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4. Organização e gestão do ensino e aprendizagem

4.1. Conceção

4.3.2. Instrução

4.3.2.2. Exposição

Ao longo do ano letivo, recorri à exposição de conteúdos de forma a que a turma nunca perdesse o foco nas informações que lhes estava a transmitir. Assim, tentei gerir o tempo de preleção o melhor possível, por forma a não tornar uma informação importante em algo massudo. Ferreira (2013, p. 135) vai ao encontro desta ideia quando nos diz que a “exposição não deve ser demasiado

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alunos.” Existiram situações em que falei mais tempo e outras em que falei

menos, dependendo da importância da informação que transmitia aos alunos sobre um determinado conteúdo, mas fi-lo sempre com o cuidado de manter a concentração destes. Para Rosado e Mesquita (2011, p. 94), um “primeiro critério

de qualificação de exposições cruza-se com os critérios de gestão, nomeadamente do tempo de sessão, enfatizando-se a necessidade de realização de preleções sucintas e focadas sobre os objetivos da sessão, sobre os aspetos relevantes da informação, disponibilizando mais tempo para a atividade física e possibilitando uma compreensão mais perfeita da informação.”

Ainda de acordo com os mesmos autores, conclui-se que “o rigor e a adequação

do conteúdo informativo transmitido é decisivo para a focalização da atenção e para a imagem mental que o praticante constrói acerca dos movimentos” (2011,

p. 94). Por isso, tentei sempre recorrer a preleções com informação coerente e concisa, com o objetivo de manter os alunos atentos ao que transmitia.

“Os alunos entenderam bem a explicação do exercício e quais os seus objetivos. No final da explicação perguntei se tinham surgido dúvidas, como faço habitualmente. Todos indicaram não ter dúvidas, mas mesmo assim, pedi a um aluno que explicasse novamente o exercício. Foi congratulante perceber que este explicou muito bem o que demonstrou a eficácia de uma explicação sucinta, mas objetiva. O exercício teve o sucesso esperado, tendo os alunos aprendido e cumprido o que lhes tinha sido pedido.”

Futsal. Reflexão. 24 de outubro de 2018

Tentei que as minhas preleções ao longo do ano fossem facilmente compreendidas pelos alunos. É importante que estes entendam o que é pedido, como fazer e o resultado esperado, mas é igualmente relevante que estes percebam o porquê de exercitarem determinado conteúdo. Os alunos desta turma são naturalmente curiosos e sedentos de aprendizagem, pelo que era importante mantê-los dentro do processo da sua aprendizagem. Usei muitas vezes, durante ou no final da preleção, o questionamento. Para mim, esta ferramenta é extremamente importante, pois permitiu-me conversas interativas

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e não a realização de monólogos. Possibilitou-me, também, saber se o aluno “A” ou “B” entendeu o que pedia e permitiu-me muitas vezes perceber e esclarecer dúvidas que muitas vezes os alunos não colocam por vergonha ou medo de falar. Apesar disso, usei esta estratégia com cuidado, pois é necessário perceber se podemos expor ou não determinado(a) aluno(a).

Para Rosado e Mesquita (2011, pp. 94-95), devemos iniciar a exposição

“indicando alguns elementos ou casos particulares que sugerem os aspetos fundamentais do assunto, fazendo apelo à experiência, aos conhecimentos, às expectativas e opiniões dos praticantes, informando sobre casos representativos dos conceitos a desenvolver, para estimular a sua atenção e facilitar a compreensão dos conceitos envolvidos, explicando, de seguida, esses assuntos, definindo os conceitos, as regras, os princípios, isto é, generalizando a partir da experiência concreta dos alunos ou atletas. Num terceiro momento, é desejável apresentar, novamente, exemplos que ilustrem esses conceitos ou procedimentos, retirando-os da experiência comum dos praticantes e sublinhando o seu interesse e a sua aplicabilidade. Finalmente, terminar a preleção com uma breve síntese dos aspetos mais importantes a reter ou a aplicar, permitindo, após a exposição, um tempo para que se possam clarificar eventuais dúvidas.”

“No ensino das fintas comecei pela finta de arranque. Assim, iniciei a explicação relembrando os alunos que na aula anterior tinham trabalhado esta finta sem bola, com o objetivo de criarem uma linha de passe ou espaço para cortar para o cesto. Neste momento quis perceber o que os alunos tinham percebido e interiorizado deste conteúdo, assim pedi a um aluno (praticante de basquetebol federado) que exemplificasse com alguns erros, para que os restantes pudessem dizer o que estava errado e qual a forma correta. Foi bom verificar que os alunos que respondiam às perguntas o faziam bem e isso permitia também que os restantes esclarecessem algumas dúvidas. Foi igualmente importante estes questionarem o objetivo desta finta e quando a realizar, pois essa compreensão levou a uma maior motivação destes em aprender e a realizar bem. Após isso, exercitamos esta finta que no geral correu

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muitíssimo bem, onde não só verifiquei que os alunos perceberam a forma correta de a fazer, mas também o objetivo da mesma. É preciso especial cuidado ao explicar um exercício colocando questões aos alunos. Alguns alunos podem não gostar de se sentir expostos tendo receio de dizer algo errado. Tenho usado esta estratégia porque, a turma tem-me dado garantias para o poder fazer, contudo sei que nem todas as turmas e nem todos os alunos aceitam esta situação.”

Basquetebol. Reflexão. 25 de janeiro de 2019

Em suma, as minhas exposições foram, preferencialmente, sucintas, muito focadas no objetivo, informativas e acima de tudo de forma a que os alunos também participassem. Tentei ao máximo que estes não saíssem destes momentos com dúvidas, pois isso significaria que estes tivessem mais dificuldades em ter sucesso. Nem sempre o consegui e muitas vezes tive de voltar a explicar. Mas o importante é que os alunos soubessem que, se fosse precisa nova explicação, eu estava presente para esclarecer e os levar ao sucesso. Um aluno quando sabe que o professor se interessa está sempre mais motivado para aprender.

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