Sobre a exportação de bens, não há a incidência da COFINS, nos termos do
art. 6° da Lei n. 10.833/03:
Art. 6º A COFINS não incidirá sobre as receitas
decorrentes das operações de:
I -exportação de mercadorias para o exterior;
(...)
III -vendas a empresa comercial exportadora com o
fim específico de exportação.
4.4 Venda de produtos nacionais
De acordo com a Cartilha de Incentivos Fiscais, disponível no sítio eletrônico
da SUFRAMA
10, o incentivo consiste em redução das alíquotas incidentes sobre as
9
STJ - AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO : AgRg no Ag 1295452 DF
2010/0062652-5
10
Disponível no ste:
http://www.suframa.gov.br/noticias/arquivos/Cartilha_Incentivos_Fiscais_PORT_VF_04_10_2014.pdf.
operações de vendas de produzidos na Zona Franca de Manaus e vendidos por
empresa industrial estabelecida na ZFM, com projeto aprovado pela SUFRAMA,
aplicando-se alíquotas diferenciadas. Tais incentivos são previstos no art. 2°, §§ 5° e
6°, da Lei n.10.833/03.
Art. 2
oPara determinação do valor da COFINS aplicar-se-á, sobre a base de
cálculo apurada conforme o disposto no art. 1
o, a alíquota de 7,6% (sete
inteiros e seis décimos por cento).
(...)
§ 5
oExcetua-se do disposto no caput deste artigo a receita bruta auferida
por pessoa jurídica industrial estabelecida na Zona Franca de Manaus,
decorrente da venda de produção própria, consoante projeto aprovado pelo
Conselho de Administração da Superintendência da Zona Franca de
Manaus – SUFRAMA, que fica sujeita, ressalvado o disposto nos §§ 1
oa 4
odeste artigo, às alíquotas de:
I - 3% (três por cento), no caso de venda efetuada a pessoa jurídica
estabelecida:
a) na Zona Franca de Manaus; e
b) b) fora da Zona Franca de Manaus, que apure a COFINS no
regime de não-cumulatividade;
II - 6% (seis por cento), no caso de venda efetuada a:
a) pessoa jurídica estabelecida fora da Zona Franca de Manaus, que
apure o imposto de renda com base no lucro presumido;
b) pessoa jurídica estabelecida fora da Zona Franca de Manaus, que
apure o imposto de renda com base no lucro real e que tenha sua receita,
total ou parcialmente, excluída do regime de incidência não-cumulativa da
COFINS;
c) pessoa jurídica estabelecida fora da Zona Franca de Manaus e que
seja optante pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e
Contribuições - SIMPLES; e
d) órgãos da administração federal, estadual, distrital e municipal.
§ 6
oO disposto no § 5
otambém se aplica à receita bruta auferida por
pessoa jurídica industrial ou comercial estabelecida nas Áreas de Livre
Comércio de que tratam as Leis n
os7.965, de 22 de dezembro de 1989,
8.210, de 19 de julho de 1991, e 8.256, de 25 de novembro de 1991, o art.
11 da Lei n
o8.387, de 30 de dezembro de 1991, e a Lei n
o8.857, de 8 de
março de 1994.
Por fim, entende o STJ que as vendas feitas por empresas localizadas na
ZFM dentro dessa mesma localidade são isentas da COFINS, equiparando-se à
exportação, conforme disposto no art. 4° da Lei n. 288/67. O Recurso Especial n.
1.276.540/AM foi interposto pela Fazenda Nacional contra a Samsung do Brasil
Ltda.
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. ART. 535, II,
DO CPC. ALEGAÇÕES GENÉRICAS. SÚMULA 284/STF. ARTS. 110, 111,
176 E 177, DO CTN. PREQUESTIONAMENTO. AUSÊNCIA. SÚMULA
211/STJ. DESONERAÇÃO DO PIS E DA COFINS. PRODUTOS
DESTINADOS À ZONA FRANCA DE MANAUS. ART. 4º DO DL 288/67.
INTERPRETAÇÃO. EMPRESAS SEDIADAS NA PRÓPRIA ZONA
FRANCA. CABIMENTO.
1. O provimento do recurso especial por contrariedade ao art. 535, II, do
CPC pressupõe seja demonstrado, fundamentadamente, entre outros, os
seguintes motivos: (a) a questão supostamente omitida foi tratada na
apelação, no agravo ou nas contrarrazões a estes recursos, ou, ainda, que
se cuida de matéria de ordem pública a ser examinada de ofício, a qualquer
tempo, pelas instâncias ordinárias; (b) houve interposição de aclaratórios
para indicar à Corte local a necessidade de sanear a omissão; (c) a tese
omitida é fundamental à conclusão do julgado e, se examinada, poderia
levar à sua anulação ou reforma; e (d) não há outro fundamento autônomo,
suficiente para manter o acórdão. Esses requisitos são cumulativos e
devem ser abordados de maneira fundamentada na petição recursal, sob
pena de não se conhecer da alegativa por deficiência de fundamentação,
dada a generalidade dos argumentos apresentados.
2. No caso, a recorrente apontou violação do art. 535, II, do CPC, porque o
aresto impugnado teria sido omisso quanto aos arts. 110, 111, 176 e 177,
do CTN, sem explicitar, contudo, os diversos requisitos acima mencionados.
Limitou-se a defender a necessidade de prequestionamento para fins de
interposição dos recursos extremos. Incidência da Súmula 284/STF.
3. A ausência de prequestionamento - arts. 110, 111, 176 e 177, do CTN -
obsta a admissão do apelo, nos termos da Súmula 211/STJ.
4. A tese de violação do art. 110 do CTN não se comporta nos estreitos
limites do recurso especial, já que, para tanto, faz-se necessário examinar a
regra constitucional de competência, tarefa reservada à Suprema Corte, nos
termos do art. 102 da CF/88. Precedentes.
5. As operações com mercadorias destinadas à Zona Franca de
Manaus são equiparadas à exportação para efeitos fiscais, conforme
disposto no art. 4º do Decreto-Lei 288/67, de modo que sobre elas não
incidem as contribuições ao PIS e à Cofins. Precedentes do STJ.
6. O benefício fiscal também alcança as empresas sediadas na própria
Zona Franca de Manaus que vendem seus produtos para outras na
mesma localidade. Interpretação calcada nas finalidades que
presidiram a criação da Zona Franca, estampadas no próprio DL
288/67, e na observância irrestrita dos princípios constitucionais que
impõem o combate às desigualdades sócio-regionais.
7. Recurso especial conhecido em parte e não provido. (STJ - Segunda
Turma - REsp 1.276.540/AM - Relator Ministro Castro Meira - Data do
Julgamento: 16/02/2012 - Data da Publicação/Fonte DJe: 05/03/2012).
5 CONCLUSÃO
Após muita leitura a respeito do tema, é possível tecer alguns comentários
pertinentes, iniciando pelo fato de que os tópicos discutidos são de uma
complexidade imensa, nos deixando bastante confusos com alguns aspectos da
COFINS. Podemos citar entre eles o seus histórico, suas bases de cálculo, o próprio
cálculo, as exceções à sua cobrança, dentre outros. Sem falar, que os livros mais
tradicionais e atuais que tratam do Direito Tributário se mostraram incompletos no
estudo do assunto.
Isto ocorre porque, além de ser um tributo cuja história mostrou ser
inconsistente em determinados momentos, quanto a sua cobrança, ele também
deixa um lastro infinito de exceções à sua cobrança. Tudo isso pode ser
caraterizado como uma confusão, das grandes.
O presente objeto de estudo, no entanto, é bastante interessante quando se
trata dos casos se sua imunidade, isenção e não incidência, pois, apenas nestas
possibilidades é que o trabalhador brasileiro, mais especificamente o empresário,
poderá respirar economicamente, já que a COFINS é apenas um dos milhares de
tributos cobrados em nosso país.
Saber dizer aonde o dinheiro arrecadado pela COFINS é aplicado é fácil, pois
os livros nos ensinam. Ver onde ela está sendo aplicada, aí já é mais difícil.
Chegamos à conclusão, portanto, de que é um tema difícil de ser abordado e
que, se estudado a fundo, nos leva a ter a sensação de sermos bobos da corte no
Brasil, trabalhando para dar felicidade aos que elaboram, aplicam e usam as leis em
seu favor, esquecendo que o povo deveria ser o verdadeiro rei da história.
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ampl. Rio de Janeiro: Editora Forense. São Paulo: Editora Método, 2015.
BALEEIRO, Aliomar. Direito Tributário Brasileiro. 10. Ed. Rio de Janeiro: Editora
Forense, 1992.
BRASIL. Constituição Federal do Brasil (1988). Constituição da República
Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.
BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). 34 ed. São Paulo: Saraiva,
2007.
BORBA, Claudio. Direito Tributário. 27ª ed. Rio de Janeiro: Editora Forense; São
Paulo: Editora Método, 2015.
FREITAS, Cristiano. Qual a diferença entre lucro real e lucro presumido? Qual
escolher?. Artigo de publicação online. Publicado em 15 de julho de 2014.
Disponível em: <
http://www.syhus.com.br/2014/07/15/qual-diferenca-entre-lucro-real-e-lucro-presumido-qual-escolher/>. Acesso em 05 de março de 2016.
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL. RECEITA FEDERAL. Contribuição para o
PIS/Pasep e COFINS. Disponível em:
<http://www.receita.fazenda.gov.br/pessoajuridica/pispasepcofins/> Acessado em 04
de março de 2016.
PAULSEN, Leandro. Direito Tributário - Constituição e Código Tributário à Luz
da Doutrina e da Jurisprudência. 14.ª Ed. Porto Alegra: Livraria do Advogado
Editora Ltda, 2012.
SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. 1ª ed. São Paulo: Editora
Saraiva, 2015.
SCHÖNTAG, José Antonio. A COFINS – Uma breve história. Artigo de publicação
online. Disponível em: <http://fgvprojetos.fgv.br/artigos/cofins-uma-breve-historia>.
No documento
COFINS NA ZONA FRANCA DE MANAUS
(páginas 31-36)