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Facebook e o compartilhamento de memórias no coletivo digital

No documento rafaellapratarabello (páginas 37-39)

4 A INTERNET COMO ESPAÇO CONVERGENTE DE MEMÓRIAS

4.3 Facebook e o compartilhamento de memórias no coletivo digital

Podemos traçar uma linha do tempo30 de uma década da rede social mais utilizada no mundo: o Facebook teve início com o lançamento em 2004 da rede social, que se chamava Thefacebook e era voltada a alunos da Universidade Harvard. Em 2005 é rebatizado de Facebook e se expande para universidades dentro e fora dos EUA. No ano de 2008 supera o MySpace31 e passa a ser a rede social mais popular do mundo. Já em 2010 chega a 500 milhões de usuários e vira tema do filme "A Rede Social" (David Fincher). Em 2011 torna-se o maior hospedeiro online de fotos do mundo, com mais de 100 bilhões de imagens.

Segundo dados32 divulgados pelo Facebook sobre a sua versão brasileira, são postados ao mês 460 milhões de fotografias nessa rede social. O número de usuários da internet passou de metade da população brasileira pela primeira na vez33. Em 2013, os internautas somaram exatos 51% dos cidadãos com mais de 10 anos de idade, ou 85,9

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O termo scrap se refere a recados que usuários deixam no perfil de um conhecido ou amigo. É uma das formas de comunicação em rede, servindo tanto para mensagens online como offline. Esta expressão começou a ser utilizada no Orkut, mas é usada no Facebook e em blogs.

29

Disponível em: http://blog.orkut.com Acesso em: 10 de out de 2014.

30

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/infograficos/2014/02/78994-uma-decada-de-facebook.shtml. Acesso em: 27/08/2014.

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MySpace é uma rede social que utiliza a Internet para comunicação online através de uma rede interativa de fotos, blogs e perfis de usuário. Foi criada em 2003. Inclui um sistema interno de e-mail, fóruns e grupos.

32

Disponível em: http://blogs.estadao.com.br/link/os-numeros-do-facebook-no-brasil/ Acesso em: 02 de mar de 2014.

33

Disponível em: http://oglobo.globo.com/sociedade/tecnologia/numero-de-internautas-no-brasil-alcanca-percentual- inedito-mas-acesso-ainda-concentrado-13027120 Acesso em: 26 de set de 2014.

milhões de pessoas. Entre os principais fatores que contribuíram para o marco inédito estão o aumento exponencial no uso de celulares para conexão com a rede e a multiplicação de equipamentos portáteis, como notebooks e tablets. É o que indica a nona edição da pesquisa TIC Domicílios, divulgada pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic.br).

Tido como um dos principais levantamentos sobre o uso e acesso de tecnologias de comunicação e informação (TICs) no país, o estudo foi realizado entre setembro de 2013 e fevereiro de 2014, em mais de 16 mil residências espalhadas por 350 municípios brasileiros. Órgão responsável pela elaboração da pesquisa, o Cetic.br é ligado ao Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), que implementa os projetos do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). O índice inédito leva em conta os brasileiros que acessaram a internet ao menos uma vez por trimestre, frequência que é parâmetro internacional para classificar alguém como usuário da rede. O crescimento segue uma curva já observada em levantamentos anteriores: de 2011 a 2012, a parcela de internautas pulou de 45% para 49% da população.

Oito em cada dez brasileiros possui uma conta no Facebook34, segundo dados atualizados em agosto de 2014 pela rede social, que indicam que 89 milhões de brasileiros se conectam ao site todos os meses. Segundo a consultoria, o país conta com mais de 107,7 milhões de internautas. Por dia, 62,8% do total de pessoas com perfil na rede se conectam a ela, ou seja, 829 milhões de usuários acessam o site por dia. No Brasil, esse índice é superior à média mundial. Diariamente, 59 milhões de brasileiros, ou 66,2% do total de usuários, entram no Facebook. De acordo com a empresa, os acessos móveis subiram 55% no país entre abril e julho. Isso quer dizer que 68 milhões de pessoas acessam suas contas no Facebook por meio de aplicativos e de dispositivos móveis.

Sobre o ‗deslizamento afetivo‘35 que ocorre no Facebook, contamos com a contribuição de Lucia Santaella na palestra ―O DNA das redes sociais‖, proferida no evento nacional da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação

34

Disponível em: http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2014/08/oito-cada-dez-internautas-do-brasil-estao-no- facebook-diz-rede-social.html Acesso em: 26 de set de 2014.

35Comparando ao tema central do Congresso de 2013, ―Comunicação em tempo de redes sociais: afetos, emoções,

subjetividades‖, Lucia acrescentou que o ―alimento que vai conectando as redes é o afeto‖, que também deve ser considerado no sentido de afetar. Segundo ela, o ―ser é afetado por contágio‖, pela vontade de estar presente nas redes. ―Qualquer invenção que incremente a possibilidade de comunicação do mundo se torna uma necessidade no mundo‖, garantiu.

Disponível em: http://www.portalintercom.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=4598:lucia- santaella-lota-auditorio-e-garante-que-o-afeto-conecta-as-redes&catid=131&Itemid=135 Acesso em: 18 de out de 2014.

(Intercom) 2013, Manaus – Amazonas. A pesquisadora acredita que esta rede social promove a ampliação da memória na cooperação da web 2.0, gerando uma cultura participativa, assimilativa, da convivência.

Ao descolar a subjetividade do sujeito, torna-se necessário traçar uma cartografia que vá além dos limites do indivíduo, levando o território do subjetivo até as maquinarias impessoais reguladoras da socialidade. É só no domínio dos arranjos coletivos que a subjetividade pode inventar arranjos singulares (SANTAELLA, 2003, p.38).

Para a autora, a multiplicidade identitária do sujeito: ―encontrou no ciberespaço os ambientes lúdicos nos quais se tornou possível brincar com as construções subjetivas e intersubjetivas‖ (SANTAELLA, 2003, p.40). No Facebook encontramos um coletivo de imagens que mesclam passado e presente e que favorecem uma ressignificação da memória da cidade pela visualização de imagens do passado.

No documento rafaellapratarabello (páginas 37-39)