• Nenhum resultado encontrado

COFINS NA ZONA FRANCA DE MANAUS

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "COFINS NA ZONA FRANCA DE MANAUS"

Copied!
36
0
0

Texto

(1)

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA PRÓ-REITORIA DE ENSINO E GRADUAÇÃO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS CURSO DE DIREITO

COFINS NA ZONA FRANCA DE MANAUS

BOA VISTA - RR

2016

(2)

KAROL STEFANY OLIVEIRA RABELO LAURA BONFIM DA CONCEIÇÃO

COFINS NA ZONA FRANCA DE MANAUS

Trabalho apresentado ao Curso de Direito da Universidade Federal de Roraima como pré- requisito para obtenção de nota parcial referente à disciplina de Direito Tributário.

Profº Orientador: Edival Braga.

BOA VISTA - RR

2016

(3)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 4

2 DESENVOLVIMENTO ... 5

2.1 Contribuições Parafiscais ou Especiais ... 5

2.2 Contribuição social ... 7

2.3 Contribuição de seguridade social ... 8

2.3.1 Fontes de custeio ... 11

2.3.2 4ª fonte de custeio: o empregador e a empresa ... 12

3 COFINS – CONTRIBUIÇÃO PARA FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL ... ... 14

3.1 Histórico ... 14

3.2 Sobre a COFINS... 19

3.3 Fato gerador ... 20

3.4 Imunidades ... 20

3.5 Isenções ... 21

3.6 Não incidência ... 23

3.7 Suspenção da incidência - Zona Franca de Manaus ... 23

3.8 Regimes de incidência ... 23

3.8.1 Regime cumulativo ... 24

3.8.2 Regime não cumulativo ... 24

3.8.3 Regimes especiais ... 26

4 DOS BENEFÍCIOS TRIBUTÁRIOS RELACIONADOS À COFINS NA ZONA FRANCA DE MANAUS ... 27

4.1 Importação de bens ... 27

4.2 Compras de produtos nacionais... 28

4.3 Exportação de produtos ... 30

(4)

4.4 Venda de produtos nacionais ... 30

5 CONCLUSÃO ... 33

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 34

(5)

1 INTRODUÇÃO

A COFINS é a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social. Por ser destinado a uma área muito importante para a sociedade, é também necessário o seu estudo.

Como o nome já diz, tem natureza jurídica de contribuição social e possui vários aspectos socioeconômicos que influenciam na dinâmica econômica do país. É tributo cobrado sobre faturamento de empresas e empresários e como demonstrado na pesquisa a seguir, faz toda diferença na vida de todos.

Este trabalho acadêmico tem, portanto, como objetivo apresentar a COFINS

como tributo com natureza de contribuição social, seus aspectos, sua incidência, seu

cálculo, suas fontes de custeio e outras características importantes para o seu maior

entendimento.

(6)

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Contribuições Parafiscais ou Especiais

O autor Aliomar Baleeiro ensina em sua obra intitulada Direito Tributário Brasileiro, que a expressão parafiscal:

[...] parece ter sido empregada pela primeira vez em um documento financeiro denominado ‘Inventário Schuman’, na França, em 1946, designando certas contribuições cuja atribuição de arrecadação foi cometida pelo Estado a determinadas entidades autônomas, em favor das quais revertia o produto arrecadado.

Segundo Claudio Borba apud Rubens Gomes de Souza, Essas contribuições

[...] correspondem ao emprego das finanças públicas com objetivos extrafiscais, não visando precipuamente à obtenção de receitas, mas objetivando regular ou modificar a distribuição da riqueza nacional, equilibrar os níveis de preços de utilidades ou de salários, bem como outras finalidades econômicas ou sociais semelhantes.

Apesar de o termo já ter sido bastante utilizado, hoje caiu em desuso, conforme aponta Leandro Paulsen:

Chamavam-se parafiscais porque não eram destinadas ao orçamento do ente político. Digo que tal expressão está em desuso porque temos, atualmente, tanto contribuições destinadas a outras entidades como destinadas à própria Administração, sem que se possa estabelecer, entre elas, qualquer distinção no que diz respeito à sua natureza ou ao regime jurídico a que se submete. A locução “contribuições parafiscais”, pois, não se presta para designar o gênero “contribuições”. Ser ou não parafiscal é uma característica acidental, que, normalmente, sequer diz com a finalidade da contribuição, mas com o ente que desempenha a atividade respectiva.

Tais contribuições são dividas em três tipos pela Constituição Federal de 1988, em seus artigos 149 e 149-A (EC nº 41/2003):

Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6°, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.

§ 1°. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União.

§ 2°. As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo:

I – não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação;

(7)

II – incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços;

III – poderão ter alíquotas:

a)

ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da

operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro;

b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada.

§ 3°. A pessoa natural destinatária das operações de importação poderá ser equiparada a pessoa jurídica, na forma da lei.

§ 4°. A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez.

Art. 149-A. Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III.

Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o

caput, na fatura de consumo de energia elétrica.

Para melhor entender, segue figura demonstrando de que formas estas contribuições se dividem e a que ente pertence a competência para instituí-la.

Figura 1: espécies de contribuições parafiscais ou especiais

Fonte: BORBA, 2012.

É importante apontar para o fato de a competência para instituir contribuições

especiais em geral é destinada exclusivamente à União, só cabendo aos Estados,

Distrito Federal e Municípios, conforme art. 149, § 1°, da Constituição Federal,

instituir contribuições sociais em benefício dos seus servidores, para o regime

previdenciário de que trata o art. 40 da mesma Carta Magna, com redação da

Emenda Constitucional n° 41, de 2003.

(8)

Essas contribuições devem ser criadas por Lei ordinária, mas devem respeitar as imposições presentes em lei complementar, uma vez que o art. 149 da CF exige a observância do art. 146, III, do mesmo dispositivo legal, que traz a seguinte redação:

Art. 146. Cabe à lei complementar:

I – dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;

II – regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;

III – estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:

a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;

b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;

c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas.

d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art.

239.

2.2 Contribuição social

As contribuições sociais vêm previstas no art. 149 da Constituição Federal, com o seguinte texto:

Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse de categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atenção nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, §6°, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.

No entendimento do STF, o artigo em questão trouxe 03 (três) espécies de contribuições, a saber: a) as contribuições sociais; b) as contribuições de intervenção no domínio econômico; e c) as contribuições de interesse de categorias profissionais ou econômicas.

Sobre as contribuições sociais, caracteriza o autor Kiyoshi Harada como

sendo a “espécie tributária vinculada à atuação indireta do Estado. Tem como fato

gerador uma atuação indireta do Poder Público mediatamente referida ao sujeito

passivo da obrigação tributária”

(9)

No caso das contribuições sociais, estas ainda se dividem em outras 03 (três) subespécies: a) contribuições de seguridade social; b) outras contribuições sociais (as residuais, previstas no art. 195, §4°, da CF); e c) contribuições sociais gerais (quando destinadas a algum outro tipo de atuação da União na área social).

2.3 Contribuição de seguridade social

Compõe o grupo maior e mais importante das contribuições especiais, a ponto de o constituinte dedicar-lhes disposições especiais em seu art. 195.

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:

I – do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:

a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;

b) a receita ou o faturamento;

c) o lucro;

II – do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201;

III – sobre a receita de concursos de prognósticos;

IV – do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. (grifo nosso)

Esses quatro tipos de contribuições sociais obedecem à regra geral de instituição por lei ordinária, respeitando normas gerais previstas em lei complementar. No entanto, o constituinte criou a possibilidade de que novas contribuições fossem criadas para manutenção ou expansão da Seguridade Social quando instituiu o art. 195, § 4°, da CF que afirma que “A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I”.

As contribuições indicadas neste artigo são classificadas pelo STF como

“outras contribuições sociais”, que devem ser instituídas pela União mediante lei complementar.

Art. 154. A União poderá instituir:

I – mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior

(entenda-se neste caso novas contribuições), desde que sejam não

cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos

discriminados nesta Constituição. (grifo nosso)

(10)

Acerca deste tópico, Ricardo Alexandre leciona da seguinte forma:

Assim é possível dizer que a União possui duas espécies de competência residual: a) para instituir novos impostos; e b) para instituir novas contribuições sociais de financiamento da seguridade social. Em ambos os casos, são necessárias a instituição via lei complementar, a obediência à técnica da não cumulatividade e a inovação quanto às bases de cálculo e fatos geradores.

Pode-se concluir, após ler a interpretação destes autores, que a exigência de utilização de lei complementar só é aplicável para a criação de novas contribuições, não sendo necessária para aquelas cujas fontes já contam na Constituição Federal, presentes no art. 195, incisos I à IV, que devem ser instituídas por lei complementar.

A contribuição de seguridade social constitui uma modalidade de tributo vinculado, ou seja, é uma contribuição social-previdenciária de competência da União, composta por receitas oriundas de recursos dos entes públicos, por meio dos impostos, também chamado de financiamento indireto, e de receitas hauridas das contribuições específicas, chamadas de financiamento direto.

Estas receitas, como dito anteriormente, são instituídas por lei ordinária e tem respaldo jurídico na Constituição Federal, em seu art. 195 c/c art. 11 da Lei 8.212/91.

CF/88:

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: [...] (grifo nosso)

Lei 8.112/91:

Art. 11. No âmbito federal, o orçamento da Seguridade Social é composto das seguintes receitas:

I - receitas da União;

II - receitas das contribuições sociais;

III - receitas de outras fontes. (grifo nosso)

Nesse momento faz-se mister recordar que o princípio da solidariedade traduz-se no que está disposto no caput do art. 195 da CF/88, ou seja, no fato de que toda a sociedade, de forma direta ou indireta, financia a seguridade social.

Segundo Sabbag,

[...] o princípio da solidariedade cria um contexto particularizante para as

contribuições de seguridade social, qual seja, o de que todos poderão ser

chamados a contribuir, independentemente de pertencerem a determinado

grupo diretamente relacionado com a atuação estatal. É algo que marca de

(11)

modo indelével as contribuições de seguridade social, estabelecendo o dever de solidariedade de todos os integrantes da sociedade em seu financiamento.

Além do princípio da solidariedade, presente no artigo acima mencionado, outra característica importante das contribuições de seguridade social é a que está presente no art. 195, §6º, da CF, que determina que elas devem obedecer ao princípio da anterioridade especial, também chamado de período de noventena, que consiste no período de 90 dias, que deve intermediar o dia da publicação da lei instituidora ou modificadora e o pagamento do tributo.

Art. 195:

[...]

§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art.

150, III, "b".

Sobre isto, Ricardo Alexandre comenta:

[...] as contribuições de seguridade social obedecem à anterioridade nonagesimal (noventena), mas podem ser cobradas no mesmo exercício em que instituídas e majoradas, uma vez que o §6º do art. 195 da CF, ao estabelecer a regra, expressamente eclui tais contribuições da anterioridade prevista no art. 150, III, “b”, da CF.

Em complemento, Claudio Borba ensina que “Não podemos deixar de atentar para o fato de que de qualquer maneira terão que ser obedecidos os noventa dias, mesmo que estes ultrapassem o primeiro dia do exercício seguinte ao da publicação da lei que instituiu a contribuição”.

O art. 195, §6º da CF utiliza em seu texto o termo modificado que, para o STF, caracteriza-se com a onerosidade efetiva para o contribuinte, implicando na utilização do dispositivo apenas nos casos de aumento de alíquota ou de base de cálculo, ou até mesmo, no de inclusão de um sujeito passivo. Assim, a Corte entende que a simples modificação da data de pagamento (antecipação) de contribuição previdenciária não seria suficiente para a inaplicabilidade do princípio da noventena. Vejamos:

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO.

CONTRIBUIÇÃO SOCIAL DESTINADA AO CUSTEITO DA SEGURIDADE

SOCIAL. ANTERIORIDADE NONAGESIMAL. REDUÇÃO DO PRAZO DE

RECOLHIMENTO. CONSTITUCIONALIDADE. PRECEDENTES. 1. O

Supremo Tribunal Federal fixou entendimento no sentido de que a

alteração do prazo para recolhimento das contribuições sociais, por

(12)

não gerar criação ou majoração de tributo, não ofende o Princípio da Anterioridade Tributária [artigo 195, § 6º, CB/88]. Agravo regimental a que se nega provimento. (RE 295.992-AgR/SC, rel Min. Eros Grau, 2ª Turma, unânime, DJe 27.06.2008). (grifo nosso)

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO.

ALTERAÇÃO DO PRAZO PARA RECOLHIMENTO DA CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS. MEDIDA PROVISÓRIA Nº 1.212/95. LEGITIMIDADE. 1.

Contribuição para o PIS. Não implica majoração da obrigação tributária nem ofensa ao princípio da anterioridade mitigada, consagrado no § 6º do artigo 195 da Constituição Federal, a simples mudança do prazo para recolhimento da exação, efetuada nos termos da Medida Provisória nº 1.212/95. 2. Idoneidade da medida provisória para a disciplina de matéria tributária. Precedente do Pleno deste Tribunal. Vícios no julgado.

Inexistência. Embargos de declaração rejeitados. (RE 248.854-AgR-ED/MG, rel. Min. Maurício Corrêa, 2ª Turma, unânime, DJ 26.09.2003). (grifo nosso) RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. LEI Nº 8.128/91. REDUÇÃO DO PRAZO PARA RECOLHIMENTO DO PIS E DO FINSOCIAL. INCONSTITUCIONALIDADE. INEXISTÊNCIA. 1. O termo a quo do prazo de anterioridade previsto no artigo 195, § 6º, da Constituição Federal flui da data da publicação da medida provisória, que não perde a eficácia, se não convertida em lei no prazo de trinta dias, desde que, nesse período, ocorra a edição de outro provimento da mesma espécie. 2. Lei nº 8.128/91. Redução do prazo para recolhimento do PIS e do FINSOCIAL.

Inconstitucionalidade. Inexistência. A alteração do prazo para recolhimento das contribuições sociais não viola o princípio da anterioridade nem implica criação ou aumento do tributo. Recurso extraordinário conhecido e provido (RE 240.266/PR, relator p/ acórdão Min.

Maurício Corrêa, Plenário, maioria, DJ 03.03.2000). (grifo nosso)

Frise-se que tal entendimento foi consagrado tanto pela Súmula nº 669, quanto pela Súmula Vinculante nº 50, ambas do STF e com mesma redação:

“Norma legal que altera o prazo de recolhimento da obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade”.

2.3.1 Fontes de custeio

Ao analisar novamente o art. 195 da CF, após a EC nº 42/03, dividiu-se em quatro as fontes de custeio da seguridade social. Vejamos:

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma

direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos

orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e

das seguintes contribuições sociais: I - do empregador, da empresa e da

entidade a ela equiparada na forma da lei [...]; II - do trabalhador [...]; III -

sobre a receita de concursos de prognósticos; IV - do importador de bens ou

serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.

(13)

Estas fontes de custeio podem ser instituídas por lei ordinária ou, até mesmo, por medida provisória, e são organizadas da seguinte forma: a) 1º fonte: o importador; b) 2º fonte: receita de loterias (concurso de prognósticos); c) 3º fonte:

trabalhador; e d) 4º fonte: o empregador e a empresa.

2.3.2 4ª fonte de custeio: o empregador e a empresa

O inciso I do art. 195, faz menção ao “empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada”, o que, segundo Sabbag, “deve ser traduzido por todos os empregadores e também todas e quaisquer empresas, sejam ou não empregadoras (v.g., as equiparadas)”. Nesse sentido;

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO.

CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO. SUJEIÇÃO PASSIVA. EMPRESAS SEM EMPREGADOS.

LEGITIMIDADE. PRECEDENTES. JULGAMENTO DA MATÉRIA NOS TERMOS DO ART. 557, CAPUT, DO CPC. POSSIBILIDADE. AGRAVO IMPROVIDO. I – A jurisprudência desta Corte é pacífica no sentido de se conferir interpretação ampla ao art. 195, I, da Constituição, na redação anterior à EC 20/98, de modo a compreender as pessoas jurídicas empregadoras em potencial, inclusive aquelas que não possuem empregados. Aplicação, no caso, do princípio da solidariedade, no sentido de que a Seguridade Social será financiada por toda a sociedade (art. 195, caput, da CF/88). II – A existência de precedentes firmados por ambas as Turmas do Supremo Tribunal Federal a respeito do tema versado no recurso extraordinário possibilita o julgamento monocrático do recurso nos termos do art. 557, caput, do CPC. III – Agravo regimental improvido.

(STF - RE: 500121 MG, Relator: Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Data de Julgamento: 20/03/2012, Segunda Turma, Data de Publicação: ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-066 DIVULG 30-03-2012 PUBLIC 02-04-2012). (grifo nosso)

Tais conceitos podem ser encontrados também no art. 2º, § 1º da CLT:

Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.

§ 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados. (grifo nosso)

Esta fonte de custeio, segundo o site da receita federal

1

, pode incidir sobre:

1

Disponível em http://www.receita.fazenda.gov.br/pessoajuridica/pispasepcofins/. Acesso em 05 de

março de 2016.

(14)

1. O faturamento ou o aferimento de receitas, para pessoas jurídicas de direito privado;

2. O pagamento da folha de salários, para entidades de relevância social determinadas em lei;

3. A arrecadação mensal de receitas correntes e o recebimento mensal de recursos, para entidades de direito público.

De outro modo, pode-se dizer que incidem sobre: a) a receita ou faturamento;

b) folha de pagamentos e rendimentos do trabalho, pagos ou creditados à pessoa física que lhes presta serviço; e c) o lucro.

2.3.2.1 Aspectos importantes

Segundo §9º do inciso I, do art. 195 da CF, as contribuições de seguridade social poderão ter alíquotas ou bases de cálculo distintas. Isso se deve ao tipo de atividade econômica, a utilização intensiva de mão-de-obra, ao porte da empresa ou a condição estrutural do mercado de trabalho.

Além disso, não se admitem remissões e anistias das contribuições previstas no art. 195, I, “a”, e II, da CF, cujo produto está atrelado ao custeio dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), conforme pode ser verificado no §11 do art. 195, da CF: “É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais de que tratam os incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar”.

É importante lembrar que o §12 do art. 195, da CF prevê que a lei deve estabelecer setores de atividades econômicas para os quais haverá a não- cumulatividade das contribuições previstas no art. 195, I, “b”, e IV, CF.

Art. 195:

[...]

§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não- cumulativas.

Conforme leciona Sabbag,

Nessa medida, não será inconstitucional a instituição de regimes tributários

distintos (incidência cumulativas e incidência não-cumulativa) para tais

(15)

contribuições. Aliás, já há previsão de contribuição não-cumulativa para o PIS/Pasep (Lei nº 10.637/2002), para COFINS (Lei nº 10.833/2--3) e para PIS-Importação e COFINS-Importação (Lei nº 10.865/2004).

Outro aspecto importante sobre as contribuições cuja fonte são o empregador ou a empresa está inserido no § 13 do art. 195 da CF, que estabelece uma substituição gradual, total ou parcial, da contribuição sobre a folha de pagamentos pela contribuição incidente sobre receita ou o faturamento. Este parágrafo foi elaborado com o intuito de estimular a contratação formal de trabalhadores, atingida diretamente quando há uma onerosa folha de pagamentos.

Art. 195:

[...]

§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substituição gradual, total ou parcial, da contribuição incidente na forma do inciso I, a, pela incidente sobre a receita ou o faturamento

Feitas estas observações importantes sobre o tema, passemos às contribuições para a seguridade social que incidem sobre o empregador ou empresa:

1. Contribuição Social Patronal sobre a Folha de Pagamentos;

2. Contribuição PIS/Pasep;

3. Contribuição sobre o Lucro Liquido (CSLL);

4. Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS).

3 COFINS – CONTRIBUIÇÃO PARA FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL

3.1 Histórico

A tributação das receitas das pessoas jurídicas teve início com a lei de origem do FINSOCIAL, o Decreto-lei 1.940, de maio de 1982, sob os seguintes dispositivos:

Art. 1º É instituída contribuição social de 0,5%, que incidirá sobre a receita bruta das empresas que realizam venda de mercadorias, bem como das instituições financeiras e das sociedades seguradoras.

[...]

§ 2º Para as empresas que realizam exclusivamente venda de serviços, a

contribuição será de 5% e incidirá sobre o valor do imposto de renda devido,

ou como se devido fosse.

(16)

Observa-se que o FINSOCIAL nasceu com duas bases de cálculo: receita bruta e lucro. De acordo com José Antonio Schöntag

2

,

“Cobrar a contribuição sobre o “imposto de renda devido ou como se devido fosse” é conceitualmente equivalente a cobrá‐la sobre o lucro, no caso, o lucro tributável pelo IRPJ, o chamado “lucro real”.

Como pode ser visto, à época da publicação deste Decreto-Lei, no âmbito da Receita Federal, existia a falsa percepção de que as empresas prestadoras de serviços não seriam tributadas de modo algum. Por este motivo foi redigido o §2º, instituindo a cobrança de impostos sobre o lucro destas empresas . Estes artigos discriminaram, portanto, as atividades empresariais ao invés de espécies de receitas.

Ao observar esta incongruência, as empresas que vendiam mercadorias e serviços, cumulativamente, passaram a demandar em juízo a não incidência desses tributos, tendo em vista que não se enquadravam nem como empresas que realizavam venda de mercadorias e nem como empresas que realizam exclusivamente venda de serviços. E elas tiveram sucesso em suas demandas.

Este equívoco só foi corrigido 5 anos depois, , com o art. 27 do Decreto-lei nº 2.397, de dezembro de 1987, que deu nova redação ao caput do art. 1º do Decreto- lei nº 1.940, que passou a ostentar a seguinte nova redação:

Art. 1º É instituída contribuição social de 0,5% que incidirá sobre a receita bruta das pessoas jurídicas que realizam vendas de mercadorias e de mercadorias e serviços de qualquer natureza, bem como das rendas e receitas operacionais e patrimoniais das instituições financeiras e das sociedades seguradoras. (griso nosso)

Com o novo texto, então, todas as empresas (pessoas jurídicas, na nova redação) ficaram legalmente sujeitas ao pagamento da Contribuição para o FINSOCIAL. O autor José Antonio Schöntag nos ensina que as empresas foram discriminadas, como a seguir, segundo a atividade e a base de incidência da Contribuição:

a) sobre a receita bruta:

- pessoas jurídicas que realizam vendas de mercadorias;

- pessoas jurídicas que realizam vendas de mercadorias e serviços;

2

Coordenador do Núcleo de Tributos da FGV Projetos.

(17)

- instituições financeiras;

- companhias seguradoras;

b) sobre o lucro:

- pessoas jurídicas que realizam exclusivamente vendas de serviços.

Logo a seguir, em outubro de 1988, foi promulgada a Constituição Federal, cujo artigo 195 dispôs que faturamento e lucro seriam bases de cálculo de distintas contribuições sociais.

Já em dezembro daquele mesmo ano, apenas dois meses depois da Constituição, foi editada a Lei 7.689, que instituiu a contribuição social sobre o lucro líquido, a CSLL.

O art. 9º da Lei da CSLL estabeleceu a permanência das contribuições sociais sobre a folha de salários e sobre o faturamento, com fundamento no art. 195, I, da CF.

Art. 9º Ficam mantidas as contribuições previstas na legislação em vigor, incidentes sobre a folha de salários e a de que trata o Decreto-lei nº 1.940, de 25 de maio de 1982, e alterações posteriores, incidente sobre o faturamento das empresas, com fundamento no art. 195, I, da Constituição Federal.

No entanto, o legislador cometeu outro erro. Ao se manter inalterado o FINSOCIAL, as empresas que realizavam exclusivamente venda de serviços ficaram sujeitas a duas contribuições sobre o lucro

3

(FINSOCIAL E CSLL) e a nenhuma contribuição sobre o faturamento.

O art. 28 da Lei 7.738 corrigiu esse erro em março de 1989, ainda antes de se iniciar a cobrança da contribuição sobre o lucro: Art. 28. Observado o disposto no art. 195, § 6º, da Constituição (prazo de 90 dias), as empresas que realizam exclusivamente venda de serviços calcularão a contribuição para o FINSOCIAL à alíquota de 0,5% sobre a receita bruta.

3

A diferença entre faturamento e o lucro líquido, portanto, é que enquanto o primeiro se refere à arrecadação total, o lucro líquido é a receita deduzindo todas as despesas e impostos. Tanto o lucro líquido quanto o faturamento pode ser calculado referente ao ano, ao mês, ao semestre ou outro espaço de tempo (REDAÇÃO INDÚSTRIA HOJE. Qual a diferença entre faturamento e o lucro líquido?. Artigo de publicação online. Publicado em 14 de outubro de 2014. Disponível em:

http://www.industriahoje.com.br/qual-diferenca-entre-faturamento-e-o-lucro-liquido/. Acessado em 04

de março de 2016).

(18)

Com isso, pela primeira vez, as cinco atividades empresariais ficaram sujeitas à contribuição sobre receita bruta

4

, base de cálculo legalmente equiparada a faturamento.

Apesar de ter superado essa “bagunça” legislativa, o Poder Judiciário ainda não tinha chegado a um entendimento uniforme sobre as contribuições sociais do art. 195 da nova Carta. Surgiu uma discussão acerca da natureza jurídica do FINSOCIAL. Não se sabia o certo se era um imposto inominado da competência residual da União, assim conceituado na antiga constituição, ou se era contribuição social.

Diante dessa confusão, em 30 de dezembro de 1991, foi elaborada Lei complementar nº 70, que substituiu o FINSOCIAL pela COFINS, cuja natureza jurídica é, definitivamente, de contribuição social.

A respeito disso, José Antonio Schöntag comenta:

Quanto às empresas comerciais e industriais, deve ser destacado o disposto no art. 2º da LC 70, no qual o legislador, corretamente, eliminou a menção a atividades das pessoas jurídicas, limitando-se a enumerar espécies de receitas. Mas deve-se destacar também sua inequívoca demonstração de insegurança, ao transcrever, de modo redundante, cada uma das espécies nominalmente citadas na legislação do FINSOCIAL:

receitas da venda de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços de qualquer natureza. Nascia aí um dispositivo contendo uma dupla redundância absolutamente desnecessária. Sem perda de acepção ou abrangência, bastaria ter dito “receita da venda de mercadorias e serviços”.

Foi mais um lapso, o terceiro nessa matéria. Logo após a edição da LC 70, é importante assinalar o surgimento de um surpreendente volume de ações judiciais, amparadas em uma restritiva interpretação do alcance do conceito de faturamento introduzido com a citada LC. Empresas de construção civil, holdings, empresas com receitas derivadas de royalties, de aluguel de automóveis e imóveis, e inúmeras outras, obtinham liminares que as isentavam do pagamento da COFINS, sempre sob a alegação de que não vendiam mercadorias nem prestavam serviços.

Por causa do grande volume de ações impetradas após a vigência da Lei que instituiu o CONFINS, o legislador tributário tomou a iniciativa de propor uma Emenda à Constituição, que tratou exclusivamente de assuntos tributários (veio a ser a

4

Segundo o site www.balaminut.com.br, “A receita bruta é constituída pelo produto da venda de bens (mercadorias ou produtos) nas operações de conta própria, pelo preço dos serviços prestados e pelo resultado auferido nas operações de conta alheia, por exemplo, as comissões auferidas na venda de

bens ou serviços por conta de terceiros”. Disponível em:

http://www.balaminut.com.br/home/capa.asp?infoid=4424. Acessado em 05 de março de 2016.

(19)

Emenda 3, de 1993), na qual instituiu-se a ADC (Ação Declaratória de Constitucionalidade), uma espécie de contraponto à ADI (Ação Declaratória de Inconstitucionalidade). Não por acaso, evidentemente, a ADC nº 1 tratou da LC 70, pondo um final às ações judiciais contra a COFINS.

Posteriormente, o Poder Executivo em 29 de outubro de 1998, editou a Medida Provisória nº 1.724, que foi convertida na Lei nº 9.718 em 27 de novembro de 1998, que ampliou a base de cálculo da COFINS, dando novo conceito de faturamento, não obstante a falta de previsão constitucional para tanto.

Art. 2º - As contribuições para o PIS/PASEP e a COFINS, devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado, serão calculadas com base no seu faturamento, observadas a legislação vigente e as alterações introduzidas por esta Lei.

Art. 3º - O faturamento a que se refere o artigo anterior corresponde à receita bruta da pessoa jurídica.

§ 1º - Entende-se por receita bruta a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas. (grifo nosso)

Em 15 de dezembro de 1998 a Emenda Constitucional nº 20, a qual, dentre outras providências alterou, a redação do inciso I do artigo 195 da Constituição Federal, prevendo, pela primeira vez no ordenamento jurídico, a incidência da mencionada exação sobre a receita ou o faturamento das empresas:

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:

I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:

a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;

b) a receita ou o faturamento;

c) o lucro;

Em 29 de agosto 2002, foi publicada a Medida Provisória nº 66/02, que

estabeleceu, dentre outras providências, a não-cumulatividade da Contribuição ao

Programa de Integração Social - PIS, bem como majorou a alíquota da exação para

1,65% (um por cento e sessenta e cinco décimos), que previa que tal sistemática

seria estendida para a COFINS até 31 de dezembro de 2003.

(20)

Em 11 de janeiro de 2003, a Medida Provisória nº 66/02 foi convertida na Lei nº 10.637/02 posteriormente alterada pela Lei nº 10.684 de 30 de maio de 2003.

Estabelecendo, assim, assim não-cumulatividade da Contribuição ao PIS.

Em 30 de outubro de 2003, o Executivo Federal editou a Medida Provisória nº 135, que estabeleceu, dentre outras providências sobre a não cumulatividade da COFINS, majorando a alíquota da referida contribuição de 3% (três por cento) para 7,6% (sete por cento e seis décimos).

A Medida Provisória nº 135/03, foi convertida na Lei nº 10.833 em 29 de dezembro de 2003, estabelecendo assim a não cumulatividade também para a COFINS.

3.2 Sobre a COFINS

COFINS é uma sigla para Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social. O presente tributo foi instituído pela Lei nº 70/91 e surgiu como um substituto para o antigo FINSOCIAL. Constitui-se no segundo maior tributo em termos arrecadatórios no Brasil pela Secretaria de Receita Federal, logo após o Imposto de Renda. É destinada exclusivamente às despesas com atividades-fim das áreas de saúde, previdência e assistência social (art. 1º da Lei Complementar n. 70/91).

De acordo com Mazza,

[...] surgiu com natureza jurídica de contribuição social (art. 195, I, b, da CF), sendo devida pelas pessoas jurídicas, inclusive as a elas equiparadas pela legislação do Imposto de Renda, e destinada exclusivamente às despesas com atividades-fim das áreas de saúde, previdência e assistência social (art. 1º da Lei Complementar n. 70/91). Tem como base de cálculo o faturamento mensal, assim considerada a receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviço de qualquer natureza (art. 2º da Lei Complementar n. 70/91)

Segundo o STF, as expressões receita bruta e faturamento são sinônimas, in verbis:

Segundo o STF, as expressões receita bruta e faturamento são sinônimas,

in verbis:CONTRIBUIÇÃO SOCIAL – PIS – RECEITA BRUTA – NOÇÃO –

INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ARTIGO 3º DA LEI Nº 9.718/98. A jurisprudência do Supremo, ante a redação do artigo 195 da Carta Federal anterior à Emenda Constitucional nº. 20, consolidou-se no sentido de tomar as expressões receita bruta e faturamento como sinônimas, jungindo- as à venda de mercadorias de serviços ou de mercadorias e serviços.

É inconstitucional o § 1º do artigo 3º da Lei nº. 9.718/98, no que ampliou o

(21)

conceito de receita bruta para envolver a totalidade das receitas auferidas por pessoas jurídicas, independentemente da atividade por elas desenvolvida e da classificação contábil adotada. (RE 346.084, DJ 01/09/2006, Red. P/ acórdão Min. Marco Aurélio, Ementa, p. 1.) (grifo nosso)

É importante destacar que existe uma exceção quanto a cobrança da COFINS que é feita com relação às micro e pequenas empresas compreendidas no sistema tributário Simples Nacional. Segundo o site QuickBooks

5

, “As microempresas são isentas desta contribuição devido ao sistema unificado de tributação oferecido pelo regime Simples”.

3.3 Fato gerador

Conforme pode-se concluir, a partir do que foi explanado acima, o fato gerador da COFINS é o auferimento do faturamento total/mensal, que corresponde à receita bruta, assim entendida a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevante o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para essas receitas, observadas as exclusões admitidas em lei específica.

3.4 Imunidades

Quando se trata de contribuições de seguridade social, há duas normas de não incidência (imunidade) para as seguintes contribuições: I) imunidade de contribuição de seguridade social para as entidades beneficentes de assistência social (art. 195, §7º, CF); e II) imunidade de todas as contribuições sociais para as receitas decorrentes de exportação (art. 149, §2º, I, CF – EC nº 33/01).

No entanto, o art. 155, §3º, da CF, traz uma exceção a estas imunidades, qual seja a normal incidência das contribuições COFINS e PIS sobre o faturamento das empresas que realizam as operações relativas à energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais.

A esse propósito, destaca-se a súmula nº 659 do STF, segundo a qual “é legítima a cobrança de COFINS, do PIS e do FINSOCIAL sobre as operações

5

EQUIPE QUICKBOOKS ZEROPAPER. COFINS: o que é e como calcular?. Publicado em 10 de

agosto de 2015. Disponível em: http://www.quickbooks.com.br/r/conceitos-de-financas/cofins-o-que-e-

e-como-calcular/. Acesso em 05 de março de 2015.

(22)

relativas à energia elétrica, serviços de telecomunicação, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do país”.

3.5 Isenções

São isentas da Contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS as receitas (Instrução Normativa SRF n º 247, de 21 de novembro de 2002, art. 45):

1. Dos recursos recebidos a título de repasse, oriundos do Orçamento Geral da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, pelas empresas públicas e sociedades de economia mista;

2. Da exportação de mercadorias para o exterior;

3. Dos serviços prestados a pessoas físicas ou jurídicas residentes ou domiciliadas no exterior, cujo pagamento represente ingresso de divisas;

4. Do fornecimento de mercadorias ou serviços para uso ou consumo de bordo em embarcações e aeronaves em tráfego internacional, quando o pagamento for efetuado em moeda conversível;

5. Do transporte internacional de cargas ou passageiros;

6. Auferidas pelos estaleiros navais brasileiros nas atividades de construção, conservação, modernização, conversão e reparo de embarcações pré- registradas ou registradas no Registro Especial Brasileiro (REB), instituído pela Lei n º 9.432, de 8 de janeiro de 1997;

7. De frete de mercadorias transportadas entre o País e o exterior pelas embarcações registradas no REB, de que trata o art. 11 da Lei n º 9.432, de 1997;

8. De vendas realizadas pelo produtor-vendedor às empresas comerciais exportadoras nos termos do Decreto-Lei n º 1.248, de 29 de novembro de 1972, e alterações posteriores, desde que destinadas ao fim específico de exportação para o exterior; e

9. De vendas, com fim específico de exportação para o exterior, a empresas exportadoras registradas na Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

São isentas da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins a que se referem

às Leis nº

s

10.637, de 30 de dezembro de 2002, 10.833, de 29 de dezembro de

(23)

2003, e 10.865, de 30 de abril de 2004, as receitas decorrentes da venda de energia elétrica pela Itaipu Binacional.

São isentas da Cofins as receitas relativas às atividades próprias das seguintes entidades (Medida Provisória n º 2.158-35, de 24 de agosto de 2001, art.

14, X):

1. Templos de qualquer culto;

2. Partidos políticos;

3. Instituições de educação e de assistência social que preencham as condições e requisitos do art. 12 da lei n º 9.532, de 10 de dezembro de 1997;

4. Instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e as associações, que preencham as condições e requisitos do art. 15 da lei n º 9.532, de 1997;

5. Sindicatos, federações e confederações;

6. Serviços sociais autônomos, criados ou autorizados por lei;

7. Conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas;

8. Fundações de direito privado;

9. Condomínios de proprietários de imóveis residenciais ou comerciais; e 10. Organização das cooperativas brasileiras (ocb) e as organizações

estaduais de cooperativas previstas no art. 105 e seu § 1 º da lei n º 5.764, de 16 de dezembro de 1971.

A Receita Federal apresenta em seu site

6

as seguintes observações a respeito do tema:

1. Consideram-se receitas derivadas das atividades próprias somente àquelas decorrentes de contribuições, doações, anuidades ou mensalidades fixadas por lei, assembléia ou estatuto, recebidas de associados ou mantenedores, sem caráter contraprestacional direto, destinadas ao seu custeio e ao desenvolvimento dos seus objetivos sociais. (IN SRF n º 247, de 2002, art. 47, § 2 º )

2. Para efeito de fruição desse benefício fiscal, as entidades de educação, assistência social e de caráter filantrópico devem possuir o Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social expedido pelo Conselho Nacional de Assistência Social, renovado a cada três anos, de

6

Dados disponíveis no site

http://www.receita.fazenda.gov.br/pessoajuridica/pispasepcofins/IncidImunIsencoes.htm#Imunidades

(24)

acordo com o disposto no art. 55 da Lei n º 8.212, de 24 de julho de 1991.

(IN SRF n º 247, de 2002, art. 47, § 1 º ) 3.

3.6 Não incidência

As contribuições não incidem sobre o faturamento correspondente a vendas de materiais e equipamentos, bem assim da prestação de serviços decorrentes dessas operações, efetuadas diretamente a Itaipu Binacional (Instrução Normativa SRF n º 247, de 2002, art. 44, I)

3.7 Suspenção da incidência - Zona Franca de Manaus

A exigência da Contribuição para o PIS/Pasep - Importação e da Cofins - importação fica suspensa na importação de matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem (e de bens a serem empregados na elaboração de matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem) destinados a emprego em processo de industrialização por estabelecimentos ali instalados, consoante projeto aprovado pelo Conselho de Administração da Superintendência da Zona Franca de Manaus - SUFRAMA. Essa suspensão é convertida em alíquota zero quanto os bens forem utilizados na finalidade que motivou a suspensão.

Essa suspensão também se aplica nas importações de máquinas, aparelhos, instrumentos e equipamentos, novos, relacionados em regulamento, para incorporação ao ativo imobilizado da pessoa jurídica importadora.

3.8 Regimes de incidência

Assim que o COFINS foi inserido em nosso sistema tributário, era relativamente fácil determinar sobre que bens e serviços poderiam incidir tal tributo, pois estas tinham como base de cálculo, basicamente, o faturamento ajustado, à alíquota de 3%. No entanto, com o passar dos anos, essa se tornou uma tarefa extremamente difícil devido às exceções que surgiram quanto a base de cálculo.

Hoje há dois regimes básicos de incidência da COFINS, quais sejam regime

cumulativo e não-cumulativo. Mas, além destes, foi criado, ainda, o regime especial,

que traz uma lista um tanto quanto longa de exceções.

(25)

3.8.1 Regime cumulativo

A base de cálculo é o total das receitas da pessoa jurídica, sem deduções em relação a custos, despesas e encargos. Nesse regime, a alíquota da Contribuição para COFINS é de 3%.

De acordo com o site da Receita Federal:

As pessoas jurídicas de direito privado, e as que lhe são equiparadas pela legislação do imposto de renda, que apuram o IRPJ com base no lucro presumido ou arbitrado estão sujeitas à incidência cumulativa. As pessoas jurídicas, ainda que sujeitas á incidência não- cumulativa, submetem à incidência cumulativa as receitas elencadas no art.

10, VII a XXV da Lei nº 10.833, de 2003. (grifo nosso)

3.8.1.1 Exemplo

A tributação é medida apenas sobre o faturamento mensal da empresa. Ou seja, o total de todas as receitas obtidas durante o mês. Então, digamos que o seu negócio tenha auferido R$ 20.000,00.

3.8.2 Regime não cumulativo

O diploma legal que regulamenta a Contribuição não-cumulativa para a COFINS é a Leia nº 10.833, de 2003. Nesse regime a alíquota é de 7,6%.

A Receita Federal, em seu site, assim diz:

As pessoas jurídicas de direito privado, e as que lhe são equiparadas pela legislação do imposto de renda, que apuram o IRPJ com base no lucro real estão sujeitas à incidência não-cumulativa, exceto: as instituições financeiras, as cooperativas de crédito, as pessoas jurídicas que tenham por objeto a securitização de créditos imobiliários e financeiros, as operadoras de planos de assistência à saúde, as empresas particulares que exploram

RT – Receita Total (R$ 20.000,00) AL – Alíquota (3%)

COFINS = RT X AL = R$ 20.000,00 X 3% = R$ 600,00

(26)

serviços de vigilância e de transporte de valores de que trata a Lei nº 7.102, de 1983, e as sociedades cooperativas (exceto as sociedades cooperativas de produção agropecuária e as sociedades cooperativas de consumo).

As pessoas jurídicas submetidas à incidência não-cumulativa integram a essa incidência as receitas obtidas nas vendas de bens submetidos a alíquotas diferenciadas, excetuadas as receitas de venda de álcool para fins carburantes, que permanecem excluídas da incidência não-cumulativa.

3.8.2.1 Exemplo

A alíquota geral é de 7,6%, embora existam taxas específicas para comerciantes de combustíveis e álcool, medicamentos e artigos de perfumaria, veículos e autopeças e bebidas frias.

O modelo não-cumulativo também permite que as empresas tributadas no regime lucro real ganhem crédito sobre alguns tipos de compras e despesas. Esse crédito será descontado no valor total da contribuição sobre o faturamento, diminuindo o valor final da tributação.

3.8.2.2 Diferenças entre lucro real e lucro presumido

Os regimes cumulativo e não-cumulativo calculam a COFINS sobre o lucro presumido e o lucro real, respectivamente. Por esta razão, é extremamente importante apontar a diferença entre um e outro.

Primeiramente temos que saber o que é o simples nacional. Segundo Cristiano Freitas, “O Simples Nacional é uma opção tributária para empresas que faturam até R$ 3,6 milhões por ano e não desenvolvam atividades impeditivas para esse perfil, como por exemplo: empresas de consultoria, engenharia ou gestão”.

RT – Receita Total (R$ 10.000,00) AL – Alíquota (7,6%)

COFINS PARCIAL = RT X AL = R$ 10.000,00 X 7,6% = R$ 760,00 CC – Compras Creditadas (R$ 3.000,00)

CRÉDITO TOTAL = CC X AL = R$ 3.000,00 X 7,6% = R$ 228,00

COFINS = COFINS PARCIAL – CRÉDITO TOTAL = R$ 760,00 – R$ 228,00 = R$

532,00

(27)

O lucro presumido é uma opção para empresas que faturam até R$ 78 milhões de reais por ano e que não desenvolvam atividade impeditivas para esse perfil, como por exemplo: bancos comerciais, bancos de investimento, arrendamento mercantil e seguradoras.

Já o lucro real é, por exclusão, todas as demais empresas que não estão no perfil do Lucro Presumido ou Simples Nacional são empresas tributadas no Lucro Real.

Sabendo disto, Cristiano Freitas traz o ensinamento a seguir:

No Lucro Presumido as empresas pagam essas duas contribuições, PIS de 0,65% e Cofins de 3,00%, sobre o valor da receita bruta (valor total da nota fiscal), não podendo deduzir nenhuma despesa dessa receita, com exceção das devoluções de venda, abatimentos ou vendas canceladas.

Já no caso do Lucro Real, o percentual de PIS e COFINS mais que dobra de valor, sendo, respectivamente, 1,65% para PIS e 7,60% para Cofins.

Porém, para minimizar tal aumento, é permitida a dedução de algumas despesas no cálculo das contribuições, tais como: insumos de produção, alugueis, parcelas de Leasing, depreciação de máquinas, compras de produtos, etc.

Dessa forma, é preciso verificar exatamente qual opção compensa mais, uma vez que, quanto maior o valor da despesa (que se permite abater do calculo) mais vantajoso é o Lucro Real, pois no final acaba se pagando menos de PIS e COFINS.

Por outro lado, para uma empresa com margens maiores (ou seja, poucas despesas) o Lucro Presumido passa a ser uma melhor opção. (grifo nosso)

3.8.3 Regimes especiais

Sobre este regime, o site Portal Tributário

7

explica que “É aquela modalidade de tributação, onde determinado setor ou até atividade empresarial tem uma forma diferenciada de aplicação tributária, em relação aos demais contribuintes”.

Ainda segundo o mesmo site, “conhecer os regimes pode ser um diferencial para os empreendimentos, pois deles decorrem a suspensão de tributos e até a posterior conversão definitiva do benefício (conversão em alíquota zero), desde que satisfeitas as condições tributárias estabelecidas”.

Devido a atual política governamental de incentivar setores e segmentos, há um grande número de regimes especiais, que, conforme a Receita Federal, podem ser subdivididos em:

1. Base de cálculo e alíquotas diferenciadas;

7

PORTAL TRIBUTÁRIO.Regimes tributários especiais. Disponível em:

http://www.portaltributario.com.br/artigos/regimetributario.htm. Acesso em 05 de março de 2016.

(28)

2. Base de cálculo diferenciada;

3. Substituição Tributária;

4. Alíquotas diferenciadas (Alíquotas concentradas e Alíquotas reduzidas).

4 DOS BENEFÍCIOS TRIBUTÁRIOS RELACIONADOS À COFINS NA ZONA FRANCA DE MANAUS

A Zona Franca de Manaus foi instituída em 1967, através do Decreto-Lei n.

288/67, com o intuito de promover o desenvolvimento regional, através da criação de um centro industrial com determinados benefícios econômicos. Dessa forma, fica caracterizada a Zona Franca como uma área de livre comércio de importação e exportação, além de incentivos fiscais especiais.

Existem 04 (quatro) situações em que há a incidência dos benefícios tributários no âmbito da Zona Franca: a) importação de bens; b) compras de produtos nacionais; c) exportação de produtos; e d) venda de produtos em área nacional. Esses benefícios podem incidir sobre vários tributos, como IPI, II, etc. No entanto, cabe a este trabalho apenas a análise da COFINS no âmbito da ZFM.

4.1 Importação de bens

A COFINS – Importações foi um tributo criado através da MP n. 164/04, sendo posteriormente convertida na Lei n. 10.865/04, com o intuito de atingir serviços oriundos do exterior. Tem como fato gerador a entrada de bens estrangeiros em território nacional ou o pagamento, crédito, entrega, emprego, ou remessa de valores a residentes/domiciliados no exterior como contraprestação por serviço prestado.

Em regra, a COFINS vinculada às importações tem o percentual de 7,60%,

com variações para determinados produtos, como farmacêuticos, perfumaria e

autopeças. No entanto, no que diz respeito à ZFM, há a suspensão da COFINS nas

importações efetuadas pelas empresas ali localizadas, em compra de matérias-

primas, produtos intermediários e materiais de embalagem, nos termos do art. 14-A

da Lei n. 10.865/04.

(29)

Art. 14-A. Fica suspensa a exigência das contribuições de que trata o art. 1

o

desta Lei nas importações efetuadas por empresas localizadas na Zona Franca de Manaus de matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem para emprego em processo de industrialização por estabelecimentos industriais instalados na Zona Franca de Manaus e consoante projetos aprovados pelo Conselho de Administração da Superintendência da Zona Franca de Manaus - SUFRAMA.

Também se aplica a suspensão da COFINS – Importações às empresas localizadas na ZFM quando se tratar de bens a serem empregados na elaboração de matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem destinados a emprego em processo de industrialização, conforme projeto aprovado pelo Conselho de Administração da SUFRAMA. Tal hipótese encontra-se prevista no art. 14, §1°, da Lei n. 10.865/04.

Art. 14. As normas relativas à suspensão do pagamento do imposto de importação ou do IPI vinculado à importação, relativas aos regimes aduaneiros especiais, aplicam-se também às contribuições de que trata o art. 1

o

desta Lei.

§ 1

o

O disposto no caput deste artigo aplica-se também às importações, efetuadas por empresas localizadas na Zona Franca de Manaus, de bens a serem empregados na elaboração de matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem destinados a emprego em processo de industrialização por estabelecimentos ali instalados, consoante projeto aprovado pelo Conselho de Administração da Superintendência da Zona Franca de Manaus – SUFRAMA, de que trata o

art. 5oA da Lei no 10.637, de 30 de dezembro de 2002.

4.2 Compras de produtos nacionais

No que tange às compras de produtos nacionais, a COFINS, em regra, aplica-se com uma alíquota de 7,60% sobre o valor total da nota fiscal de compra de outras unidades da federação. No entanto, ao se tratar de venda de mercadorias destinadas ao consumo ou à industrialização na ZFM, por pessoa jurídica fora da Zona, as alíquotas do COFINS são reduzidas a 0 (zero), conforme preceitua o art. 2°

da Lei n. 10.996/04.

Art. 2o Ficam reduzidas a 0 (zero) as alíquotas da Contribuição para o

PIS/PASEP e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social -

COFINS incidentes sobre as receitas de vendas de mercadorias destinadas

ao consumo ou à industrialização na Zona Franca de Manaus - ZFM, por

pessoa jurídica estabelecida fora da ZFM.

(30)

Em relação a empresas fora da ZFM que vendem para empresas dentro da ZFM, inicialmente elas não eram isentas do pagamento de COFINS, por força do previsto no art. 14, §2°, I da MP n. 2.037-24/00. No entanto, com a ADI n. 2.348/AM, tais empresas passaram a ser beneficiárias da isenção.

Em julgados recentes, é possível observar que esse continua sendo o posicionamento dos Tribunais pátrios. Conclui-se, assim, que a venda de mercadorias para empresas localizadas na ZFM são equivalentes à exportação de produto brasileiro para o estrangeiro. Vejamos:

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUTÁRIO.

ISENÇÃO DO PIS E DA COFINS SOBRE OPERAÇÕES ORIGINADAS DE VENDAS DE PRODUTOS PARA EMPRESAS SITUADAS NA ZONA FRANCA DE MANAUS (ART. 4o. DO DL 288/67). PRECEDENTES DESTA CORTE SUPERIOR. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 83/STJ. AGRAVO REGIMENTAL DA FAZENDA NACIONAL DESPROVIDO.

1. A jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento de que a venda de mercadorias para empresas situadas na Zona Franca de Manaus equivale à exportação de produto brasileiro para o estrangeiro, em termos de efeitos fiscais, segundo exegese do Decreto-Lei 288/67, não incidindo a contribuição social do PIS nem a COFINS sobre tais receitas.

2. Agravo Regimental da Fazenda Nacional desprovido

8

.

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. TRIBUTOS SUJEITOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRESCRIÇÃO. ART. 3º DA LEI

COMPLEMENTAR 118/2005. PRECLUSÃO. AUSÊNCIA DE

PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA 282/STF. MERCADORIAS

DESTINADAS À ZONA FRANCA DE MANAUS. PIS E COFINS. NÃO- INCIDÊNCIA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. REVISÃO. SÚMULA 7/STJ.

1. A questão do prazo prescricional das Ações de Repetição de Indébito Tributário, à luz do art. 3º da Lei Complementar 118/2005, não foi atacada no Recurso Especial. A discussão do tema em Agravo Regimental encontra- se vedada, diante da preclusão.

2. Não se conhece de Recurso Especial quanto a matéria não especificamente enfrentada pelo Tribunal de origem, dada a ausência de prequestionamento. Incidência, por analogia, da Súmula 282/STF.

3. As operações com mercadorias destinadas à Zona Franca de Manaus são equiparadas à exportação para efeitos fiscais, conforme disposições do Decreto-Lei 288/1967. Não incidem sobre elas as contribuições ao PIS e à Cofins. Precedentes do STJ.

8

STJ - AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO : AgRg no Ag 1420880 PE

2011/0125824-8

(31)

4. A revisão da verba honorária implica, como regra, reexame da matéria fático-probatória, o que é vedado em Recurso Especial (Súmula 7/STJ).

Excepcionam-se apenas as hipóteses de valor irrisório ou exorbitante, o que não ocorreu no caso dos autos.

5. Agravo Regimental parcialmente conhecido e, nessa parte, não provido

9

.

Nos termos do art. 2° do Decreto n. 5.310/04, também são reduzidas a 0 (zero) a alíquota da COFINS incidente sobre as receitas decorrentes da comercialização de matérias-primas, produtos intermediários e matérias de embalagem, produzidos na ZFM para emprego em processo de industrialização por empresas ali localizadas com projetos aprovados pelo Conselho de Administração da SUFRAMA.

Art. 2o As alíquotas da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS

incidentes sobre a receita bruta auferida com a venda de matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem, produzidos na ZFM, para emprego em processo de industrialização por estabelecimentos industriais ali instalados e consoante projetos aprovados pelo Conselho de Administração da Superintendência da Zona Franca de Manaus - SUFRAMA, são de zero por cento.

4.3 Exportação de produtos

Sobre a exportação de bens, não há a incidência da COFINS, nos termos do art. 6° da Lei n. 10.833/03:

Art. 6º A COFINS não incidirá sobre as receitas decorrentes das operações de:

I -exportação de mercadorias para o exterior;

(...)

III -vendas a empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação.

4.4 Venda de produtos nacionais

De acordo com a Cartilha de Incentivos Fiscais, disponível no sítio eletrônico da SUFRAMA

10

, o incentivo consiste em redução das alíquotas incidentes sobre as

9

STJ - AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO : AgRg no Ag 1295452 DF 2010/0062652-5

10

Disponível no ste:

http://www.suframa.gov.br/noticias/arquivos/Cartilha_Incentivos_Fiscais_PORT_VF_04_10_2014.pdf.

Acesso em 05 de março de 2016.

Referências

Documentos relacionados

La precipitación de referencia acumulada registrada en la cuenca del Guadiana durante el año hidrológico 2008- 2009 ha sido inferior (64%) a la precipitación media acumulada en

Efetivamente, as plantas cultivadas no substrato G tiveram um crescimento levemente inferior, que poderá estar relacionado com algumas características físicas não

[r]

Somente será admitido ao local de prova, para o(a) qual esteja designado, o(a) candidato(a) inscrito(a) no concurso, o(a) qual deverá apresentar à Comissão de

Maria amargava a dor de, além de manter um casamento sem amor, ser chamada de árvore que não dá frutos; e nesta época, toda mulher que não tinha filhos era tida como

AVALIAÇÃO IN VITRO DA INFILTRAÇÃO APICAL DE CANAIS RADICULARES OBTURADOS COM CONES DE GUTA PERCHA DE DIFERENTES CONICIDADES.. Evaluation in vitro of apical microleakage in

- Financiamento individual destinado à aquisição de material de construção, para reforma, ampliação ou construção de imóvel, direcionado aos militares das

Pode a consulente beneficiar-se da redução a zero das alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre a receita bruta decorrente da venda de