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FATOR DE RISCO PROPORCIONAL (%) MORTALIDADE

No documento OFICINA 1 ALINHAMENTO CONCEITUAL (páginas 48-52)

Pressão arterial 12,8

Sobrepeso e obesidade 10,1

Álcool 9,5

Tabaco 8,5

Colesterol 6,5

Baixa ingestão de frutas, legumes e verduras 5,4

Sedentarismo 4,1

Sexo sem segurança 1,9

Saneamento 1,2

Poluição do ar 1,2

Total da mortalidade atribuível 61,2

Fonte: Banco Mundial (2005)

A simultaneidade desses fatores de risco gera um sinergismo que acaba por potenciar os problemas de saúde. Tome-se o caso do câncer. Para países de rendas baixa e média, entre os quais se encontra o Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (2006), a fração atribuível na população ao conjunto de fatores de risco associados a uma localização específica de câncer variou de 11% para cólon e reto (sobrepeso e obesidade, inatividade física e baixo consumo de vegetais), a 18% para câncer de mama (inatividade física, sobrepeso e obesidade e consumo de álcool), a 48% para câncer de boca e orofaringe (tabagismo e consumo de álcool) e a 66% para câncer de traquéia, brônquios e pulmão (tabagismo, baixo consumo de frutas e vegetais e fumaça de queima de combustíveis sólidos no domicílio).

Além disso, conforme se demonstra pelo enfoque do curso de vida das condições crônicas, o impacto dos fatores de risco modificáveis aumenta com o passar dos anos; isso significa que o impacto desses fatores de risco pode ser adiado por intervenções realizadas precocemente. A longo prazo, as intervenções preventivas realizadas no início a vida têm a capacidade potencial de reduzir substancialmente a epidemia de doenças crônicas (World Health Organization, 2005).

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Os fatores de risco vinculados aos comportamentos e aos estilos de vida que são mais considerados pela Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais da Saúde (2008), no Brasil, são o tabagismo, a dieta, o excesso de peso, a atividade física e o uso excessivo de álcool.

Deve ficar claro que uma política consequente de prevenção de condições de saúde deve ter como base um sistema de vigilância dos fatores de risco efetivo que se foque nos fatores de risco modificáveis e que se estruture no processo seguinte: análise das tendências temporais da mortalidade, morbidade e incapacidade por condições crônicas; monitoramento dos fatores de risco por meio de inquéritos de saúde regulares e especiais; análise e crítica dos resultados; fontes de dados com validação e melhoria dos instrumentos e indicadores; indução e apoio às ações de prevenção das condições crônicas; e monitoramento e avaliação das intervenções (Ministério da Saúde, 2006). Esse sistema de vigilância dos fatores de risco deve operar nos níveis nacional, estadual, regional e local.

O Boxe 3 relata um sistema de monitoramento dos indicadores de comportamentos e estilos de vida nos Estados Unidos, uma parte de um sistema mais amplo de monitoramento da saúde no país.

50 BOXE 3

Monitoramento dos fatores de risco ligados ao comportamento e estilos de vida nos Estado Unidos

Foi proposto um sistema nacional de monitoramento da saúde, nesse país, por meio de 20 indicadores que devem ser analisados nos níveis local, estadual e nacional, segundo idade, raça, sexo,nível educacional, estado de emprego e renda.

Os indicadores selecionados para medir os fatores de riscos relativos aos comportamentos e aos estilos de vida foram:

Tabagismo: percentagem de adultos que fumaram mais de 100 cigarros em sua vida e que regularmente fumam alguns dias ou todos os dias;

Dieta: percentagem de adultos com boa dieta indicada por um valor igual ou superior a 80 no índice de alimentação saudável, criado pelo Departamento de Agricultura.

Atividade física: percentagem de adultos cumprindo a recomendação de atividade física moderada: 30 minutos de atividade física moderada cinco dias por semana ou 20 minutos de atividade física vigorosa três dias por semana;

Obesidade: percentagem de adultos com índice de massa corporal igual ou superior a 30; Consumo excessivo de álcool: percentagem de adultos que reportam terem consumido quatro (mulher) ou cinco (homem) doses de bebida alcoólica em uma única ocasião e/ou terem consumido uma média de uma (mulher) ou duas (homens) doses por dia nos últimos trinta dias.

Fonte: Institute of Medicine, 2008

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11,15 - 12,00 hs

No documento OFICINA 1 ALINHAMENTO CONCEITUAL (páginas 48-52)

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