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TB TM DEFINIÇÃO

Aspecto semântico

Tema

Sobre quê?

De acordo com Nord ([1988]1991), o tema do texto é importante para o tradutor pelas seguintes razões:

- Se predominar somente um

tema, o texto é mais coerente. Se há mais de um, isto pode originar problemas de tradu- ção, ainda mais se unida a uma variedade de condições situa- cionais;

- Se o tema esta vinculado a um

contexto cultural particular, o tradutor deverá levar em consideração as possíveis pres- suposições necessárias para compreender o texto;

continuação

58

58 Para Nord ([1988]1991, p. 104), a “pressuposição pragmática é presumida

implicitamente pelo falante, que, por sua vez, assegura que o ouvinte as presume também”.

Aspecto formal-estilístico

Tema

Sobre quê?

- A delimitação do tema ajuda

o tradutor a decidir se possui os conhecimentos necessários para compreensão e tradução do texto.

- A determinação do tema per-

mite obter ou confirmar certas informações sobre os fatores extratextuais.

Conteúdo

Que informação?

O conteúdo é a referência que o texto faz aos objetos e fenômenos pertencentes a uma realidade extratextual, que pode ser real ou fictícia (NORD, [1988]1991).

Pressuposições

pragmáticas58

Pressupondo o quê?

As pressuposições constituem todas as informações que, na opinião do autor, compõem a bagagem de conhecimentos do leitor. A comunicação pode sofrer, portanto, discrepâncias entre a expectativa do autor e os conhecimentos reais do leitor. O tradutor deve localizar possíveis lacunas e compensá-las, se necessário (NORD, [1988]1991). Composição

Em que ordem?

Nord ([1988]1991) explica que conhecer a micro e macro estrutura do texto ajuda o tradutor a escolher a estratégia tradutória mais adequada ao formato/gênero, segundo as diversas funções textuais.

Elementos não verbais

Possui?

Segundo Nord ([1988]1991), todos os signos tomados de outros códigos não linguísticos e que usamos para complementar, ilustrar, tornar mais clara ou intensificar a mensagem do texto se classificam como elementos não verbais.

continuação

Fonte: Nord ([1988] 1991) adaptado por Hoffmann (2015).

Nord ([1988]1991) ressalta que a despeito da distinção estabelecida entre esses dois grandes grupos de fatores e entre os fatores em si é essencial que a análise de cada um desses elementos não se encerre sobre si mesmo, mas sim que cada etapa do processo descreva um movimento

59 Os recursos suprassegmentais se referem aos recursos prosódicos, como pausas,

tom de voz e qualidade da voz.

Aspecto formal-estilístico

Léxico

Que palavras?

“A análise dos elementos lexicais pode mostrar com frequência que uma caraterística estilística funcional é sintomática para todo o texto, afetando não somente o campo lexical, mas também, o conteúdo, a composição, a sintaxe, etc.” (NORD, [1988]1991). A teórica explica, também, que a função textual se reflete frequentemente na seleção dos elementos lexicais. Alguns tipos textuais possuem um léxico específico que caracterizam determinado gênero.

Sintaxe

Que tipo de frase?

O tradutor obtém uma primeira impressão da sintaxe típica de um texto e sua função comunicativa analisando o tamanho das orações, o tipo de orações, a frequência de parêntesis, a distribuição de orações principais e subordinadas, a conexão de frases por conjunções, etc. Depois ele analisa as partes da oração e do sintagma. (NORD, [1988]1991).

Elementos

suprassegmentais59

Em que tom?

De acordo com Nord ([1988] 1991) as características suprassegmentais transcendem as unidades segmentais léxicas e sintáticas, e, fundem-se com unidades superiores como frases, parágrafos e textos, compondo um conjunto que produz o “tom” específico do texto. A maneira como este tom se materializa depende do meio que transmite a mensagem.

recursivo, de modo que uma decisão tradutória faça o tradutor repensar as decisões tomadas anteriormente e traga implicações para as decisões ainda a serem tomadas.

Além do quadro proposto por Nord, utilizamos em nossa análise algumas operações textuais-discursivas relacionadas por Marcuschi em seu livro “Da fala para a escrita: atividades de retextualização” (2003).

Marcuschi (2003, p. 46) foca seus estudos na retextualização do texto falado (modalidade oral) para o escrito (modalidade escrita) e argumenta que neste processo estão envolvidas operações que vão desde a regularização linguística, até aspectos argumentativos do texto. O teórico apresenta em um esquema as operações que merecem ser analisadas na passagem do oral para o escrito:

Figura 9 – Aspectos envolvidos no processo de retextualização do oral para o escrito

Fonte: Marcuschi (2003).

Neste diagrama, Marcuschi (2003) aponta nove operações e processos de natureza linguístico-textual-discursivas e três operações cognitivas especiais, agrupadas em dois grandes conjuntos que valem para a transformação do oral em escrito, não importando o gênero textual:

• Operações que seguem regras de regularização e idealização, fundamentadas nas estratégias de eliminação e inserção. Nesta etapa não se realizam transformações significativas no texto. • Operações que seguem regras de transformação, fundamentadas

e condensação. Segundo o teórico, estas “são propriamente as [operações] que caracterizam o processo de retextualização e envolvem mudanças mais acentuadas [de natureza sintática, semântica, pragmática e cognitiva] no texto-base” (MACUSCHI, 2003, p. 76, grifos do autor).

Na sequência apresentamos uma descrição mais detalhada das operações elencadas pelo autor que nos interessam especificamente para este estudo.

Quadro 10 – Operações textuais-discursivas

Fonte: Marcuschi (2003), adaptado por Hoffmann (2015). Operações de regularização (reescrita) Estratégia de eliminação

Eliminação de palavras sem substituição do segmento suprimido; retirada de repetições; seleção das informações principais, palavras ou expressões-chave, para condensá-las em recursos verbais ou visuais.

Estratégia de inserção Acréscimo de elemento gráfico, acento, sinal de pontuação, grafema, de uma palavra, de

um sintagma, de uma ou mais frases. Operações de transformação

Estratégia de reformulação

Reconstrução, encadeamento e reordenação sintática da ordem do texto. Objetiva explicitude e adequação ao formato. Reformulação parafrástica.

Estratégia de reconstrução Reconstrução de estruturas truncadas, concordâncias, reordenação sintática,

encadeamentos.

Estratégia de substituição Tratamento estilístico com seleção de novas estruturas sintáticas e novas operações

léxicas, visando a uma maior formalidade. Estratégia de estruturação

argumentativa (deslocamento)

Ordenação tópica do texto e reorganização da sequência argumentativa, visando possibilitar ao leitor a coerência global.

Entretanto, embora estas operações tenham sido relacionadas por Marcuschi para a análise da retextualização dos fenômenos da fala para a escrita, elas servem, também, de base para realizarmos a análise do processo de retextualização entre textos na modalidade escrita, objeto de nosso estudo.

6 COTEJAMENTO DOS TEXTOS, ANÁLISE DO CORPUS