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Como observado na contextualização histórica dos principais marcos referentes à questão da água em escala global, os fóruns mundiais assumiram gradativamente um papel importante no debate, consolidando-se como o maior evento dedicado ao tema no mundo. Desde sua primeira edição, em 1997, o evento é realizado a cada três anos, reunindo representantes governamentais, organizações internacionais, organizações não governamentais (ONGs), instituições financeiras e indústrias. Já foram realizados sete fóruns mundiais da água, cada uma deles teve lugar em diferentes países do globo, o próximo fórum será realizado no Brasil, na cidade de Brasília em 2018. O evento passa a assumir uma grande dimensão a partir do segundo fórum realizado em Haia na Holanda, segue abaixo a relação de eventos já realizados:

Figura 6 – Fóruns realizados pelo Conselho Mundial da Água

Fonte: Match Plus. Disponível em: <http://www.matchplus.nl/projects/world-water- forum-2015-daegu-gyeongju-kp/>. Acesso em: nov. 2015.

Para estabelecermos uma análise sobre as discussões e debates apresentados durante estes eventos, concentramos a pesquisa, exposta nessa seção, nos relatórios finais de cada um dos fóruns, que passam a ser publicados a partir do 3º Fórum Mundial da Água. Portanto, as informações e os destaques de cada tema, aqui expostos, passam inevitavelmente pela perspectiva do Conselho, responsável pela publicação desses documentos.

Embora não tenham sido organizados da mesma forma em todas as edições, os fóruns têm obedecido a uma estrutura de organização relativamente constante. Quatro divisões principais podem ser descritas: processo temático, processo político (que se dá em escala ministerial, parlamentar e local), processos regionais e processo cidadão (que hospeda a participação da sociedade civil organizada).

A realização do evento conta, portanto, com centenas de mesas de debate e exposições dos mais variados temas. No último fórum, por exemplo, foram 400 sessões de debate divididas nos grupos intitulados por: processo temático, processo político, processo regional, processo de ciência e tecnologia e fórum cidadão.

A diversidade de temas e de setores presentes, além do volume de participantes, confere aos fóruns um papel importante no debate da água e seus resultados não podem ser mensurados ou descritos em sua totalidade.

O documento final de maior destaque nestes eventos certamente são as declarações ministeriais, em razão de seu caráter de produto final das diversas discussões realizadas ao longo dos fóruns. Seu resultado final é muitas vezes genérico e pouco deliberativo, pois depende de um alto grau de consenso entre os representantes de governos nacionais. De maneira breve, pode-se descrevê-los como documentos que convergem para questões já majoritariamente aceitas e cristalizadas no cenário internacional sobre a água.

No entanto, por essa mesma razão, as declarações ministeriais são um importante objeto de investigação para os propósitos desta pesquisa. É possível perceber, por exemplo, que a visão particular sobre a água que o Conselho exprime em seus documentos não é contraposta pelos resultados finais das declarações

ministeriais, ou seja, a subjetividade apresentada pela agenda do Conselho é amplamente aceita e expressa de maneira consensual nos resultados publicados.

O 1º Fórum Mundial da Água foi realizado em março de 1997, em Marrakech, no Marrocos. Nesse primeiro encontro, o governo do país-sede e diversos órgãos das Nações Unidas foram os responsáveis pela organização e realização do evento. O encontro contou com 500 participantes de 63 países que debateram sobre a gestão de água, dando início ao encontro mundial que se tornaria o de maior envergadura sobre o tema.

Nesse fórum foi elaborada a “Declaração de Marrakesh”, que estabelecia a importância do Conselho para a temática da água. O Conselho Mundial da Água recebeu o mandato para desenvolver um relatório sobre a Visão Mundial da Água para a Vida e o Meio Ambiente para o século XXI. Em setembro desse mesmo ano, foi realizada uma assembleia geral com os membros do Conselho durante o IX Congresso Mundial da Água, organizado pela IWRA. A constituição do Conselho foi aprovada e o primeiro quadro de governadores foi eleito. O tema geral do encontro foi intitulado “Água: patrimônio comum da humanidade”.

Além disso, foi destacada a necessidade de se desenvolver e investir em um sistema eficiente de gestão de água em caráter global. A proteção dos ecossistemas, a gestão eficiente e o suporte à equidade de gênero foram os principais temas levantados nesse primeiro encontro. A construção de uma parceria forte entre governos e sociedade civil também foi um ponto importante defendido pelo Conselho.

O fórum foi organizado pelo governo marroquino. Os principais temas estiveram relacionados à urgência para a compreensão das questões ligadas à água, seus aspectos políticos, econômicos e institucionais. Nesse sentido, foi verificada a necessidade da elaboração de um relatório sobre a situação dos recursos hídricos no planeta, intitulado Vision for Water: Life and Environment.

Nesse primeiro evento foi possível identificar um esforço em destacar a necessidade de se por em prática os princípios elaborados no encontro de Mar Del

Plata e os princípios de Dublin, bem como o capítulo 18 da Conferência do Rio, para

encontra-se na declaração final do evento. As necessidades humanas básicas, como o acesso à água potável e ao saneamento básico, são particularmente citadas na declaração como elementos fundamentais para o estabelecimento de um mecanismo eficiente de gestão da água.

O 2º Fórum foi realizado em Haia, Suíça, em março de 2000. A Conferência Ministerial foi composta por 120 ministros. Como resultado de maior destaque, foi elaborada a Declaração de Haia sobre a segurança da água para o século XXI. O tema geral do evento foi intitulado “Da visão para a ação”. Nesse fórum o número de participantes subiu para 15.700 pessoas, contando com 144 ministros e representantes oficiais de 130 países.

Como pudemos destacar no tópico anterior sobre o Conselho Mundial da Água, neste fórum foi lançado pelo Conselho o documento intitulado Visão

Mundial da Água: fazendo da água um negócio para todos. O debate sobre a

participação do setor privado também esteve presente no 3º Fórum Mundial da Água, realizado em Kyoto, Shiga e Osaka, no Japão. As publicações do Conselho foram referências para debates ocorridos na Cúpula do Milênio das Nações Unidas (2000) e na Conferência Internacional de Água Potável de Bonn (2001), bem como pela Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável.

Esse terceiro fórum foi o maior evento sobre a temática da água da época. Mais de 24.000 pessoas participaram do evento, incluindo 6.000 não japoneses, 1.300 delegados como representantes oficiais de 170 países e 47 organizações internacionais estiveram presentes nas Conferências Ministeriais, com a participação de 130 ministros.

Segundo o Conselho Mundial da Água, o fórum teve impacto nas reuniões do G-8 e na reunião da CSD que se seguiram. Destacamos na Figura 6 os países que tiveram representantes na Conferência Ministerial em Kyoto. Pode-se observar uma baixa representação dos países americanos.

Figura 7 - Países com

Fonte: elabor

Dando pros fórum, o Conselho Mund a Água. Nesse relatório por objetivo alcançar as m compromissos foram ass um dos países que estive A questão d que a água não deve se que deva ser privatizad propriedade comum.

Contudo, os devem ser avaliados no lançadas em Johannesb Conselho Mundial da Ág associada a esta agend

m representantes na conferência minist Mundial da Água.

borado pelo autor com base na pesquisa docum

rosseguimento aos compromissos prop ndial da Água apresentou o Relatório Mund io estavam descritas mais de 3.000 ações s melhorias propostas nos compromissos a ssumidos com o objetivo de serem levado iveram presentes.

o da privatização era expressa através do ser monopólio do Estado, muito embora zada. Ao contrário, a água deve ser t

os serviços de água não estão livres de cu no caso das regiões mais pobres. As sburgo (2002) também foram apontadas Água. A necessidade de parcerias públi nda de erradicação da pobreza e da f

isterial do III Fórum

cumental.

opostos no segundo undial de Ações sobre ões locais que tinham s anteriores. Diversos ados a cabo por cada

do posicionamento de ra isso não signifique r tratada como uma

custos e os subsídios As metas do milênio as como objetivos do blico-privadas esteve falta de acesso ao

saneamento básico e à água potável. No entanto, a “água como um direito humano”, afirmação presente em Johanesburgo, não esteve presente na declaração ministerial de Kyoto. A posição do Conselho a respeito desse tema pode ser destacada a seguir:

A posição do Conselho neste debate reflete a opinião da grande maioria dos participantes, embora também houvesse fortes argumentos opostos de alguns grupos da sociedade civil sobre a questão fundamental da participação do setor privado nos serviços de água. O Conselho declara que (i) uma ampla gama de soluções pode ser possível para administrar com sucesso serviços públicos de água e que (ii) as autoridades locais devem ser capazes de fazer suas próprias escolhas, tendo em conta as suas capacidades e os desejos de sua população. Em todo caso, ajudar o setor privado local para reforçar as suas capacidades também é fundamental para o desenvolvimento dos seus países (WORLD WATER COUNCIL, 2003b, p. 22-23)71.

A Declaração Ministerial produzida nesse encontro levantou 29 pontos, dos quais destacamos o ponto 6, que possui uma convergência importante com relação ao posicionamento do Conselho, este já destacado anteriormente.

6 Devemos explorar toda a gama de mecanismos de financiamento, incluindo a participação do setor privado alinhada com as nossas políticas e prioridades nacionais. Vamos identificar e desenvolver novos mecanismos de parcerias público-privadas para os diferentes atores envolvidos, assegurando o controle público necessário e quadros legais para proteger os interesses públicos, com particular ênfase na defesa dos interesses dos pobres (WORLD WATER COUNCIL, 2003c, p.110)72.

71 The position of the Council in this debate reflects the opinion of the large majority of participants,

though there were also strong opposing arguments from some of the civil society groups on the fundamental issue of involvement of the private sector in water services. The Council states that (i) a wide range of solutions may be possible to successfully manage water utilities and that (ii) local authorities should be able to make their own choice taking into account their capacities and the wishes of their constituency. In any case, helping the local private sector to strengthen its capacities is also critical for the development of their countries (WORLD WATER COUNCIL, 2003b, p. 22-23).

72 6 We should explore the full range of financing arrangements including private sector participation in

line with our national policies and priorities. We will identify and develop new mechanisms of public- private partnerships for the different actors involved, while ensuring the necessary public control and legal frameworks to protect the public interests, with a particular emphasis on protecting the interests of the poor (WORLD WATER COUNCIL, 2003c, p.110).

Isso demonstra que os resultados finais, entendidos como consensuais, também podem ser interpretados como perspectivas hegemônicas, ou seja, a diversidade de posicionamentos e ideias que participam desse evento não é materializada nos principais resultados finais. O Conselho destaca uma oposição forte a essa perspectiva que parte da sociedade civil, mas essa oposição, ainda que participe do debate, não está inserida nos documentos propositivos finais do evento. O mesmo não ocorre com o posicionamento do Conselho. Neste caso, sua posição se insere integralmente ao resultado final da declaração ministerial.

Em 2006 foi realizado o 4º Fórum Mundial da Água, na Cidade do México, intitulado “Ações Locais, Desafios Globais”. Cerca de 20 mil participantes estiveram presentes em mais de 200 sessões temáticas. Trezentas organizações representavam 51 países. Segundo Ribeiro (2008), nesse fórum foi firmado diversos acordos bilaterais, em especial sobre águas subterrâneas. Dois documentos lançados neste fórum pelo Conselho Mundial podem ser destacados, segundo o autor, a saber: O informe sobre o financiamento de água para todos e O direito à

água: do conceito à implementação.

Nesse fórum, a participação dos países se amplia significativamente, como pode ser observado na Figura 7. Entretanto, as construções discursivas presentes nos documentos finais referentes ao fórum parecem não sofrer nenhuma grande mudança quanto às orientações sobre a gestão das águas.

Figura 8 - Países com

Fonte: elabor

A perspectiv permanece central para elaboração do relatório fin

A re pres cons circu paga o re serv sele recu

73 Cost recovery is essentia

Awareness must be developed a culture of paying for water is the cost of service provision a selection of technology and COUNCIL, 2006, p. 149).

m representantes na Conferência minist Mundial da Água.

borado pelo autor com base na pesquisa docum

ctiva de instrumentalização econômica par ara a agenda do Conselho, como pod

final do evento:

recuperação de custos é essencial para a restação de serviços e de distribuição onscientização deve ser desenvolvida e as ircular também fora do setor da água, de mo agar pela água seja criada. Um equilíbrio deve rendimento potencial e o custo do fornecime erviços. Estes custos devem ser minimizad eleção apropriada de tecnologia e o melho

cursos locais (WORLD WATER COUNCIL, 20

ntial for the sustainability of service provision ped and information provided outside of the water s

r is created. A balance should be found between th and distribution. These costs should be minimized d making the best possible use of local resour

isterial do IV Fórum

cumental.

ara a gestão da água odemos observar na

a sustentabilidade da ção de água. Esta as informações devem modo que a cultura de ve ser encontrado entre mento e distribuição de ados através de uma lhor uso possível dos 2006, p. 149)73.

n and water distribution. r sector in such a way that the potential income and ed through an appropriate ources (WORLD WATER

A necessidade de financiamento para a solução dos problemas relacionados à água também é apontada na declaração ministerial, presente neste mesmo relatório. Sobre a questão, o item 7 da declaração aponta:

7. Reafirmar também a decisão da 13ª Sessão da Comissão de Desenvolvimento Sustentável sobre:

a) um aumento substancial dos recursos de todas as fontes, incluindo os recursos internos, a assistência oficial para o desenvolvimento e outros recursos, será necessário que os países em desenvolvimento possam alcançar as metas e objetivos de desenvolvimento acordados internacionalmente, incluindo os contidos na Declaração do Milênio e no JPOI e

b) os governantes têm papel principal na promoção da melhoria do acesso à água potável, saneamento básico, posse sustentável e segura e abrigo adequado, por meio de uma melhor governança em todos os níveis e criação de ambientes favoráveis e marcos regulatórios, adotando abordagem pró-pobres e com a participação ativa de todos os stakeholders (WORLD WATER COUNCIL, 2006, p. 220)74.

O 5º Fórum Mundial da Água foi realizado em 2009, em Istambul na Turquia, reunindo 30.000 participantes de 182 países. Mais de 400 organizações participaram do evento. Essa foi a primeira edição que contou com uma reunião de Chefes de Estado, seguida por uma reunião ministerial.

Foi elaborado nesse fórum o Consenso da Água de Istambul75. Alguns pontos da declaração ministerial do fórum podem ser destacados. O primeiro deles refere-se ao posicionamento do Conselho sobre o acesso à água potável e ao saneamento básico como uma necessidade básica da humanidade, não um direito:

74 7. Reaffirm also the decision of the 13th Session of the Commission of Sustainable Development

regarding, inter alia:

a) that a substantial increase of resources from all sources, including domestic resources, official development assistance and other resources, will be required if developing countries are to achieve the internationally agreed development goals and targets, including those contained in the Millennium Declaration and the JPOI, and

b) that Governments have the primary role in promoting improved access to safe drinking water, basic sanitation, sustainable and secure tenure, and adequate shelter, through improved governance at all levels and appropriate enabling environments and regulatory frameworks, adopting a pro-poor approach and with the active involvement of all stakeholders (WORLD WATER COUNCIL, 2006, p. 220).

75 O Consenso de Istambul influenciou diretamente o Programa Pacto das Águas do Governo do

15. Nós reconhecemos as discussões no seio do sistema das Nações Unidas em matéria de direitos humanos e acesso à água potável e ao saneamento. Nós reconhecemos que o acesso à água potável e ao saneamento são necessidades humanas básicas (WORLD WATER COUNCIL, 2009b, p.11)76.

Outro ponto da declaração aponta para a necessidade de se criar um ambiente propício para investimentos no setor de água e saneamento. O discurso sobre a necessidade de ajuda da comunidade internacional para complementar os investimentos feitos por países em desenvolvimento ou com uma economia em transição é muito similar ao que podemos observar no debate da década de 1970 e os estabelecimentos de uma nova ordem mundial para o desenvolvimento.

20. Reconhecendo que novos e adequados recursos são necessários para atingir os ODM, convocamos as comunidades, parceiros de desenvolvimento internacionais e fontes privadas de financiamento para investir recursos para complementar os esforços feitos pelos países em desenvolvimento e países com economias de transição para desenvolver uma gestão sustentável de recursos hídricos e para construir a base da infraestrutura para um crescimento socioeconômico sustentatável, especialmente na África e nos países menos desenvolvidos (WORLD WATER COUNCIL, 2009b, p.11)77.

O 6º Fórum foi realizado em Marselha, França, no ano de 2012. O encontro reuniu participantes de 145 países, incluindo 15 chefes de governo e comissários europeus, 112 ministros, vice-ministros e secretários de Estado. Sob o tema “Tempo de Soluções” foi reunida uma série de possíveis soluções para os mais diversos problemas relacionados à água, trazidos por diversos representantes. Um sítio virtual foi criado para hospedar estas ideias (www.solutionsforwater.org). Ainda nesse mesmo ano, na Rio+20, a temática da água teve um papel proeminente nas discussões.

76 15. We acknowledge the discussions within the UN system regarding human rights and access to

safe drinking water and sanitation. We recognize that access to safe drinking water and sanitation is a basic human need” (WORLD WATER COUNCIL, 2009b, p.11).

77 20. Acknowledging that new and adequate resources are needed to achieve the MDGs, we call

upon the international community, development partners and private sources of financing to invest resources to complement the efforts made by developing countries and countries with economies in transition, to develop sustainable water resources management and to build the infrastructure base for a sustained socio-economic growth, especially in Africa and least developed countries (WORLD WATER COUNCIL, 2009b, p.11).

Nesse fórum foram elencadas três condições principais para o sucesso em relação à crise da água em escala global, a saber: a boa governança, o financiamento de água para todos e a criação de ambientes propícios. As três chaves para o sucesso em relação à gestão de águas associam-se a um modelo específico de relação com este recurso.

Esses três elementos citados contemplam a visão do Conselho Mundial sobre o modelo ideal de gestão, uma governança participativa e transparente, bem como um plano que proporcione altos investimentos no setor. Seja ele privado, público ou de agências internacionais, como o Banco Mundial, deve ser um ambiente seguro, não com relação à preservação ambiental, mas sim para alocar um alto investimento que proporcione retorno a seus investidores.

Esse último ponto caracteriza um argumento recorrente nos debates internacionais que envolvem ajuda externa para promoção do desenvolvimento. Refere-se, sobretudo, a uma classificação moral. Os governos nacionais são invariavelmente considerados ambientes inseguros para o investimento externo. As instituições internacionais e o próprio mercado são considerados espaços moralmente superiores e mais qualificados para promover o desenvolvimento.

Sob essa égide, segundo a construção discursiva que observamos, tanto a natureza como a população em condições de pobreza poderá ser beneficiada com a dinâmica racionalizada sobre a gestão das águas. A declaração ministerial do sexto fórum corrobora para a construção dessa perspectiva instrumentalista da água que se concentra nos mecanismos econômicos para atrair investimentos. Selecionamos alguns pontos da declaração:

9. A água tem um papel fundamental em todos os sistemas ambientais, sociais e econômicos e deve, portanto, ser reconhecida como tal no desenvolvimento econômico em conjunto com os seus benefícios sociais e ambientais. No âmbito do desenvolvimento sustentável, a contribuição da água para as políticas de economia