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Fase investigativa ‘C’

No documento 2007ViniciusPante (páginas 77-80)

3.3 ETAPAS DO PROCESSO METODOLÓGICO

3.3.2.3 Fase investigativa ‘C’

A última fase dos trabalhos de campo compreendeu a análise da percepção ambiental sob a óptica dos usuários. Para tanto foram desenvolvidas duas planilhas comportamentais, a C1 e a C2 (anexos G e H), contendo questionários distintos direcionados ao universo populacional dos CAIS. Foram definidos dois grupos a serem entrevistados: o grupo dos usuários permanentes, formado por funcionários, tais como chefes de enfermagem, técnicos em enfermagem, farmacêuticos e auxiliares de farmácia; e o grupo dos usuários temporários, constituído de pacientes que aguardavam na sala de espera.

Os questionários, embora distintos em ambos os grupos, foram elaborados de forma estruturada. Como base para a formulação de uma escala de valores compatível com os objetivos da análise, recorreu-se novamente aos estudos de Sheila Ornstein. Nos processos de APO aplicados no Brasil até o momento, as escalas de valores mais utilizadas são aquelas construídas a partir da atribuição de valores numéricos (notas) a um conjunto de adjetivos. São vários os tipos de escalas que podem ser adotados. Nas avaliações realizadas nos EUA, lembra Ornstein (1992), utilizam-se com freqüência àquelas definidas pelo princípio do diferencial semântico (bipolar), muitas vezes, adotam-se escalas de 7 pontos ou 7 divisões. Em contrapartida, no Brasil, as escalas adotadas, via de regra, têm um número de divisões que variam de 4 a 6 pontos. Assim, evita-se o surgimento de um ponto neutro, forçando o sujeito a se posicionar. Cada intervalo na escala de valores corresponde a um adjetivo com certo grau de intensidade na escala, o qual tem um valor numérico correspondente.

Diagrama 7 – Organograma investigativo correspondente à fase “C”.

Considerou-se pertinente nesta pesquisa a utilização de uma escala de valores definida entre quatro adjetivos: ótimo (4), bom (3), ruim (2) e péssimo (1). Posteriormente os dados numéricos foram processados em matrizes e gráficos gerados pelo software Excel. Foram operadas análises estatísticas básicas tais como média aritmética, moda, desvio-padrão e freqüências, conforme as recomendações de Roméro (1990 apud ORNSTEIN, 1992).

ANÁLISE COMPORTAMENTAL

PLANILHA C1

DIAGRAMAS DE PARETTO ANÁLISE SOB A VISÃO DOS

USUÁRIOS PERMANENTES (FUNCIONÁRIOS) QUESTIONÁRIO ESTRUTURADO FASE INVESTIGATIVA ‘C’ PLANILHA C2 DIAGRAMAS DE PARETTO ANÁLISE SOB A VISÃO DOS

USUÁRIOS TEMPORÁRIOS (PACIENTES)

Atribuindo-se valores numéricos aos adjetivos, pode-se tabular e interpretar os dados por meio de cálculos estatísticos envolvendo a média aritmética ou ponderada, conforme cada caso, desvio-padrão, moda e outros testes. [...] deve-se ter extremo cuidado com possíveis resultados bi ou trimodais. Mais de uma moda pode efetivamente indicar uma amostra que não representa pontos de vista concentrados em torno de um juízo de valor, mas também pode indicar perguntas mal formuladas. É justamente para minimizar eventuais distorções encontradas nos questionários que se aconselha a aplicação acurada de pré-testes (ORNSTEIN, 1992).

Para o grupo dos usuários permanentes foram selecionadas 40 questões, contemplando primeiramente a análise específica de determinados ambientes dos CAIS e, posteriormente, aspectos relacionados aos edifícios como um todo. Respostas dissertativas também foram registradas, buscando-se o esclarecimento dos principais problemas detectados e suas respectivas fontes geradoras. De modo mais sucinto, no grupo dos usuários temporários foram aplicados questionários contendo inicialmente um cabeçalho para a coleta de informações preliminares de ordem sócio-econômica e, em um segundo momento, 16 questões sobre aspectos gerais e específicos.

Considerando que o universo populacional compreendido pelo grupo dos usuários permanentes mostrou-se bastante reduzido, procedeu-se à aplicação dos questionários de modo direto, ou seja, sem determinação de amostras representativas. A seleção dos entrevistados considerou o tempo de permanência do funcionário dentro da edificação, o dinamismo de suas atividades, bem como o seu grau de instrução. Deste modo, foram desconsideradas as opiniões de médicos e funcionários responsáveis pela sanificação, pois configuram uma população flutuante cujas respostas, conforme comprovado no pré-teste, comprometem significativamente os resultados.

Para o grupo dos usuários temporários, a determinação da amostra representativa ocorreu de forma clássica, adotando-se um nível de confiança de 95,5% e uma margem de erro de 10%, índices baseados na distribuição normal e recomendados em literaturas na área da APO. Para o desenvolvimento do cálculo, recorreu-se ao número de atendimentos registrados em bases mensais relativas a janeiro, fevereiro e março de 2006. Os valores foram obtidos de arquivos da Secretaria Municipal da Saúde e aplicados a uma tabela de amostras casuais simples, adotada por muitos estatísticos (ORNSTEIN, 1992).

O número de atendimentos verificados nos três períodos de análise mostrou-se bastante diverso. Esta amplitude deveu-se, entre outros fatores, ao número de dias úteis computados em cada mês, à existência de feriados e principalmente à abrangência populacional de cada um dos CAIS. Assim, considerando que o atendimento diário ocorre em

três turnos de 4 horas, foram organizados grupos de questionários proporcionais, aplicados em dois turnos, manhã e tarde, ao longo de cindo dias úteis consecutivos.

Considerando a relevância das opiniões geradas pelos pacientes, buscou-se neste grupo entrevistar indivíduos de faixas etárias não uniformes, pessoas maiores de 15 anos, com ou sem acompanhantes. O grau de escolaridade foi um importante atributo considerado na pesquisa, esclarecendo algumas respostas trazidas pelos pacientes. Não foi relevante o sexo das pessoas entrevistadas, entretanto, dentro de uma freqüência natural e respeitando a proporcionalidade de indivíduos, procurou-se distribuir os questionários uniformemente.

No documento 2007ViniciusPante (páginas 77-80)

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