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O clima pode contribuir tanto po- sitivamente quanto negativamente no sucesso de ocupação de um empreen- dimento hoteleiro e os localizados na região Sul do Brasil sabem o quanto as condições climáticas podem interferir. Geralmente, o turista tem a ideia de que o clima nesta região é sempre frio neste mês de maio, porém, em alguns locais

litorâneos da região, é possível encontrar um clima agradável. O Hotel Beira Mar Itapema está localizado a poucos metros do mar e é o terceiro pólo turístico de Santa Catarina, com acesso privilegiado às principais atrações do estado cata- rinense como o Parque Beto Carreiro World (45km), Balneário Camburiú (15km), Florianópolis (60km) e Blumenau (70km). Mesmo assim sente forte os efeitos da sazonalidade, que começa no mês de maio e dura vários meses.

Dentre as principais ações que o em- preendimento realiza para combatê-la, estão parcerias com as OTA’s — Online Travel Agency, captação de eventos, dentre outras. “A

região Sul é a que mais sofre com a sazonalidade nos resorts e hotéis de lazer, pois o turista vincula o frio que ocorre na serra com a região litorânea, e na verdade não é isso que acontece, pois sempre temos um clima bom até o mês de maio. Para mantermos a ren- tabilidade de nosso negócio trabalha- mos na captação de eventos que viabilizam alguns meses deste período crítico. Também apostamos nos gru- pos da melhor ida- de: para se ter uma ideia, no último mês de março que já é considerado baixa Manoel Carlos Cardoso: “Nosso maior aliado é o clima do Cerrado brasileiro, pois enquanto alguns destinos dependem do verão ou inverno para aumentar o número de visitan- tes, nós contamos com calor o ano todo e poucos dias de chuva”

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temporada, tivemos uma ocupação de 80%, somente com esse segmento. Temos também um restaurante aberto ao públi- co, onde realizamos algumas ações de marketing focadas na população local e com isto viabilizamos a manutenção da equipe de A&B durante o ano todo, ao mesmo tempo em que temos um trei- namento constante neste setor”, afirma Luiz Carlos Nunes, Diretor do Hotel,

Segundo ele, o setor de turismo brasi- leiro deveria contar com mais projetos de incentivo para que o brasileiro viajasse mais e enquanto ele foi Presidente da ABIH Nacional — Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de 2002/2004, deu uma grande contribuição. “Demos entra- da no Senado no Projeto Lei 0488/2003 que cria o Vale Hospedagem. Este Projeto já foi aprovado em todas as comissões e está desde 2010 aguardando para ir ao Plenário do Senado para aprova- ção. Através dele as empresas poderão conceder um incentivo aos seus colabora- dores e abater em até 5 % do Imposto de Renda a pagar. Com esta ação, além de proporcionar ao trabalhador a oportuni- dade de descansar nos hotéis e conhecer o seu País, irá aumentar muito a ocu- pação dos empreendimentos em baixa Luiz Carlos Nunes:

“O turista vincula o frio que ocorre na serra com a região litorânea, e na verdade não é isso que acontece, pois sempre temos um clima bom até o mês de maio”

ocupação, pois o mesmo só será válido para estes períodos”, enfatiza Nunes.

Custos Operacionais

Uma das despesas mais elevadas nos resorts brasileiros é a energia elétrica e independente da época do ano, este custo operacional sempre existirá. Mesmo com pouco hóspede não se pode sair apa- gando as luzes de áreas de lazer, como quadras de esporte, ou mesmo áreas comuns. A recente redução disponibi- lizada pelo governo federal no Plano Brasil Maior ainda não pôde ser sentida pelos hoteleiros, mas irá fazer grande diferença, assim como a desoneração na folha de pagamento já faz. A Resorts Brasil, por exemplo, tem estudado a hipótese da compra coletiva de ener- gia elétrica entre os empreendimentos. De acordo com o Presidente, Dílson Fonseca, esta questão está na frente das discussões da entidade em conjunto com outras instituições da classe hote- leira, em articulação com os Ministérios do Turismo e de Minas e Energia.

Fonseca aponta também a flexibiliza- ção trabalhista como um fator de rentabi- lidade para o resort nos períodos de sa- zonalidade. A política do banco de horas, por exemplo, favorece o setor hoteleiro. Segundo ele, “A atual legislação traba- lhista não permite a flexibilidade deseja- da para que os empreendimentos possam contar com seus colaboradores com mais horas em períodos de alta temporada e menos horas em baixa temporada, como acontece nos cruzeiros marítimos do Brasil. Essa legislação é aplicada nos Estados Unidos e Espanha, países onde o turismo é um dos pilares do PIB local. Essa é uma reivindicação do setor, para que tenhamos maior competitividade. Se pudermos contar com a diminuição dos custos com energia elétrica e a flexibiliza- ção do regime de trabalho, iremos dar um grande passo”, complementa o executivo.

A contratação temporária também pode ser a solução para a redução dos custos operacionais durante a baixa esta- ção, mesmo em hotéis corporativos que não sentem tanto os efeitos de sazonali- dade. Na visão de Emanuel Baudart, Vice presidente Comercial do FOHB — Fórum

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de Operadores Hoteleiros do Brasil, a contratação temporária favorece a admi- nistração hoteleira durante a sazonalida- de. “Se avaliarmos a questão do ponto de vista da produtividade dos colaboradores, a contratação temporária faz mais sentido. Por exemplo: A camareira pode trabalhar no hotel no período de alta temporada e, na baixa, ao invés de ter que estar no hotel mesmo sem ter necessidade, ela fica livre para realizar outras atividades remune- radas, mantendo-se produtiva. A contra- tação temporária é uma solução que não só desonera o setor no que se refere aos custos operacionais, mas também mantém a população economicamente ativa efe- tivamente produtiva, o que é importante em tempos de pleno emprego”, comenta.

Público Corporativo

Se o segmento de lazer sofre bastan- te com os reflexos da sazonalidade, a hotelaria corporativa, sofre pouco, mesmo registrando baixa ocupação nos meses de dezembro e janeiro. Mas isto é compen- sado pela alta temporada dos empreendi- mentos de lazer. De acordo com dados do FOHB, a média de ocupação dos hotéis associados à entidade foi de 67,17% no ano de 2012. Enquanto os resorts registra- ram 36,6% de ocupação no mês de maio de 2012, os hotéis do segmento corpo- rativo atingiram 67% de ocupação. “Os hotéis das redes associa-

das ao FOHB possuem uma dinâmica diferente quanto à taxa de ocupa- ção. Pela preponderância de empreendimentos que atendem o público corporativo, a taxa de ocupação tradicional- mente registra queda nos meses de dezembro, onde a ocupação gira em torno de 55,81%, e janeiro, com 60,82%”, frisa Baudart.

Segundo ele, a enti- dade costuma incentivar seus associados a comba- terem a sazonalidade de maneira rentável a partir da prática do Revenue Management — gerencia-

mento de receitas, onde se aplica uma diá- ria maior em determinados períodos de alta ocupação para contrapor ao período de baixa ocupação. “No Brasil, a aplica- ção desta prática ainda é tímida, o que se pode explicar pelo fato de que a hotelaria de rede, que é onde as práticas interna- cionais se iniciam, representa 27% das UHs do setor no Brasil. Por meio do eixo de Desenvolvimento do FOHB, em que boas práticas do setor são homologadas, estimula-se que os associados tenham uma área de revenue management para administrar o deságio da perecibilidade do setor”, explica Baudart.

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