações representados de diferentes formas, para tomar decisões e enfrentar situações-problema.

IV. Construir Argumentação (CA):

relacionar informações, representadas em diferentes formas, e conhecimentos disponíveis em situações concretas,

para construir argumentação

consistente.

V. Elaborar propostas (EP):

recorrer aos conhecimentos

desenvolvidos na escola para elaboração de propostas de intervenção solidária na realidade, respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural12.

Quadro 02 – 21 Habilidades do ENEM

I. Dada a descrição discursiva ou por ilustração de um experimento ou fenômeno,

de natureza científica, tecnológica ou social, identificar variáveis relevantes e selecionar os instrumentos necessários para realização ou interpretação do mesmo.

II. Em um gráfico cartesiano de variável socioeconômica ou técnico-científica,

identificar e analisar valores das variáveis, intervalos de crescimento ou decréscimo e taxas de variação.

III. Dada uma distribuição estatística de variável social, econômica, física, química

ou biológica, traduzir e interpretar as informações disponíveis, ou reorganizá-las, objetivando interpolações ou extrapolações.

IV. Dada uma situação-problema, apresentada em uma linguagem de determinada

área de conhecimento, relacioná-la com sua formulação em outras linguagens ou vice-versa.

V. A partir da leitura de textos literários consagrados e de informações sobre

concepções artísticas, estabelecer relações entre eles e seu contexto histórico, social, político ou cultural, inferindo as escolhas dos temas, gêneros discursivos e recursos expressivos dos autores.

VI. Com base em um texto, analisar as funções da linguagem, identificar marcas de

variantes lingüísticas de natureza sociocultural, regional, de registro ou de estilo, e explorar as relações entre as linguagens coloquial e formal.

VII. Identificar e caracterizar a conservação e as transformações de energia em

diferentes processos de sua geração e uso social, e comparar diferentes recursos e opções energéticas.

VIII. Analisar criticamente, de forma qualitativa ou quantitativa, as implicações

ambientais, sociais e econômicas dos processos de utilização dos recursos naturais, materiais ou energéticos.

IX. Compreender o significado e a importância da água e de seu ciclo para a

manutenção da vida, em sua relação com condições socioambientais, sabendo quantificar variações de temperatura e mudanças de fase em processos naturais e de intervenção humana.

X. Utilizar e interpretar diferentes escalas de tempo para situar e descrever

vida, variações populacionais e modificações no espaço geográfico.

XI. Diante da diversidade da vida, analisar, do ponto de vista biológico, físico ou

químico, padrões comuns nas estruturas e nos processos que garantem a continuidade e a evolução dos seres vivos.

XII. Analisar fatores socioeconômicos e ambientais associados ao desenvolvimento,

às condições de vida e saúde de populações humanas, por meio da interpretação de diferentes indicadores.

XIII. Compreender o caráter sistêmico do planeta e reconhecer a importância da

biodiversidade para preservação da vida, relacionando condições do meio e intervenção humana.

XIV. Diante da diversidade de formas geométricas planas e espaciais, presentes na

natureza ou imaginadas, caracterizá-las por meio de propriedades, relacionar seus elementos, calcular comprimentos, áreas ou volumes, e utilizar o conhecimento geométrico para leitura, compreensão e ação sobre a realidade.

XV. Reconhecer o caráter aleatório de fenômenos naturais ou não e utilizar em

situações-problema processos de contagem, representação de freqüências relativas, construção de espaços amostrais, distribuição e cálculo de probabilidades.

XVI. Analisar, de forma qualitativa ou quantitativa, situações-problema referentes a

perturbações ambientais, identificando fonte, transporte e destino dos poluentes, reconhecendo suas transformações; prever efeitos nos ecossistemas e no sistema produtivo e propor formas de intervenção para reduzir e controlar os efeitos da poluição ambiental.

XVII. Na obtenção e produção de materiais e de insumos energéticos, identificar

etapas, calcular rendimentos, taxas e índices, e analisar implicações sociais, econômicas e ambientais.

XVIII. Valorizar a diversidade dos patrimônios etnoculturais e artísticos,

identificando-a em suas manifestações e representações em diferentes sociedades, épocas e lugares.

XIX. Confrontar interpretações diversas de situações ou fatos de natureza histórico-

geográfica, técnico-científica, artístico-cultural ou do cotidiano, comparando diferentes pontos de vista, identificando os pressupostos de cada interpretação e analisando a validade dos argumentos utilizados.

contexto histórico e geográfico.

XXI. Dado um conjunto de informações sobre uma realidade histórico-geográfica,

contextualizar e ordenar os eventos registrados, compreendendo a importância dos fatores sociais, econômicos, políticos ou culturais13.

A Redação deve ser estruturada na forma de texto em prosa do tipo dissertativo-argumentativo, a partir da proposta de um tema de ordem social, científica, cultural ou política. Nela as cinco competências avaliadas são as mesmas avaliadas na parte objetiva da prova, traduzidas para uma situação específica de produção de texto, conforme detalhado no Quadro 03:

Quadro 03 - 5 Competências do ENEM para Redação

I. Demonstrar domínio da norma culta da língua escrita.

II. Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de

conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo.

III. Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e

argumentos em defesa de um ponto de vista.

IV. Demonstrar conhecimento dos mecanismos lingüísticos necessários para a

construção da argumentação.

V. Elaborar proposta de solução para o problema abordado, mostrando respeito aos

valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.14

Salienta-se que ao longo das 11 edições do ENEM os temas abordados nas Redações foram:

1998 – Viver e Aprender – tendo como base a música “O Que é? O Que é”? de

Gonzaguinha

1999 – Cidadania e a Participação Social

2000 – Os Direitos das Crianças e dos Adolescentes 2001 – A Preservação Ambiental

13 Fonte: Portaria MEC nº 438, de 28 de maio de 1998 - Institui o Exame Nacional do Ensino Médio

– ENEM.

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2002 – O direito de votar: como utilizar-se do voto para promover as transformações

sociais de que o Brasil precisa?

2003 – A violência na sociedade brasileira: como mudar as regras desse jogo? 2004 – A Liberdade de Informação e os Abusos dos Meios de Comunicação. 2005 – O Trabalho Infantil

2006 – O Poder de Transformação da Leitura 2007 – A Diversidade Cultural

2008 – A Preservação da Floresta Amazônica

Destaca-se que o ENEM, ao mesmo tempo em que proporciona ao estudante uma avaliação individual de desempenho por competências, oportuniza às escolas avaliarem a sua performance e possibilita ao poder público, a partir dos resultados, dimensionar e localizar as lacunas que dificultam a qualidade do processo educacional brasileiro.

Nesse sentido, o ENEM vem consolidando o seu papel de valioso instrumento para subsidiar e adequar as políticas educacionais do país ao longo dos tempos. Diante disso, para atender as demandas da contemporaneidade, o ENEM está em constante processo de reestruturação, fato que se pode evidenciar com maior intensidade no Novo ENEM 2009.

7.2 Exame Nacional do Ensino Médio 2009: Reestruturação da Avaliação de