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CAPÍTULO 2 METODOLOGIA: O CAMINHO PERCORRIDO NA PESQUISA

2.1 FASES DA PESQUISA

2.1.1 Primeiro Momento: Preparação da Investigação

Conscientização e Envolvimento:

Esta primeira fase teve como objetivo sensibilizar os participantes da Avaliação Institucional a fim de desencadeá-la.

Na pesquisa, este momento incluiu a verbalização e a problematização da realidade a ser estudada, de acordo com a visão do grupo da Faculdade de Odontologia. Consistiram em verificar o que pensam o diretor, o assessor pedagógico, os professores e os alunos sobre os aspectos didático-metodológicos do curso. Permitiu sentir as possibilidades e limite da proposta de avaliação em relação à execução propriamente dita e ao compromisso com a Instituição.

Nessa etapa da investigação, os procedimentos foram:

realização de um seminário sobre avaliação com a participação de todas as Faculdades; (sensibilização);

apresentação e discussão da proposta de avaliação acadêmica dos diferentes cursos; (Curso de Odontologia);

conversas individuais livres, entrevistas semi-estruturadas e questionário com questões abertas, realizadas com os diretores das Faculdades, assessor pedagógico, professores e alunos;

formação de grupos para elaboração de instrumentos, tais como roteiro de entrevistas, subsídios teóricos para definição do profissional a ser formado e elaboração de cronograma de reuniões e outras atividades.

2.2.2 Segundo Momento: Investigação da Realidade

O Curso de Odontologia:

Foram realizados o diagnóstico e a descrição do Curso em suas dimensões intrínsecas. Buscou-se compreendê-las no contexto que surgiram e situar o Curso no contexto da Instituição, numa perspectiva estrutural-histórica e elaborar uma descrição da sua realidade.

Para o diagnóstico, foram utilizados procedimentos de caráter documental e de pesquisa que, no delineamento deste trabalho, constituirão capítulos diferenciados. Isso não implica em dicotomizar os procedimentos, ao contrário, o capítulo descritivo é a fotografia do curso. No segundo, a estrutura e funcionamento em sua dinamicidade. Assim, serão conjugados os resultados quantitativos e qualitativos, constituindo uma unicidade no sentido moriniano.

2.2.2.1 Procedimento Documental

Utilizei a análise documental como recurso de investigação para aproximar- me do discurso institucional, um dos pontos fundamentais no quadro de referências, e para apropriar-me das manifestações dos atores educativos pelo registro de seus pontos de vista.

Detive-me no estudo dos documentos oficiais produzidos no processo de reorganização e nos registros efetuados ao longo do percurso.

Levantamento e consulta dos seguintes documentos:

processo de criação do curso (origem, objetivos, grade curricular, corpo docente e discente);

documentos que registrem a memória do Curso de Odontologia;

legislação básica pertinente à criação e ao funcionamento do curso de Odontologia;

documento sobre critério de análise de seleção de conteúdos do curso como um todo, conforme o estabelecido por Lafourcade;

projeto Político Pedagógico do Curso;

estudo das Diretrizes Curriculares para o Curso de Odontologia.

2.2.2.2 Procedimento de Pesquisa

Busquei um contato com os educadores, acadêmicos, o que propiciou oportunidades para reflexões e entrevistas individuais, coletivas, em pequenos comitês, num ambiente de confiança mútua. “Trata-se aí de uma metodologia de organização do diálogo, superando-se de todos os modos a simples observação participante” (DEMO, 1991, p.32).

Segundo o mesmo autor:

A confiança pressupõe uma vivência - que estabelece o sentido da empatia e identificação; pela partilha dos problemas emergentes, de sentimentos e avanços, e pela escuta pacienciosa coloca-se os sujeitos como atores no processo, tirando-os da perspectiva de meros objetos de estudo.

A análise documental revela, por outro lado, o discurso formal, enquanto que o diálogo, a presença, a reflexão, o depoimento são reveladores das posturas e visões nas complexas interações do cotidiano. Essa condição pode propiciar a “adesão“ do investigador que, sem deixar de lado suas convicções, pode mover-se no universo do outro.

Os procedimentos incidiram sobre:

a) reflexões com comitês formados por grupos de professores e assessor pedagógico do curso que, por sua vez, desdobrou-se em:

b) origem, necessidade social, filosofia, objetivos, estrutura curricular, perfil do profissional que serão resgatados através dos documentos:

Projeto de criação do curso;

Grade Curricular;

Reflexões individuais com os grupos, em pequenos comitês. Foram levantadas as seguintes informações:

a) Histórico do curso, modos pelos qual o currículo é administrado.

b) Estudo da estrutura do currículo: características do profissional formado pelo curso, identificação da ordenação curricular e localização de disciplinas.

2.2.3 Terceiro Momento: Crítica da Realidade

Caracterizou-se inicialmente pela tomada de consciência e explicitação das defasagens, desajustes e contradições existentes no curso. Houve um recuo crítico do grupo que vem assumindo as críticas apresentadas, buscando gradativamente elaborar sua própria tomada de consciência.

Na crítica da realidade, os procedimentos foram em nível de amostragem dos alunos, do grupo de professores do curso e de professores e alunos em conjunto, diretores e assessoria pedagógica.

Procedimentos:

seminários, entrevistas livres, individuais, pequenos comitês sobre dificuldades e acertos no desenvolvimento do curso;

aspectos didático-pedagógicos;

Na análise desses dados, a sistematização deu-se pela:

síntese de tendências evidenciadas em torno das categorias amplas; elaboração de quadros;

detecção dos pontos de atrito, defasagens, avanços no desenvolvimento do curso;

envolvimento dos docentes no identificar, oferecer sugestões e empreender mudanças.

A Crítica da Realidade foi um momento que se constituiu num ponto importante da pesquisa, no qual foram desnudadas as defasagens, desajustes. O grupo, conscientizando-se dos desvios e pontos de atritos, conflitos existentes, elaborou princípios norteadores na busca de minimizar os problemas ao corrigir

distorções no momento surgido e no decorrer de todo o processo da investigação. (intervenção).

2.2.4 Quarto Momento: Criação Coletiva

Constituiu-se na elaboração de princípios norteadores para o curso a partir dos dados anteriores, visando sua reavaliação curricular.

Procedimentos:

análise de relatório, base das discussões;

surgimento de um documento inicial de trabalho; discussão desse documento em grande grupo; reelaboração do documento;

nova apresentação e aprovação do mesmo;

apresentação desse documento aos órgãos superiores para as providências necessárias e para compor a avaliação institucional.

2.2.5 Quinto Momento: Formação Continuada

Caracterizou-se pelo contato com os professores. Fomentou oportunidades para o diálogo, discussões em pequenos grupos, reflexão coletiva e análise individual das práticas que constituíram instrumentos reveladores das posturas, necessidades, limitações oriundas da práxis docente. Aconteceu em todo processo, como educação permanente.

No capítulo terceiro, a pesquisadora explicitou como conduziu o trabalho. Apresenta, analisa e discute os dados recolhidos na pesquisa de caráter documental.

CAPÍTULO 3 - DISCUSSÃO DOS DADOS OBTIDOS POR