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SUMÁRIO

2 – FACTORES DE RISCO

O aparecimento deste tipo de doenças deve-se sobretudo à acumulação de gorduras nas paredes dos vasos sanguíneos, que formam as chamadas placas de aterosclerose. Por vezes este fenómeno tem início numa fase muito precoce da vida e vai evoluindo de forma silenciosa até um estadio avançado, em que surgem as primeiras manifestações clínicas (13).

É muito importante ter em consideração que a maior parte as doenças cardiovasculares dependem dos factores de risco, que surgem com frequência associados a estilos de vida inapropriados.

Se é verdade que alguns factores de risco podem ser modificados, existem outros que são os chamados não-modificáveis ou fixos.

2.1 – Factores não-modificáveis ou fixos

2.1.1 – Hereditariedade

Um indivíduo que apresente uma história familiar positiva para doenças cardiovasculares, tem uma maior predisposição para o aparecimento da doença, e este factor afecta também alguns factores de risco modificáveis. Segundo (1), quanto mais cedo ocorrer o aparecimento da doença num familiar em primeiro grau (pais, filhos e irmãos), maior é o risco de doença cardiovascular. Considera-se aparecimento precoce os casos identificados em familiares do sexo feminino com idade inferior a 65 ano e familiares do sexo masculino com idade inferior a 55 anos.

2.1.2 – Raça/Etnia

Estudos, indicam que as doenças cardiovasculares são mais frequentes nos indivíduos de raça negra, o que pode estar relacionado com a sua propensão para a Hipertensão arterial (HTA) (1).

2.1.3 – Sexo e Idade

A incidência de doenças cardiovasculares em homens, é semelhante à que ocorre em mulheres 10 anos mais velhas, e em relação à idade estas doenças pode dizer-se que aumentam de forma significativa com o envelhecimento (1).

2.2 – Factores modificáveis

2.2.1 – Tabagismo

É considerado o factor de risco mais importante na união Europeia, estando relacionado com 50% das causa de morte evitáveis, metade das quais devido à aterosclerose. O tabaco danifica a camada interna dos vasos sanguíneos, e acelera o processo de aterosclerose, as substâncias existentes nos cigarros afectam os níveis de fibrinogénio, aumentando a coagulação e nicotina aumenta a fequência cardíaca e a tensão arterial (1). O risco aumenta, quando a exposição se inicia antes dos 15 anos de idade, com especial incidência sobre as mulheres, uma vez que o tabaco reduz a protecção relativa, aparentemente conferida pelos estrogénios. Mulheres que recorram à anticoncepção oral e fumem, estão sujeitas a um maior risco de acidente cardiovascular (por ex: o risco de enfarte agudo do miocárdio aumenta de 6 a 8 vezes).

Os não fumadores que vivem ou trabalham com fumadores são designados por fumadores passivos também estão sujeitos aos malefícios do tabaco (13).

Hoje em dia, considera-se que a cessação tabágica é isoladamente a medida preventiva mais importante para prevenção das doenças cardiovasculares.

2.2.2 – Sedentarismo

As pessoas sedentárias estão sujeitas a um factor de risco para as doenças cardiovasculares, principalmente, porque a inactividade física potencia outros factores de risco como a hipertensão arterial, obesidade, diabetes ou a hipercolestrolemia.(13) Quanto à actividade física, pode constatar-se que à medida que a idade avança, diminui a sua prática. Segundo o Programa Nacional de Combate à obesidade (PNCO), se considerarmos na população portuguesa os indivíduos que não praticam qualquer tipo de actividade física, e aqueles que praticam pelo menos três horas e meia por semana, constatamos que mais de metade da população portuguesa não pratica actividade física regular, o que contribui para a pré-obesidade e obesidade.

2.2.3 – Maus hábitos alimentares e Obesidade

O excesso de sal, gorduras, de álcool e de açucares de absorção rápida, e a ausência de legumes, vegetais e frutos frescos, são factores predisponentes por exemplo para o aparecimento da hipertensão arterial, hipercolestrolémia, obesidade ou diabetes, o que constitui um meio favorável ao aparecimento das doenças cardiovasculares, devido à falta de protecção que uma alimentação saudável confere ao organismo(13).

2.2.4 – Hipercolestrolemia

Ocorre quando os níveis de colesterol no sangue, são superiores aos níves máximos. Existem dois tipos de colesterol. O colesterol HDL(High Density Lipoproteins) e o colesterol LDL(Low Density Lipoproteins). O HDL é constituído pelo colesterol retirado da parede dos vasos sanguíneos e que é transportado até ao fígado para ser eliminado. Em contrapartida, o LDL, quando em quantidade excessiva, circula no sangue e torna-se nocivo, acumulando-se nas paredes dos vasos arteriais. Quer o excesso de LDL, quer a falta de HDL, aumentam o risco de doenças cardiovasculares, principalmente o enfarte do miocárdio. (13)

2.2.5 – Hipertensão Arterial

É considerado o principal factor de risco para a doença cardíaca, AVC e doença renal em estádio final (1).

Para a sua caracterização, consideram-se valores de tenão arterial sistolica superiores ou iguais a 140mmHg e/ou tensão arterial diatólica superiores ou iguais a 90mmHg. Estes valores podem ser varaiveis, se o individuo for diabético, pois a aterosclerose progride mais rapidamente e considera-se hipertensão valores de tensão arterial sistólica superiores ou iguais a 130mmHg e/ou valores de tensão arterial diatólica superiores ou iguais a 80mmHg(3).

2.2.6 – Diabetes Mellitus

Surge com frequência associada à obesidade. A Diabetes Melitus II ou do adulto, encontra-se muitas vezes relacionada com o sedentarismo e excesso de ingesta calórica. Indivíduos com diabetes têm um risco aumentado entre duas a quatro vezes de doenças cardiovasculares.(1)

2.2.7 – Stress

É inevitável e não pode ser quantificável, uma vez que cada indivíduo lida com ele de maneira diferente. Estudos, indicam que em situações de stress é liberta epinefrina, que resulta num aumento da frequência cardíaca, tensão arterial e necessidade de oxigénio pelo organismo. O stress excessivo expõem assim o individuo a níveis elevados e persistentes de epinefrina(1).

3 – OBJECTIVOS DO PROGRAMA NACIONAL DE SAÚDE PARA PREVENÇÃO E

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