PERÍODO PESQUISADOR CONTRIBUIÇÃO
Saint-Léger 1818 - Processo de fabricação cales hidráulicas artificiais
Até 1891 Joseph Aspdin 1824 - Processo de fabricação do cimento Portland
“Princípios da
Louis Vicat 1828 - Importância da granulometria da areia: inconvenientes do excesso de água
Tecnologia de
cimentos Rondelet 1830 - Finura da areia é fundamental
Argamassas e Preádeau 1881 - Fundamento da granulometria descontínua
Concretos” Le Châtelier 1887 - Identifica os compostos principais do cimento
Paul Alexandre 1888 - Introduz o conceito de água de molhagem dos agregados René Feret 1892 - Lei fundamental de correlação entre resistência e compacidade Fuller 1901 - Curva de referência (parábola) para granulometria ideal 1982 a 1951a Duff Abrams 1918 - Lei universal aceita de correlação entre resistência e relação
água/cimento; módulo de finura; cone de abatimento para medida de consistência
Bolomey 1925 - Melhora a curva de referência de Fuller “Fundamentos dos
Ary Torres 1927 - Confirma os modelos de Ferét e Abrams e propõe o método do módulo de finura no Brasil
Métodos clássicos Du Sablon 1927 - Princípios de granulometria contínua
de dosagens Inge Lyse 1931 - Demonstra a importância da água por unidade de volume na definição
da consistência do concreto
Lobo Carneiro 1937 - Método de dosagem do INT com base nas curvas de Bolomey
Blanks 1944 - Texto consensual do ACI (na época 613, atual 211)
Vallete 1949 - Método de dosagem com base na granulometria descontínua e água de molhagem
Petrucci 1951 - Método de dosagem do ITERS – criação própria
Paulo Sá 1936 - Aplicação da estatística às características das madeiras Oliveira 1939 - Aplicação da estatística ao controle da resistência do concreto
1936 a 1978 Walker 1944 - Aplicação dos conceitos da probabilidade à dosagem do concreto (1%)
Morgan 1944 - Dosagem do concreto com base a resistências mínimas (1%)
Lobo Carneiro 1944 - Dosagem do concreto com base a resistências mínimas (2,5%)
“Consideração Leme 1953 - Conceito moderno de coeficiente de segurança
dos parâmetros C&CA 1954 - Simpósio sobre dosagens e controle de qualidade do concreto
estatísticos” Basilio 1954 - Influência do coeficiente de variação na dosagem
ABNT, NB-1 1960 - Adota exclusivamente o coeficiente de variação como parâmetro característico da produção do concreto
CEB, CIB, FIP,
Rilem 1972 - Privilegia o desvio padrão como parâmetro característico da produção do concreto ABNT, NBR-6118 1978 - Adota exclusivamente o desvio-padrão como parâmetro característico
da produção do concreto
L ’Hermite 1950 - Introduz o modelo reológico para representar o comportamento do concreto fresco
Tatersall 1957 - Aprofunda os estudos de reologia
1950 a 1978 Bombled 1968 - Aprofunda os estudos de reologia do concreto fresco correlacionando-o ao concreto endurecido
Powers 1968 - Propõe um modelo abrangente de dosagem
Sobral 1977 - Analisa os modelos de Powers, no Brasil
“Teoria Camargo 1977 - Propõe uma representação do comportamento resistente integral do
concreto
abrangentes” Priszkulnik 1977 - Analisa os modelos reológicos
Tattersall 1978 - Publica um resumo das teorias sobre reologia e trabalhabilidade dos concretos frescos
1958 a 1990
Kurt Wals 1958 - Introduz a curva de referência da resistência do cimento com a relação água/cimento, que é posteriormente adotada em vários países Murdok 1960 - Apresenta uma fórmula simplificada de representação dos fatores que
influem na trabalhabilidade
Popovics 1968 - Apresenta critérios simples e práticos utilizáveis para os ajustes experimentais do traço teórico
Fusco 1979 - Ressalta a importância da variabilidade da resistência do cimento sobre a resistência do concreto
“Aperfeiçoamento e simplificações dos parâmetros de dosagens”
Rodrigues 1990 - Apresenta a versão nacional do método de dosagem do ACI incluindo parâmetros obtidos de correlações atualizadas
2.2.2 – Dosagem Experimental do Concreto.
É evidente a importância e é consenso a viabilidade técnica e econômica do concreto, o que justifica o seu uso para os mais variados fins. Sob estes aspectos ganha importância a dosagem do concreto uma vez que sua produção é simples e seus principais constituintes são relativamente baratos.
O concreto e as metodologias de dosagem evoluíram consideravelmente ao longo dos últimos tempos. Um exemplo disso é mostrado por Basilio (1997) quando apresenta uma especificação do concreto utilizado em 1890, que determina:
“O concreto deve ser formado de pedra britada sã ou seixo rolado, para serem
misturados em caixas adequadas, com argamassa da qualidade descrita (uma parte de cimento para duas partes de areia e uma moderada dose de água) na proporção de quatro partes de pedra para uma parte de cimento; será colocado imediatamente após a mistura e fortemente compactado por meio de um soquete até que a água apareça na superfície. O montante de água utilizado para a fabricação do concreto será aprovado ou dirigido pelo engenheiro”.
Quando se elaborou esta especificação para o concreto, não se pensava pelo menos segundo os preceitos atuais, sobre questões relacionadas à durabilidade, retração, reologia da pasta entre outras. Não se dispunha à época de conhecimentos, técnicas e equipamentos para tal.
Passaram-se os anos e surgiram termos como “dosagem empírica”, “dosagem racional”, que alguns autores preferem denominar “dosagem experimental”, e conseqüentemente surgiram os chamados métodos de dosagem do concreto. Vasconcelos apud Boggio (2000) sugere que um estudo de dosagem racional deve nortear-se fundamentalmente por:
a) Fixar medidas que assegurem, com uma margem de erro previamente estabelecida, as propriedades do concreto após o seu endurecimento, garantindo suas
especificações;
b) Fixar parâmetros que assegurem a trabalhabilidade indispensável à perfeita e fácil moldagem das peças, de forma que se garanta a homogeneidade da mistura ao término das operações de adensamento;
c) Fixar medidas que permitam maior economia na produção do concreto, sem prejuízos para as suas propriedades tanto no estado fresco quanto no estado endurecido.
Para determinar-se um traço de concreto, várias metodologias de dosagem têm sido desenvolvidas e utilizadas no meio técnico da engenharia civil. A figura 2.2 proposta por Helene & Terzian (1993) apresenta, no que se refere aos métodos de dosagem do concreto, duas linhas de pesquisa, ou seja, os métodos experimentais e os teóricos.
No estudo de dosagem as propriedades do concreto, tanto na condição fresca quanto na endurecida, devem ser consideradas e avaliadas. Portanto, o engenheiro tecnologista pode deparar- se com situações em que o concreto exige compatibilização entre uma dada condição da mistura
fresca e aquelas exigidas na condição da mistura endurecida. Alguns exemplos dessas situações são apresentados na tabela 2.2.