• Nenhum resultado encontrado

Fase de Avaliação

No documento PATRICIA TORRADO RELATÓRIO DE ESTAGIO (páginas 53-59)

3. ATIVIDADES REALIZADAS, RESULTADOS OBTIDOS E COMPETÊNCIAS

3.3. Fase de Avaliação

A fase de avaliação do projeto de intervenção compreendeu o período decorrido entre o final do mês janeiro e primeiras semanas de fevereiro de 2015.

Quadro 4. Objetivos e atividades desenvolvidas na fase de avaliação

Objetivo Específico: Identificar as mudanças ocorridas a nível das práticas nos cuidados de enfermagem, no que se relaciona com a preparação do regresso a casa da pessoa idosa submetida a cirurgia oftálmica

At

iv

idade

s

14. Análise final dos registos de enfermagem

 Análise comparativa dos registos de enfermagem da avaliação final versus à avaliação inicial

Objetivo Específico: Identificar os contributos do modelo de parceria para a pessoa idosa submetida a cirurgia oftálmica e sua família

A

ti

vi

dade

s

15. Realização de entrevistas a pessoas idosas submetidas a cirurgia oftálmica e sua família Objetivo Específico: Capacitar a equipa de enfermagem para a preparação do regresso a casa da pessoa idosa/família submetida a cirurgia oftálmica e à prestação de cuidados em parceria

A

ti

vi

dade

s

16. Sessão de formação para a apresentação dos resultados obtidos com as intervenções desenvolvidas

Atividade 14 - Análise final dos registos de enfermagem

A análise dos registos de enfermagem foi pertinente na fase final do projeto, pois permitiu-nos avaliar as mudanças ocorridas ao nível da prática de enfermagem, comparando as diferenças existentes entre a informação que era e a que passou a ser registada, após a implementação do projeto baseado numa prática de parceria.

Decorreu no período de 12 de janeiro a 12 de fevereiro de 2016, e compreendeu a análise de 5 processos de enfermagem de pessoas idosas internadas e submetidas a cirurgia oftálmica, o que nos permitiu fazer uma análise comparativa dos resultados com a fase de diagnóstico.

Resultados/ Competências desenvolvidas

A interpretação comparativa dos registos de enfermagem entre a fase de diagnóstico e a fase final do projeto, permitiu-nos concluir que se verificou uma melhoria significativa no registo e na qualidade da informação registada pelos enfermeiros do serviço (apêndice XV, apêndice XVI). A evolução foi bastante evidente na primeira fase do modelo de parceria – Relevar-se, verificando-se ao

54

nível de todos os indicadores um aumento da informação registada, que refletiu os conhecimentos adquiridos sobre a pessoa idosa, demonstrando o empenho e envolvimento dos profissionais ao nível de um cuidado em parceria. Na segunda fase do modelo de parceria – Envolver-se, também todos os indicadores viram o seu preenchimento ser realizado na totalidade dos processos, o que revelou, por parte da equipa de enfermagem disponibilidade para ouvir ou conversar, criando um ambiente propício ao diálogo, no qual foi possível estabelecer uma relação de confiança com a pessoa idosa/família. A evolução ocorrida ao nível do registo dos indicadores contemplados na fase do Capacitar ou Possibilitar, tornou evidente a apropriação da equipa de enfermagem do Modelo de Parceria de Gomes (2013), e a mobilização dos conhecimentos a nível das fases anteriores, permitindo à pessoa idosa ter o poder de decidir sobre o seu projeto de vida e saúde.

Na quarta fase do modelo de parceria - Comprometer-se, está implícito a validação das intervenções desenvolvidas, sendo que a equipa de enfermagem demonstrou a este nível uma mudança notável, não só ao nível da informação registada, mas também, da sua atitude perante a pessoa idosa e sua família, promovendo momentos de validação dos conhecimentos em várias fases do internamento. O caminho percorrido pela equipa de enfermagem, pelas pessoas idosas e suas famílias, parece-nos estar refletido nos registos de enfermagem na última fase do Modelo de Parceria- Assumir o Controlo de Si/Assegurar o Cuidado do Outro. Por parte da equipa de enfermagem, ficou demonstrada uma maior preocupação e consciencialização da necessidade de recolha de informação, que permitira caracterizar e identificar, as necessidades e capacidades da pessoa idosa, facilitando o desenvolvimento do conhecimento de uma forma individualizada e na sua globalidade.

Esta atividade promoveu aquisição de competências ao nível do domínio: da melhoria contínua da qualidade, através da aplicação de instrumentos de análise dos registos de enfermagem, da reflexão conjunta com a equipa de enfermagem sobre a mudança de práticas ocorrida, e no domínio do desenvolvimento das aprendizagens profissionais, através da interpretação, análise comparativa realizada e da organização da informação produzida e geradora dos dados apresentados.

55

Atividade 15 - Realização de entrevistas a pessoas idosas submetidas a cirurgia oftálmica e sua família

Após a implementação do projeto, e de forma a compreendermos se a implementação do cuidado em parceria enquanto intervenção de enfermagem, teve repercussões na preparação do regresso a casa da pessoa idosa submetida a cirurgia oftálmica, considerámos pertinente a realização de entrevistas às pessoas idosas e suas famílias.

As entrevistas realizaram-se no período de 12 de janeiro a 12 de fevereiro de 2016, envolveram 5 pessoas idosas submetidas a cirurgia oftálmica e 5 familiares, a autorização para a sua realização foi obtida através do seu consentimento informado. Recorremos a uma entrevista semi-estruturada (à semelhança da realizada na fase de disgnóstico), para procedermos à recolha de dados. Sentiu-se a necessidade de introduzir uma terceira questão, colocada à pessoa idosa e sua família na 1ª consulta de seguimento, em que procurámos identificar as suas dificuldades ou preocupações já depois do regresso a casa (apêndice XVII). A análise das entrevistas e dos seus conteúdos, obedeceu a uma componente essencialmente temática (Bardin, 2009). Tendo como norteador o Modelo de Parceria (Gomes, 2009, 2013).

Resultados/ Competências desenvolvidas

As entrevistas realizadas revelaram por parte da pessoa idosa uma aquisição de conhecimentos ao nível da sua nova condição de saúde. O início da capacitação da pessoa idosa para assegurar e assumir do cuidado de Si, desde o primeiro momento da admissão no serviço, permitiu aumentar o tempo de intervenção de um cuidado de enfermagem em parceria, com o propósito de desenvolver competências para capacitar a pessoa idosa submetida a cirurgia oftálmica para o seu regresso a casa.

Em relação ao conhecimento dos cuidados para assumir ou assegurar o regresso a casa da pessoa idosa submetida a cirurgia oftálmica, cerca de 80% das pessoas idosas entrevistadas revelaram ter adquirido conhecimentos ao nível de todos os indicadores, sendo que, em relação às restrições de atividade física e conhecimento do suporte escrito entregue (folheto informativo) o conhecimento demonstrado foi de 100%. O envolvimento das famílias durante o período de internamento, permitiu-lhes adquirir o mesmo nível de conhecimentos dos seus

56

familiares submetidos a cirurgia oftálmica. Na primeira consulta foi interessante verificar, que as pessoas idosas assumiram o cuidado de Si no regresso a casa (à exceção de 1 pessoa idosa, que o cuidado foi assegurado pela família e identificado ainda no decorrer do internamento). Identificaram o banho, como a atividade que lhes fora mais difícil de realizar e na qual tiveram ajuda. Naqueles, que eram cuidadores do seu cônjuge, as famílias nomeadamente as filhas assumiram esse papel, o que lhes permitiu ter melhores condições de recuperação. O folheto informativo foi reconhecido por todos, como um importante suporte ao nível de informação e ao qual recorreram para esclarecimento de dúvidas.

As mudanças ocorridas ao nível das práticas de enfermagem, permitiram melhorar a qualidade dos cuidados prestados à pessoa idosa submetida a cirurgia oftálmica e sua família, as intervenções implementadas visaram a melhoria do conhecimento que se tem da pessoa idosa, do seu contexto de vida e saúde, dos problemas de correntes do envelhecimento e recursos.

O Modelo de Parceria de Gomes (2013), permitiu à equipa contextualizar a sua prática e perceber os contributos da sua intervenção e das estratégias desenvolvidas para a capacitação da pessoa idosa/família para assumir o cuidado de Si, ou assegurar o cuidado do Outro, na preparação do regresso a casa após cirurgia oftálmica.

Esta atividade promoveu o desenvolvimento de competência a nível: da responsabilidade profissional, ética e legal, através do respeito demonstrado pela pessoa idosa e sua família ao longo da realização das entrevistas e prestação de cuidados, da garantia ao anonimato e confidencialidade dos dados, assim como, do pedido de autorização às pessoas idosas e suas famílias (consentimento informado e esclarecido); da melhoria contínua da qualidade dos cuidados, através da investigação, da análise de conteúdos, interpretação e reflexão dos dados; do desenvolvimento das aprendizagens profissionais, através do desenvolvimento da comunicação com as pessoas idosas, orientação das entrevistas e análise do conhecimento produzido tendo em conta os resultados obtidos.

57

Atividade 16 - Sessão de formação para a apresentação dos resultados obtidos com as intervenções desenvolvidas

A parceria enquanto intervenção de enfermagem com a pessoa idosa submetida a cirurgia oftálmica, tem como objetivo a capacitação da pessoa idosa para o assumir o cuidado de Si no regresso a casa. Pelo que considerámos pertinente a apresentação dos resultados obtidos à equipa de enfermagem, através da realização de uma sessão de formação em serviço.

Teve como titulo: “A parceria como intervenção de enfermagem – contributos na preparação do regresso a casa da pessoa idosa submetida a cirurgia oftálmica e sua família.” Teve como objetivos gerais: 1) a apresentação do estudo de caso à luz do Modelo de Intervenção em Parceria para a Promoção do Cuidado de Si e 2) a apresentação dos resultados dos obtidos após a implementação do projeto de intervenção (apêndice XVIII).

Dos 13 enfermeiros que constituem a equipa de enfermagem, 9 estiveram presentes na sessão formação, perfazendo 70% da equipa de enfermagem (entre eles, 1 especialista em enfermagem médico cirúrgica na vertente do idoso), aos 4 enfermeiros ausentes foram realizadas apresentações informais de modo a garantirmos e promover todo o envolvimento da equipa de enfermagem e a continuidade do projeto (apêndice XIX).

Resultados/ Competências desenvolvidas

A apresentação dos resultados à equipa de enfermagem foi determinante para a tomada de consciência das práticas existentes e dos contributos obtidos com a implementação do Modelo de Parceria de Gomes (2013). Foi apresentado um estudo de caso que procurámos demostrar a intervenção de enfermagem em parceria com a pessoa idosa submetida a cirurgia oftálmica e sua família, nas suas diversas fases, exemplificando as estratégias encontradas em conjunto com a pessoa idosa para colmatar as suas necessidades e dificuldade na promoção do assumir o cuidado de Si. De uma forma geral, os enfermeiros tiveram noção da sua evolução ao nível das práticas de enfermagem, dos ganhos e benefícios do modelo de parceria na preparação da pessoa do regresso a casa da idosa submetida a cirurgia oftálmica e sua família.

A realização da sessão de formação permitiu-nos o desenvolvimento de competências nos vários domínios: da melhoria contínua da qualidade dos cuidados,

58

através da liderança do projeto de intervenção e da implementação do Modelo de Intervenção em Parceria para a Promoção do Cuidado de Si de Gomes (2009, 2013), e da divulgação de resultados baseada em indicadores sustentados; do desenvolvimento de aprendizagens profissionais, ao nível da formação, e da partilha de conhecimento e comunicação com a equipa de enfermagem; e na gestão de cuidados, pois a implementação de uma intervenção em parceria promoveu uma melhoria na qualidade dos cuidados prestados à pessoa idosa/família contribuindo para a sua autonomia, permitindo-lhe prosseguir o seu projeto de vida.

59

4. REFLEXÃO SOBRE AS COMPETÊNCIAS DESENVOLVIDAS,

No documento PATRICIA TORRADO RELATÓRIO DE ESTAGIO (páginas 53-59)

Documentos relacionados