SUMÁRIO
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Diabetes tipo
3. Exercícios
O exercício físico regular deve fazer parte do esquema de tratamento dos diabéticos, como forma de melhorar seu grau de controle da glicemia.
O exercício físico não substitui a insulina e deve ser encarado como uma media de apoio e não como objetivo terapêutico por si só.
O exercício físico causa uma melhora notável no controle metabólico e bem estar do diabético compensado. Evitar indicar exercício físico no diabético descompensado, pois pode ser deletério nestes pacientes.
Como para qualquer pessoa, o exercício só será benéfico quando praticado de forma regular e gradativa, sendo que exercícios exagerados em pessoas não preparadas, além de não trazerem benefícios, podem ser deletérios. O tipo de exercício deve ser adequado às possibilidades e limitações do
paciente, considerando-se as possíveis complicações do diabetes, como retinopatia, nefropatia, neuropatia, etc.
A possibilidade de hipoglicemia deve ser sempre levada em conta durante a prática de exercícios, e o diabético deve ser instruído a avaliar seu estado glicemico antes de iniciar o exercício. É importante salientar que, após exercício intenso, as necessidades insulínicas estarão diminuídas por um período prolongado, enquanto se processa o reestabelecimento dos estoques de glicogênio gastos e, portanto, a hipoglicemia pode sobrevir mesmo algum tempo após o término do exercício propriamente dito. Conforme o grau de controle, o diabético deve alimentar-se antes do inicio do exercício, proporcionalmente à expectativa da intensidade do mesmo. Além disso, deve sempre contar com alimentos ricos em açúcar, para o caso de ocorrer hipoglicemia.
O esquema terapêutico de insulina deve ser adaptado conforme a resposta individual ao programa de treinamento físico.
Nos diabéticos do tipo 2 incentivar os exercícios aeróbicos (caminhada, natação, ciclismo).
9.2 TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA
Monoterapia
1.Sulfoniluréias (glibenclamida) 5mg. 2.Biguanidas (metformina) 850 mg.
3.Insulina – NPH humana, humana regular, lantus.
Drogas hipoglicemicas devem ser usadas (a não ser que o paciente esteja descompensado) apenas quando após 2 ou 3 meses de exercício e dieta não obtiverem sucesso no controle do diabetes tipo 2. os hipoglicemiantes orais não devem ser usados durante a gravidez.
1.Sulfoniluréias
Constitui-se na primeira escolha de droga hipoglicemiante nos indivíduos tipo 2 não obesos. As sulfoniluréias são principalmente indicadas nos seguintes casos:
Pacientes diabéticos tipo 2 que mesmo tendo células beta funcionantes, não conseguem obter controle glicemico satisfatório apenas com dieta e prática de exercício físico.
Que apresentam histórico de diagnóstico de Diabetes Mellitus tipo 2 a menos de 5 anos (com mais de 5 anos de doença geralmente a desnutrição das células não permite mais que o pâncreas responda ao estimulo das sulfoniluréias).
Sulfoniluréias Disponíveis na Rede Básica
Nome Mg/compr. Meia-Vida Dose Mínima Dose Máxima Excreção Glibenclamida DaonilR EugluconR LisagluconR
5 12 horas ½ Compr. 4 Compr. Renal/ Biliar
As sulfoniluréias podem perder seu efeito terapêutico na evolução do diabetes (falência secundária).
Administração
Glibenclamida: iniciar com ½ comprimido 1 hora antes da principal refeição, aumentar até 3 comprimidos diária distribuídos antes do almoço, jantar e café da manhã. Exemplo de dose plena. 1 comprimido no café da manhã, 1 ½ no almoço e 1 no jantar.
Efeitos Colaterais
Geralmente leves e auto limitados.
2. Biguanidas
Constitui-se na primeira escolha para indivíduos diabéticos obesos, sobretudo quando apresentam manifestações concomitantes de dislipidemia, hipertensão e hiperinsulinemia. Entre as biguanidas, apenas a metformina deve ser usada. A metformina não deve ser usada em indivíduos diabéticos com probabilidade de desenvolver acidose láctica, insuficiência renal, hepática, insuficiência cardíaca ou respiratória, presença de infecção, idade avançada, gravidez ou alcoolismo.
Administração
Metformina: iniciar com ½ comprimido pela manhã, caso não compense, aumentar para 1 comprimido cedo, aguardar alguns dias para aumentar a dose em ½ a 1 comprimido a tarde.
Nome Mg/compr. Meia-Vida Dose Mínima Dose Máxima Excreção Metmorfina GlucoforminR GlifageR DimeforR 500 e 850 17 – 24 horas 500 mg 2500 mg Renal
Efeitos Colaterais
Distúrbios digestivos como diarréia, anorexia e gosto metálico são freqüentes. A acidose lática atualmente rara, é um efeito colateral grave.
Falência Primária dos Agentes Orais
Ocorre em 6 meses ou menos.
Diabetes tipo 1 erroneamente diagnosticado como tipo 2. Pacientes abaixo dos 40 anos.
Indivíduos magros. Historia de cetose.
Falência Secundária dos Agentes Orais
Comunidade ocorre após 5 – 10 anos.
Combinação de sulfoniluréias e biguanida pode ser útil. O paciente evolui para necessidade de insulina.
Glicemia de jejum > 200 mg/dl persistente requer tratamento insulínico.
3. INSULINAS
São divididas de acordo com sua origem (bovina, porcina, humana e analopos) e sua farmacocinética (NHP, inicio de ação de 1 a 3h, pico de ação de 5 a 7h, duração de 13 a 18h; regular, inicio de ação 0,5 a 1h, pico de ação de 1,0 a 4 horas, duração 4 a 10h; Lantus, inicio 2 horas, sem pico de ação e duração de 24 horas)
É tratamento de escolha nos pacientes com DMI.
Nos pacientes com DM2, a insulina deve ser considerada quando, apesar do tratamento com hipoglicemiantes orais, ocorrem as seguintes situações:
Quadro clínico sugestivo de insulinopenia. Surgimento de disfunção renal grave.
Glicemia de jejum > 140 ou HbAIC > 8%, apesar do uso de hipoglicemiantes orais.
A insulinoterapia também está indicada temporariamente durante a gravidez e em doenças agudas como sepse, IAM, e complicações agudas hiperglicemicas (estado hiperglicemico hiperosmolar e cetoacidose diabética.
Diferentes esquemas de insulinoterapia podem ser utilizados e devem ser individualizados para cada paciente.
1.Adição de insulina aos hipoglicemiantes orais: é aplicada uma dose de insulina ao deitar (bedtime), mantendo-se os hipoglicemiantes orais durante o dia.
Os pacientes que mais se beneficiam são: obesos, DM com diagnóstico há menos de 10 – 15 anos.
DM diagnosticado após os 35 anos.
A dose inicial pode ser de 7-10 unidades de NPH ou lantus em pacientes magros e 12-15 unidades em obesos. A dose será ajustada em 3 a 5 unidades a cada 3 ou 4 dias, até que a glicemia de jejum se mantenha persistentemente entre 70 a 140 mg/dl.
2.Insulina de ação intermediaria (NPH), uma ou duas vezes ao dia.
3.Insulina de ação intermediária (NPH) e rápida ® misturadas duas vezes ao dia: mais comumente aplica-se uma mistura contendo 30% de regular e 70% de NPH antes do café da manhã e do jantar aproximadamente 60 a 85% da dose é dada cedo e 35 – 40% é dada a noite.