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1.2 A Mediação: Categoria Teórica Fundamental

4.4.3 Famílias (Mães)

Participaram da pesquisa feita para este trabalho um total de doze famílias, representadas por doze mães.

A Tabela 17 apresenta dados relativos a idade e estado civil das mães que participaram da pesquisa.

Tabela 17 - Identificação das mães.

PERFIL N.º % Faixa etária 30 a 40 anos 41 a 50 anos 10 2 83,3 16,7 Estado civil Casadas Solteiras Divorciadas 10 1 1 83,3 8,3 8,3

A caracterização das famílias ficou representada por 100% de mães e a maioria delas (83,3%) encontra-se na faixa etária de 30 a 40 anos, portanto, em plena fase produtiva. Identificou-se também que (83,3)% são casadas e 16,6% estão distribuídas entre solteiras e divorciadas.

A tabela abaixo complementa os dados acima referidos, indicando a

escolaridade e ocupação das mães entrevistas, auferindo informações que demonstram o setor da economia em que estão inseridas estas mulheres que, por sua faixa etária, atendem aos requisitos do mercado de trabalho brasileiro.

A Tabela 18 apresenta os respectivos níveis de escolaridade e a ocupação atual das mães pesquisadas.

Tabela 18 - Nível educacional e perfil profissional das mães.

PERFIL N.º %

Escolaridade

Ensino Fundamental incompleto 2 16,7

Ensino Fundamental completo 2 16,7

Ensino Médio completo 6 50,0

Ensino Médio incompleto 1 8,3

Magistério 1 8,3 Ocupação Do lar 6 50,0 Babá 1 8,3 Proprietária de Cantina 1 8,3 Faxineira 1 8,3 Servente de Escola 1 8,3 Auxiliar de laboratório 1 8,3 Recenseadora 1 8,3

Estes dados numéricos demonstram que o nível mais freqüente de escolaridade dos entrevistados é de ensino médio (50%), havendo apenas uma pessoa com Ensino Fundamental incompleto. Analisando-se paralelamente a ocupação, constata-se um equilíbrio entre as mulheres que não exercem uma profissão (50%) e as que exercem (50%). Dentre as que estão inseridas no mercado de trabalho, 16,7% são funcionárias públicas (auxiliar de laboratório e servente de escola) e o restante, 33,3%, exerce atividades autônomas ou informais.

Nesta pequena amostra tem-se um retrato da realidade bauruense, que possui 20% dos trabalhadores empregados nos órgãos públicos estaduais e municipais (Bauru, 1997) e destacando-se também o setor de prestação de serviços domésticos.

Segundo a Pesquisa da Datafolha (1998), o aumento da participação

feminina no mercado de trabalho é um fenômeno relativamente recente no Brasil. Entre 1985 a 1996 a taxa de mulheres que trabalham ou procuram emprego, com mais de 15 anos de idade, cresceu de 32% para 41%. Acrescente-se ainda, que esse crescimento não deve-se somente à conjuntura econômica mas também como forma de obter autonomia financeira. Isso demonstra a força que a mulher adquiriu perante ela mesma e as mudanças que vêm acontecendo no seu papel perante a sociedade.

A Tabela 19 apresenta a renda familiar das famílias pesquisadas.

Tabela 19 – Renda Familiar

RENDA FAMILIAR (SALÁRIO MÍNIMO) R$ N.º %

3 a 4 salários 453 a 604 3 25,0

5 a 6 salários 755 a 806 1 8,3

7 a 10 salários 1.057 a 1.510 3 25,0

11 a 12 salários 1.661 a 1812 4 33,3

20 salários 3.020 1 8,3

Em relação à situação sócio-econômica das famílias, observou-se uma incidência maior nos valores entre 11 a 12 salários mínimos (33,3%); sendo que 25% possui renda familiar em torno de 7 a 10 salários mínimos, 25% encontra-se na faixa de 3 a 4 salários mínimos; No restante, 8,3% possui a renda familiar entre 5 a 6 salários mínimos e 8,3% recebe 20 salários mínimos.

Estes dados confirmam o que aponta o último censo do IBGE-1991, que as desigualdades sociais parecem ser menores em Bauru que no resto do Estado de São Paulo. O coeficiente de Gini, que mede o grau de desigualdade na distribuição da renda, é menor aqui

(0,55) do que a média estadual (0,58) . Acrescente-se ainda que a faixa salarial de maior freqüência no município, situa-se entre 3 a 5 salários mínimos.

Portanto, as famílias pesquisadas estão acima desta média salarial de maior incidência no município. Pode-se inferir nesta constatação que estas famílias foram

selecionadas pelos critérios de maior grau de participação e engajamento na escola,

demonstrando, portanto, que a subalternidade é maior quanto maior o grau de pobreza em que se encontram as famílias.

Todas famílias entrevistadas na Escola Ada Cariane Avalone, residem no Núcleo Habitacional Mary Dota. Na Escola Ernesto Monte, das 4 famílias entrevistadas, 50% residem no Jardim América e 25% nos Altos da Cidade e 25% na Vila Serrão, bairro de classe popular.

Os dados aferidos sobre o grau de participação dos pesquisados nas

instâncias de poder decisório da escola revelam que: quatro participam do Conselho de escola; três da Associação de Pais e Mestres e três do Projeto "Amigos da Escola". Na comunidade há participação de cinco sujeitos nos movimentos religiosos. Apesar de o grau de participação no interior da escola parecer numericamente significativo, saliente-se que estão embutidos nestes dados familiares que participam concomitantemente das diferentes instâncias de participação da escola, portanto o número apontado é relativo.

Tal fato revela que historicamente a dominação neste país, foi exercida por diferentes modalidades de poder e, em conseqüência deste processo histórico, gerou-se uma cultura autoritária que impregnou as instituições e as relações sociais, sendo o exercício da democracia um grande desafio posto para a sociedade brasileira atualmente.

Neste sentido, a escola é uma instituição primordial, ensinando e

pais, professores e funcionários, contribuindo para transformar a cultura autoritária em uma cultura democrática, que visa atender a cidadania.

4.4.4. Alunos

Um total de doze alunos participaram da pesquisa feita para este trabalho. A faixa etária dos alunos pesquisados correspondem à série que freqüentam, ou seja, de 8 a 14 anos respectivamente de 1ª a 8ª .

Quanto ao sexo, 75% é feminino e 25%% masculino, sendo que sete alunos (58,3%) estudam no período da manhã e quatro (33,3%) no da tarde e apenas 1 (8,3)% no noturno.

Quanto a localização das residências dos oito alunos da Escola Ada Cariane Avalone, 87,5% residem no próprio Núcleo Habitacional Mary Dota e apenas 12,5% no bairro Quinta da Bela Olinda.

Na trajetória da vida escolar de todos os alunos pesquisados não há registro de repetência.

Em relação ao tempo de estudo nas unidades escolares alvo da pesquisa, constatou-se que 25% estuda há apenas um ano na escola pesquisada; 8,3% há três anos; 33,3% há quatro anos; 16,7% há cinco anos; 8,3% há sete anos e, finalmente, 8,3% há oito anos, demonstrando que a maioria dos alunos está na unidade escolar por um período de quatro anos.

Indagados sobre a sua participação na escola e na comunidade apenas um aluno diz que é representante de classe e quatro afirmam que participam de movimentos religiosos. Apesar de haver, legalmente, representatividade do corpo discente no Conselho de Escola e da pesquisadora ter solicitado aos professores o contato com estes representantes,

não se conseguiu identificá-los, demonstrando certo desinteresse desta representatividade para a escola.

A relação da quantidade com a qualidade dos dados nesta pesquisa denota complementaridade e articulação, tornando-se a primeira aproximação aos sujeitos da pesquisa. Através da organização desses dados quantitativos, pode-se obter um perfil visando conectar suas características singulares com as experiências sociais enquanto sujeitos e participantes de uma coletividade social e concretamente vivida.

"Nada é isolado. Isolar um fato, um fenômeno, e depois conservá-lo pelo entendimento nesse isolamento, é privá-lo de sentido, de explicação, de conteúdo". (Lefebvre, 1991, p.238). A investigação pressupõe, portanto, a articulação entre o que é quantificado e o que é a qualidade deste sujeitos, sendo agentes significativos para compreender o fenômeno estudado, resgatando a conexão entre as unidade, interpenetrando nos dados empíricos e na reflexão teórica, para melhor entendimento dos mesmos.

No documento Serviço social: mediação escola e sociedade (páginas 173-179)