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Um modelo de atenção às condições crônicas para o SUS (MACC)

No documento OFICINA 1 ALINHAMENTO CONCEITUAL (páginas 33-36)

Esta atividade tem como objetivo permitir que os participantes compreendam a razão pela qual se propõe um modelo de atenção às condições crônicas, singular para o SUS, as suas origens, os seus componentes e a sua lógica de funcionamento.

Procedimentos:

• Dividam-se nos 4 grupos temáticos

• Grupo 1: Doenças cardiovasculares, com ênfase na hipertensão arterial sistêmica; • Grupo 2: Doenças cardiovasculares, com ênfase na doença coronariana;

• Grupo 3. Diabetes; • Grupo 4: Depressão.

• Leiam o texto 4 abaixo, em voz alta, em grupo, dando oportunidade para que todos os participantes façam parte da leitura;

• Após a leitura façam uma discussão da razão pela qual o MACC é proposto e o que o diferencia dos modelos comumente utilizados internacionalmente;

• Façam uma descrição do MACC em seus diferentes níveis;

• Respondam as questões seguintes, procurando não repetir o que está no texto, mas expressando o entendimento e os questionamentos do grupo:

1. O que é atenção à saúde baseada na população e o que a diferencia da atenção à saúde baseada na oferta? Podem dar um exemplo no seu campo temático?

2. Em que lugar no MACC manifestam-se os elementos presentes na Pirâmide da Kaiser Permanente? Por quê?

3. Qual a importância da estratificação de riscos para a assistência e para a organização do trabalho da equipe de saúde?

4. Em que lugar no MACC se manifestam os elementos presentes no Modelo de Determinação Social da Saúde de Dalhgren e Whitehead? Por quê? 5. Em que lugar do MACC se manifestam os elementos do Modelo de Atenção

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6. O grupo considera que este modelo (MACC) se aplica ao programa temático em Curitiba? Justifiquem

7. O programa temático está estruturado de forma a responder às necessidades de estratificação das diferentes subpopulações nos diferentes níveis do MACC? Caso positivo, qual a estrutura de estratificação que se utiliza no programa para as condições crônicas simples e complexas? Há critérios, no programa específico, para a seleção de casos muito complexos? Eles têm sido aplicados no programa?

TEXTO 4:

UM MODELO DE ATENÇÃO ÁS CONDIÇÕES CRÔNICAS PARA O SUS (MACC) 4 Com base nos elementos do modelo da atenção crônica (CCM), da Pirâmide da Kaiser Permanente e no modelo de determinação social da saúde de Dahlgren e Whitehead (1991) e em função da singularidade do sistema público de atenção à saúde brasileiro, Mendes (2009) desenvolveu um modelo de atenção às condições crônicas para ser aplicado no SUS que denominou de modelo de atenção às condições crônicas (MACC). Esse modelo recolhe e acolhe todas as evidências produzidas pela validação empírica do modelo seminal de atenção crônica, o CCM, seja nos seus dois campos, seja nos seus seis elementos fundantes, da Pirâmide da Kaiser Permanente e do Modelo da Determinação Social da Saúde de Dahlgren e Whitehead.

As principais variáveis incorporadas no MACC e que derivam de evidências robustas produzidas pela avaliação do CCM são aquelas relativas aos seis elementos do CCM: organização da atenção à saúde, desenho do sistema de prestação de serviços, autocuidado apoiado, suporte às decisões, sistema de informação clínica e recursos da comunidade. Esses seis elementos têm suas características-chave expressas no checklist que foi trabalhado anteriormente nesta oficina.

Contudo, à semelhança dos outros modelos derivados do CCM, o MACC introduz duas modificações fundamentais.

4 Texto extraído do livro: MENDES, E. V. - As redes de atenção à saúde. Belo Horizonte, Escola da Saúde Pública de Minas Gerais, 2009.

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A primeira, conforme fizeram, também, outros modelos, como o dos cuidados inovadores para as condições crônicas (Organização Mundial da Saúde, 2003) e o modelo de atenção crônica expandido, de British Columbia, Canadá (Government of British Columbia, 2008), procura ampliar o âmbito das intervenções sanitárias em relação à população total, por meio de intervenções intersetoriais sobre os determinantes sociais da saúde, especialmente os determinantes intermediários, utilizando o modelo de Dahlgren e Whitehead. Isso se explica pelo fato do CCM ter sido desenvolvido no sistema privado americano em que a preocupação com os determinantes distais e intermediários da saúde não é, geralmente, considerada.

A segunda, a partir da Pirâmide da Kaiser Permanente (Strong, 2005; Porter e Kellogg, 2008) e das evidências sobre a atenção à saúde baseada na população, articula as subpopulações portadoras de riscos com as intervenções de prevenção das condições de saúde e as subpopulações com condições de saúde estabelecidas, diferenciadas por riscos, com as intervenções sanitárias ofertadas pelas tecnologias de gestão da clínica. O MACC está representado na Figura 3, em seguida, e constitui-se de cinco níveis.

36 Figura 3: O MACC

Fonte: Mendes (2009)

O MACC pode ser aplicado a diferentes territórios/populações: ao País, a um estado, a um município, a um distrito sanitário ou a uma população adscrita a uma equipe de PSF. O lado esquerdo da Figura 3 corresponde a diferentes subpopulações de uma população total sob responsabilidade de uma rede de atenção à saúde. Essa população e suas subpopulações devem ser cadastradas na atenção primária à saúde e devem ser registradas segundo as subpopulações de diferentes níveis do modelo: o nível 1, a população total e, em relação à qual se intervirá sobre os determinantes sociais da saúde

DETERMINANTES SOCIAIS DISTAIS E INTERMEDIÁRIOS DA SAÚDE POPULAÇÃO TOTAL POPULAÇÃO COM FATOR DE RISCO LIGADO A COMPORTAMENTO

POPULAÇÃO COM CONDIÇÃO CRÔNICA DE BAIXO OU MÉDIO RISCOS E/OU COM FATOR DE RISCO BIOPSICOLÓGICO POPULAÇÃO COM CONDIÇÃO CRÔNICA DE ALTO OU MUITO ALTO RISCOS

POPULAÇÃO COM CONDIÇÃO CRÔNICA MUITO COMPLEXA

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No documento OFICINA 1 ALINHAMENTO CONCEITUAL (páginas 33-36)

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