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A fadiga psíquica se manifesta de forma ampla, proporcionando ao indivíduo uma sensação geral de cansaço, aumentando a sensibilidade a certos estímulos e tomando-o mais irritadiço. De acordo com ULBRICHT (1998), a fadiga psíquica no trabalho, aparece como resultante de um conflito entre a organização do trabalho (centrado na gerência na busca da produtividade) e o trabalhador no exercício da sua atividade diária.

Portanto a fadiga psíquica pode ser caracterizada por um estado de perturbação nervosa, esgotamento físico e mental e o padecimento psíquico (não recuperado pelo descanso).

Estudos realizados após a Segunda Guerra, com indivíduos que não trabalhavam em locais insalubres e nem estavam expostos a causas conhecidas de fadiga, concluíram que esse estado de fadiga era relacionado a fatores psíquicos, exercendo influências sobre o indivíduo e em seu rendimento no trabalho. Para DD A (1997), as características

principais da fadiga psíquica, são: desinteresse, relacionado com dificuldade de concentração e diminuição da eficiência no trabalho; perturbações no sono; maior irritabilidade e maior sensibilidade a certos estímulos, como fome, calor, frio ou má postura, possibilitando que o indivíduo se tome excluído pela sua equipe de trabalho e até de seu grupo familiar e social.

Assim, as conseqüências da fadiga psíquica podem ser tão graves de forma a comprometerem o indivíduo, se for submetido a esforços além das suas capacidades mentais, possibilitando um aumento no estresse e diminuindo a sua produtividade.

Desta forma, a fadiga psíquica compromete o trabalhador e todo o grupo de trabalho, quando submetidos a um esforço grande de suas capacidades mentais, ocasionando um aumento no estresse e menor produtividade.

Ao mencionar a fadiga como uma grande barreira para o desempenho do trabalhador, observar-se que ao longo de sua história evolutiva do trabalho, o homem tem pagado um preço muito alto com referência a perda da sua saúde e da sua vida.

4.4.4 - MOTIVAÇÃO

A motivação é um estado do comportamento humano, um estímulo que faz indivíduo a buscar certo objetivo, durante certo período de tempo, curto ou longo, não sendo explicado apenas pelos seus conhecimentos, experiências e habilidades. Não podendo ser observada diretamente, a motivação só se verifica através dos seus efeitos e podendo ser medida, indiretamente, através do resultado do indivíduo motivado, por exemplo, pelo número de peças produzidas por esse um indivíduo. Portanto a motivação está relacionada com a decisão de realizar esse trabalho. (DDA, 1997).

Segundo PIERON (apud DEJOURS,1994), definiu a motivação como “fator psicológico que predispõe o indivíduo, animal ou humano, a realizar certas ações ou a tender a certos fins”.

A falta desse estímulo que motiva o trabalhador, associado à falta de objetivos e suas metas, poderá ocasionar doenças de ordem física, psíquica e social e prejudicando o seu desempenho no trabalho. A motivação é a mola propulsora de energia interna, que faz com que os indivíduos se empenhem em alcançar ações e determinados objetivos.

Todo trabalhador motivado toma-se mais produtivo e melhor, sofrendo menos aos efeitos da fadiga, estresse e tem menos possibilidades de erro. Portanto, faz-se necessário manter esse trabalhador sempre motivado, chamando a atenção para dois aspectos importantes: salários dignos, e o reconhecimento do seu trabalho, com base na confiança e na franqueza entre o trabalhador e a organização, onde todos os critérios de remuneração e promoção devem ser claros e estabelecidos pelo desempenho no trabalho e aperfeiçoamento pessoal.

Alguns fatores que podem desencadear o processo de desmotivação do trabalhador, são:

1- a falta de perspectiva de futuro, da rotina enfadonha do trabalho, da falta de reconhecimento e, até mesmo, da falta de conhecimento da empresa onde trabalha;

2- os processos de trabalho. Por mais boa vontade e competência que um indivíduo possa ter, é difícil atender a um processo de trabalho caduco, burocrático ou desenvolvido visando às chefias superiores; e

3- a pressão da chefia sobre o trabalhador.

Portanto, fica evidente que o fator motivação é uma das molas propulsoras para obter-se resultados positivos nos trabalhos, individual ou coletivo. Toda a equipe de trabalho precisa estar mobilizada para ação, assim como as organizações precisam conhecer seu trabalhador como um todo, biologicamente, socialmente e emocionalmente, para que possa motivá-lo. Além do que o profissional precisa ser sensível, gostar do que faz e ter um bom conhecimento técnico-científico.

O método direto de motivação é sem dúvida o que mais sucesso alcança nos programas de educação do trabalhador.

4.5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com DD A (1997), que enfatiza o objeto do estudo da ergonomia em aumentar a eficiência do trabalho humano, fornecendo meios para que este trabalho possa ser adaptado de acordo com as capacidades e necessidades de cada indivíduo, onde, ao projetar máquinas adequadas ao uso do trabalhador diminui a fadiga e os desconfortos físicos, reduzindo as taxas de acidentes e absenteísmo no trabalho. Portanto, ao proporcionar melhores condições ao trabalhador, também está contribuindo para a saúde e o seu bem estar, aumentando a eficiência e reduzindo os custos, consequentemente melhoria da qualidade de vida.

Muitas atividades profissionais caracterizam-se por um esforço mental tão intenso, que não é possível mantê-lo durante todo o tempo de uma jornada de trabalho, onde podemos identificar alguns fatores que influem nessa densidade da atividade mental: a memória imediata, as microdecisões e a auto-aceleração. Os resultados desses esforços intensificados são desastrosos para a saúde dos trabalhadores para a qualidade do serviço realizado, sendo muito difícil combater essa aceleração, em razão da superexcitação progressiva do cérebro pelo trabalho intenso e/ou monótono.

Os problemas relativos à carga mental de trabalho nascem das relações conflituosas entre a história do indivíduo e a história da organização (a pessoa e sua necessidade de "prazer" e, por outro lado, a organização que tende à instituição de um automatismo perfeito ao adaptar o trabalhador a tarefa que este executa).

Alain WISNER considera que os trabalhadores sociais possuem uma carga altamente psíquica por terem que dar explicações ao público, geralmente ignorante do jargão formal utilizado para comunicação dentro da organização. “As seqüências longas de trabalho que compreendem ao mesmo tempo solicitações à memória e numerosas microdecisões provocam uma alta carga de trabalho . Assim, as interrupções aumentam ainda mais a densificação do trabalho, pois obrigam a retomar em seguida o fio do trabalho e às vezes a refazer toda a seqüência, às vezes a adiar para mais tarde a tarefa começada, o que por vezes significa ter que começar tudo de novo." WISNER (1994)

O trabalho, adequadamente adaptado em condições técnicas e organizacionais, é não prejudicial, onde esse trabalhador pode encontrar reconhecimento, auto-estima e possibilidade de interação social, formando uma área da vida. Desta forma, o trabalho, com objetivos ergonômicos, pode contribuir para projetos de vida, visando à melhoria da qualidade de vida, mais satisfação pessoal e consequentemente, maior desempenho profissional dentro das organizações.

A Ergonomia neste contexto tem pelo menos duas finalidades: a) o melhoramento e a conservação da saúde dos trabalhadores;

b) a concepção e o funcionamento satisfatórios do sistema técnico do ponto de vista da produção e da segurança.

Assim, segundo Alain WISNER (1994), quando se estuda as possíveis fontes de sobrecarga cognitiva e de sofrimento psíquico, é necessário conhecer as atividades reais e a Análise Ergonômica do Trabalho (AET), que é a chave para a compreensão de tais fatos.

5 - ESTUDO DE CASO ATRAVÉS DA ANÁLISE ERGONÔMICA DO