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Fórum Brasileiro de Mudança do Clima FBMC

No documento EMISSÕES DE GEE DO BRASIL (páginas 69-80)

Limitações dos Dados

TOTAL DE DOAÇÕES RECEBIDAS PELO FUNDO AMAZÔNIA (VALORES HISTÓRICOS)

3.4.5. Fórum Brasileiro de Mudança do Clima FBMC

O Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, criado em 2000 sendo relevante espaço de diálogo da sociedade e governo nas gestões de FHC e Lula foi relegado a instância sem relevância durante a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff, ficou inativo após o início de seu processo de impeachment e assim permaneceu até meados de 2017. Somente em junho deste ano, decreto assinado pelo presidente Michel Temer modificando seu nome (para Fórum Brasileiro de Mudança do Clima), sua estrutura e atribuições.

O FBMC retomou suas atividades em caráter oficial recentemente, com foco principal na formulação de recomendações de representantes de diferentes setores da sociedade civil para uma estratégia nacional de implementação e financiamento da NDC brasilei- ra. Uma série de diálogos está sendo conduzida através de câmaras temáticas sobre os seguintes assuntos: Adaptação, gestão de riscos e resiliência; Florestas; Biodiversidade; Agricultura e Pecuária; Energia; Transportes; Indústria; Cidades e Resíduos; Financiamen- to; Defesa e Segurança; Ciência, Tecnologia e Inovação; e Visão de Longo Prazo.

Considerando a necessidade premente de mitigação das emissões de GEE e a análi- se da trajetória de emissões brasileiras entre 1990 e 2015 e das políticas públicas e compromissos do Brasil a elas associados, temos as seguintes recomendações para a agenda climática no Brasil:

Definição de uma nova “governança climática“ do Brasil, em âmbito federal, que reflita o novo momento da agenda climática global e os compromissos do país junto ao Acordo de Paris, com engajamento de alto nível, de ministros de áreas estratégicas, como a econômica, que assegure a participação da socie- dade civil e que defina claramente órgãos executores, seus papéis e responsa- bilidades e que evidencie como os diferentes ministérios e instituições atuam, de que forma colaboram entre si e como são aplicados os diferentes instru- mentos de implementação da Política Nacional sobre Mudança do Clima. Suspensão e reversão imediata de todos os processos que levem à redução de áreas protegidas no Brasil.

Revogação da Lei no 13.465/2017 em favor de um programa de regularização

fundiária que não anistie nem subsidie a grilagem em áreas urbanas ou rurais. Esclarecimento e/ou revisão da NDC brasileira considerando os dados do Ter- ceiro Inventário de emissões de GEE ajustando e aprofundando o compromis- so de redução das emissões expresso no limite de emissões líquidas absolu- tas em 2025 e 2030.

Revisão da NDC brasileira à luz dos objetivos maiores do Acordo de Paris, den- tre os quais o de limite de temperatura (“bem abaixo dos 2°C, e envidar esfor-

ços” no sentido de limitar o aquecimento a 1,5°C), uma vez que a NDC brasileira

faz referencia exclusivamente ao limite de 2°C.

Revisão da Lei 12.187/2009 para incorporação de todos os compromissos as- sumidos pelo Brasil no âmbito do Acordo de Paris e para demais ajustes que se façam necessários. I. II. III. IV. V. VI.

do Clima, conforme Lei nº 12.187/2009, a todas as políticas governamentais federais, conforme estabelece o artigo XI daquela lei, e principalmente aos grandes planos de desenvolvimento para setores de infraestrutura, energia, agricultura e pecuária e indústria.

Estabelecimento de plano de investimentos para a plena implementação da Política Nacional sobre Mudança do Clima, dos planos setoriais de mitigação e adaptação às mudanças climáticas, bem como dos instrumentos da Política Nacional sobre Mudança do Clima para o período 2015-2020.

Realização e ampla divulgação de uma avaliação da implementação do Plano Nacional sobre Mudança do Clima, explicitando a evolução rumo a todas as metas e todos os compromissos expressos no plano.

Publicação anual de relatório com indicadores de monitoramento da imple- mentação dos planos setoriais de mitigação de emissões de GEE.

Promoção da harmonização do Plano Nacional sobre Mudança do Clima com os Planos Setoriais de Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas, sempre optando pelos objetivos e metas mais ambiciosos.

Aceleração do processo de implementação de mecanismo(s) de precificação de carbono no Brasil, a partir do diálogo entre Governo e sociedade civil sobre os preceitos e resultados do projeto Brasil – Partnership for Market Readiness. Aceleração da implantação do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros e ações complementares para mapeamento sistemático das mudanças de uso do solo no Brasil, em todos os biomas.

Publicação anual da taxa de desmatamento do ano anterior de todos os bio- mas brasileiros e de um relatório explicitando que proporção do desmata- mento é legal e ilegal e quais são as medidas adotadas para tratar de cada desmatamento ilegal identificado.

Revisão do decreto que estabeleceu a CONAREDD+ para ampliação da participa- ção de representantes de diferentes setores da sociedade civil brasileira, e com vistas a melhor definir o papel da Comissão e evitar sobreposição de funções com outras instâncias, como os Comitês Técnicos e Orientador do Fundo Amazônia.

VIII. IX. X. XI. XII. XIII. XIV. XV.

parceria com Estados e outras entidades capacitadas.

Estabelecer regulamentação que impeça que qualquer fonte de recurso pú- blico financie atividades de alta intensidade de emissões ou que promovem o aumento de emissões de gases de efeito estufa ou a perda de recursos naturais (sumidouros).

Adequação de todos os Planos Setoriais para a incorporação de metas de controle e redução de emissões de GEE, de indicadores de monitoramento e avaliação vinculados à redução de emissões desses gases e dos meios de implementação.

Revisão das políticas de incentivos econômicos para indústria, substituindo os incentivos por setor específico e promovendo incentivos abrangentes com foco na contribuição para mitigação e adaptação às mudanças climáticas. Tornar transparente e acessível o sistema de planejamento da política ener- gética, permitindo e facilitando o acesso da sociedade civil a bases de dados e programas utilizados na modelagem setorial. Ampliação da função objetivo do planejamento do setor elétrico, hoje focada apenas no menor custo, para incorporar as emissões de GEE e outros fatores socioambientais.

Dar publicidade aos critérios adotados para definição e formação dos leilões de energia elétrica, bem como às informações referentes às quantidades e modalidades de energia contratada no Ambiente de Contratação Livre (ACL) e seus agentes.

Retomada das metas de uso de biocombustíveis, em especial a do etanol, que vem sendo consistentemente descumprida (aumentar em 10% ao ano o uso do etanol até 2020). Estabelecimento de metas de redução de intensidade de emissões de GEE pelo transporte de carga no Brasil.

Estabelecimento de estratégia para o phase-out de combustíveis fósseis no Brasil e redirecionamento de investimentos desta área para energias renová- veis e progresso social.

Estabelecimento de metas ambiciosas de redução de intensidade de emis- sões de GEE pelo transporte de cargas no Brasil, incluindo a elaboração de

XVII. XVIII. XIX. XX. XXI. XXII. XXIII. XXIV.

dais menos emissores.

Ampliação dos investimentos na melhoria da mobilidade urbana, buscando a expansão e aumento da qualidade do transporte público e do transporte não-motorizado. A Política Nacional de Mobilidade Urbana deve contemplar ações de mitigação de emissão de GEE e ações de emergência no caso de desastres, como enchentes e alagamentos, cada vez mais frequentes nas ci- dades.

Ampliação as práticas da agricultura de baixa emissão de carbono para todo o Plano Safra.

Na revisão do Plano ABC, ampliar os subsídios e financiamentos para agricul- tura de baixo carbono e reduzir subsídios para agricultura com alto índice de emissões, de modo a provocar/estimular uma migração para agricultura de baixo carbono em todo o país. Vincular o PROAGRO a ações de adaptação e menos emissões de gases de efeito estufa, com redução do desmatamento e recuperação ambiental de áreas degradadas.

Estabelecimento de uma estratégia de multiplicação do investimento público e privado em inovações para mitigação e adaptação às mudanças climáticas, inclusive pela ampliação da abrangência, escopo e recursos disponíveis em instrumentos como o Fundo Clima e Fundo Amazônia

Retomar os trabalhos de harmonização de politicas públicas estaduais, ofe- recendo apoio aos governos subnacionais na elaboração de políticas de in- centivo à redução de emissões e adaptação à mudança do clima nos setores mais vulneráveis.

Retomada das reuniões do CIM/GEX com publicidade tempestiva de suas atas, apresentações e documentos..

Identificar e reduzir ou eliminar os subsídios a tecnologias e empreendimen- tos com altos índices de emissões de GEE, em todos os setores.

Promover a revisão de políticas de ordenamento territorial considerando os impactos da mudança do clima, incorporando análises de vulnerabilidade nos diversos setores, evitando a ocupação de áreas de risco contando com a pro-

XXV. XXVI. XXVII. XXVIII. XXIX. XXX. XXXI. XXXII.

que vão além da remoção de emissões.

Discutir com a sociedade a revisão do Plano Estratégico Nacional de Áreas Pro- tegidas (DECRETO Nº 5.758, DE 13 DE ABRIL DE 2006), mencionado na INDC, assim como garantir os mecanismos para incrementar a capacidade nacional e, segurança hídrica e em conservação da biodiversidade, por meio de estratégias de conservação da biodiversidade e mecanismos de incentivo como pagamen- to por serviços ambientais (PSA) e estímulo à adoção dos PRAs previstos na legislação florestal (novo código florestal) e criação de reservas particulares.

Os relatórios analíticos setoriais publicados pelo Observatório do Clima (http://seeg.eco. br) apresentam um conjunto de recomendações adicionais e específicas para cada setor (agropecuária, energia, processos industriais, resíduos e mudança de uso da terra).

ANEXO 1 – Emissões de GEE no Brasil, por fonte de emissão, entre 1970 e 1985 (MtCO2e) – todos os setores exceto mudança de uso da terra

CO2 CH4 N2O HFC-125 HFC-134a HFC-143a HFC-152a CF4 C2F6 SF6 1 5 270 1.113 55 4.288 0 10.052 22.468 40.935 1 21 310 2.800 1.300 3.800 140 6.500 9.200 23.900 EQUIVALÊNCIA GWP E GTP Gás GTP-100 GWP-100 CO2 CH4 N2O HFC-23 HFC-32 HFC-125 HFC-134a HFC-143a HFC-152a CF4 C2F6 SF6 1 4 234 12.700 94 967 201 2.500 19 8.040 13.500 28.200 1 28 265 12.400 677 3.170 1.300 4.800 138 6.630 11.100 23.500 Gás GTP-100 GWP-100

No documento EMISSÕES DE GEE DO BRASIL (páginas 69-80)

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