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IV - EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA: ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO E PRÁTICAS ASSISTENCIAIS

V. FAMÍLIAS USUÁRIAS DO PSF EM VITÓRIA DA CONQUISTA

As famílias pesquisadas foram selecionadas por uma série de procedimentos que associaram seleção de quatro ESF, sorteio de três micro-áreas em cada ESF, sorteio ou busca sistemática de oito a nove domicílios em cada micro-área. Foram pesquisadas e sistematizadas as informações de 104 domicílios e respectivas unidades familiares em 12 micro-áreas abrangendo 435 moradores.

Considerando a existência, em agosto de 2001, em Vitória da Conquista de 30 equipes com uma cobertura total de 52.509 (39,5% da população total do município) e uma média de 1.750 moradores por ESF é recomendável cautela nas generalizações dos resultados da pesquisa. No entanto, o grupo de famílias foi meticulosamente pesquisado e caracterizado o que permite inferir resultados aproximados para outros grupos familiares similares de usuários do PSF no município.

A maioria das perguntas refere-se ao entrevistado ou alguém de sua residência de forma que é obtido um retrato do conjunto de moradores dos domicílios pesquisados. Muitas perguntas admitem mais de uma resposta e foram analisadas, em geral, pela participação da resposta no total de caracterizados e não no total de respostas. O total de caracterizados varia: 104 domicílios, chefes de família ou informantes, 435 moradores, 88 chefes de família empregados ou que têm rendimentos, 179 moradores empregados ou que têm rendimentos, 43 episódios de doenças no último mês, 13 episódios de violência ou acidentes envolvendo moradores nos últimos 12 meses, 98 doenças crônicas referidas, três gestantes e 22 crianças de até 2 anos de idade, etc..

Todas as informações foram tabuladas considerando o total das quatro ESF e por cada ESF, numeradas de 01 a 04, à qual a unidade familiar está adscrita. Por vezes, são analisadas situações específicas que caracterizam a localidade e permitem analisar o vínculo comunidade-ESF mencionando o número da ESF.

Equipe 01 – área rural, experiências bem sucedidas, bom vínculo com a comunidade e atuação intersetorial

Equipe 02 – área urbana, experiências bem sucedidas, bom vínculo com a comunidade e atuação intersetorial

Equipe 03 – área rural (maior dificuldade de acesso que a Equipe 01), menor densidade populacional, situações de precariedade habitacional

Equipe 04 – área urbana, dificuldades nos vínculos com a comunidade

1. CARACTERIZAÇÃO DAS FAMÍLIAS E DOS DOMICÍLIOS, CONHECIMENTO E PARTICIPAÇÃO EM CONSELHOS COMUNITÁRIOS EM GERAL E DE SAÚDE

Caracterização das famílias e vulnerabilidade à pobreza

As informações das 104 residências pesquisadas em Vitória da Conquista (BA) foram obtidas, em sua maioria, por meio de entrevistas com o cônjuge (69,2%), o chefe de família foi o informante em 22,1% dos casos enquanto outros familiares foram entrevistados em 8,7% das moradias. A escolaridade dos informantes é muito baixa: mais de 50% dos informantes tem no máximo 4 anos incompletos de estudo incluindo 20% sem escolaridade. Há diferenças de escolaridade dos informantes segundo as ESF selecionadas: na equipe 01 a situação é mais grave, 60% dos informantes tinha menos de 4 anos de estudo e somados ao que declararam não ter escolaridade, significam 84% dos entrevistados.

A pobreza1 está fortemente correlacionada a características do chefe da família2 e da unidade familiar: chefia feminina, jovem, preto ou pardo, e com escolaridade de menos de quatro anos são mais vulneráveis à pobreza, indivíduos empregados sem carteira assinada ou desempregados, e razão de dependência familiar3 zero são variáveis que aumentam a probabilidade do indivíduo ser pobre no Brasil. Além dessas, consideram-se duas variáveis locacionais: região de residência (Nordeste é mais vulnerável) e estrato de residência (rural é mais vulnerável) (Rocha, 1995: 231-2)

1 No texto de referência (Rocha, 1995) a pobreza é caracterizada como uma síndrome de carências diversas que é associada à insuficiência de renda, já que a renda é o meio privilegiado de atendimento de necessidades nas sociedades modernas.

2 Considerado como “principal supridor da renda familiar” por Sônia Rocha (1995:231). Nesta pesquisa a condição de chefia familiar foi referida pelo informante. Há controvérsias importantes na caracterização de chefia familiar em unidades familiares conjugais em que ambos trabalham e obtêm rendimentos. Uma forma de categorizar seria considerar unidades monoparentais distinguindo-as por sexo ou conjugais em que ou não há chefe de família ou há dois chefes de família.

3 Razão ou taxa de dependência resulta da relação entre o número de ocupados (ou que têm rendimentos)/ total de pessoas na família. Quanto mais próximo de zero indica famílias numerosas com crianças menores de 10 anos (ou maiores de 65 anos sem rendimentos) que constituem grupos vulneráveis à pobreza. É um indicador que permite captar de forma sintética diversas características adversas associadas à pobreza.

As variáveis locacionais são adversas ao conjunto de famílias pesquisadas (região Nordeste) e mais acentuadas nas famílias adscritas às equipes 01 e 03 (zona rural).

Caracterização dos chefes de família

A maioria dos entrevistados referiu a condição de chefia masculina de família (83,7%). A vulnerabilidade da chefia feminina incide em cerca de 16% das famílias. Os chefes de família situam-se, nas faixas etárias entre 25 a 29 anos (12,5%), entre 30 e 34 anos (16,3%), de 45 a 49 anos (12,5%) e acima de 65 anos (15,4%). A faixa etária mais elevada agrupa, no caso da equipe 01 (zona rural), 24% dos chefes de família. A chefia familiar jovem é mais observada nas famílias adscritas às equipes 02 e 03: entre 8 e 11% famílias chefiadas por pessoas menores de 24 anos.

A caracterização do chefe de família segundo a cor ou raça auto-referida revelou que 55,8% consideram-se pardos, 10,6% são pretos, 29,8% brancos, e 3,8% indígenas. Cerca de 67% das famílias apresenta a vulnerabilidade à pobreza relacionada à cor do chefe. Ressalta-se que na equipe 03 (zona rural) há 16% de chefes de famílias indígenas e na equipe 02 há um percentual mais elevado de pardos e preto, totalizando 80,8%.

No que se refere à escolaridade observa-se que 28% dos chefes de família não tem escolaridade e que 32,7% tem menos de 4 anos de estudo, totalizando 60,7% de famílias em que há alta probabilidade que seus membros sejam pessoas pobres. Os percentuais de baixa escolaridade são mais elevados que os verificados entre os informantes, em sua maioria cônjuges, o que corrobora um panorama nacional de maior escolaridade das mulheres. Percentual similar (59,5%) dos chefes de família tem menos de 8 anos de estudos (excluídos os sem escolaridade). Apenas 4,8% dos chefes de família possui o 1o grau completo, também 4,8% possui o 2o grau completo e um chefe de família possui nível superior completo. Nas famílias adscritas à equipe 01, a escolaridade dos chefes de família é mais baixa que a observada no conjunto das equipes (52% possui menos de 4 anos e somados a 32% sem escolaridade, totaliza 84% dos chefes de família sem ou com baixa escolaridade). A situação se agrava considerando que 94,2% dos chefes de família não estuda.

Dos 104 domicílios entrevistados, 22 chefes de família não trabalham ou não possuem rendimentos. Os demais 88 podem ter uma ou mais fontes de rendimento. A maioria destes está empregado no setor privado (40,9%) ou possui rendimentos provenientes de

aposentadorias ou pensões (31,8%). Cerca de 24% trabalham por conta própria fora de casa. Entre os 88 chefes de família que trabalham ou possuem rendimentos apenas 11 (12,5%) possuem carteira de trabalho assinada. A vulnerabilidade à pobreza das famílias com chefes desempregados e sem carteira assinada atinge elevados patamares: 22 desempregados e sem rendimentos e 77 trabalhadores sem carteira de trabalho.

Tabela 87 – Caracterização dos chefes de família que trabalham ou têm rendimentos quanto à posição na ocupação, Vitória da Conquista (BA), 2001

Posição na ocupação N %

Recebe benefícios sociais1 1 1,1

Empregador

-Empregado do setor privado 36 40,9

Empregado do setor público 3 3,4

Por conta própria em casa 10 11,4

Por conta própria fora de casa 21 23,9

Trabalhador doméstico -

-Aposentado/pensionista 28 31,8

Locador de imóvel -

-Recebe seguro desemprego -

-Não respondeu -

-Total 88 100

1 Bolsa-alimentação, bolsa-educação e outros programas de renda mínima

Observa-se que 87% dos chefes de família recebem até 2 salários mínimos, incluindo 16 chefes de família que declararam não ter rendimentos. A maior parte dos chefes de família recebe rendimentos entre metade do salário mínimo e 2 salários mínimos. Nas famílias adscritas à equipe 04 observa-se situação econômica menos vulnerável: 32,1% dos chefes de família recebem de 2 a 3 salários mínimos.

Tabela 88 – Caracterização do chefe de família quanto aos rendimentos mensais (em salários mínimos)1, Vitória da Conquista (BA) , 2001

Níveis de renda N %

Sem rendimentos 16 15,4

Até ½ salário mínimo 7 6,7

De ½ a 1 salários mínimos 36 34,6

De 1 a 2 salários mínimos 28 26,9

De 2 a 5 salários mínimos 16 15,4

De 5 a 10 salários mínimos 1 1,0

Mais de 10 salários mínimos -

-Não informado -

-Total 104 100

Caracterização das famílias e moradores

A maioria das 104 residências pesquisadas era habitada por unidades familiares de 3 a 5 membros (68,3%). Percentual ao redor de 15% das casas abrigava até 2 moradores ou mais de 6 moradores.

Entre os 435 moradores pesquisados, 51,5% é do sexo masculino e 48,5% do sexo feminino. A diferença observada na distribuição segundo o sexo não corresponde à verificada na população em geral, em que há discreto predomínio da população feminina, mas está dentro da margem de erro esperada desta pesquisa.

A população estudada segue o perfil etário encontrado no município como um todo. A distribuição dos moradores segundo faixas etárias revela que a população é jovem (30,6% tem menos de 14 anos enquanto apenas 5,7% tem 65 ou mais anos).

Tabela 89 – Caracterização dos moradores das residências pesquisadas quanto a faixa etária, Vitória da Conquista (BA), 2001

Faixa etária N % Menor de 14 anos 133 30,6 De 15 a 19 anos 49 11,3 De 20 a 29 anos 83 19,1 De 30 a 39 anos 62 14,2 De 40 a 49 anos 38 8,8 De 50 a 59 anos 31 7,1 De 60 a 64 anos 14 3,2 65 ou mais anos 25 5,7 Não respondeu - -Total 435 100

Sessenta por cento dos moradores pesquisados se auto-classificaram como sendo negros ou pardos, 32,9% definiram-se como brancos e 6% como índios. Nas famílias adscritas à equipe 03, como observado anteriormente nas características dos chefes de família, há um percentual mais elevado (17,3%) de moradores de origem indígena.

Quanto à escolaridade do conjunto de moradores das residências pesquisadas pode-se observar que a escolaridade é discretamente mais elevada que a verificada entre os chefes de família. Como no conjunto dos pesquisados a predominância foi do sexo masculino o indicador pode estar relacionado com uma tendência de melhoria geracional no campo da educação. Há um percentual elevado (22,5%) de moradores sem escolaridade, 28,9% tem menos de 4 anos de estudo, totalizando 51,4% vulneráveis no âmbito educacional. Foram encontrados 43,8% dos

moradores pesquisados com menos de 8 anos de estudo (excluídos os sem escolaridade) e apenas 4,8% com o ensino fundamental completo. A barreira do segundo grau deixou passar apenas 28 pessoas entre as famílias pesquisadas.

Tabela 90 – Caracterização dos moradores e dos chefes de família das residências pesquisadas quanto ao nível de escolaridade, Vitória da Conquista (BA), 2001

Moradores Chefes de família Nível de escolaridade

N % N %

Sem escolaridade 98 22,5 30 28,8

Menos de 4 anos 126 28,9 34 32,7

Mais de 4 anos e menos de 8 anos 135 14,9 28 26,8

1o grau completo 21 4,8 5 4,8 2o grau incompleto 9 2,1 - -2o grau completo 16 3,7 5 4,8 Universitário incompleto 1 0,2 - -Universitário completo 2 0,5 1 1,0 Total 435 100 104 100,0

A maioria dos moradores não estuda (67,4%) mas na faixa etária entre 7 e 14 anos (75 pessoas), 97,3% freqüenta a escola o que é um excelente índice educacional. Ressalte-se que dados do SIAB de junho de 2001 revelam uma taxa cerca de 12% pontos percentuais a mais de crianças entre 7 e 14 anos que não freqüentam a escola.

Na maioria das residências pesquisadas há uma (42,3%) ou duas pessoas (34,6%) trabalhando. No conjunto das famílias, em sete residências (6,7% do total) ninguém possuía rendimentos. Exceto na equipe 04 que não têm sob sua responsabilidade nenhuma família sem rendimentos, nas demais há distribuição similar ao do total das equipes. A taxa de dependência nos grupos familiares pesquisados em Vitória da Conquista revelou que a situação mais favorável (taxa de dependência entre 0,61 e 1,00) abrange 23 famílias das 104 pesquisadas. No outro pólo, de maior vulnerabilidade à pobreza segundo este indicador, situam-se 53 famílias ou seja cerca de 51% do total de famílias usuárias do PSF pesquisadas no município.

Tabela 91 – Caracterização das residências quanto à taxa de dependência, Vitória da Conquista (BA), 2001 Taxa de dependência N % 0,01 – 0,20 18 17.3 0,21 – 0,40 35 33.7 0,41 – 0,60 28 26.9 0,61 – 0,80 13 12.5 0,81 – 1,00 10 9,6 Total 104 100,0

Em Vitória da Conquista observamos fixação geográfica das famílias, e os pequenos movimentos migratórios restritos ao âmbito intramunicipal, do rural para o rural e do rural para o urbano. Residem há mais de 10 anos no bairro ou comunidade 47,4% dos moradores, e cerca de 59% dos chefes de família, proporção ainda maior (88%) nos chefes das famílias adscritas à equipe 01 (zona rural). Doze chefes de família (11%) e 17% dos moradores residem na localidade há menos de 2 anos, característica mais acentuada nos chefes das famílias adscritas à equipe 02 (23,1%), que talvez seja uma área de recente ocupação.

Entre os chefes de família que residem no bairro ou comunidade há menos de 2 anos a maioria (75%) provem de outras localidades do próprio município de Vitória da Conquista. Dois chefes de família provinham de outros municípios da Bahia e apenas um era originário de outro estado. Nas famílias vinculadas à equipe 04, não há diferença entre a origem local e de outro município da Bahia, cada qual representado por dois chefes de família que moram no bairro ou comunidade há menos de 2 anos. Ainda deste grupo de moradia recente no bairro a origem é predominantemente urbana (66,7% dos chefes de família) exceto nas chefia familiares da equipe 03 (zona rural) onde 100% provêm de zona rural do próprio município de Vitória da Conquista.

A distribuição do tempo de residência no bairro ou localidade dos moradores segundo as ESF selecionadas também é similar à observada em relação aos chefes de família: a equipe 01 concentra 76,6% de moradores há mais de 10 anos no local enquanto a equipe 02 apresenta o maior percentual (29%) de moradores há menos de 2 anos. Entre os moradores que residem há menos de 2 anos no bairro ou localidade 45,9% provêm do próprio município de Vitória da Conquista e 29,7% são crianças menores de 2 anos que nasceram na localidade. Dentre os moradores residentes há menos de 2 anos, 94,6% referiram o estado da Bahia como lugar de origem, 4,1% o estado de São Paulo e 1,4% o estado de Mato Grosso do Sul. Esta tendência está presente em todas as equipes. A origem foi predominantemente urbana (48,6%) dos moradores e crianças menores de 2 anos nascidas no município de Vitória da Conquista representam 29,7%. Em relação ao tempo de moradia na localidade anterior, 28,4% indicaram a permanência de até 2 anos (baixa fixação) enquanto 20,3% viveu mais de 10 anos na local anterior (fixação).

Seguindo a mesma tendência dos chefes de família pesquisados, a maioria dos moradores que trabalham ou têm rendimentos são empregados do setor privado (40,8%) ou são aposentados e pensionistas (28,5%). Cerca de 17% dos moradores trabalham por conta própria fora de casa. No que se refere à formalização do vínculo de trabalho por meio de carteira assinada verificou-se que apenas 22 moradores (12,3% dos que trabalham ou têm rendimentos) tinham carteira de trabalho assinada.

Tabela 92 – Caracterização dos moradores que trabalham ou têm rendimentos quanto à posição na ocupação, Vitória da Conquista (BA), 2001

Posição na ocupação N %

Recebe benefícios sociais 5 2,8

Empregador

-Empregado do setor privado 73 40,8

Empregado do setor público 8 4,5

Conta própria em casa 18 10,1

Conta própria fora de casa 31 17,3

Trabalhador doméstico 5 2,8

Aposentado/Pensionista 51 28,5

Locador de imóvel -

-Recebe Seguro desemprego -

-Não respondeu -

-Total 179 100

A maior parte dos moradores que trabalham ou têm rendimentos entre famílias usuárias do PSF em Vitória da Conquista está ocupada nos setores de comércio e serviços (37%). O segundo maior grupo é representado por aposentados e pensionistas (26,6%) mostrando a importância de rendimentos do sistema de proteção social na economia municipal. Em Vitória da Conquista 15,4% das famílias entrevistadas têm chefia idosa (65 anos ou mais) e 31,8% dos chefes é aposentado ou pensionista. Cinqüenta e uma pessoas, incluindo 28 chefes de família dependem financeiramente da Seguridade Social. As ocupações agropecuárias têm importante participação (20,8%) no perfil municipal.

Tabela 93 – Caracterização dos moradores que trabalham ou têm rendimentos quanto ao setor de atividade entre famílias usuárias do PSF, Vitória da Conquista (BA), 2001

Setor Todas as equipes Equipe 1 Equipe 2 Equipe 3 Equipe 4

N % N % N % N % N %

Empregadores 0 0.0 0 0.0 0 0.0 0 0.0 0 0.0

Ocupações na indústria extrativa 1 0.5 0 0.0 0 0.0 1 2.2 0 0.0 Ocupações na indústria

de transformação 0 0.0 0 0.0 0 0.0 0 0.0 0 0.0

Ocupações na construção civil 13 6.8 1 2.3 7 15.9 2 4.3 3 5.1 Ocupações em comércio e serviços 71 37.0 10 23.3 17 38.6 8 17.4 36 61.0 Ocupações em transporte

e comunicações 6 3.1 0 0.0 4 9.1 1 2.2 1 1.7

Aposentado/Pensionista 51 26.6 18 41.9 6 13.6 16 34.8 11 18.6 Ocupações artesanais, artísticas

e desportivas

1 0.5 0 0.0 0 0.0 0 0.0 1 1.7

Ocupações na agropecuária 40 20.8 14 32.6 8 18.2 14 30.4 4 6.8 Outras ocupações não incluídas

nas anteriores 1 0.5 0 0.0 0 0.0 0 0.0 1 1.7

Ocupações mal definidas 0 0.0 0 0.0 0 0.0 0 0.0 0 0.0

Ocupações administrativas 3 1.6 0 0.0 1 2.3 0 0.0 2 3.4

Locador 0 0.0 0 0.0 0 0.0 0 0.0 0 0.0

Recebedor de benefícios sociais* 5 2.6 0 0.0 1 2.3 4 8.7 0 0.0

Total 192 100.0 43 100.0 44 100.0 46 100.0 59 100.0

(*) Salário-escola/renda cidadã/ajuda à seca/seguro desemprego.

Obs.: A soma dos valores ultrapassa o total de moradores que trabalham ou têm rendimentos porque um mesmo morador pode ter mais de uma ocupação.

Do conjunto de moradores pesquisados ou que têm rendimentos cerca de 90% recebe até 2 salários mínimos. Repete-se para o conjunto dos moradores o observado anteriormente nos chefes de família que há uma situação econômica menos vulnerável de 15,8% dos moradores adscritos à equipe 04 que recebem de 2 a 3 salários mínimos. De um total de 179 moradores que trabalham ou têm rendimentos, 18 trabalham por temporada dos quais 61,1% (11 moradores) trabalham em média durante períodos de 3 a 5 meses e concentram-se nas equipes rurais 01 e 03.

Tabela 94 – Caracterização dos moradores que trabalham ou têm rendimentos quanto à faixa de rendimentos mensais (em salários mínimos)1, Vitória da Conquista (BA), 2001

Níveis de renda N %

Sem rendimentos -

-Até ½ salário mínimo 34 19,0

De ½ a 1 salário mínimo 87 48,6

De 1 a 2 salários mínimos 41 22,9

De 2 a 5 salários mínimos 16 9,0

De 5 a 10 salários mínimos 1 0,6

Mais de 10 salários mínimos -

-Não informado -

-Total 179 100

1 Salário-mínimo de agosto de 2001, R$180,00 (cento e oitenta reais).

Dentre os moradores de 15 a 64 anos, a maioria (64,2%) está ocupada. O percentual de desocupação é de 35,8%, sendo que esta proporção é maior entre os moradores adscritos à equipe 01 (49,3%). No total de moradores desocupados (108 pessoas), a maioria apresentava experiência em trabalho anterior (62%), e 1,9% não respondeu. As equipes 01 e 04, porém, apresentam uma situação diferenciada da média, com proporção maior de desocupados sem nenhuma experiência de trabalho anterior (respectivamente, 47,2% e 44%). Dentre os moradores desocupados apenas 22 (20,4%) procuraram trabalho nos últimos 30 dias. Dentre os moradores desocupados com experiência anterior de trabalho (67 moradores) 94% (63 moradores) estava há mais de 30 dias sem trabalhar.

Características dos domicílios

A infra-estrutura habitacional é elemento importante na caracterização das condições de vida e de saúde da população. Indicadores de vulnerabilidade habitacional são: tipo de construção, densidade por dormitório, banheiro interno ou externo, individual ou coletivo, abastecimento de água, esgotamento sanitário e coleta de lixo. Em conjunto delimitam um ambiente mais ou menos saudável em que vivem as pessoas.

A maior parte dos domicílios (95%) é construída com tijolos ou adobe, 48% têm de 5 a 6 cômodos, 76,9% têm uma densidade entre 1,0 a 1,4 moradores por cômodo. Densidades mais elevadas (de 2,0 a 2,4 moradores por cômodo) foram observados em apenas 4 do total de moradias pesquisadas e concentram-se nas residências das famílias adscritas às equipes urbanas 02 e 04 (respectivamente, 7,7% e 7,1%). A maioria das casas têm entre dois (56,7%)

e três (21,2%) dormitórios. Em apenas duas das 104 casas pesquisadas não existia cozinha independente; presumimos que o cômodo é também utilizado como dormitório. No que se refere à densidade de moradores por dormitório observa-se que 57,7% dos domicílios tinha 2,0 a 2,4 moradores por dormitório, o que é uma densidade média elevada, cerca de 19% das moradias tinha uma baixa densidade por dormitório entre 1,0 e 1,4 enquanto 22,1% tinham densidade de 3,0 a 3,4 moradores por dormitório. Cerca de 65% das casas pesquisadas têm banheiro interno. Faixas em torno de 12% das casas tinham banheiro externo exclusivo, ou banheiro interno e externo, ou não têm banheiro exclusivo.

Em relação ao abastecimento de água 55,8% dos domicílios estão ligados à rede geral, e 34,6% se abastece de água por meio de poço ou nascente. Em 79 domicílios a água é filtrada, é clorada em 33 residências, é fervida em 9 domicílios e em 7 domicílios a água não é tratada. A maioria das residências pesquisadas recebe fornecimento de energia elétrica mas um grupo significativo de moradias (23%) não tem acesso à eletricidade concentrando-se na equipe 01 (64% dos domicílios não recebem energia elétrica) e, em menor escala, na equipe 03 (32% sem energia elétrica). O fornecimento de energia elétrica é regular mas 25% das residências pesquisadas referia uma interrupção de energia na semana anterior.

Esgotamento sanitário é um grave problema em Vitória da Conquista: 73% das residências pesquisadas não estão ligadas à rede geral de esgoto. A situação é melhor nas moradias da área de abrangência da equipe 04 (urbana) onde 85,7% dispõem de ligação à rede de esgotos. A situação mais desfavorável é na área rural (famílias adscritas à equipe 01) em que 100% dos domicílios não tem ligação com a rede geral. Há utilização de outros tipos de esgotamento sanitário: fossa rudimentar (51% do total de domicílios) e fossa sem escoadouro (13,5%) Nas famílias vinculadas à equipe 01, 64% possuem fossa rudimentar, já na equipe 04 somente 10,7% possuem este tipo de esgotamento sanitário.

O sistema público de coleta de lixo serve 51% dos domicílios pesquisados com uma regularidade de coleta entre 3 a 4 vezes ou mais por semana. Outros meios são utilizados para se livrar do lixo: 46,2% das residências queimam, 2,9% enterram, 3,8% jogam no próprio

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