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Exportação de produtos

No documento COFINS NA ZONA FRANCA DE MANAUS (páginas 31-36)

Sobre a exportação de bens, não há a incidência da COFINS, nos termos do

art. 6° da Lei n. 10.833/03:

Art. 6º A COFINS não incidirá sobre as receitas

decorrentes das operações de:

I -exportação de mercadorias para o exterior;

(...)

III -vendas a empresa comercial exportadora com o

fim específico de exportação.

4.4 Venda de produtos nacionais

De acordo com a Cartilha de Incentivos Fiscais, disponível no sítio eletrônico

da SUFRAMA

10

, o incentivo consiste em redução das alíquotas incidentes sobre as

9

STJ - AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO : AgRg no Ag 1295452 DF

2010/0062652-5

10

Disponível no ste:

http://www.suframa.gov.br/noticias/arquivos/Cartilha_Incentivos_Fiscais_PORT_VF_04_10_2014.pdf.

operações de vendas de produzidos na Zona Franca de Manaus e vendidos por

empresa industrial estabelecida na ZFM, com projeto aprovado pela SUFRAMA,

aplicando-se alíquotas diferenciadas. Tais incentivos são previstos no art. 2°, §§ 5° e

6°, da Lei n.10.833/03.

Art. 2

o

Para determinação do valor da COFINS aplicar-se-á, sobre a base de

cálculo apurada conforme o disposto no art. 1

o

, a alíquota de 7,6% (sete

inteiros e seis décimos por cento).

(...)

§ 5

o

Excetua-se do disposto no caput deste artigo a receita bruta auferida

por pessoa jurídica industrial estabelecida na Zona Franca de Manaus,

decorrente da venda de produção própria, consoante projeto aprovado pelo

Conselho de Administração da Superintendência da Zona Franca de

Manaus – SUFRAMA, que fica sujeita, ressalvado o disposto nos §§ 1

o

a 4

o

deste artigo, às alíquotas de:

I - 3% (três por cento), no caso de venda efetuada a pessoa jurídica

estabelecida:

a) na Zona Franca de Manaus; e

b) b) fora da Zona Franca de Manaus, que apure a COFINS no

regime de não-cumulatividade;

II - 6% (seis por cento), no caso de venda efetuada a:

a) pessoa jurídica estabelecida fora da Zona Franca de Manaus, que

apure o imposto de renda com base no lucro presumido;

b) pessoa jurídica estabelecida fora da Zona Franca de Manaus, que

apure o imposto de renda com base no lucro real e que tenha sua receita,

total ou parcialmente, excluída do regime de incidência não-cumulativa da

COFINS;

c) pessoa jurídica estabelecida fora da Zona Franca de Manaus e que

seja optante pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e

Contribuições - SIMPLES; e

d) órgãos da administração federal, estadual, distrital e municipal.

§ 6

o

O disposto no § 5

o

também se aplica à receita bruta auferida por

pessoa jurídica industrial ou comercial estabelecida nas Áreas de Livre

Comércio de que tratam as Leis n

os

7.965, de 22 de dezembro de 1989,

8.210, de 19 de julho de 1991, e 8.256, de 25 de novembro de 1991, o art.

11 da Lei n

o

8.387, de 30 de dezembro de 1991, e a Lei n

o

8.857, de 8 de

março de 1994.

Por fim, entende o STJ que as vendas feitas por empresas localizadas na

ZFM dentro dessa mesma localidade são isentas da COFINS, equiparando-se à

exportação, conforme disposto no art. 4° da Lei n. 288/67. O Recurso Especial n.

1.276.540/AM foi interposto pela Fazenda Nacional contra a Samsung do Brasil

Ltda.

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. ART. 535, II,

DO CPC. ALEGAÇÕES GENÉRICAS. SÚMULA 284/STF. ARTS. 110, 111,

176 E 177, DO CTN. PREQUESTIONAMENTO. AUSÊNCIA. SÚMULA

211/STJ. DESONERAÇÃO DO PIS E DA COFINS. PRODUTOS

DESTINADOS À ZONA FRANCA DE MANAUS. ART. 4º DO DL 288/67.

INTERPRETAÇÃO. EMPRESAS SEDIADAS NA PRÓPRIA ZONA

FRANCA. CABIMENTO.

1. O provimento do recurso especial por contrariedade ao art. 535, II, do

CPC pressupõe seja demonstrado, fundamentadamente, entre outros, os

seguintes motivos: (a) a questão supostamente omitida foi tratada na

apelação, no agravo ou nas contrarrazões a estes recursos, ou, ainda, que

se cuida de matéria de ordem pública a ser examinada de ofício, a qualquer

tempo, pelas instâncias ordinárias; (b) houve interposição de aclaratórios

para indicar à Corte local a necessidade de sanear a omissão; (c) a tese

omitida é fundamental à conclusão do julgado e, se examinada, poderia

levar à sua anulação ou reforma; e (d) não há outro fundamento autônomo,

suficiente para manter o acórdão. Esses requisitos são cumulativos e

devem ser abordados de maneira fundamentada na petição recursal, sob

pena de não se conhecer da alegativa por deficiência de fundamentação,

dada a generalidade dos argumentos apresentados.

2. No caso, a recorrente apontou violação do art. 535, II, do CPC, porque o

aresto impugnado teria sido omisso quanto aos arts. 110, 111, 176 e 177,

do CTN, sem explicitar, contudo, os diversos requisitos acima mencionados.

Limitou-se a defender a necessidade de prequestionamento para fins de

interposição dos recursos extremos. Incidência da Súmula 284/STF.

3. A ausência de prequestionamento - arts. 110, 111, 176 e 177, do CTN -

obsta a admissão do apelo, nos termos da Súmula 211/STJ.

4. A tese de violação do art. 110 do CTN não se comporta nos estreitos

limites do recurso especial, já que, para tanto, faz-se necessário examinar a

regra constitucional de competência, tarefa reservada à Suprema Corte, nos

termos do art. 102 da CF/88. Precedentes.

5. As operações com mercadorias destinadas à Zona Franca de

Manaus são equiparadas à exportação para efeitos fiscais, conforme

disposto no art. 4º do Decreto-Lei 288/67, de modo que sobre elas não

incidem as contribuições ao PIS e à Cofins. Precedentes do STJ.

6. O benefício fiscal também alcança as empresas sediadas na própria

Zona Franca de Manaus que vendem seus produtos para outras na

mesma localidade. Interpretação calcada nas finalidades que

presidiram a criação da Zona Franca, estampadas no próprio DL

288/67, e na observância irrestrita dos princípios constitucionais que

impõem o combate às desigualdades sócio-regionais.

7. Recurso especial conhecido em parte e não provido. (STJ - Segunda

Turma - REsp 1.276.540/AM - Relator Ministro Castro Meira - Data do

Julgamento: 16/02/2012 - Data da Publicação/Fonte DJe: 05/03/2012).

5 CONCLUSÃO

Após muita leitura a respeito do tema, é possível tecer alguns comentários

pertinentes, iniciando pelo fato de que os tópicos discutidos são de uma

complexidade imensa, nos deixando bastante confusos com alguns aspectos da

COFINS. Podemos citar entre eles o seus histórico, suas bases de cálculo, o próprio

cálculo, as exceções à sua cobrança, dentre outros. Sem falar, que os livros mais

tradicionais e atuais que tratam do Direito Tributário se mostraram incompletos no

estudo do assunto.

Isto ocorre porque, além de ser um tributo cuja história mostrou ser

inconsistente em determinados momentos, quanto a sua cobrança, ele também

deixa um lastro infinito de exceções à sua cobrança. Tudo isso pode ser

caraterizado como uma confusão, das grandes.

O presente objeto de estudo, no entanto, é bastante interessante quando se

trata dos casos se sua imunidade, isenção e não incidência, pois, apenas nestas

possibilidades é que o trabalhador brasileiro, mais especificamente o empresário,

poderá respirar economicamente, já que a COFINS é apenas um dos milhares de

tributos cobrados em nosso país.

Saber dizer aonde o dinheiro arrecadado pela COFINS é aplicado é fácil, pois

os livros nos ensinam. Ver onde ela está sendo aplicada, aí já é mais difícil.

Chegamos à conclusão, portanto, de que é um tema difícil de ser abordado e

que, se estudado a fundo, nos leva a ter a sensação de sermos bobos da corte no

Brasil, trabalhando para dar felicidade aos que elaboram, aplicam e usam as leis em

seu favor, esquecendo que o povo deveria ser o verdadeiro rei da história.

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 9ª ed. rev., atual. e

ampl. Rio de Janeiro: Editora Forense. São Paulo: Editora Método, 2015.

BALEEIRO, Aliomar. Direito Tributário Brasileiro. 10. Ed. Rio de Janeiro: Editora

Forense, 1992.

BRASIL. Constituição Federal do Brasil (1988). Constituição da República

Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.

BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). 34 ed. São Paulo: Saraiva,

2007.

BORBA, Claudio. Direito Tributário. 27ª ed. Rio de Janeiro: Editora Forense; São

Paulo: Editora Método, 2015.

FREITAS, Cristiano. Qual a diferença entre lucro real e lucro presumido? Qual

escolher?. Artigo de publicação online. Publicado em 15 de julho de 2014.

Disponível em: <

http://www.syhus.com.br/2014/07/15/qual-diferenca-entre-lucro-real-e-lucro-presumido-qual-escolher/>. Acesso em 05 de março de 2016.

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL. RECEITA FEDERAL. Contribuição para o

PIS/Pasep e COFINS. Disponível em:

<http://www.receita.fazenda.gov.br/pessoajuridica/pispasepcofins/> Acessado em 04

de março de 2016.

PAULSEN, Leandro. Direito Tributário - Constituição e Código Tributário à Luz

da Doutrina e da Jurisprudência. 14.ª Ed. Porto Alegra: Livraria do Advogado

Editora Ltda, 2012.

SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. 1ª ed. São Paulo: Editora

Saraiva, 2015.

SCHÖNTAG, José Antonio. A COFINS – Uma breve história. Artigo de publicação

online. Disponível em: <http://fgvprojetos.fgv.br/artigos/cofins-uma-breve-historia>.

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